Tormento Eterno escrita por Fanatic


Capítulo 9
O Fim da Montanha Russa


Notas iniciais do capítulo

Aqui está finalizado Tormento Eterno, o último capítulo. E o mais intenso. Espero que vocês tenham gostado dessa história. Se realmente gostou não custa nada recomendar, certo? :v



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Fazia um mês desde todos os acontecimentos anteriores, eu estava em casa. Olhava a parede que continha rabiscos, marcas e arranhões. Tantas lembranças, e todas elas contidas num lugar só. Eu envolvia minha mão com a outra, pois estava um pouco frio. Faz um tempo que minha relação com o Henrique esfriou. Sobrou Bruno como mediador, o amigo de ambos. Me arrumei como sempre e fui até o colégio.

Nunca gostei de ônibus, como sempre digo: Andando a gente organiza nossos pensamentos. É como programar seu dia, talvez até seus hobbies. Ainda dá tempo de me preparar para as reviravoltas do dia de aula. Talvez aconteça mais merdas como nos seis últimos meses. Ou talvez não. O fim do ano está chegando, falta apenas quatro meses.

Tento me focar no presente, cheguei na escola. O portão estava com um pouco de movimento dos estudantes que entravam e saíam. Fui até minha sala e o professor do primeiro horário ainda não chegou. Me sentei na cadeira e lá fiquei, pensando um pouco. Bruno se aproximou, eu ainda estava um pouco estranho desde aquele dia, mas ele pareceu não ligar para nada.

– E aí, cara. – ele apertou minha mão, estava animado.

– Deixe-me ver, conheceu uma menina e se apaixonou blá blá. – falei, revirando os olhos. Em tom sarcástico.

– Não! Apenas estou feliz, estou vivo. Isso já basta. – ele sorria.

– Tenho certeza que aconteceu algo. – Eu não acreditava na explicação dele.

– Ok, ganhei umas coisas. Nada demais, mas para mim foi tudo de bom. – ele disse.

– Claro, ganhar coisas é ótimo. Eu ganhei umas coisas mês passado. – falei, rindo.

– Lá vem você. Me arrependo de ter feito aquilo. – Bruno revirou os olhos, mas também ria.

– Oi, gente! – Ester chegou, também estava animada. – Eu tirei a nota mais alta na prova, e vocês não C.H.O.R.A!

– Acalme-se. Uma vez na vida, ao menos. Você fez macumba? – perguntou Bruno.

– Eu tenho certeza que ela fez. – falei, em tom de deboche.

– Vocês dois... todos sabem que para passar de ano vocês têm que fazer programa com os professores. – ela deu uma pequena risada maligna.

– Logo no ponto fraco. – disse Bruno. O dia foi animado, eu estava gostando bastante. Minha vida sem Henrique parecia mais leve, melhor assim. Ele ainda falava comigo, mas poucas vezes.

A aula acabou, então resolvi ir para casa. Bruno deu uma desculpa para ficar mais um tempo, parecia que algo iria acontecer. Tenho certeza que ele encontrou o amor da vida dele, finalmente. Tomara que não seja igual o meu. Eu nunca o esqueci, apenas me afastei.

Eu estava andando no beco atrás do colégio, um ótimo lugar para passar o tempo. Havia umas árvores e a brisa batia em meu rosto. Apenas o barulho dos estudantes e o sol estavam ali. Percebo que o Henrique me fez acordar para vida, me fez perceber que sou independente, também sou um guerreiro. Não sou fraco. Eu posso resistir ao tormento. Eu posso ser dono de mim.

Alguém me despertou dos pensamentos, uma virada brusca me fez desequilibrar. Pronto, era agora que eu ia ser espancado.

– Me desculpa. – disse a voz, eu procurava me equilibrar, então percebi que era Henrique.

– Boa, me faz quebrar a paz e ainda suja meu sapato! – Meu pé tinha deslizado no barro, fazendo uma linha marrom nele. Isso definitivamente me irritou, pois não tinha nem 3 dias que o lavei.

– Foi mal, eu não sabia como chamar sua atenção. – Ele sorriu, talvez ele tenha feito uma brincadeira de mal gosto.

– Talvez chamando meu nome, idiota. – Eu dei as costas.

– Fernando. – ele me chamou, eu paralisei. O que ele queria comigo? Talvez um pedido de desculpas de verdade. Eu me virei e tudo o que eu vi foi a face dele junto a minha, então ele sorriu novamente e me beijou. Eu senti um arrepio percorrer minha garganta, que imediatamente se espalhou pelo resto do meu corpo. Eu senti meu coração pulsar mais forte que nunca, eu não reagi. Eu simplesmente o puxei para junto a mim e então me encostei no muro do colégio. Henrique colocou sua mão no muro, então voltou a me beijar.

Tudo o que eu queria, finalmente. O sol estava lá, assistindo tudo. Ele brilhou mais intenso, como se estivesse feliz. A brisa alegrava o ambiente e balançava as plantas e folhas. Toda a privacidade do momento foi perfeita. Quando o beijo cessou, eu o abracei.

– Você não sabe o quanto eu esperei isso. – Todo sentimento do mundo foi traduzido nessa frase.

– Seu maldito psicopata. – Ele riu.

– Psicopata nada, aceite. Só manipulador. – Engraçado, nossas conversas mudam tão rápido. – Me explica uma coisa, por que não antes? Eu já me abri pra você antes, tantas vezes.

– Eu tinha medo, ainda tenho.

– Pensei que você era hétero.

– Vou tentar abrir uma exceção. Por você.

– Assim me melo, para com isso. – Então o beijei novamente. Eu percebo que todo o amor que eu queria sentir foi devolvido. Ele ainda tem medo, mas eu estou aqui para ajudar. Afinal, eu sou um guerreiro. O tormento acabou, ele não era eterno. Eu estava feliz, eu vi a Calmaria. Espero que esse amor dure para sempre.

Olhei para o lado e vi Bruno, no muro do colégio. Ele se aproximou.

– Vocês estão limpos, agora vamos para casa logo. – ele passou pela gente. – Vocês sabem que não vou ficar segurando vela, certo? Eu só vigiei essa tarde. – Sim, eu esqueci disso. Éramos três garotos do ensino médio, não podíamos nos relacionar desse jeito. Ia ocorrer muitas complicações, bullyings... mas estou disposto a um dia arcar com tudo isso. Eu estou em êxtase total, estou tão feliz que nem consigo explicar em palavras. Num outro momento, o que eu quero dizer agora é que nunca desistam de quem você ama. Por mais que ele te machuque, um dia tudo dará certo. Um dia o Tormento Eterno terá fim.

– Ei, Fernando. Eu sei como você olha para minha bunda, quer sentir ela? – Henrique disse para mim, então minha face corou, e Bruno teve um ataque de risos ao meu lado. Éramos os três melhores amigos do mundo. Agora como meus outros amigos e nossas famílias reagiram... isso fica para outra história.


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Notas finais do capítulo

Quero os reviews sobre o fim, quero tudo. Quero o feedback!
O que achou do shipp Fernique/Hernando? Amo vocês, obrigado por me acompanharem até aqui.

Próximo Capítulo: Não Há.



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