Tormento Eterno escrita por Fanatic


Capítulo 3
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Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, não consegui aguentar até quinta. E não vou conseguir aguentar até sábado, acho que vou parar com esses prazos. ç.ç



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Estava deitado em minha cama, pensando nele. E tudo que me vinha na mente era ele, sim. Aquele que me possui em segredo. É errado pensar assim? Dane-se, estou feliz. E sinto que hoje posso fazer tudo. Depois de um tempo em casa, me arrumei e fui ao colégio.

Fazia dois dias que seu gato morreu, ele parecia estar lidando bem com isso. Quer dizer, ele não estava mais tão "depressivo". Mas ele parecia tão fofo quando estava triste. E mais vulnerável, sabe como é, certo? Depois de um tempo de aula, o sinal tocou.

Henrique guardou seus materiais e então foi até o pátio. Depois de revisar umas lições e guardar o meu material também saí da sala. E chegando lá, o avistei deitado ao pé de uma árvore, ouvindo suas músicas preferidas.

– E aí, quantas gatas já pegou esse ano? – perguntei, sentando-me ao seu lado.

– Acho que é cerca de 0, ou -1. – falei, com sarcasmo na voz.

– Você me conhece melhor. Me diga você, quantas garotas você pegou? – ele disse, tirando seus fones e prestando atenção na conversa.

– Uma garota. – eu suspirei. Talvez esta fosse a melhor hora para falar sobre minha... visão conceituada dos garotos.

– Então você era apaixonado por ela e tal, certo? – ele falou, sorrindo.

– Não, simplesmente acabou. Ah, eu... – dei uma pausa, tentando achar as palavras certas. – Eu também já namorei com um garoto. – falei, esperando uma bomba em troca.

– Sabia. Você sempre dava muito na cara. – ele riu. Isso me aliviou por dentro.

– Então, não conta pra ninguém. Não quero ser zoado. – falei, apoiando a mão em seu ombro.

– Nunca, você é meu parceiro. Que tipo de amigo seria se fizesse essa mancada com você? – ele estendeu a mão, então eu a apertei. Eu vi Bruno caminhando até a nossa direção, ele acenou para nós.

– Nem mesmo para ele. Por favor. – falei, enquanto Bruno se aproximava.

– Como vai, Fernando? – perguntou Bruno, estendendo a mão para mim.

– Bem, obrigado. – falei, apertando sua mão. O resto das aulas se passou com a alegria de ver nós três reunidos. Eu estava aprendendo um novo lado em Bruno. Um lado que eu gostava, não esse que dá uma raiva quando fala merda.

As pessoas têm diversas superfícies ocultas, basta apenas que você preste atenção e seja um bom amigo. Uma hora elas aparecem. E assim você aprende mais sobre elas e etc. E resolvendo dar essa chance, descobri que Bruno é uma pessoa legal.

Novamente estava em minha cama, pensando qualquer coisa. Algo para me distrair, enquanto escrevia minhas ficções. Acho que não estou pronto para aceitar que não me expressarei para ele, sinto que não vale a pena viver sem saber a resposta. Mas o tempo não é esse, devo esperar. Sim, aguardar o tempo certo. Quando o momento chegar, saberei. Parece que finalmente saí do mar de expectativas que me cercou durante meses.

Ao chegar no colégio, o vi se aproximando.

– E aí, Fernando! – ele disse, enquanto se aproximava e me deu um abraço apertado. Ele parecia muito animado. Ao sentir nossos corpos unidos, percebi que o mar de sentimentos ainda existia. Eu apenas o ignorei por um breve período, mas ignorar um problema faz com que ele volte em dobro, e assim foi. Estava me afogando num mar, mas desejava ir mais fundo. Cada vez mais.

– Explicações? – Perguntei, dando um tapa no ombro dele.

– Ela me beijou. – engraçado, não sabia o que sentir nessa hora. Apenas estava confuso. Não sabia se o queria bem ou queria minha satisfação. Resolvi ficar na minha.

– Ela quem? – perguntei.

– Rebeca. – ele disse, ainda exaltado.

– Rebeca? Ela é muito legal, cara. Vai ter algo a mais? – Ela realmente era uma ótima pessoa, eu realmente estava feliz por ele. Parecia um ótimo casal. Mas estar feliz por mim? Não. A trilha que eu seguia parecia estar se tornando difícil, ou apagando. O momento de dizer o que sinto parecia estar acabando.

– Não sei, talvez. – Henrique estava tão feliz. Eu estava sendo apertado por um muro de expectativas. Ao mesmo tempo achava que ele me aceitaria normalmente. Do outro lado havia ela, sim. Eu não queria mal para Rebeca, apenas... queria o bem para mim.

Hoje fui para casa feliz, a chuva batia de leve em meu rosto. Para mim, não há nada melhor do que uma chuva fraca e refrescante. Olhei para o céu e sorri. Hoje eu aprendi que Henrique pode me aceitar do jeito que sou. Também aprendi que Bruno é um ótimo amigo, e talvez eu conte para ele sobre meu pequeno segredo. Ou como gosto de falar: Visão poética sobre os garotos.

Um carro passou ao meu lado, me despertando dos pensamentos. O sol estava lindo. Só tenho a agradecer por este dia.


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Notas finais do capítulo

Então, o que fazer quando a sua "rival" é tão doce e simpática que até você é amigo dela?
Esperando os comentários.

Próximo capítulo: Mais Fundo