Tormento Eterno escrita por Fanatic


Capítulo 2
Sonhe, sonhador.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, acho que não está tão intenso quanto aquele outro. Mas é bom dar um descanso ao coração, certo?



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Alguém me ajuda? Caí numa armadilha acidentalmente e agora não consigo sair. Todo dia enfrento uma jornada que consiste em me segurar, respirar fundo, e não ir em cima de Henrique. Quando o vejo falar, quando ele me abraça, qualquer coisa faz meu coração disparar e meu estômago embrulhar. Não sei se poderia ser feliz sem ele saber a verdade, mas a ausência dele era uma certeza de tristeza. Me contento em sonhar com o dia que ele me ame e o primeiro beijo.

Cheguei cedo na aula hoje, queria reservar um tempo para falar com ele. Então esperei um pouco e cada vez mais. Depois de uns 10 minutos, a professora chegou. E isso quer dizer que Henrique realmente não compareceu a aula. Talvez um imprevisto, ou algo sério. Mas o que me fez ficar triste foi saber que não verei seu rosto novamente, nem ouvirei suas músicas em forma de gato em leito de morte. Eu só posso dizer que será um dia chato como nunca. Bruno sentou ao meu lado.

– Aonde ele se enfiou? – ele perguntou, sentando ao meu lado.

– Estou querendo saber. Sem ele o dia fica meio chato. – falei, então percebi que pensei alto demais.

– Parece até que você é gay. – ele disse, me cumprimentando e tirando sua mochila.

– Haha, muito engraçado. – eu era bissexual, mas ele não estava pronto para me conhecer realmente. Sinto que ia ocorrer umas ofensas, prefiro não arriscar.

Então o resto do dia se arrastou com conversas e tudo mais. Porém nada disso valia a pena sem Henrique, quer dizer, ele fazia tudo mais engraçado. Eu não sabia o que sentir nesse dia. Apenas fitava a janela que ele sempre olhava. E sem ele, parecia tão sem graça.

Depois de um tempo, o sinal final tocou, avisando que a aula encerrou. Com isso, todos desceram. Bruno seguiu seu caminho oposto ao meu. A lua começou a nascer, fazendo uma dupla com o sol. O caminho parecia silencioso enquanto eu pensava. Não conseguia me focar, apenas via ele em minha mente.

Meu peito doía só de pensar nele, em seu jeito que me faz rir e me apaixonar ao mesmo tempo. Só me resta sonhar com ele, e me contentar com a realidade. Sendo ela boa ou ruim.

Então resolvi dormir, sem parar de pensar nele. Dizem que quando acordamos não lembramos de nada durante uns segundos. Os melhores segundos de sempre. Logo meus pensamentos foram inundados por uma voz calma, Henrique. Então a tortura começou novamente.

Então, quando estava na sala de aula organizando minha mochila, escuto a voz dele chegando. Eu fingi estar o ocupado, mas apenas queria uma desculpa para não parecer interessado nele. E de fato consegui, ele sentou normalmente ao meu lado. Eu puxei o livro da aula de minha mochila e o coloquei na mesa branca. Ao olhar para seu rosto, ele parecia tão triste.

– O que aconteceu com você? – Perguntei, me aproximando dele.

– Nada. – ele respondeu, virando o olhar.

– Você está escondendo algo. – Me apoiei na mesa dele, o encarando.

– Nada, é que... meu gato morreu. – ele disse, deixando escapar uma lágrima. Acho que isso estava acabando com ele, esse comportamento de sempre tentar ser o heterossexual... e agora ele estava chorando em minha frente. Eu o abracei, com todo sentimento que existia em mim, tentando confortá-lo.

– Você quer me beijar é? – Henrique falou, com humor em seu tom de voz. Meu desejo era dizer sim, meu desejo era investir. Eu sonho em fazer algo, mas o momento era impróprio. Tudo estava errado, eu me contentei com apenas umas desculpas.

– Não, o que? Nada ver. – falei, dando um leve empurrão nele. Nessa hora mordi meu lábio, com a possibilidade de o afastar de mim a cada dia. Então o dia foi passando, eu aprendi uma coisa: Não tente ser muito legal com uma pessoa muito “macho” e também que eu estou apaixonado. Sim, tudo se confirma a cada dia que passa. Estou me contentando com pouco, talvez seja hora de dar um passo extra. Mas... pode ser arriscado, sonhar tão alto.

Pior... e se eu arriscasse e tudo se perder? Não! Eu não podia, acho que ainda vou sair do foco. Eu não posso revelar esse amor. O tempo passava e junto com ele eu me distanciava do início calmo que minha vida tinha, e entrei num mundo agitado. Quem sabe o que está por vir? Nesse mundo sonhado é tudo tão imprevisível, o nosso cérebro brinca com a gente. Dando falsas ideias, impressões erradas. Tudo o que eu tinha que fazer era esperar a maré de sentimentos baixar, e então a calmaria chegar.


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Notas finais do capítulo

O que achou? Esperando os comentários.

Próximo capítulo quinta-feira (30), título: Saiba mais.



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