Tormento Eterno escrita por Fanatic


Capítulo 4
Mais Fundo


Notas iniciais do capítulo

Eita, esse capítulo passou de 1000. Que errado! Brincadeira, precisei de mais palavras para me expressar nesse.



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Pensar nele é como uma música boa que nunca acaba, me leva para mundos inexplorados e me faz descobrir uma parte adormecida em mim. Chega um momento que eu quase explodo. Eu desejo não tê-lo conhecido, mas eu nunca amaria alguém. Nunca me sentiria tão humano. Eu... o amo.

Eu quero os seus lábios para mim, e seu corpo... Alguém me vê um McHenrique com Nudes Fritos? Que impróprio... Mas quem sou eu para negar, estou num mar. E estou indo mais fundo, sua pressão me sufoca e me faz querer sair. Mas lá dentro é tão bom. Estou indeciso.

Estava na sala de aula, mais uma vez. Fazia um tempo que o professor chegou, estava preocupado, ele não era muito de faltar. Na verdade seu boletim era impecável. Algo de ruim deve ter acontecido. Engraçado, ele era capaz de me fazer sangrar, até quando está distante. A chuva caía fortemente sobre a cidade, uma paisagem bela.

Ouvi passos apressados no corredor, então Henrique entrou na sala, totalmente molhado, até os ossos. Bruno e eu nos olhamos e então rimos até o estômago doer. Mas no fundo eu tinha pena dele, vontade de o abraçar. Nós nos levantamos e ficamos de frente.

– Você tinha me ligado dizendo não ia chover! – falou Bruno, sem conter a gargalhada.

– Não estou bem, perdi nosso trabalho. – ele tirou um bolo de papéis de sua mochila, tudo estragado.

– Isso era uma cartolina? – perguntou Bruno.

– Eu tenho uma extra, posso refazer. – falei, impulsivamente.

– Sério, cara? Você é um herói, por favor. – ele estava bastante animado, porém escondeu seus sentimentos. Como diz a regra número um dos homens: Primero a reputação de macho, depois os sentimentos.

– Mas... Eu vou me ferrar, é muita coisa! – falei, pensando no trabalho que ia ter, em apenas um dia.

– Eu te ajudo, da forma que puder. Ao menos faça, eu estou implorando, cara. Somos parças, certo? – ele disse, estendendo a mão para mim. Sempre um aperto de mão, é tão "gay" dar um abraço em outro homem?

– Parça... Engraçado, quero ver quando as coisas apertarem para mim. – falei, voltando a minha mesa.

– Chega disso. Voltem pros seus lugares. – disse o professor, enquanto ajeitava seus apontamentos no livro. Depois da aula, voltei para casa. Eu não sabia o que fazer, estava totalmente perdido, mas resolvi fazer.

– Então, vou realmente cobrar. – sussurrei para mim mesmo. O dia foi carregado de tédio e minha mão realmente doeu. Eu não podia parar de escrever, e na minha mente a mesma frase ecoava: Eu vou te ajudar. Eu quase madruguei e acordei bastante cedo para terminar o trabalho. E ainda assim a mesma frase ecoava, Henrique dizendo que ia me ajudar. Cara, eu estava estressado. Então chegou a hora de ir para o colégio, estava quase dormindo. Estava cambaleando de sono, tudo o que conseguia pensar era na cama. Sequer prestava atenção nas conversas ao meu redor. Sentei na cadeira, ainda estressado.

– Ai meu Deus! Você fez o trabalho! – minha amiga Ester chegou, ela sentou ao meu lado. Parecia aliviada e animada. Ester era uma boa pessoa, atenciosa e companheira.

– Oh, aqui ele. – falei, sem emoção na voz. E então entreguei, peguei meu celular e vi que meu rosto estava lastimável. As olheiras estavam carregadas.

– Fiz merda. – sussurrei para mim mesmo. Eu fechei os olhos por alguns segundos, se é que foi apenas segundos.

– Ei! Fernando! – a voz distinta soou distante, eu despertei rapidamente. Henrique caminhava até minha mesa, prendendo o riso ao ver meu estado.

– Você deveria ter me ajudado! Seu idiota! – dane-se o amor, eu estava estressado, cansado, e ainda por cima me sentia traído.

– Calma! Eu esqueci, foi mal. – ele disse, ainda rindo.

– Foda-se! Como esquece uma coisa dessas? Quer dizer que só tem 'parça' para as coisas que te beneficiam, certo? Cansei! Da próxima vez vou deixar você se ferrando. – eu explodi de vez, bati com a mão fechada na mesa.

– Ui, a bicha está atacada. – ele disse, com um tom irônico.

– Tudo para você é uma brincadeira, né? Tente ser algo respeitoso, ao invés de um retardado. – eu abaixei minha cabeça, querendo evitá-lo. Eu não conseguia entender, eu briguei com ele e ao mesmo tempo que sinto como eu fosse o errado. Eu não era o errado. Ele me traiu, praticamente me usou, e nem fez questão de se redimir.

As aulas acabaram, eu estava voltando para minha casa. O sol estava se pondo, contrastando o amarelo com a silhueta negra da cidade. Eu ouvi passos se aproximando, a rua estava totalmente deserta, com exceção de uns carros. Virei rapidamente para ver quem era. O rosto doce de Henrique estava de frente ao meu. Ele me recebeu com um abraço, um abraço que eu nunca queria soltar, pensei que estávamos brigados.

– Me desculpa, fui um idiota. Eu prometo que ajudo melhor na próxima. Certo? – ele se desvencilhou de mim, mas meu corpo pedia mais.

– Certo, ainda parceiros? – perguntei, colocando a mão no ombro dele, essa mania que eu tenho de colocar a mão no ombro das outras pessoas.

– Sempre parceiros. – ele falou. Então nos despedimos e seguimos nossos caminhos opostos.

Por fora eu estava normal, mas por dentro meu peito ardia. Eu adoro sentir o cheiro dele, pois ele não usa perfume, mas seu cheiro é agradável. Assim como suas mãos um tanto ásperas, nada comparado as minhas frágeis e finas mãos.

– Ei, Henrique! – gritei para ele, que já se encontrava do outro lado da rua.

– Você é um ótimo amigo. Me desculpe! – gritei. Ele sacudiu a mão com um legal. Então voltei a seguir meu caminho, refletindo no que acabou de acontecer. Talvez, por mais que briguemos, nossa amizade continuará intacta.

Tem amizades que são como o mais duro diamante. Por mais que sofra pressão, ele não quebra. É por isso que essas amizades são tão valiosas. Por mais que venhamos a nos distanciar, a mais verdadeira amizade permanece a mesma. Mas... será que isso quer dizer que nosso amor é impossível?

Prefiro não pensar nisso, eu... prefiro achar que tudo precisa estar nos conformes. Não posso me arriscar quando tudo se trata... dele, da nossa amizade. E talvez do nosso amor.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Agora falta cerca de 6 capítulos para o fim. Ideias surgem, talvez eu prolongue. Ou não. Sou indeciso até para isso.
Me contem o que achou, por favor! Se não tiver mais de 5 comentários eu... brincadeira!

Próximo Capítulo: Fora dos Planos



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