Laboratório de Poções escrita por Ly Anne Black


Capítulo 7
Seemedaciumserum – Ms. Schlotefeldt


Notas iniciais do capítulo

Novamente: as opiniões de Snape e Bervely NÃO refletem as minhas, necessariamente. Estou fascinada com todas as criações e encantada com a criatividade e dedicação de vocês. O objetivo da fic é a nossa DIVERSÃO, caso mesmo assim alguém se sinta ofendido pela análise, eu peço desculpas, e posso até retirar o cap, é só pedir.

Tendo isso em vista, Boa Leitura!!



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– Srta. Black, está atrasada… E porque diabos não posso ver sua cabeça?

Bervely-Totalmente-Sem-Cabeça se sentou na cadeira em frente a ele, irritação sendo transmitida pela sua postura, já que não tinha feições a mostrar naquele exato momento.

– Acontece que aparentemente a poção da Srta. Camilla funciona!

– O quê… você PROVOU? VOCÊ PERDEU COMPLETAMENTE A–

– Com todo respeito senhor, não termine essa frase, não é engraçado.

Snape estava lívido.


– Isso foi muito irresponsável, Srta. Black! Tem ideia dos efeitos colaterais terríveis a que poderia ter sido submetida ao provar uma poção nunca testada, criada por um aluno?

– O senhor quer dizer, fora ficar invisível durante o almoço inteiro e ser confundida com o Barão Sangrento, e depois ir recuperando parte por parte do corpo aos poucos de baixo para cima? Não, não tenho nenhuma ideia.

Ele bufou, puxando ar para tentar recuperar sua postura digna e indiferente.

– Por favor, Srta. Black, queira tomar um Tônico Reparador Geral, antes que eu mude completamente a minha opinião a respeito da sua competência para esse cargo. Você vai encontrar um frasco no meu estoque particular.

Bervely se arrastou para o laboratório do mestre de forma miserável. Quando voltou, cinco minutos depois e completamente visível, Snape escrevia em seu livro furiosamente. Ele ergueu a cabeça para checá-la quando ela se sentou.

– Tem sorte que funcionou. Que uso teria uma Monitora sem cabeça para essa disciplina?

– Desculpe, senhor. – pigarreou, apressando-se a pegar o próximo relatório da fila – Podemos… hum, avançar nas análises?

– Estamos mais do que atrasados com isso, ande logo. – ele retrucou com mau humor.

– Srta. Schlotefeldt, Seemedaciumserum… isso não é o nome de uma música?

– Eu não saberia dizer.

– Por que, o senhor não ouve… – o olhar de Snape poderia perfurar um caldeirão de aço naquele momento – Deixa pra lá. Ingredientes… 4 Penas de Dedo-Duro, 3 Sanguessugas, 50gr de Casca de Wingentree… quantidades! Acho que vou chorar.

– Não chore.

Ela ergueu uma sobrancelha.

– Isso foi irônico, sabe?

– O mesmo da minha parte.

Bervely sorriu de lado, voltando à lista de ingredientes.

– 100gr de Cumari… Cumari?

– É uma pimenta sul americana.

– Ah – Bervely não cansava de se impressionar com o vasto conhecimento de ingredientes que o professor Snape acumulava em sua enciclopédia mental. – Parece que voltamos aos artigos gourmet. E, hum, 50gr de Teia de aranha, 150gr de Seiva de abutua, 200gr de Artemísia, 65gr de Botão de Prata, 50gr de Cocleria, 130gr de Damianina, 30gr de Valeriana, 60gr de Bile de Tatu e 20gr de Balsamina. Nossa, um vasto set de ingredientes, nem imagino que efeitos podem produzir juntos.

– Talvez o modo de preparo nos deixe alguma pista.

Bervely assentiu, desenrolando o restante do pergaminho.


Deve-se iniciar o preparo da poção no primeiro dia da lua minguante e deixar que cozinhe ate o final do período da mesma, em torno de 11 dias.”

– Como ela fez essa poção em onze dias, se o tempo que o senhor deu para a tarefa foram apenas quatro? – desconfiou.

– Um dos estudantes solicitou uma permissão para usar o vira-tempo que a escola disponibiliza para situações especiais. Imagino que esse tenha sido o caso¹.

– Hum, a escola tem um vira-tempo? – interessou-se.

– Sim, mas só é emprestado para estudantes extremamente responsáveis. Não creio que seria liberado para alguém que bebe uma poção da invisibilidade que supostamente utiliza ingredientes controversos como um pedaço da capa da morte.

Ela bufou. Claramente Snape ia usar aquilo contra si até o fim dos seus dias.

“Em um caldeirão já com água fervente despejam-se todas as folhas, raízes e cascas, menos a seiva de abutua, então os ingredientes colocados são: Casca de Wingentree, Cumari, Artemísia, Botão de prata, Cocleria (já prontas para utilização após terem passado pelas três semanas de cozimento necessário para ativar suas propriedades), Damianina, Valeriana e Balsamina. Devem ficar em cozimento por 3 minutos e sempre deve-se mexer no sentido horário, até a poção atingir uma cor verde musgo opaco. Após acrescentamos a Bile de Tatu e mexe-se três vezes no sentido anti-horário e a seguir coloca-se a teia de aranha e as sanguessugas novamente. Mexe-se três vezes no sentido anti-horário. Esta mistura deve ferver por mais 2 horas, ao fim deste período a poção terá uma cor vinho ainda opaca e sem brilho. Se não chegou a este resultado refaça todo o processo. Então adiciona-se as penas de dedo-duro, elas devem ser previamente moídas em um pilão ao ponto de um pó groso e então acrescentadas à poção. Misturar por 10 minutos sempre mexendo no sentido horário, a poção então assumirá um tom bordô. Mantém-se a poção em fogo baixo até o final do período da lua minguante, e a cada 12 horas deve-se mistura-la por 3 minutos no sentido horário, após o período de cozimento sua poção terá um tom arroxeado e estará pronta.

Esta poção deve ser bebida em temperatura ambiente, aguardar o resfriamento para então ser consumida. A poção tem duração de ate 4 horas.

– Um modo de preparo com descrições satisfatórias, eu creio. – o mestre comentou, fazendo uma anotação. – Efeito esperado?

Bervely avançou para a melhor parte, curiosa.


Esta poção tem como finalidade detectar mentiras. Em uma conversa, enquanto estiver sob o efeito da poção, você terá a capacidade de saber se a pessoa com quem fala esta contando uma mentira; você sentirá uma pequena fisgada em sua cabeça, uma dor como um choque, distinguível independente da situação física do indivíduo que ingerir a poção. Você não saberá o teor da mentira contada (no caso, qual a verdadeira historia) mas no momento que qualquer palavra ou frase for dita saberá que não é a que estão contando a você.

– Uau – ela sorriu – Quem imaginaria? Penso que o ingrediente base seja a pena de dedo-duro.

– Um efeito intrigante. – ele teve de admitir. – Embora o usuário possa acabar alimentando uma certa obsessão com a verdade.

– Mais uma poção perigosa, então? – ela zombou, sem poder se segurar.

– A verdade absoluta não passa de uma ilusão humana, Srta. Black. – ele disse, emblemático. E depois disso – Que efeitos colaterais podemos esperar, segundo a Srta. Schlotefeldt?

– Uma grande sensação de relaxamento depois que passar o efeito da poção, por conta dos ingredientes calmantes e que evitam danos cerebrais… ela recomenda repouso por pelo menos trinta minutos após passarem os efeitos. E “o uso contínuo da poção pode afetar as células neurais e causar danos irreversíveis ao sistema nervoso, aconselha-se um prazo de no mínimo, dois meses até a ingestão de uma nova dose.” Ok, talvez haja uma certa dose de perigo envolvido.

Ele anotou mais essa observação, e pediu o tópico seguinte.


– Contraindicações?

“Não indicado mistura de nenhuma outra poção, pois pode causar uma intoxicação e levar a morte. Qualquer reação alérgica causada pelos ingredientes da poção deve-se buscar auxilio de um medi-bruxo. Uma reunião com muitas pessoas pode causar confusão ao indivíduo não acostumado a poção, lembre-se que ela reage a todas as pessoas ao seu redor.” Alguém que tomasse essa poção com certeza teria a cabeça explodida se entrasse no salão comunal da Grifinória. – debochou com um sorrisinho.

Snape não disse nada, mas a curva que surgiu no canto de sua boca foi um indício de que apreciara o comentário. Feliz que que ele estava pelo menos ligeiramente menos irritado com ela, prosseguiu para as razões apontadas para a aluna para inventar a poção.


“Um dos problemas da Veritaserum é que pode ser facilmente detectada pelo indivíduo que esta sendo interrogado. Logo, a prioridade em meu estudo sempre foi encontrar uma forma mais eficaz e discreta de obter o mesmo resultado, apesar de minha poção não descobrir a verdade ela identifica de forma infalível a mentira, um resultado similar e que pode ser obtido sem a abordagem direto da pessoa em questão. Um de seus usos mais grandiosos para o mundo bruxo é que esta poção em poder do Ministério pode ser responsável por eliminar ou detectar suspeitos em investigações em que o uso de Veritaserum não seria autorizado, uma base firma para seguir a investigação que não estaria de forma alguma coagindo o suspeito, mas no momento em que sabemos onde esta a mentira sabemos que pistas seguir e que pistas não seguir.”


– Engenhoso. – Snape elogiou, após ouvir a última parcela do texto. – E a amostra?

Bervely pegou o fraquinho com o líquido arroxeado e entregou a ele, que fez as análises de sempre, de aparência e aroma.

– Acha que o Ministério estaria interessado? – ela perguntou, curiosa.

– Certamente.

– Se a poção se provar eficaz, o senhor vai fazer uma indicação para eles?

– Não serei eu a colocar uma ferramenta como esta nas mãos dos nossos governantes. – seu tom era sincero, e também um pouco perigoso. – Em certas situações, mentiras incólumes podem salvar vidas.

– Ou destruir. – rebateu, desconfortável. Dado os últimos acontecimentos da sua vida, Bervely pensou que poderia se beneficiar muito da Semedaciumserum.

– Estou de acordo. Mas não nos cabe fazer esse julgamento. Se estão interessados na verdade, que busquem os seus próprios meios.

(Continua...)


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Notas finais do capítulo

~ A Seemedaciumserum é propriedade intelectual de Naida Schlotefeldt ~

Eu não sei porque o Snape está tão Biscoito de Cassandra esses dias, vai entender.

O efeito dessa poção me fez pensar um bocado. É ético usar um artifício mágico para desvelar a mentira do outro sem o seu conhecimento? Naturalmente, muitas possibilidades da magia nos atraem para essa mesma análise. Por que Harry Potter também é filosofia, meus caros. 



¹Sei que seria improvável a Minerva liberar o vira-tempo para a Srta. Schlotefeldt viajar tantos dias ao passado, mas vamos partir do princípio que a vice-diretora a considera MUITO responsável.



#NadiaCheiaDeMoralComMcGonnagal



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