Laboratório de Poções escrita por Ly Anne Black


Capítulo 6
Tônico da Invisibilidade – Ms. Camilla




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– É você cantarolando, Srta. Black?

– Desculpe. – ela se interrompeu abruptamente. Estivera murmurando sem perceber a letra de Um caldeirão cheio de amor, enquanto Snape finalizava as suas anotações antes de passarem para o próximo relatório.

Ele ergueu seus olhos e a observou atentamente através dos fios de cabelo preto que caiam sobre o rosto.

– Há algum motivo especial para o seu estado de ânimo lampeiro, que escape ao meu conhecimento?

Ela se pegou sorrindo. Snape e seu arrodeio para perguntar porque ela estava feliz, era quase cômico.

– Eu já disse, estou apreciando a tarefa. Não consigo pensar num jeito melhor de passar o sábado.

– Se isso for deboche mais uma vez, Srta. Black…

– Não é – ela rolou os olhos. – Então, vamos ao próximo? É o da Sra. Camilla, Tônico da Invisibilidade. Um tanto audacioso.

– E improvável. – ele complementou, claramente cético.

– Ingredientes – Bervely cantou – Sangue de dragão, pó de chifre de bicórnio, essência de murtisco, ingrediente padrão, essência de ditamno, acônito licoctono… parece que temos um ingrediente favorito, não é? Sangue de dragão, se continuar assim, adeus limite do orçamento.

Mas Snape tinha outras preocupações.

– Nada de quantidades, novamente?

– Não. – checou – Ou todo mundo saiu jogando coisas no caldeirão aleatoriamente, ou decidiu proteger as medidas do seu conhecimento, professor.

Ele bufou, e fez um sinal para que continuasse. Mas Bervely ficou olhando longamente para a palavra seguinte, sem acreditar no que estava escrito ali, até ele questioná-la.

– Srta. Black, se importa?

– Aqui diz que o ingrediente mais importante da poção é um pedaço da capa da morte.

– Impossível.

– Bem, mesmo assim está escrito. – ela insistiu.

Snape estendeu a mão, exigindo o relatório da Srta. Camilla, e ele mesmo checou a informação, sua expressão se fechando.

– A capa da morte é parte de um conto infantil, é um objeto lendário. – ele voltou seus olhos para a caixa sobre a mesa – Ela por acaso submeteu uma amostra?

– É claro. Só aceitei os trabalhos com amostras. – Bervely achou o frasco redondo com a poção avermelhada e entregou a ele – O senhor vai testar, dessa vez?

– Apenas continue a leitura. – mandou, enquanto analisava o líquido, girando o frasco para que a substancia se movesse dentro dele.

– Certo, vejamos…

Modo de preparo:.

1ºAdicione o sangue de dragão no caldeirão.

2º Coloque então 3 pitadas de pó de chifre de bicórnio ao caldeirão.

3ºAqueça o caldeirão em temperatura média por 5 segundos.

4ºAdicione 4 pitadas de essências de murtisco na argamassa.

5ºAdicione 2 pitadas de ingrediente padrão.



– Olha só, agora no lugar de “quantidades” estamos usando “pitadas”. – ela ironizou – Para que ser preciso quando podemos simplesmente enfiar os dedos no frasco de ingredientes e pinçar uma quantidade aleatória?


Snape fechara os olhos, e puxava todo o ar que seus pulmões podiam suportar, deixando claro a sua opinião a respeito do critério de medida adotado.

6ºAmasse até formar uma pasta.

7ºAdicione 3 pitadas da pasta formada.

8º Gire 3 vezes no sentido anti-horário.

9ºAcene com a varinha.


– Acene a varinha, porque é importante você fazer uma firula no meio da sua receita. – ela debochou. O professor rolou os olhos, pregando mais uma anotação ao seu livro.

10ºDeixe em infusão.

11ºAdicione 3 gotas de essência de ditamno a seu caldeirão.

12ºAdicione 4 folhas de acônito Licoctono.

13ºAdicione o pedaço da capa da morte.

14ºGire 3 vezes no sentido horário.

15ºAcene com a varinha.


– Se ela apenas dissesse o feitiço usado, o que raios quer dizer “acene com a varinha”? – exasperou-se.

– Afortunado seria eu a saber o que passa na mente destas criaturas, minha cara – ele conjecturou. – O resto do processo me parece aceitável. O que temos a seguir?

– O efeito esperado. “Uma poção muito complexa e poderosa que faz a pessoa ganhar o poder de se locomover para qualquer local sem ser notada por nenhuma criatura existente no mundo magico ou trouxa.”

Insanidade. – dispensou com um aceno irritado – Que mais?

Bervely quase achava graça da reação de Snape. O fato de a Srta. Camilla atestar a criação da poção usando um ingrediente que supostamente não existia parecia ser a ele uma ofensa pessoal.

– Reações adversas… “Em primeira estância a poção causará o aumento dos batimentos cardíacos, uma leve tontura, ânsia de vômitos, e momentânea dor de cabeça, depois de ingerida causa um grande aumento de fome e sono.” Nossa, sempre? Preço caro a ser pago para ficar invisível… Ah, contra-indicações: “esta poção se feita ou usada de forma inadequada pode causar insônia seguidas por delírios e pesadelos, loucura, alta taxa de emagrecimento, sono eterno e profundo e enfim a morte.” Acha que ela está falando sério? Isso não se parece com uma poção própria para consumo.

– Caso, veja bem, caso a capa da morte existisse e pudesse ser fatiada, um pedaço dela seria um ingrediente absurdamente instável. Não haveria qualquer chance de a Srta. Camilla conseguir a partir daí uma poção segura em quatro dias.

Bervely deu uma olhada ainda mais curiosa para a amostra sobre a mesa. Até o momento, era a de existência mais controversa.

– Vamos às razões… – continuou, retomando o relatório – “Escolhi esta poção através de uma das minhas pesquisas sobre a primeira Ordem de Merlin (3.098 a.C), aonde encontrei um livro que comentava sobre algumas anotações feitas pelo próprio Merlin nas quais o poderoso bruxo discorria sobre uma poção que tinha por função deixar os bruxos invisíveis ao olhar de qualquer outro ser vivo, o que me deixou intrigada, comecei então a buscar mais a fundo sobre essas anotaçães de Merlin, achei então na biblioteca da escola um livro sobre a Ordem de Merlin que descrevia melhor as anotações de Merlin. E descobri que nestas anotações o grande mago comentava que para se fazer a poção era necessário usar um pedaço da capa da própria morte e alguns ingredientes de proteção para o bruxo que iria a ingerir, nada muito concreto, mas neste ponto minha pessoa já estava muito curiosa para desistir fui atrás e consegui descobrir os tais ingredientes de proteção e achar o principal, comecei então a montar a poção depois de longos testes consegui acertar o ponto da mesma, e percebi que ela seria muito útil em tempos de guerras, tento em vista que se poderia usar para recolher informações acerca do inimigo sem ter que arriscar nenhum dos seus, e que também poderia ser usada em momento de grande tensão, em direção ao campo de batalha, avançando até os inimigos sem que eles vejam e pega-los desprevenidos.”

– “Fui atrás e consegui descobrir os tais ingredientes da poção e achar o principal”, ele repetiu assimesmado – Ela dá a entender que teria achado uma coisa como a capa da morte aqui mesmo, em Hogwarts! Honestamente! Para mim basta, até onde sei o conteúdo desse frasco pode muito bem ser suco de amora!

Bervely segurou o riso; o mestre estava transtornado. Ele se levantou, ajeitando as vestes.

– Já é hora do almoço, devemos retomar as análises mais tarde.

– O senhor não vai testar o Tônico da Invisibilidade? Eu entendo que ele não é confiável, mas replicar a receita sem o ingrediente principal também não será possível.

– O ingrediente principal não existe, Srta. Black. E se me dá licença, vou checar a poção que deixei em curso antes de subir para o almoço.

– Eu o aguardarei. – murmurou, assistindo-o então entrar em seu laboratório.

Uma vez sozinha na sala, Bervely olhou mais uma vez para a amostra da poção, pensativa. Ora, ela não tinha dúvidas de que as receitas até então analisadas poderiam funcionar, mas esta era um completo misterio. E se Snape estivesse errado, e a Srta. Camilla possuísse sim acesso a um pedaço da capa da morte?

Bervely viu-se pegando a poção, arrancando sua tampa e tomando um gole.

Seus batimentos cardíacos se aceleraram. E também houve a tontura… mas afora isso, nenhum efeito aparente. Continuava vendo a si mesma, o que foi um grande desapontamento.

Ao menos até Snape voltar, olhar ao redor, e passar direto por ela, resmungando algo como “porque diz que vai esperar, se não vai, diabos”.

Ficou olhando embasbacada para a porta.

Agora precisava descobrir: 1) Como diabos a Srta. Camilla tinha conseguido um pedaço da capa da morte, e 2) Como faria para almoçar à mesa da Sonserina, se já não podia ser “notada por nenhuma criatura existente no mundo magico ou trouxa.”

(Continua…)


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Notas finais do capítulo

~ O Tônico da Invisibilidade é propriedade intelectual de Thais Camilla ~

Millá, tu pediu permissão antes de trancar um naco da capa do Harry? 

Bervely não tem um pingo de juízo... *suspiro*

Vou dar uma pausa aqui, mas mais tarde tem mais.



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