Os Jogos Dos Deuses escrita por Tsumikisan


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olha gente, não tirem conclusões precipitadas sobre mortes nesse cap. Vocês não sabem quem morreu, tenham isso em mente ok?



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— Acho que nós deveríamos nos separar.

GG parou no mesmo instante, olhando para Bella de modo incrédulo. A garota encarava chutava uma caixinha de biscoitos vazia. Estavam fazendo a ronda pelo Acampamento em busca de tributos famintos que queriam se aproveitar da comida, mas até agora não haviam encontrado nada. Desde que Michel e Mands haviam aparecido, ninguém mais havia arriscado tentar roubar comida da Cornucópia, o que era muito estranho. Leo temia um ataque em grupo a qualquer momento. Por isso as rondas eram mais frequentes e normalmente eram Bella e GG, Iolanda e Brant, Ias e Wlad que saiam em duplas para vistoriar o local. Leo gostava de ir sozinho por que segundo ele, não ficava de papo com os outros e cobria uma área maior.

— O que você quer dizer com isso? – GG perguntou, franzindo o cenho.

— Não quero mais estar na aliança do Leo. – Bella informou, deixando GG aliviado. Ele havia entendido outra coisa, mas de qualquer forma, respondeu:

— Foi você quem sugeriu que nos aliássemos a Leo! E tinha razão, até agora nenhum de nós morreu. Quer dizer, a Rayssa, mas ela era um peso morto desde o inicio.

— Ei! Ela era minha irmã!

— O Brant também é meu irmão e nem por isso ele deixa de ser um cabeça-oca. – GG revirou os olhos, mas sorriu. – Por que quer desfazer a aliança agora? Estamos bem.

— Exato. Já se passaram dez dias e nem sinal do Frost. E pode ter certeza, ele está aprontando alguma. Não quero estar aqui quando isso acontecer.

— Você quer deixar nossos amigos para trás e fugir, é isso? – O garoto cruzou os braços, incrédulo.

— Nós já deixamos nossos amigos para trás no momento em que os matamos! – ela disse com a voz esganiçada. – Deixamos de sermos nós mesmos no momento em que colocamos as mãos nessas armas e derramamos sangue com elas!

Para comprovar seu ponto ela tirou uma de suas facas da bainha, ainda manchada com o sangue de Quézia. GG já tinha dito que se ela não limpasse, provavelmente a lamina perderia o corte, mas a garota o ignorava. Agora a faca estava com aparência de enferrujada e parecia ter um brilho vermelho muito estranho diante da luz das tochas que iluminavam o Acampamento.

— Mas Brant, Leo, Iolanda e Wlad são diferentes! Eles nos ajudaram o tempo todo, até mesmo quando você estava caída e eu achei que você já estivesse morta, eles vieram ajudar. Iolanda é sua irmã, porra!

— Eu sei. – Bella disse baixinho. – Eu a amo e pedi que ela viesse conosco. Mas ela disse as mesmas coisas que você.

— Viu?! Seu namorado e sua irmã estão dizendo e você não dá ouvidos? Serio mesmo?

— Então ta, Gabriel. – O garoto ficou vermelho quando ela usou seu nome normal. – Você acha mesmo que assim que recusarmos a nos matar, Nêmesis vai nos dar a vitória? E se ela não der? Leo vai deixar por isso mesmo? Vamos passar o resto de nossas vidas nessa arena idiota?!

GG não tinha resposta para isso. Bella abaixou a cabeça e começou a soluçar baixinho, as lagrimas escorrendo até seu queixo e pingando no chão. O garoto não pode deixar de puxa-la para perto, abraçando-a e passando a mão devagar por seu cabelo. Ela fechou os olhos, com a cabeça deitada no peito dele, disse:

— Você é a pessoa que eu mais amo nesse mundo. Nessa arena, a única em quem eu realmente confio. Não quero te perder.

— Você não vai me perder. – ele garantiu.

— Então vamos embora. Por favor. Já tenho as mochilas prontas, estão logo ali. Só vamos sumir, nem precisamos avisar a ninguém ou fazer encrenca.

Ele ponderou, olhando para um ponto distante, provavelmente onde Brant e Iolanda estavam no centro do Acampamento vigiando as coisas. Parecendo um tanto quanto receoso, ele acenou a cabeça, concordando.

— Que bom. – ela sorriu, dando-lhe um selinho. – Vamos embora daqui, esse Acampamento destruído me da arrepios.

–-//--

Rubens estava satisfeitíssimo. Seus amigos haviam mandado para ele uma quantidade de comida considerável e de quebra uma espada incrível. Não era como a sua, de ferro estigio, que ele tinha no acampamento. Esta era de bronze celestial, mas se encaixava perfeitamente a ele como se a pessoa que mandara já soubesse suas medidas com uma precisão absoluta. E ter recebido esses presentes significava que ele não precisaria depender do pai para mandar alguma coisa, logo, não teria que fazer aliança com ninguém indesejável. Rubens 1 x 0 Hades!

A melhor parte? Ele parecia ter achado a parte da caverna que Frost estivera ficando nos últimos dias. Havia uma fogueira semi apagada no chão, o que significava que ele não tinha saído a muito tempo, além de muitos fios e roldanas aqui e ali. Ele também havia deixado uma mochila no canto, cheia de comida, o que poderia significar que voltaria mais tarde. Rubens a pegou e continuou a andar. De jeito nenhum ia esperar que o filho de Hermes voltasse, queria pegá-lo de surpresa e enfiar logo sua espada na garganta dele.

Escolheu um túnel bem iluminado para seguir. Algo lhe dizia que encontraria Frost no fim dele, por bem ou por mal.

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GV não encontrou Gabi, mas achou algo melhor. Parecia ser a caverna que alguém habitava, pois tinha livros nas estantes, um caldeirão fumegante com algo que cheirava muito mal, uma cama mal arrumada e uma prateleira cheia de comidas esquisitas em potes. Ele pegou algumas e enfiou na mochila, por via das duvidas. Também pensou em pegar o travesseiro em cima da cama, seria bom dormir em cima de algo confortável para variar, mas fedia tanto que ele rejeitou a idéia.

Voltou então a caminhar por entre os túneis. Sempre que ouvia vozes desconhecidas, tratava de ir para o outro lado. Era um labirinto sem fim e qualquer passo em falso poderia significar a morte. Uma ou duas vezes ele pensou ter ouvido a voz de Gabi novamente, chamando-o, mas sumia logo em seguida parecendo apenas mais uma ilusão.

Parecia ter passado muito tempo desde que ele havia encontrado aquele pseudo quarto na caverna. Suas pernas estavam doloridas e ele estava mentalmente cansado de ficar andando sem rumo, por isso acabou sentando-se em cima de uma pedra, abrindo uma das ultimas garrafas d’água que tinha na mochila. Havia muitas teias de aranha naquela parte da arena, mas suas donas haviam desaparecido sem deixar rastro. Ele se perguntava onde elas estariam quando começou novamente a ouvir vozes.

— Você ainda pode reconsiderar. - as vozes estavam baixas, como se as pessoas estivessem sussurrando.

— Não tem como voltar atrás. – a outra voz era mais fina que a primeira. O que disse em seguida foi tão baixo que GV não pode ouvir.

— Parece que estamos indo direto para uma armadilha. – a primeira voz comentou.

— São só teias de aranha. – agora GV podia notar que era uma garota falando, mas ainda não entendia quem.

— Teias de Aranha de cinquenta centímetros costumam ter aranhas de cinquenta centímetros.

— Pare com isso, está me deixando assustada.

GV se levantou da pedra, quase cuspindo a água que estava em sua boca. Finalmente havia reconhecido aquelas vozes. Eram GG e Bella se aproximando e discutindo. Ele hesitou, sem saber se deveria correr ou enfrenta-los. Afinal, eram seus amigos no Acampamento. Acabou optando por virar-se e tentar correr, mas o momento de duvida havia lhe custado caro, pois Bella já havia avistado-o e agiu rápido, arremessando uma faca que passou a centímetros de sua orelha e parou em uma das teias de aranha, pendendo inocentemente.

— Quem está ai? – A Filha de Afrodite perguntou, com a voz firme.

Ele se virou com as mãos estendidas num gesto de rendição. Os dois se aproximaram cautelosamente até enfim verem quem era. Não podia haver mais alivio nos olhares que os três trocaram.

— Oi gente. E aí? – GV perguntou, descontraído, mas ainda com as mãos para cima.

— Só mais um dia normal na arena em que todos tentam se matar, cara. – GG riu.

— É, pois é. Acho que já são dez dias não? Ou onze...

Eles ouviram o som de algo se arrastando e todos puseram as mãos nas armas ao mesmo tempo, mas nada apareceu para confronta-los. O barulho parecia vir diretamente da parede. GV sentiu o suor escorrendo por sua nuca e seus pelos se arrepiarem quando ouviu de novo, dessa vez mais alto.

— Acho melhor irmos embora daqui. – Bella disse olhando para GG.

— Eu também acho. – GV respondeu, atraindo a atenção dela para ele.

O olhar que Bella lhe deu era totalmente frio e sem compaixão. Ela o analisou de cima a baixo, parecendo considerar algo. Quando deu-se por satisfeita, ela olhou para GG e balançou a cabeça negativamente. O garoto suspirou e GV não pode deixar de notar que ele ainda estava com a mão firmemente no punho da espada.

— Foi mal GV. – Ele disse, dando de ombros. – Mas jogo é jogo, não é mesmo?

Ambos puxaram a espada ao mesmo tempo e atacaram. O som das duas se chocando ecoou pelo túnel com uma força incrível. GV tentou atacar por baixo, mas o outro era mais rápido e impediu o ataque, manuseando a espada de forma que a lâmina negra do garoto ficasse apontada para o chão e não para seus pontos vitais. Aproveitando o momento, GG deu uma cotovelada no rosto de GV, sentindo os ossos dele estalarem no encontro com os seus, fazendo com que ele recuasse consideravelmente, segurando o nariz com força. Mas GG mesmo assim não deu trégua, continuou atacando, conseguindo por três vezes cortar o braço e a barriga de GV. O garoto cambaleou, caindo de joelhos no chão no momento em que GG deu uma coronhada em sua nuca com o cabo da espada.

— Como diria Leo... – GG disse, com a espada apertando contra as costas dele. – Que Thanatos tenha piedade de sua alma.

E finalizou transpassando a espada até ela sair brilhando de sangue do outro lado.

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Frost sentiu um arrepio ao ouvir o canhão, mas não podia se distrair pensando em quem tinha morrido agora. Precisão. Ele teria cinco minutos depois que Aron colocasse todas as bombas em pontos estratégicos que eles já haviam combinado. Três minutos para atrair a atenção de Leo, Wlad, Ias, GG e Bella. Dois para usar sua furtividade e fugir. Não podia se distrair nem por um segundo, pois como ali não tinha sol ou relógios, ele mesmo estava contando o tempo na mente. Contou um minuto, parado na entrada da caverna pela qual tinha entrado dez dias antes. Quando tivesse contado três, seria a hora de agir, por que Aron já estaria colocando a segunda bomba, perigosamente perto do lugar em que Leo estaria. Um minuto e vinte segundos. Talvez depois disso eles devessem procurar Rubens, seria divertido ver a cara do filho de Hades. Um minuto e cinquenta segundos. E logo em seguida a meta seria Michel e Ray, que também eram uma ameaça. Dois minutos e trinta segundos. Ele começou a se levantar, com uma adaga em cada mão e a andar lentamente até o centro da Cornucópia.

No primeiro momento ele não pode ver Brant e Iolanda. Ficou confuso, por que de acordo com suas observações, eram os dois que estariam ali naquele dia. Começou a achar que deveria procurar pelo ponto de vigília de Wlad e Ias quando finalmente os viu. Eles estavam deitados em algo que parecia um colchão de dormir bem amarrotado. Brant estava por cima de Iolanda, sem camisa, beijando-a despreocupadamente.

Frost se aproximou sem fazer nem um som, até estar enfim atrás de Brant. Ele posicionou sua adaga bem nas costas do rapaz e apreciou a visão dos músculos deste ficando rígidos.

— Detesto interromper. – disse calmamente. – Mas eu odeio ficar de vela.

Brant se jogou para o lado, alcançando sua espada. Não que Frost planejasse mata-lo ali, não seria nem um pouco divertido e ainda sujaria a pobre Iolanda de sangue. Por isso ele assistiu com um sorrisinho irônico nos lábios enquanto o garoto se levantava, muito vermelho, apontando a espada para ele. Iolanda também se levantou e Frost pode ver a boca dela se mexendo, mas não ouviu nada. Sorrindo ainda mais, ele comunicou:

— Não adianta. Seu charme não vai funcionar, acha que eu não pensei nisso?

Realmente, havia sido um trabalho danado juntar todo aquele guano e moldar em forma de tampões de ouvido. E pior ainda foi convencer Aron de que era melhor andar por ai com cocô de morcego nas orelhas do que ser seduzido por uma filha de Afrodite. Mas realmente havia sido um bom plano, pois Iolanda agora recuava, percebendo que estava completamente indefesa e nunca o venceria em uma luta de armas. Brant entrou na frente dela no mesmo instante em que ela gritava algo para longe, provavelmente chamando os amigos. Ótimo, exatamente o que Frost queria.

— Que romântico. – disse, distraindo Brant. – Vai protegê-la, é? Bem, eu não me importo de acabar com você primeiro.

Brant lançou insultos contra Frost. Ele, por outro lado, ouvia muito bem o que a víbora estava dizendo. Iolanda ainda gritava por Wlad e Leo, mas no fundo Brant não queria que eles viessem. Queria acabar com Frost sozinho e ensina-lo onde era o seu lugar.

—Você é muito idiota para vir aqui! – Gritou, mesmo sabendo que o inimigo não o ouviria.

Ele investiu, mas Frost desviou em uma velocidade inimaginável, aparecendo bem do lado de Brant e cortando-lhe a face com força. O garoto tentou girar para atacar novamente, mas o filho de Hermes novamente se desvencilhou, já lá na frente. Havia algo de diferente nele, seu corpo brilhava com uma luz cinzenta.

— A benção de Atena, Deusa da Estratégia em Batalha. – Frost disse, com uma risada de puro deleite. – Alguém com um cérebro de amendoim como você nunca entenderia.

De longe, Brant avistou alguém se aproximar. Parecia ser Ias. Tentou sinalizar para que ela voltasse, mas o segundo em que deixou de prestar atenção na luta foi um segundo perdido, pois Frost atacou novamente, perfurando bem na mão com qual ele segurava a espada. Brant a largou, grunhindo de dor. Ias finalmente havia chegado perto o bastante para entender e preparou o arco-e-flecha que tinha conseguido, mas a flecha que ela lançou passou de raspão pela orelha de Frost, provocando apenas um leve sangramento. Ele balançou a cabeça, tocando o ferimento e levando o sangue aos lábios.

— Vocês não desistem mesmo. – riu e pareceu se virar para atacar Ias.

Mas fez exatamente o contrario. Ele correu na direção oposta, passando como o vento perto da filha de Poseidon e fazendo com que ela perdesse levemente o equilíbrio. Ela não conseguiu ver para onde ele ia, por isso correu para ajudar Brant e Iolanda. O garoto ofegava, nervoso e pegou a espada com a mão esquerda.

— Não seja idiota, você iria perder de qualquer forma. – Ias brigou com ele.

— Tanto faz. Eu quero machuca-lo. – Brant rosnou. – Onde está Wlad? E Leo? GG e Bella?

— Wlad queria ver de onde veio o canhão, pois pareceu bem perto daqui. Não vi os outros, mas sei que Leo está por ai, pois ouvi ele nos chamar no momento em que o canhão soou. Deve aparecer a qualquer momento.

Iolanda se aproximou, tocando nas mãos de Brant e fazendo o ferimento sarar num instante. Estava pálida e tremia. O garoto tocou seu rosto com a mão boa, tentando acalma-la.

— Ei, não foi sua culpa. – disse. – Não sei nem por que aquele idiota estava aqui. Certamente para nos enganar, e... E...

— E...? – Ias perguntou.

Os olhos de Brant estavam arregalados. De repente ele estava ainda mais branco que Iolanda.

— É uma armadilha.

A primeira bomba explodiu.

–-//--

— Wlad! Iolanda! Ias! GG! Brant! Bella! – Leo gritou, esperando ouvir as vozes dos amigos dizendo que estavam bem.

O som do canhão parecia se repetir em sua mente. Ele aguardou, mas não ouve nenhuma resposta. Gritou novamente os nomes em sequencia, torcendo para que alguém falasse algo. Ouviu um “Estou aqui!” do outro lado, vindo de Ias, mas apenas isso. Gritou então uma terceira vez. Vendo que ninguém responderia, ele começou a correr, sentindo o sangue pulsar nas veias. Não saberia como iria reagir se fosse um de seus amigos. Preferia morrer ele mesmo do que ver um deles no chão sangrando.

Sua visão periférica o alertou de algo. Ele parou aos poucos, até conseguir focar o que era. Parecia alguém bem pequeno, colocando algo entre uma das pilhas de armas. Leo se aproximou cautelosamente e finalmente viu que era Aron. Sua visão pareceu ficar rubra quando ele sentiu a benção de Ares pairando sobre ele, tamanha a raiva que teve. Por que Aron significava Frost e Frost significava problemas. Não se conteve e puxou o garoto pela gola da blusa. Ele se assustou e tentou chutar Leo para se soltar, mas além de mais alto, este também era mais forte e não deixou que ele saísse.

— O que você está fazendo aqui? – perguntou, tenso.

— Leo, cara, não temos tempo para esse papo, sério, vamos embora daqui. – Aron disse, parecendo realmente nervoso.

— Não, eu não vou te deixar ir até que me conte. O Frost esta com você?

— Não sei onde ele está, juro. – ele esperneava, parecendo querer ficar o mais longe possível da pilha de coisas em que estava mexendo.

— Você está agindo sozinho então?

— Leo! Sério, a gente tem que ir embora.

Seu olho bom desviava do rosto de Leo para as coisas. Desconfiado, o filho de Zeus jogou o garoto para longe, fazendo-o cair com força no chão. Desenterrou da pilha algo que lembrava uma bomba caseira. O contador já estava nos 20 segundos.

— Filhos da...

Ele não completou a frase, apenas jogou a bomba para longe e tentou correr. Uma primeira explosão foi ouvida em algum lugar próximo. O pandemônio pareceu se instalar, pois duas vieram depois dessa em pontos diferentes, e em seguida mais três. Leo estava chegando à entrada de um túnel, mas a ultima bomba explodiu no mesmo instante, arremessando-o com força para longe.

–-//--

Assim que os três minutos foram contados, Frost decidiu correr. Brant, Iolanda e Ias morreriam de qualquer forma e ele torcia para que pelo menos Leo fosse pelo mesmo caminho. Não poderia se adiantar mais, mesmo que quisessem para tentar chamar a atenção do filho de Zeus. Foi direto para a entrada de onde viera, sentindo a força de Atena em si. Aquilo não poderia ter vindo em momento melhor, só mais uma confirmação de como seu plano era perfeito. Sentia-se forte e milhões de vezes mais inteligente, pegando diversas coisas enquanto passava pelas pilhas de objetos perto da Cornucópia.

Finalmente chegou a entrada do túnel, faltando apenas um minuto para as bombas explodirem. Olhou ao redor, mas Aron não estava ali, o que era estranho. Deveria chegar antes dele e aguardar a confirmação de que tinha tudo dado certo. Talvez já tivesse entrado no túnel, por via das duvidas caso a explosão fosse muito grande. Eles tinham exagerado um pouco em algumas bombas, mas Frost realmente queria que aquela cópia do Acampamento Meio Sangue fosse destruída.

Talvez Aron realmente já tivesse ido. Ele tinha quarenta segundos para se decidir. Inclinou-se na entrada do túnel e disse num tom de voz ameno:

— Aron? Você está ai?

Como resposta, algo se moveu nas sombras. Frost respirou aliviado e entrou no túnel, sorrindo de orelha a orelha e estendendo as coisas que tinha pegado na vinda como amostra de sua vitória. Faltavam vinte segundos quando ele notou que quem quer que estivesse ali, não era seu amigo.

— Quem é você?

A sombra se moveu e Rubens surgiu, os olhos brilhando. Seu cabelo estava desgrenhado e ele tinha um ar assassino. Frost recuou um passo, mas então lembrou-se que não precisava disso. Sorriu maldosamente para o garoto, deixando as coisas caírem no chão e estendendo as presas gêmeas.

—Rubens. Você não vai querer brigar agora. Precisa sair daqui, rápido.

Dez segundos.

— Ah não Frost, nada de seus joguinhos. Você sabe por que eu estou aqui.

Oito segundos.

— É claro que sei, é por causa daquele idiota do seu namorado né? – Frost bufou. – Ah, supera. Mas na moral, vamos sair daqui.

Seis segundos.

— Eu não vou para lugar nenhum! Você vai sofrer pelo que fez!

Ele deu uma investida e Frost desviou, mas aquilo só o fez ficar mais próximo da entrada do túnel. Não queria matar Rubens assim, só que o garoto parecia não estar lhe dando escolhas. Faltavam cinco segundos. Tentou mais uma vez, falando o mais rápido que podia.

— Rubens! Não me obrigue a te arrastar para longe, você vai se machucar.

— Não é como se você se importasse!

Três.

— Você não sabe de nada!

Frost tentou empurra-lo para longe, mas não conseguiu pois a espada parecia perigosíssima em suas mãos. Rubens riu e abriu a boca para falar algo...

... No exato momento em que as bombas começaram a explodir. Frost pode ver os olhos arregalados e o ar assustado do garoto, a ultima imagem que viu antes de ser lançado para frente pela força de uma bomba explodindo bem na entrada do túnel.


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Notas finais do capítulo

Explodir :3



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