Criaturas estranhas estavam nos atacando. Eu sentia medo, mas sabia que não deveria recuar, pois os outros estavam esperando por mim. Continuei voando até avistar Steve, Clint e Nat em meio a destroços de carros.

A escuridão tomou minha mente, então os vi novamente: olhos verde azulados que num momento me passaram paz e em outro tinham ódio. E a dor aguda que parecia tirar minha vida.

– Jennifer! – ouvi a voz sonolenta de Tony – Acorde Jennifer! – ele disse novamente.

Só então percebi que era um sonho. De novo. Abri os olhos e vi sua expressão preocupada. Ele me abraçou e notei que eu estava chorando. A cena era normal desde que acordara no hospital, mas estava se intensificando cada dia mais.

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– Bom dia, dorminhoca. – Clint disse animado, me dando um beijo na bochecha – Está atrasada. Aposto que a Nat vai ficar uma fera... – ele parou e ficou me encarando – O que aconteceu?

– Nada. – falei sem animo, sorrindo de leve. Eu precisava me trocar o mais rápido possível e correr para o treino com a Nat, se não ela realmente ficaria brava.

– De novo? – ele encostou na parede ao lado do vestiário. Eu assenti e entrei.

Era estranho e reconfortante o quanto Clint me conhecia. Ele sabia exatamente o que estava acontecendo, sabia do sonho e de todos os meus receios ao dormir. Nós estávamos nos tornando mais que amigos depois daquela noite.

– Acho que você deveria conversar com Nat sobre isso. – ele falou me acompanhando assim que sai do vestiário.

– Eu não sei se quero falar sobre isso novamente. – caminhava com mais calma – É como se a qualquer momento eu fosse desligar e... Não sei, não consigo explicar essa sensação. – falei, colocando a mão sobre meu abdômen, onde havia me ferido.

– Não se preocupe. – ele tentava me acalmar – Logo isso vai passar. – e sorriu.

Cheguei na sala de treinamento com ele e, para minha sorte, Nat não estava. Me sentei e continuamos a conversar sobre qualquer coisa sem muita importância. Ela apareceu correndo e parecia preocupada. Pediu desculpas pelo atraso e, enfim, começamos.

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– Se importa de acabarmos mais cedo? – Nat disse séria.

– Ah... Não. – falei, encarando a ruiva – Se importa de eu saber o que está acontecendo?

– Não é nada demais... – ela sorriu. E eu sabia que era mentira.

Clint estava com Sam em algum lugar das instalações da SHIELD, e como tinha um tempo livre, resolvi procurá-los. Percebi que nunca havia andado sozinha por ali. Apenas segui sem pretensão alguma.

Todos os corredores pareciam iguais, até que cheguei na parte dos laboratórios. Era possível ver as equipes trabalhando pelas janelas de vidro que davam para o corredor. Via objetos estranhos sendo analisados e segui, observando curiosamente cada ambiente.

No final do corredor, vi um laboratório imenso, onde uma grande equipe estudava dois objetos parecidos. Pareciam dois cetros, ambos dourados. Mas enquanto um parecia uma lança com brilho azul, o outro tinha um círculo com brilho alaranjado ao centro.

Meu ouvido começou a chiar. Minha cabeça parecia que ia explodir. Eu podia ver aquele cetro azul na mão do cara de olhos verde azulados assustadores. Pouco depois senti a dor novamente, e vi que o cetro atravessava meu abdômen.

Olhei para minha mão enquanto senti meu corpo em queda livre e vi o outro cetro. Toda a sua energia quente percorrendo meu corpo. Eu não sabia mais se estava acordada ou presa a um sonho.

Quando percebi, alguns pesquisadores estava assustados, correndo para o outro lado da sala. O cetro de brilho alaranjado parecia ter vida própria. Era possível sentir seu calor de fora do laboratório. Era lindo, era intenso... Era Lysstyrke.