Solaria II escrita por itsbenhe


Capítulo 7
Capítulo 7 - Longa noite




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Os treinamentos seguiram e eu melhorei muito em pouco tempo. Clint e Steve sempre estavam por perto quando eu estava nas instalações da SHIELD com Nat, assim como meu irmão Tony sempre estava comigo fora.

– Hoje vai ser ótimo. – ouvi Sam falando para Clint e Steve.

– O que haverá hoje? – perguntei, me apoiando nos ombros de Clint e Sam, sorrindo.

– Ah, vamos à um bar tomar umas e... – Sam continuou falando e parou sob o olhar de repreensão dos outros dois.

– O que? Garotas não são convidadas? – Nat falou, atravessando a roda que formávamos. Todos tinham uma expressão estranha – Certo, entendi. Jay, vamos dar o fora, faremos um programa só entre garotas. – ela disse, me puxando pela mão.

– Eu não entendi nada. – falei rindo – Por que eles não querem sair conosco? – perguntei ao sair do vestiário. Ela analisou minha face e pareceu pensar em uma resposta.

– Bom, eles... Querem sair para conhecer garotas. – ela falou ainda pensativa.

– E o que tem a ver? Poderíamos sair todos juntos e ainda sim eles conheceriam garo... – comecei a falar, pausando bruscamente. Só então entendi - Certo.

– Mas não se preocupe, você vem comigo hoje e nós vamos dar uma volta. Vai ser divertido. – ela sorria, me dando certa ansiedade.

Não sabia exatamente o que esperar. Eu mal saí desde que acordei no hospital; era de casa para SHIELD, e de lá para casa. Às vezes ia até a empresa visitar meu irmão ou saia para comer com meus amigos, mas nada noturno.

Liguei para Tony e avisei para não me esperar para o jantar. Ele pareceu relutante em aceitar que eu sairia apenas com Nat. Ela parecia se divertir ao ouvir minha conversa enquanto dirigia até sua casa.

– Precisamos de uma roupa para você. Duvido que tenha algo para sair à noite. – ela sabia que era verdade. Nat me conhecia bem.

– Nós sempre fomos tão próximas? – perguntei pegando-a de surpresa ao me jogar em sua cama enquanto ela revirava seu guarda-roupas.

– Ah... – ela parou de repente – Nós nos aproximamos muito rápido. – ela disse sorrindo de leve.

Então, voltou suas atenções ao guarda-roupa. Tirou alguns vestidos, saias e blusas para eu experimentar. Fiquei mais ou menos uma hora entre colocar uma roupa, me olhar no espelho, não ficar nada confortável pela saia ser curta demais ou o vestido ou blusa ser muito decotado para mim, e tirar a roupa para vestir outra. Até que...

– Perfeito! – ela disse me admirando. Estava em um vestido vinho que valorizava todas as curvas de meu corpo, com um decote discreto, apesar de ser um pouco curto demais.

Horas depois estávamos chegando à um famoso Pub da região, Runner, e parecia lotado. Pela primeira vez desde que me lembrava me sentia segura ao lado da Natasha. Não por ser atacada, mas por ser mulher. Ela é bonita, inteligente com um corpo invejável. E eu percebi que poderia ser quase assim também.

Ela pediu bebidas para nós, algo doce que mal parecia conter álcool. Muitos caras vieram até nossa mesa durante a noite e poucas vezes conversamos de verdade.

Recebemos algumas bebidas de caras de outras mesas e eu já estava me sentindo levemente alterada quando avistei nossos três amigos rodeados de garotas. Olhei para Nat e resolvemos ir até a mesa deles.

– Nos encontramos até quando saímos separados... Acho que é perseguição. – Nat falou, pegando-os de surpresa.

– Olá garotas. – Sam disse, e as mulheres que estavam antes saíram ao perceber a atenção deles sobre nós –Uau. Vocês estão demais.

O olhar dos três para nós me fez sentir nua. Nos sentamos e eles ofereceram outro drink para nós.

– Não sei se é uma boa ideia. – falei risonha.

– Acho que está na hora de alguém ir para casa. – Clint falou cantarolando.

– Não. Está tão divertido aqui. – falei manhosa – Não quero ir.

– Jay, o Clint tem razão. Já são quase três horas... – Nat começou – Prometemos ao Tony que você não voltaria tão tarde. – me senti uma criança saindo de casa pela primeira vez.

– Certo. Vamos então. – tentei não parecer nervosa, mas quase cuspi as palavras.

Me despedi de todos. Clint me levaria em seu carro. Ele abriu a porta para mim, me fazendo sorrir de leve. Conversamos pouco até chegar na frente do grande prédio onde eu morava.

– Aqui estamos. – Clint falou, parando o carro.

– Por que vocês tem tanto cuidado comigo? – falei admirando o transito tranquilo da madrugada.

– Porque nos preocupamos com você. – ele respondeu, coçando a nuca. Percebi que toda vez que ele estava incomodado com algo, ele repetia o gesto.

– Sei que sim. – disse ao me virar para olhá-lo melhor – Mas vocês me tratam como uma adolescente ou um bibelô. Eu sei me defender.

– Nós não duvidamos disso, mas... – ele hesitou – Olha, esse não é o tipo de conversa que cabe a mim, JJ, mas o ataque que você sofreu mudou muita coisa.

– Como o que? – A maneira como vemos o mundo, por exemplo. – ele falou rapidamente, quase me cortando – Tememos outros ataques.

Sai do carro sem dizer nada. Estava prestes a ter um ataque de fúria. Minha cabeça doía, provavelmente pela quantidade de álcool consumida. Ele saiu do carro para me alcançar antes de entrar no prédio.

Ele me segurou pelo braço delicadamente, nos fazendo ficar cara-a-cara ao me virar. Senti sua respiração quente em meu rosto em contraste ao vento frio da noite, enquanto a minha ousava em falhar.

– Eu já estou cansada de ser subestimada. – quase sussurrei, tamanha a proximidade entre nós.

– Ninguém aqui está te subestimando, Jay. – ele falou com ternura no olhar. Sua mão deslizou pelo meu braço como num carinho, até chegar em minha mão – Eu confio em você, apenas me preocupo. Não aguentaria te ver ferida novamente.

Estávamos quase hipnotizados, tamanha era a intensidade com que nos olhávamos. Minha respiração falhou novamente e ele pareceu perceber, pois um sorriso tímido se formou em seus lábios.

Clint colocou sua mão em meu rosto com delicadeza, e se aproximou pouco a pouco, até acabar com o espaço entre nós. Ao sentir seus lábios quentes com gosto de hortelã nos meus, passei meus braços por sua nuca e ele me abraçou.


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