Quando comi pizza pela primeira vez, Nat comentou que eu deveria voltar a treinar para recuperar a forma. Não sabia como ao certo isso funcionaria, levando em conta que eu mal me lembrava como socar alguém.

– Isso vai ser um desastre. – falei, me olhando no espelho.

– Não se preocupe. – Nat disse – Serei sua orientadora.

O problema no momento não era a luta, mas sim as roupas. Não me lembrava de usar coisas tão coladas. Estava desconcertada por não saber como me mexer, pois elas marcavam exatamente tudo. Nat ria de meu incomodo aparente.

– Certo, vamos. – ela disse, me levando ao centro de treinamento.

Clint e Capitão Rogers estavam nos esperando, conversando sobre qualquer coisa, parando assim que nos viram. Suas expressões me fizeram sentir o rosto completamente quente. Eu provavelmente estava vermelha.

– Nossa. – ouvi o Capitão dizendo. Clint lhe deu um tapa no peito.

– Não sei como isso vai funcionar. – falei, me abraçando.

– Acalme-se, vou dar um jeito nisso. – ela disse baixinho e piscou – Ah, garotos, que tal irem jogar vídeo game ou, não sei, brincar com seus brinquedinhos lá fora? Tem gente querendo trabalhar aqui. – ela sorriu e os dois fizeram careta em desaprovação.

– Acaba com ela, JJ. – Clint disse antes de sair, me fazendo rir.

– Impossível, nem não sei nem... – então ela veio em minha direção. Sem avisar. Para minha surpresa, a barrei com os braços – Mas o que...

– Isso se chama memória corporal. – ela se afastou novamente, tentando me atacar de novo, me fazendo barrar – Você conscientemente pode não saber o que fazer, mas seu inconsciente se lembra, então seu corpo apenas faz. – ela parou em posição de ataque – Vem.

– Certo-O que? – falei rapidamente – Eu não sei como fazer.

– Apenas venha. – e eu fui. Óbvio que ela me bloqueou. E me jogou no chão – Você tá no caminho certo, JJ. – ela disse, sentada em cima de mim.

– Opa, opa. – Clint apareceu tempos depois ao lado de um homem grande e forte – Hora do recreio.

Nat me ajudou a levantar e então o homem veio me cumprimentar como se fosse um velho conhecido. Deveria ser. Agente Sam Wilson.

– Nat judiou muito de você? – Clint zombou.

– Nada! Ela que judiou de mim... – Nat respondeu, me fazendo rir irônica.

– Um dia, talvez... – falei, tomando um pouco do suco de laranja. Sabor incrível.

– Não se preocupe, Jay, logo você pega o ritmo novamente. – ele disse, piscando.

Talvez eu realmente pegasse o ritmo em breve, mas enquanto isso não acontecia, eu iria encontrar o chão várias vezes.