Comente Depois de Ler escrita por Victoria


Capítulo 7
Capítulo 6 — Alice Procura Respostas


Notas iniciais do capítulo

Olá. sz



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617763/chapter/7

Alice estava na primeira fila naquele dia. Ela e sua turma estavam ensaiando um recital para a feira de ciências da escola. Alice nunca esteve tão entediada antes. Bem, ela gosta de estar no coral, mas naquela manhã estava quente, o ar-condicionado estava ruim e ela estava com fome.

— Vamos, mais uma vez!

Era a voz melodiosa da coordenadora do coral, que também era pianista. A mulher era radiante, usava um vestido florido na altura do joelho, sandálias claras e tinha uma flor no emaranhado de seus cabelos dourados, seu nome era Soraia, mas todos a chamavam de Sol simplesmente por ela simplesmente ser brilhante.

Sol começou a deslizar os dedos sobre as teclas do piano, e a canção se formou devagar e os alunos começaram a cantar de forma uniforme e afinada. Soraia fechou os olhos e deu um sorriso doce, mas sem atrapalhar os dedos do piano. Quando a música foi finalizada, Soraia fechou o piano com delicadeza e se virou para seus alunos.

— Ah, minhas margaridinhas! — ela deu outro sorriso. — Foram muito bem! Dispensados por hoje, tchauzinho.

A professora cantarolou no fim da frase. Sol virou-se para o piano, balançando lindamente seu vestido, e começou a colocar alguns papéis com cifras em sua pasta.

Alice deu um suspiro aliviado e desceu do palanque rapidamente, indo até o banco onde estava sua bolsa, colocou-a no ombro e saiu do ginásio. Os corredores estavam vazios, todos estavam em aula. Alice se arrastou até o pátio e se sentou no banco perto da fonte. Pôs a mochila no chão, encostada em sua perna e pegou seu caderno de capa roxa com algumas borboletas, abriu na última folha e começou a rabiscá-la, tirando total atenção que estivesse acontecendo.

Geralmente, Alice deixava sua imaginação solta, fantasiando, sonhando com milhões de coisas aleatórias de vez em quando. Mas naquele dia foi impossível. Era como um bloqueio, como se sua mente estivesse incapacitada de fluir naquele momento, era frustrante. Alice se dera conta de que fazia mais de um mês que não lia sua história preferida. Toda semana havia capítulos novos, mas isso já não acontecia mais. Talvez a falta de sua história, era a falta de sua inspiração interior.

Alice fechou o caderno com raiva e o enfiou dentro da mochila, fechou o zíper dela e a deixou cair no chão sujo. Puxou seu celular do bolso e acessou sua conta no site de histórias Dark Side Home.

**

www.darksidehome.com/Login

CONTA: 2569

NOME USUÁRIO: AlliVe

Senha: ********

...Conta sendo logada...

...Aguarde...

Bem vindo a sua conta, AlliVe!

**

Alice começou a vagar pelas histórias que acompanhava e suas notificações. Todas elas estavam sinalizadas como atualizadas, algumas até duas vezes, mas quando chegou à classificação da letra "C", Cemitério das Cinzas, não havia nada, nem mesmo uma vírgula digitada. Alice suspirou decepcionada, mas sem nenhuma surpresa de verdade. Para a menina, Anonimato estava sendo injusto, e ela estava com raiva. Pela primeira vez, ela aproveitou o campo em branco que se localizava no fim de todos os capítulos, onde se dizia:

Hey, que tal agradar esse autor?! Deixe um comentário abaixo!

E assim Alice fez, clicou na caixa quadrada vazia e começou a digitar as primeiras palavras que vinham à sua mente.

Já faz muito tempo. Onde você está? Cadê o fervor dessa história, a loucura de ter todos os dias – ou quase todos os dias – algo novo por aqui? Você não pode abandonar essa história! Preciso saber o que acontece a seguir! Não me decepcione! Vamos, escreva! Sei que está aí em algum lugar, Anonimato. E eu espero que não seja longe e que volte. Eu, sua leitora compulsiva, estou à espera.

AlliVe.

Ao terminar de escrever o comentário, Alice colocou o celular de volta no bolso. Quando ergueu o olhar para o pátio, ele começava a encher aos poucos, o sinal já havia tocado. Ela ficou observando a pequena movimentação em direção ao refeitório, tomando coragem para seguir para sua próxima aula. Depois de um longo suspiro – e mais três sinais tocados – Alice pôs a mochila jeans no ombro e seguiu se arrastando para sua sala.

(...)

Mais uma vez o sinal alarmante deu a graça de ser tocado. Após quatro aulas e um intervalo de trinta minutos, Alice estava livre para ir pra casa. Nas quartas feiras, ela saía mais cedo que Soul e Lydia. O irmão ficava para educação física – aula que Alice ignora desde que entrou pra escola – e Lydia assistia seu último tempo de física.

Alice pensou em pegar o ônibus naquele dia, mas foi caminhando até sua casa. O longo período percorrido – em torno de vinte minutos – deixou-a absorta em pensamentos aleatórios. O almoço do dia; a câmera nova que queria comprar; como pedir o vestido de Lydia emprestado. E enfim, sua mente ponderou sobre Cemitério das Cinzas. A longa caminhada fez Alice pensar sobre o fato de nunca ter deixado sequer um comentário para Anonimato, de todos os capítulos que ela havia lido, em nenhum deles ela demonstrou que realmente estava lá, que realmente estava acompanhando. Um sentimento angustiante tomou o peito da garota. A culpa tem gosto de fél.

Era como se ela existisse, mas ninguém soubesse. Como se estivesse ali, mas jamais sendo notada. Era como um fantasma. Um leitor fantasma. Alice já estava na porta de casa. Sacou a chave e abriu a porta, que graças à nova rajada de óleo não rangia mais. Largou os tênis perto da porta de entrada e a mochila no sofá. Subiu as escadas em pulinhos apressados, usando apenas meias. Adentrou em seu quarto e foi direto abrir as cortinas e escancarar as janelas, pois vivia sob o mantra de que a luz do meio dia fazia bem para o ambiente. Logo que abriu a janela perto de sua cama, viu a luz do sol brilhar em seu criado mudo, e um papel em cima dele reluziu, e com letras em garranchos, os dizeres:

Você está fora da minha lista, AlliVe.

— Galeno Withlock.

**

O quarto absorto na escuridão. Enzo já não conseguia mais discernir dia e noite, para ele era sempre noite. O breu incessante, o silêncio que fazia piar os ouvidos. Além de escuro e gelado. Como a morte. Quase já não conseguia mais sentir o calor do próprio corpo, a verdade era que Enzo estava apenas existindo, respirando, sobrevivendo. Não via ninguém, como o de costume, mas aquela situação era deplorável demais para se tornar usual ou sequer tolerável para qualquer ser humano normal. Mas, felizmente – ou não – Enzo estava longe da normalidade. Nada daquilo lhe importava. O escuro não lhe assustava, o frio não lhe doía, a solidão não lhe deprimia. A falta de suas histórias, isso sim, deixada o escritor fora de si.

Havia uma janela no quarto, mas ali não batia sol. Tinha algumas plantas intrusas batendo no vidro, Anonimato sabe quando estava ventando quando as plantas farfalhavam fazendo barulhos ruidosos na janela. Deitado na cama gelada, Enzo sentia as fitas de couro que prendiam seus tornozelos e coxas. Havia outra que segurava sua barriga, outra um pouco acima do peito. Outra tira segurava seus punhos e pouco abaixo do ombro. Tais medidas foram tomadas, pois ele não conseguia ficar parado, tinha surtos constantes, berros e queria atirar coisas nos enfermeiros.

 De repente, ouvi-se um estalo. A maçaneta da porta do quarto estava sendo girada devagar, e a porta foi aberta. Uma enfermeira passou pela porta, com o cabelo bem preso em um coque, com uma feição ríspida e mal humorada. Ela trazia em mãos uma bandeja larga, com um prato fundo e um copo comprido. Ela se aproximou da cama de Enzo, e pôs a bandeja na mesa ao lado.

— Como está se sentindo, Sr. Monroe? — a enfermeira perguntou, um sorriso simpático se formou em seus lábios.

Ela pôs as mãos no bolso do jaleco, retirou de lá um pequeno frasco com compridos pequenos e brancos, e um vidrinho pequeno com um líquido transparente.

Enzo resmungou em resposta. Ele não olhava a mulher, mantinha o olhar na porta.

— Quando eu vou embora?

A mulher demorou alguns segundos para responder.

— Quando estiver melhor, Sr. Monroe. — ela dizia monotonamente, enquanto aplicava uma seringa no vidro com o líquido ralo. Seringou para tirar o excesso, e repousou a seringa na mesa. Então pegou o frasco com comprimidos e tirou dois de lá, colocando ao lado da seringa.

— Não me chame assim. — Anonimato rangeu os dentes, cerrando os punhos e batendo-os com força na cama. — Meu nome é Anonimato! E sempre será.

Seu grito percorreu o corredor até perder a intensidade. A enfermeira apenas assentiu em silêncio, segurou seu braço com força e com precisão aplicou a injeção. Enzo berrou outra vez. Não de dor, sim de ódio.

— Não me toque! Eu não a permito!

A mulher ignorou. Pegou os dois comprimidos brancos e os pôs dentro da sopa. Anonimato começou a sentir seu corpo ficar mole, como se fosse cair no sono a qualquer momento. Mas não, não era sono. Era a fadiga, como se seu corpo tivesse corrido uma maratona e agora não tivesse força pra nada. Apenas queria a quietude, sem movimentos bruscos. A enfermeira soltou as faixas que prendiam o corpo de Enzo, que agora estava quieto como se estivesse num transe. Ela o ajudou a levantar da cama e a caminhar até a mesa no canto do quarto. Anonimato tinha acabado de reparar que aquela mesa existia. Ela o sentou à mesa, pôs o prato de sopa à sua frente. Enzo murmurou algumas palavras inaudíveis, porém rabugentas.

Com colheradas pequenas, a enfermeira alimentou Anonimato, que antes tão relutante, agora estava quieto. Poderíamos dizer que era o auge da calmaria, mas Enzo estava furioso, mas sem força alguma. Após a última colher da sopa, a enfermeira limpou os cantos da boca de Enzo, e lhe entregou um copo de suco. Contragosto, ele o bebeu por completo.

— Viu? Um bom calmante resolveu todos os nossos...

Ela não terminou a frase. Enzo resmungou mais uma vez e cuspiu no rosto dela antes que pudesse dizer mais uma palavra. A enfermeira limpou o rosto com um guardanapo e fechou a cara. Arrastou-o de volta para a cama, o prendeu com as faixas e saiu com rapidez, batendo a porta talvez com força demais. Antes de sumir pelo corredor, Anonimato ainda pôde a ouvir dizer algo em tom de desgosto como velhos nojentos.

Depois de poucos minutos, Anonimato caiu no sono. Sonhou uma vez. Sonhou outra e acordou com um novo estalo na porta.

— Mestre, está começando.

Pelo breu que engolia o quarto, Enzo não conseguia ver a face de quem tinha acabado de entrar. Mas ele sorriu, pois conhecia sua voz.

**

Lydia estava deixando sua sala, saindo de sua última aula do dia. Ela não conseguia parar de pensar em Manoela e em seu destino trágico. Não conseguia parar de tentar criar explicações sobre o porquê fizeram isso com ela. E não conseguia parar de se culpar de nunca ter tentado conhecer Manoela, afinal, estudavam juntas, compartilhavam folhas de cálculo, mas só isso. E após sua morte, Lydia descobriu que tinha muito em comum com Manoela. A cabeça da garota não parava de borbulhar.

Lydia foi despertada de seus devaneios quando viu que estava andando sem prestar atenção e estava quase batendo na mureta da secretaria, totalmente a direção contrária do portão de saída.

— Você está bem? Jurava que você queria atravessar a parede pra chegar à plataforma 9¾. — Soul se aproximava da prima, com as mãos no bolso dianteiro da calça, com a usual bolsa trançada no tronco.

Lydia soltou uma risada abafada e respirou fundo. Pôs a mão na testa e percebeu o quão estava quente, torceu mentalmente para não estar com febre.

— Achei que iria com a Alice. — ela disse, ajeitando a mochila no ombro, e seguindo para a direção certa dessa vez.

Soul a seguiu.

— Eu tive aula extra. — ele coçou a nuca. — Aí vi que ia sair na mesma hora que você e decidi esperar.

Lydia assentiu e balançou a cabeça negativamente, soltando um riso triste.

— Ela lia a mesma história que a gente. — a menina soltou de forma espontânea.

Soul franziu o cenho e avançou o passo, até estar andando lado a lado com a prima.

— A menina que morreu?

Lydia assentiu e sua expressão voltou a se afundar em pensamentos, e uma leve angústia. Principalmente por estar imaginando a brutalidade da morte de Manoela. Soul respirou fundo e se aproximou da prima, abraçou de lado e enlaçou seus braços. Lydia lhe enviou um sorriso de volta.

Lydia havia se mudado para a casa dos Ashter há nove anos. Ela tinha apenas oito anos quando perdeu os pais em um acidente de avião. Seu pai era Eric Woodsen, com negócios na Bulgária, estava viajando para a Europa com a esposa. O avião teve uma, duas, três turbulências. Na terceira, tentaram pouso de emergência na água. Não houve uma quarta, eles afundaram na água. Após o terrível acidente, Lydia se mudou para a casa dos parentes mais próximos, Catarina Ashter-Rhodes – irmã de Emília Woodsen-Rhodes, mãe de Lydia – e Henri Ashter, marido de Catarina e pai de Alice e Soul.

Foram longos nove anos de convivência com os primos. No início havia sido um pouco difícil. Embora sempre tivessem sido parentes próximos não se viam mais que três vezes no mês. Passavam natais juntos, trocavam ovos de chocolates na páscoa e presentes de aniversário. Tinham uma convivência agradável, mas não se conheciam. Há nove anos, Lydia não sabia que Alice tinha pesadelos com golfinhos e nem que Soul gostava de colecionar bonecos funko. Hoje, ela sabe. Assim como eles sabem que Lydia gosta de colocar limão em toda e qualquer comida que ela for comer. Tornaram-se melhores amigos, foi isso que aconteceu.

Soul sacudiu os bolsos fundos, pegou as chaves e abriu a porta. Entraram em silêncio, haviam cessado a conversa na metade do caminho. Alice estava sentada no sofá, ainda de uniforme escolar, com um papel branco em mãos. As pontas dos dedos da garota amassavam de leve o papel, como se estivesse tomando coragem pra rasgá-lo. Lydia franziu o cenho, observando a postura da prima e depois olhando de relance para o papel.

— São contas? Deixa na mesa da tia Cat, alguém anda comprando roupas demais aqui. — Lydia colocou sua mochila em cima do sofá. — E não é alguém do sexo feminino.

A garota apontou sutilmente para Soul, que a ignorou seguindo com pressa pra cozinha. Alice balançou a cabeça negativamente, com o olhar fixado no chão, ainda amassando devagar o papel.

— Não são contas. — a voz de Alice estava arrastada, bastante baixa. — Eu acho que vou subir pra cochilar.

Ela disse e se levantou com pressa, indo em direção à escada, fazendo o mesmo movimento com os dedos e o papel. Alice adentrou em seu quarto e bateu a porta talvez com força demais e a trancou. A garota começou a tentar juntar todas as coisas estranhas que tinham acontecido no último mês.

O desaparecimento de Anonimato.

O bilhete estranho.

Galeno Withlock vagando pelas ruas do Condado de Madrin.

Alice estava começando a criar paranoias nada saudáveis. Seus dedos amassavam as bordas do papel com força, enquanto sua mente não parava de trabalhar em achar explicações para todas aquelas coisas estranhas. Ela estava a ponto de explodir quando soltou uma exclamação alta o bastante para  interromper os próprios pensamentos mas não para ser audível no andar de baixo, em seguida, soltou um longo suspiro.

Alice guardou o bilhete debaixo de seu colchão e pegou o notebook de Lydia que estava em cima da cama. Desesperada por qualquer mísera resposta que encontrasse, a garota pesquisou no Google:

DarkSideHome: Anonimato.

Apareceram centenas de perfis nos primeiros resultados. Após clicar em três perfis errados e um perfil acidentalmente de relacionamentos amorosos, decidiu procurar por:

Anonimato. Cemitério das Cinzas. Dark Side Home

Os resultados começaram a escassos, mas ainda sim a garota não conseguia chegar ao que queria. Entrou em mais alguns perfis errados – foi aí que descobriu que muita gente tinha variáveis do nome Anonimato no DSH – e sites de compras de produtos para animais e, sem querer, num site pornô. Após quase meia hora de pesquisa frustrada, Alice encontrou o link.

https://www.DarkSideHome.com/AnonimatoCemitérioDasCinzas

Era o link do perfil de Anonimato no site Dark Side Home. Quando clicou nele, uma tela dizendo page not found foi aberta. O perfil havia sido desativado ou definitivamente excluído.

— O que? — Alice sussurrou para si mesma.

Voltou para área de pesquisa, quase certa de que não iria descobrir nada e para sempre teria a certeza que Anonimato a havia abandonado. Assim como abandonou sua história. Então, por algum instinto estranho, Alice decidiu clicar no tópico: assuntos relacionados. E apareceu em primeira sugestão, o site da clínica psiquiátrica da cidade, o Instituto Westin Hills. Alice arqueou as sobrancelhas inicialmente. Tentou entender o porquê de sua pesquisa sobre um escritor amador desconhecido ter caído no site de um hospício. Ela clicou no link e foi direcionada para uma página que fala sobre um paciente específico.

Enzo Daniel Monrie

44 anos

Diagnosticado com Esquizofrenia

Surtos psicóticos causados por um êxtase não identificado

Família não identificada. Pai não reconhecido e mãe falecida.

Sem irmãos ou tios.

Dependente governamental com verbas próprias

— Escritor amador no site Dark Side Home, com o pseudônimo Anonimato. Residente do Condado de Madrin, Avenida Ambers, na rua Prince, casa de número 13.

Alice estava inexpressiva apenas por que infinitas contrações faciais não expressariam a confusão dela naquele momento. O quanto tudo estava fazendo o mínimo sentido e ao mesmo tempo ela conseguia quase entender a situação.

Ambers? Rua Prince? — Alice conversava com si mesma, franzindo o cenho de leve, como se estivesse jogando um jogo de adivinhação. — É a avenida da escola e a rua da escola. Meu Deus, eu já passei na frente dessa casa milhões de vezes!

Alice morava muito perto de seu escritor preferido. E ele era louco. E ele estava internado. Ele era um esquizofrênico. Ele se chamava Enzo. Ela havia entendido por que ele sumiu, por que abandonou a história. Por que ele não havia respondido seu comentário. Alice entendeu quase tudo. Mas não fazia sentido para o bilhete que surgiu do nada e nem pro Galeno ao vivo e a cores que andava em frente de escolas assombrando adolescentes. Alice puxou o ar com força, esfregando o rosto com as mãos frias. Copiou a página de Enzo e o endereço da clínica, e imprimiu tudo numa folha. Guardou a folha em sua gaveta. Desligou o notebook e se deitou na cama de barriga pra cima, encarando o teto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muito obrigada por chegar até aqui. ♥