A filha de Além Mar escrita por Daily Poison


Capítulo 17
Capítulo 16 - Como contar pra ela?


Notas iniciais do capítulo

Olá narnianos!

Como havia prometido, o novo capítulo saiu mais rápido. Espero que vocês gostem, e que fiquem curiosos pra saber o que vai acontecer em seguida.

Sem mais delongas, boa leitura!

Um beijo e um queijo ta tia Daily ;)



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“Como vou contar pra ela o que aconteceu? Como será que ela vai reagir? E Luna, por Aslan, ele vai ficar furioso!” pensava Pedro com sigo mesmo enquanto andava de um lado para o outro na frente da porta do quarto onde Mary havia sido instalada. Após se acertar com Astride, ele a deixou em seu quarto e correu para falar com Mary, não queria prosseguir naquela situação desconfortável, pois mesmo que só como amiga, Pedro ainda gostava dela.

Suas mãos suavam de nervosismo diante do inevitável, e mais uma vez ele se via sem palavras. Aquilo já estava começando a irrita-lo, então num súbito de coragem ele bateu três vezes na porta e esperou que não a estivesse acordando. “Lá vamos nos! Faça isso pela As e pela Mary! Faça isso por você”.

—Pedro? O que está fazendo aqui há essa hora?- perguntou Mary confusa ao abrir a porta. –Aconteceu alguma coisa? Você está bem?- continuou ela enquanto ajeitava o roupão que havia colocado as pressas por cima da camisola.

“Céus, ela não tá ajudando!” pensou o Grande Rei ao ver a preocupação na face dela.

—Bom, sei que a hora não é a melhor, mas não pude mais esperar. Será que podíamos conversar?- perguntou Pedro.

—Claro, entre!- respondeu Mary ainda confusa com tudo aquilo, enquanto dava espaço para ele entrar no quarto, fechando a porta após sua passagem. –Então, o que tem pra falar de tão importante que não poderia esperar até amanhã moço?- continuou ela ao se sentar em sua cama. Pedro fez o mesmo.

—Mary, seja sincera comigo, pois prometo que também serei. - começou ele,  e ela concordou delicadamente com a cabeça. –Você me ama?-

De repente Mary já não estava tão confusa. A bela princesa se lembrou do jovem rapaz que havia deixado na Arquelândia sem esperanças de que um dia poderiam viver seu amor proibido. Não podia negar que gostava de Pedro, ele era seu amigo e sempre trocavam cartas, mas nada mais do que isso, ele era um confidente. Com o rapaz era diferente. Seu nome é William, e ele é um dos conselheiros de seu pai, O Rei Luna; e ao contrário dos outros, ele ajudou a protegê-la do ataque. Bem antes disso, eles já se encontravam as escondidas, e desde que descobriu que o amava, Mary planejava contar a verdade para Pedro, entretanto, assim como ele, ela nunca achou as palavras certas.

Até agora.

—Pra ser sincera meu amigo, não. Eu não te amo, bom, pelo menos não do jeito que todos pensam, apenas como amigo, como um irmão!- disse ela com um meio sorriso no rosto, aliviada por ter enfim falado a verdade. –Espero que não esteja chateado, desculpe se te enganei! Na verdade, tem um rapaz na Arquelândia que espera por minha volta!-

Pedro não esboçava reação nenhuma, estava atônito ao que escutou. Não achou que seria tão fácil falar a verdade, bem, nem que também iria escutar algumas revelações.

—Então, você está apaixonada por outro? – perguntou ele agora com um sorriso na face. –Seu pai já sabe disso?-

—Não, ele ainda acha que somos o casal perfeito e que vamos lhe dar vários netos!- respondeu Mary rindo, fazendo Pedro rir também, aquilo era de certa forma uma piada para os dois.

—Bom, na verdade eu vim aqui pra te dizer a mesma coisa!- disse o Grande Rei ao olhar pra ela.

—Que você está apaixonado pela As?- perguntou Mary com um ar sapeca enquanto franzia de leve as sobrancelhas brincando com Pedro.

—Como você sabe?- perguntou ele confuso.

—Não sou idiota moço, eu conheço o amor, sei reconhecer  quando vejo, e vocês dois se amam. - disse ela com um sorriso sincero.

—Então você não está chateada comigo?-

—Claro que não, você é meu amigo, quero que seja feliz!- disse ela ao colocar de leve a mão sobre o ombro de Pedro, que sorriu em resposta. –É confuso não é?-

—O que? Vocês mulheres? Por que nisso eu concordo!- disse ele ao brincar.

—Não, o amor!- disse ela fazendo-o refletir em suas palavras. – Ele nos faz fazer coisas que nunca faríamos e mesmo pondo em risco tudo, no final vale a pena só de ver o outro feliz. -

—Tem razão. Pensei que sabia o que era, mas depois que a conheci, ainda quando estava dormindo, soube que tudo que pensei saber estava errado. Com você também foi assim?-

—Uhum, foi logo depois que meu pai anunciou nosso noivado, no mesmo dia eu o vi me observando triste, como se tivesse perdido algo, eu me aproximei e começamos a conversar, desde então não consigo para de pensar nele, chega até a doer a saudade que sinto. -

—Então você está de acordo em acabar com o noivado?- perguntou ele.

—Sim, mas com uma condição!- respondeu ela, fazendo suspense.

—E qual seria?- ele voltou a perguntar já temendo o pior.

—Quero que você esteja presente no meu casamento, você e a As, e é claro, quero ser convidada para o seu também!- respondeu Mary com um risinho, ao ver a cara de medo que Pedro esboçava.

—Mas é claro querida! Você será a primeira da lista!- disse ele ao se levantar da cama.

—Bom, tenho um rei pra enfrentar, então acho que vou partir amanhã mesmo. Desejo toda a felicidade do mundo pra vocês dois e diga a As pra cuidar muito bem de você!- disse ela também se levantando da cama e já indo abrir a porta.

—Vou dizer sim, e espero que seja feliz Mary. Obrigado por ser minha amiga, agora mais do que nunca!- continuou ele, dando um beijo na testa dela em seguida. –Boa noite!- concluiu enquanto saia do quarto.

Pedro se virou uma última vez e viu Mary sorrindo.

—Vá até ela, aproveite seu tempo juntos, vocês tem minha benção!- disse ela sinceramente e então fechou a porta do quarto, deixando Pedro sozinho no enorme corredor pouco iluminado.

O Grande Rei não podia acreditar no que havia acontecido.  Ao decidir viver o amor que tinha com Astride, ele pensou que teria que perder a amizade de Mary. Mas até nisso o destino lhe favoreceu. Com o coração aliviado, Pedro desejou profundamente que ela fosse feliz com William, assim como ele estava ao lado da complicada Senhora de Nárnia.

Satisfeito com tudo, Pedro correu pelos inúmeros corredores de Cair Paravel, subiu várias escadas, até chegar novamente no quarto de Astride, que o esperava acordada ansiosa pelas novidades. Assim como fez anteriormente, ele bateu na porta de madeira três vezes e em questão de segundos, Astride abriu a porta rapidamente e ficou a olha-lo curiosa.

—E então?-

Pedro ficou paralisado de imediato ao vê-la. Estava usando uma camisola branca de seda que deixava suas curvas bem amostras, com apenas um leve roupão cobrindo seus ombros, porém o mesmo estava aberto. O cabelo que antes estava todo desarrumado por conta do vento forte da praia, havia sido penteado e caia sobre seus ombros. A pele pálida e delicada estava com um leve bronzeado graças às poucas luzes de velas que ela tinha acendido e a luz fraca do luar que conseguia penetrar na enorme janela de seus aposentos. Os olhos negros e profundos exalavam curiosidade e esperança. Estava simplesmente deslumbrante, mesmo que não estivesse num vestido de festa.

—Você é linda!- disse O Grande Rei, apenas, fazendo-a corar envergonhada. –Eu falei com ela!-

—E ai? O que ela disse?- voltou a perguntar.

—Você não vai gostar, é bem sério!- disse ele com um tom baixo, fazendo uma expressão de suspense.

Astride desanimou na hora. Começou a imaginar várias e várias coisas ruins, mas conteve-se e puxou Pedro para entrar no quarto, fechando a porta logo depois que ele passou.

—O que exatamente ela falou?- perguntou ela triste, já um pouco afastada dele com medo da resposta.

—Bom, eu contei a verdade pra ela e... - começou ele se aproximando aos poucos dela sem que percebesse. –Ela nos deu sua benção!- concluiu ele com um sorriso sapeca e confiante no rosto.

—Então quer dizer que... - disse Astride confusa mais já com uma pontinha de felicidade crescendo gradativamente em seu coração.

—Sim, ela concordou em acabar o noivado, na verdade ela também não queria se casar, então tudo se encaixou perfeitamente!- disse ele com um enorme sorriso. –Nós podemos ficar juntos meu amor!- concluiu ele ao chegar bem perto dela, que pulou em seus braços sem pensar duas vezes e o abraçou forte, enroscando as pernas na cintura dele e enlaçando os braços delicados em seu pescoço.

—Não consigo acreditar que é verdade!- disse ela rindo feito uma criança que havia acabado de ganhar um presente que esperava ganhar a muito tempo.

—Pois pode acreditar, estamos livres para viver nosso amor agora, e nada nem ninguém vai nos impedir!- disse ele enquanto caminhava com ela para a cama e devagar a colocava na mesma, deitando em seguida por cima dela, de modo que seus rostos e corpos ficassem colados.

—Você tem certeza que é isso que você quer? Que sou eu que você quer?- perguntou ela uma última vez, para ter certeza. E enquanto olhava nos olhos dele a procura da resposta, recebeu um beijo delicado.

—Mais é claro que tenho certeza, eu te amo!- ele respondeu com um ar apaixonado enquanto acariciava de leve uma de suas cochas, que havia ficado a mostra.

—Eu também te amo meu Rei!- rebateu ela com um sorriso triunfante estampado na face pálida.

—E, além disso, eu sempre gostei mais de morenas do que de loiras!- disse ele a brincar com um ar sapeca e um sorriso malicioso na face, recebendo em troca um tapa de leve no ombro e gargalhadas da Senhora de Nárnia.


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Notas finais do capítulo

Deixem seus comentários gente, não sejam acanhados, vão fazer a tia muito feliz ;)



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