Invisível escrita por Dama do Caos


Capítulo 17
Isolamento não é segurança


Notas iniciais do capítulo

Porra caramba voltei voltei voltei ♥ Tem alguém aí vivo ainda? Reta final da fic *----*



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Isolamento não é segurança

Isolamento é morte.
Se ninguém sabe que você está vivo, então você não está..

 Clary encontrava-se toda e adoravelmente desesperada. Jace quase riu da agonia dela – alguém pode nos ver. – ela murmurou contra o tecido de sua camiseta, ainda presa num abraço apertado e sem fazer menção nenhuma de sair dali. – não tem nenhum problema. – ele resmungou aproveitando ainda do cheiro dos cabelos dela. Havia algo de magnético ali ele podia jurar. Levantou o rosto dela com a ponta dos dedos. Beijou a extremidade do seu pequeno nariz empinado. Beijou o canto dos lábios dela. Prendeu o lábio inferior da menor entre os dentes e se afastou bruscamente fazendo a ruiva arfar inconscientemente, surpresa. – se tem tanta aversão à ideia de eu te abraçar em público talvez devesse parar de me provocar. – Ela entreabriu os lábios pronta para protestar, mas por fim calou-se, não podia colocar tudo a perder. Jace estava distraindo-a do seu objetivo. Ela não estava ali como Clary Fairchild, agora era um soldado com uma missão. – você só estava no corredor que coincide com o meu trajeto – e ela ajuntou toda a sua coragem para dizer isso, com os destroços de sua coordenação motora contornou o dourado rapidamente saindo dali. Mesmo que sua missão era ajudar o próprio loiro em questão, não podia deixar seu corpo traí-la desse jeito sempre. Ralhou consigo mesma enquanto que instintivamente quase corria pelos corredores, estava quase tudo pronto.

  A escola parecia estar o dobro mais movimentada o que causava um tremendo problema para a Fairchild. Também pudera, era semana do campeonato de vôlei e tudo estava agitado, agitado, agitado. Comprimiu os lábios em frustração. Se ao menos fosse um pouquinho maior.

Em uma sala perto dali
A mulher de meia idade repousa a cabeça entre as mãos finas. Os olhos tremulam acompanhando as pancadas vindas da porta de sua sala. Inferno. Não havia um dia de paz desde que aquele maldito campeonato se aproximava. Não bastava os pais do Garoto todo dia insistentemente dizendo que ia processar a escola, ainda era necessário o técnico perturbando seu juízo exigindo sua volta ao time. Ninguém tinha como acusa-lo nem inocentá-lo e isso a tirava totalmente do sério. E ainda tinha as insuportáveis “animadoras de torcida” como elas mesmas se intitularam, com seus gritinhos histéricos e fome de atenção. “Deixe a gente fazer uma apresentação especial em homenagem ao time vencedor diretora” “por favoooor” entoava outra. O que ela não faria por um segundo de paz. Claro! Não podia esquecer de mencionar o jornalismo da escola que era para estar cobrindo todo o evento esportivo, e estava com um tremendo furo no que diz respeito a filmagem. Que diabos! Qualquer idiota poderia filmar para Camille, exceto que ela discordava disso completamente. Exigia um “mínimo de profissionalismo”. Odiava esses filhinhos de papai e se questionava todo santo dia por que ainda estava ali.
 Nem percebera que as pancadas na porta tinham cessado até que as mesmas retornam, dessa vez estranhamente suave. – Entre – murmurou para a estrutura de madeira enquanto voltava os olhos exaustos para o computador. Mal percebeu quando uma figura pequena se esgueirou para dentro da sala. Vendo que a ruiva não ia se pronunciar resmungou alguma coisa para ela falar logo qual o problema. Ao ver a expressão de surpresa da menor, entendeu que tinha sido um pouco grossa demais.
Pigarreou e reformulou a frase – O que deseja, menina? – Ela ainda exitou por alguns segundos.
— D-desculpa incomodar Diretora, eu sei que deve estar muito ocupada. E-eu só – e ela parecia completamente perdida nas palavras até que desistiu, visivelmente chateada. A mais velha sorriu em compreensão, lembrava-se perfeitamente dos seus dias de adolescente e de como a comunicação (a falta dela) lhe prejudicou. Era algo próximo de empatia que a dominou quando pediu para a ruiva ser mais clara. Depois de alguns movimentos incertos ela se aproximou deixando um pequeno cartão de memória e pedindo que não abrisse até chegar em casa. Apesar de estranhar o pedido apenas deu de ombros e indicou a saída com o queixo observando a aluna sair dali quase correndo. Balançou a cabeça rindo e inserindo o cartão de memória no computador.

— Será que você pode por gentileza me dizer qual o problema, Alexander? – Magnus perguntou pela terceira vez.
— Não.
— Você está sendo infantil. – O psicólogo observou.
— Não ligo.
— Suas negativas só reforçam sua pouca habilidade de argumentação.
—... Não.
Um resmungo baixo é ouvido antes do arrastar brusco da madeira da cadeira contra o chão chamar a atenção de Alec. Os olhos azuis se chocam furiosos contra os dourados.
— Se disser mais uma vez a palavra “não” nas suas frases, Alexander eu te juro, não respondo por mim.
— Não pode fazer isso, senhor Bane. – Ele comenta rindo sarcasticamente. Ele era o Psicólogo da escola, e Alec seu atual paciente. Jamais que ia perder a compostura e o emprego assim de graça. O moreno alargou o sorriso enquanto cruzava os braços convencido. Talvez fosse o descaso com que lidava com a situação, ou apenas o brilho de divertimento que cruzava seus olhos. Maguns não sabe, Alec não sabe, e provavelmente ninguém nem faz ideia do que arremessou o Bane furiosamente contra os lábios do mais novo que correspondia irritado no mesmo nível.
—Não achei que era tão facilmente manipulável, Sr Bane.
—Não sabe nada sobre mim, Lightwood.
— Vamos perder o jogo do Jace – o moreno dos lightwood resmunga entre os lábios do psicólogo.
— Você já viu ele jogando algumas vezes Alec, e vou tentar não fazer a gente perder TODO o jogo. – Ele sorri quando vê o rubor esquentar as bochechas do outro. Ele podia conviver com essa imagem. E com essa essoa. Definitivamente.

Quando tudo for pedra
Atire a primeira flor

Jace

— Jace! – O treinador tentava recuperar o fôlego que perdera durante a corrida. Tinha alguma coisa estranha aqui, arqueei a sombracelha esperando que ele continuasse. Ele abriu um sorriso grande enquanto se aproximava batendo nas minhas costas energicamente – Conseguimos cara!! Puta merda Ce tá no time de novo! – Senti meu coração se energizar e uma corrente gélida percorrer minhas veias. Eu não tinha me preparado pra isso, era impossível! Tentei expressar alguma coisa que não fosse minha provável careta de horror, oh sim eu estava horrorizado. No entanto assim como o resto do meu corpo, meu rosto parecia feito de gelatina e eu já não tinha controle sobre ele. Meus lábios eram duas vigas de concreto e me parecia impossível de separá-los, e ao que pareceu um milhão de anos depois eu finalmente consegui me pronunciar – C-como? – O treinador já tinha se afastado com o celular na orelha ainda rindo abertamente quando finalmente se deu conta do meu estado. Ele gargalhou dessa vez – Caramba Capitão, que porra de reação é essa? – Travei o maxilar tentando imaginar que tipo de piada infame isso significava – Como? O que aconteceu? – Repeti com a firmeza e atenção necessária dessa vez. O Treinador fez com a mão um sinal de deixa pra lá antes de apenas observar casualmente – Talvez alguém tenha conseguido uma gravação dos culpados, talvez uma garota baixinha, quem sabe? – Clary. E rapidamente me arrastou dali completamente alheio ao que sua revelação tinha causado em mim. – E-eu preciso fazer uma coisa antes.
— Bobagem. – E ele ria de mim como se eu realmente tivesse dito a pior besteira do mundo. Tentei me desvencilhar dele mais uma vez, mas fui completamente ignorado, quando dei por mim já estava dentro do vestiário com a minha equipe e pela primeira vez me senti um completo estranho. Queria falar com Clary. Queria abraçar a minha baixinha até perder a noção do tempo. Queria deixar ela sentir  a mesma pulsação que me mantinha de pé naquele momento. Eu sentia que ela precisava fazer parte disso, só que nem todo o meu querer conseguiu materializá-la ali naquele momento.


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Notas finais do capítulo

Pessoal que leu até aqui.. Cara, nem sei o que dizer. Penúltimo capítulo e já tô sentindo um pedaço de mim indo embora. Obrigada mesmo, pela paciência e compreensão, pelos elogios e dicas. Já tô com saudade.. O que esperam pro próximo cap?