Sonhos escrita por O Comediante


Capítulo 15
Fogo




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Havia um garoto, acordando com sempre, comendo como sempre, escrevendo como sempre e vivendo como sempre. Nada em seu dia era incomum ou diferente, as mesmas músicas, as mesmas dores, os mesmos textos e os mesmos rumos.

É engraçado vê-lo reclamando, como se tudo que acontecesse em sua vida resultasse apenas em desgraça. A lição que ele demoraria para entender é de que a vida não é uma linha ou uma série única de conseqüências imediatas. Na verdade, as respostas não existem, não tem um significado especifico, mas é nos pequenos detalhes que podemos reparar as maiores mudanças e as mais perpétuas situações que uma pessoa pode viver. É nas pequenas e insignificantes ações, que um mundo novo se abre.

Um outro dia, ele acordou como sempre, comeu como sempre, escreveu como sempre e viveu como sempre. Até certo ponto.

Ele acordou uma hora e alguns minutos mais tarde que o comum. Poderia ter sido duas horas depois, ou uma hora antes, ou apenas alguns minutos, mas era naquele tempo exato que o destino quis que ele acordasse. Ou o acaso.

Ele comeu menos do que o normal, escreveu bem mais. Suas histórias tinham adquirido uma leveza única naquele dia, como se cada página tivesse um valor único que ele incorporou. Estava melhor do que nunca.

E foi exatamente naquele momento, na frente de seu computador, que graças ao clique certo, no instante correto, ele viu uma postagem. No grupo em que fazia parte, coisas como aquela não eram incomuns, mas havia algo de estranho. Ele ousou responder, pela primeira vez, alguém. Ousou ajudar, ousou ser mais do que apenas um espectador.

Uma garota que, mesmo com o tempo passando, só melhorou. Uma menina que mostrou ser mais do que as expectativas dele almejavam. Ela era melhor do que qualquer outra pessoa podia ser naquele momento. Ela era quem ele precisava que fosse.

Fogo em seu coração, quente, sensível, uma forma incrível e única de ser. Aquela que ouve, aquela que diz, aquela que ele escolheu, mesmo sabendo que jamais poderia ficar. Ninguém consegue pegar o fogo com as mãos, ele apenas aspirava a fumaça recorrente dela e isso o alucinava, fazia-o delirar em seus sonhos. Fogo era a força dela. Fogo eram seus cabelos. Fogo era sua alma. Fogo era tudo o que restava.


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