O crime na mansão Harbridge escrita por yellowizz


Capítulo 4
Capítulo 4 - Reconstituição


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, capítulo mais extenso para vocês! Bom fim de semana e boa leitura. Beijos!



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Elena passou o resto daquele dia em seu quarto analisando os vídeos que havia recebido. O sistema monitorado por câmeras só alcançava o andar térreo da mansão o que dificultava a investigação, mas também tinha que considerar que a organização das câmeras facilitava as ações do ou dos criminosos. Além disso, quem matou o senhor Robert conhecia a mansão, o que reduziria o número de suspeitos, já que nem todos os participantes desta festa poderiam ser os mesmos de festas passadas.

Assim que constatou mais esta informação, repassou suas anotações:

Envolvidos com Robert na noite do crime: Senhora Carmen Herbert e Damon Salvatore.

Suspeito conhecia a mansão.

Tempo da descida da Carmen antes da queda de Robert: cinco minutos.

Tempo da descida de Damon antes da queda de Robert: dez minutos.

Elena jogou a caneta sobre sua caderneta quando sentiu seu estômago roncar pedindo por comida. Encarou o relógio e constatou serem ainda vinte horas e trinta minutos. Chamou a recepção do hotel, mas foi informada de que eles não serviam outras refeições além do café da manhã. A garota revirou os olhos em sinal de insatisfação antes mesmo de desligar o telefone.

Puxou um casaco de sua mala, pegou seu celular e colocou um dinheiro no bolso, e saiu atrás de um lugar para comer. Não queria ter que sair àquela hora, mas sabia que não conseguiria dormir com fome. Andou pouco mais de três quadras até encontrar na metade desta um bar que estava cheio. A maioria eram jovens, havia uma música leve e ela sentiu-se a vontade para entrar.

Sentou-se em uma banqueta próximo ao balcão central e o garçom trouxe imediatamente o cardápio. Pediu apenas um sanduíche para embalar e um suco para levar e enquanto o garçom anotava os pedidos percebeu que muitas pessoas estavam olhando para ela atentamente.

Elena resolveu ignorar aqueles olhares, cruzou os braços sobre o balcão e esperou. Poucos segundos depois um rapaz de aproximadamente vinte e dois anos se apoiou no balcão à sua frente.

_ Como uma garota como você está desacompanhada? – ele perguntou.

_ Eu deveria estar? – ela rebateu.

_ Então você é solteira? – questionou com um sorriso travesso.

_ Meu lanche chegou. Até mais, obrigada. – ela disse rapidamente pegando o lanche e pagando-o a fim de ignorar a pergunta do garoto ao seu lado.

_ Não vai nem me dizer seu nome? – ele voltou a questionar.

_ Não! – ela disse já saindo do bar.

Até pensou em ficar por ali, conhecer umas pessoas novas, mas sabia que não relaxaria com eles, a cada pergunta estaria concentrada demais em suspeitos para jogar conversa fora com inocentes moradores daquela cidade. Precisava de mais pistar sobre o crime então acharia mais tempo para se divertir.

Quando estava prestes a entrar em seu quarto de hotel seu celular tocou, assustando-a.

_ Elena? Não estava dormindo? – era Diana.

_ Não, não. O que houve? – ela perguntou.

_ Amanhã às nove horas em ponto estaremos fazendo a reconstituição do crime na mansão e seria bom se você participasse. – contou.

_ Tudo bem, eu vou. – confirmou.

_ Precisa de uma carona? – ofereceu.

_ Não, obrigada, já fiz amizade com um taxista que vai resolver meus problemas. – riu.

_ Ok, te vejo amanhã. – e desligou.

Elena deu um longo suspiro diante da noticia. Reconstituição de crimes era uma tarefa difícil, que envolvia mais do que concentração, era preciso suportar os olhares dos curiosos e as performances inocentes daqueles que eram os principais suspeitos.

Depois de comer seu lanche notou que estava faminta, tomou um banho para relaxar e depois foi dormir.

Elena acordou antes de seu celular despertar, chamou o taxista que antes já a havia levado para a mansão enquanto terminava de colocar seus materiais na mochila.

_ Então você também vai fazer fotos da reconstituição? – ele perguntou antes do bom dia.

_ Bom dia para o senhor também. – ela rebateu brincalhona.

_ Desculpe. Bom dia. – ele disse.

_ Meu nome é Elena e o do senhor é? – perguntou.

_ Paul. – respondeu.

_ Bem, senhor Paul, eu estou de passagem por esta cidade, então estou sem carro, o senhor poderia ser o meu motorista por alguns dias? – ela ofereceu.

_ Sem problemas. A senhorita tem meu número! – ele disse contente.

Paul era um homem que aparentava ter em torno de 45 anos, ao que Elena pode perceber, ele já estava trabalhando como taxista há anos, seria ótimo ter a quem recorrer caso precisasse de uma carona urgentemente.

Elena havia chegado na mansão antes da nove horas da manhã, não havia ninguém ainda lá, exceto uma figura que lhe chamou a atenção. Era um rapaz de estatura média alta, tinha cabelos escuros e estava parado em frente ao pontão com um olhar fixo na mansão. Ela desceu do táxi e olhou para o celular, ainda faltavam vinte minutos para a reconstituição começar.

Quando rapaz percebeu a presença de Elena ali ele se virou para encará-la. Tinha uma aparência bonita, mas parecia exausto, tinha um olhar melancólico e não demonstrou humor algum quando ela se aproximou.

Elena já suspeitava de que aquele rapaz não era nenhum curioso, mas sim alguém que participaria da reconstituição, sabia também que pelas imagens da câmera aquele parecia ser o filho da vítima.

_ Bom dia, você deve ser... – ela começou.

_ Damon Salvatore. – ela respondeu prontamente ainda sem demonstrar nenhuma emoção.

_ Você não deveria estar junto com o resto dos integrantes do processo? – ela perguntou.

Como participante da reconstituição é normal que ele estivesse junto com os demais, como é de costume este tipo de organização, para evitar quaisquer eventuais problemas entre os integrantes. Elena achou estranha a atitude de Damon, ele estava há mais de vinte minutos adiantado, isso poderia ser considerado como um indício de que ele estivesse analisando o local do crime e organizando uma estratégia para se colocar fora da cena.

_ Deveria? Acho que não. Estou livre e posso fazer o que eu bem entender. – ele disse seco.

_ Eu acho que sim. E, além disso, tome cuidado com as suas palavras, elas podem ser levadas contra você no momento da investigação, principalmente a sua presença aqui antes da ocasião. – ela respondeu no mesmo tom.

_ E quem é você? – ele questionou.

Assim que Elena pensou em responder, Diana, Richard e mais outros policiais e peritos chegaram à mansão para dar início ao processo.

A reconstituição se estendeu por quase quatro horas e ninguém mais suportava ouvir a mesma história sem chegar a uma solução.

Damon estava sentado em uma poltrona longe da cena e cada vez que era questionado apenas afirmava que não ira matar seu pai. Carmen Herbert também estava presente e só estava olhando para todos os lados a fim de desviar a atenção da cena, estava inquieta e seu olhar estava melancólico. A esposa da vítima estava sentada no sofá no térreo, disse que não queria ver a reconstituição, mas era parte integrante no processo e precisava estar presente, então acordaram em deixa-la no andar de baixo.

Eram dezenove horas e quarenta e cinco minutos e Margareth ainda não havia descido até o carro para ir à festa, Damon já havia ligado para sua mãe avisando que estava na mansão, mas ela havia dito ao filho que os esperasse para chegar. Robert esperava Margareth dentro do carro, quando a esposa chegou ele ficou ainda mais animado com a festa, todos os anos ele se preparava para este evento, adorava o encontro com velhos amigos e pessoas influentes para os negócios da empresa.

Ao chegarem ao local já eram exatas vinte horas e Damon os esperava ainda dentro do carro. Todos adentraram juntos no salão principal e cumprimentavam as pessoas por quem eles passavam. Damon estava um pouco inquieto naquela noite, mas isso se deveu ao fato dele ter discutido com seu pai na manhã daquele mesmo dia. Não foi uma briga grave, foi uma discussão normal daquelas que sempre deixava Damon irritado, a insistência de seu pai de que ele cuidasse dos negócios da empresa.

Marcus e Carmen estavam juntos também na festa, apesar do estado de saúdo de Marcus não andar muito bem, naquele dia ele fez questão de estar ao lado da mulher. Sua filha Laura estava também na festa, com seu marido Gregor. Ao verem seus amigos e sócios estamparam um sorriso entusiasmado e lhes deram as boas vindas. Tudo ocorria bem durante a festa, as pessoas comeram e beberam a noite toda. Damon sumiu na metade do evento, mas ninguém se preocupou por já conhecer o rapaz, mulherengo e paquerador, estava ocupando um dos quartos do andar de cima com alguma mulher. Carmen cochichou no ouvido de Margareth e Robert que iriam fazer o brinde em alguns minutos, então Robert subiu para procurar Damon, ao passo que alguns minutos depois Carmen subiu à procura de Robert para o brinde.

Carmen desceu as escadas para avisar a Margareth que Robert não estava lá, então Margareth pensou que ele pudesse estar trancafiado discutindo novamente com Damon em um dos quartos, mas então nem Damon nem Robert apareceram descendo a escada e, antes mesmo que Margareth pudesse pensar em subir para procurar os dois, um grande alvoroço e uma gritaria tomaram o lugar da música na festa ao encontrarem o corpo de Robert estirado no jardim.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?