Eu estava deitada e a cama era macia.

Tudo o que eu me lembrava era de encontrar o deus do trovão cara a cara! Não era possível! Abri os olhos lentamente e vi que estava em um quarto. Thor parecia assustado e Tony segurar a risada. Bruce estava mais próximo com um copo com água na mão. Steve estava apoiado na parede preocupado. Meus pais estavam ao meu lado, como Bruce, mas minha mãe acariciava meus cabelos.

– Está tudo bem? – ela perguntou, vendo que acordei.

Me sentei na cama e perguntei: - Vocês estão me dizendo que aquele é Thor?! O Thor?! Deus do trovão?! Filho de Odin?!

– É! – Tony deu de ombros.

– Só pode ser brincadeira. – falei.

– Pra nós, ele nem é um “deus”. É só nosso amigo e colega de time. – disse minha mãe.

– Só pode ser brincadeira! – insisto.

– Lady Merida? Algum problema? – perguntou Thor (!!!).

– É você! – ponho as mãos na cabeça empolgada.

– Thor arrasando corações! – falou Tony. Revirei os olhos.

– Filha, ainda temos muito o que trabalhar. Você sabe falar inglês, pelo que Elinor me disse, ela te ensinou. Mas não sabe ler nem escrever. E não lhe contamos tudo, então seria bom se mais tarde, nós três nos reuníssemos pra tratar de outros assuntos.

– Isso. – disse minha mãe – E vamos te dar todo o tempo necessário para se adaptar. Mas você não vai poder usar esse vestido sempre, então, vou te ajudar. Começar aos poucos, intende?

– Sim.

– Conhecer a filha dos colegas de trabalho me deixou com fome. – disse Tony.

– Já está na hora do almoço. – comentou Steve, enquanto eu bebia a água do copo que Bruce me trouxe.

O quarto era grande e com detalhes laranjas e folhas verdes desenhadas. Eles haviam o preparado para mim. Era o meu quarto. Minutos depois, eu havia tomado um banho e colocado uma espécie de vestido/toalha chamado "roupão”. Minha mãe havia me mostrado o meu guarda-roupas, que era enorme e chamaram de “closet” com roupas completamente diferentes das que eu estava acostumada a vestir. Haviam alguns vestidos curtos que pareciam um pouco com o meu. Peguei um calçado e voltei ao banheiro para me vestir. Quando saí, minha mãe me entregou um bracelete prateado que parecia uma flecha.

– Nossa. É lindo. – eu falei, admirando o assessório.

– Quando soubemos que a Hidra havia atacado Donbroch, decidimos te resgatar antes que algo acontecesse a você. Comprei para te dar no dia em que nós três finalmente nos tornássemos uma família de verdade. – ela diz sorrindo, com os olhos marejados.

Eu a abracei e disse: - Obrigada.

– Eu que agradeço, filha. – agora sim eu acho que ela está chorando.

Fomos para a sala de jantar juntas. Eu me sentia bem. Achei que estaria mais desconfortável perto de estranhos ou com roupas estranhas, mas eu estava bem. Me sentei à mesa e observei todos me observarem, como se esperassem que eu dissesse alguma coisa. Na minha frente, havia um prato com aroz, frango e alguns palitos finos laranjas que deduzi ser cenoura. Como cortaram daquela forma? O frango tinha um molho que deixava a aparência dele mais apetitosa. Peguei um garfo e uma faca e iria começar a comer quando Steve pergunta:

– Então... como foi quando eles te contaram?

– Não me contaram. A H.I.D.R.A. atacou e eu estava lutando e a Nat me chamou de Filha.

– E como foi sua reação.

– Fiquei com raiva. – falei. – Dês de quando sabem sobre mim?

– Bom, dês de que sua mãe descobriu a gravidez. Porém, achamos que você havia morrido com quatro meses. Faz quase dois anos que descobrimos que você estava viva e escondida. – disse Bruce.

– E eles te contaram tudo sobre mim?

– Só o importante. – disse Tony colocando uma garfada de comida na boca – E um pouco mais. – disse ele com a boca cheia.

– E minha mãe reclamava de armas na mesa. – comento e todos encaram Natasha. – A Elinor, não ela. – me corrigi.

– Qual era o nome do seu pai adotivo? – perguntou Thor.

– Fergus. Eu também tinha três irmãos. Eu os chamava de “Pestinhas”.

Eles riram. – Ela tem o seu humor, Clint! – falou Thor.

– Sempre imaginei que teria. – ele respondeu, sorrindo pra mim. Sorri de volta.

– Na minha antiga família, eu também era brincalhona assim por causa do meu pai. Minha mãe era muito séria. Agora que ela melhorou. Faz um ano que fiz a maior besteira da minha vida e meio que... transformei ela num urso.

Tony quase engasgou, Steve me olhou séria, Bruce me encarou assustada e Thor riu um pouco, até se tocar de que eu estava falando sério. Meus pais não reagiram.

– Isso é impossível. – disse Bruce.

– Achamos que era. Mas parece que é verdade. – explicou meu pai, enquanto eu enfim conseguia comer um pouco.

– Onde está Pepper? – perguntou minha mãe.

– Resolvendo alguns assuntos da empresa. – disse Tony.

– Pepper? – perguntei.

– Noiva dele. – disse minha mãe.

– Não falaram pra ela sobre a Pepper? – perguntou Tony em tom indignado.

– Eles falaram que você tinha uma noiva. Ela era legal, divertida e iria ficar me paparicando, muito provavelmente. – falei – Foi só isso.

Uma voz ecoou pela sala: - Sr. Stark. A Srta. Potts acaba de chegar.

– AH! – souto um grito assustado.

Tony riu e disse: - Relaxa, Princesa. É só meu mordomo/computador.

– Não me chame de “Princesa”. Você não pode me chamar assim. – falei séria.

– Meri. – reclamou minha mãe.

– Foi mal, Nat. – falei.

– Não a chama de mãe? – perguntou Thor enquanto Tony se levantava e ia até o elevador receber sua amada.

– Ainda é cedo pra ela. – disse minha mãe.

– Estamos indo bem lentamente, para ela consiga se adaptar à verdade mais facilmente. – explicou meu pai.

– ... eu estava apenas comprando uma lembrancinha! Não sabia que ela já havia chegado. Você me avisou e eu... – até então a voz era misteriosa, então apareceu uma mulher loira de roupa branca e azul. Ela usava um rabo de cavalo e usava duas bolças: uma bem bonita e outra mais simples e que cabe na palma da minha mão. – É vo... você? – ela pergunta.

– Sou eu! – respondo, observando que ela está chocada.

– Você se parece com eles. – ela diz um tanto emocionada. Me surpreendi quando ela me pegou pela mão, pedindo que eu me levantasse. Pepper me abraçou e disse: - É um prazer conhece-la. Sou Pepper Potts. A...

– Noiva do Tony. Eu já soube.

– Eu também soube sobre você. Merida Romanoff Barton.

– Roma o que? – perguntei.

– Romanoff. É... meu nome de solteira, ou seja, seu nome do meio. – falou minha mãe um tanto constrangida.

– É um nome... diferente.

Rimos um pouco. Pepper me deu de presente um par de brincos dourados com ima pérola pendurada. Era bonito. Nem muito grande, nem muito pequeno. O resto da tarde foi excelente. Meus pais começaram a me ensinar a escrever e ler naquele novo idioma. Foi só aí que me falaram sobre as habilidades de cada um e tudo mais.

Eu sempre disse que não queria ser uma princesa. Agora, eu consegui.