Garota Valente escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 9
Roma... alguma coisa


Notas iniciais do capítulo

Bom, acabamos de chegar na terceira parte da fic, o que encerra a parte de “conhecimento e mudança”. Agora, estamos em “uma vida diferente”. Espero que estejam gostando. Além disso, temos personagens autorais! Quero saber o que acham deles, ok?
Ps.: O nome seria “Merida DonBarton”. Achei que “Roma... alguma coisa” era um nome mais engraçado.



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Era um dia normal. Agora normal.

Há um tempo atrás, eu diria que era um dia louco, talvez o mais louco da minha vida. Mas, como já estou acostumada, o dia era normal. Só tinha um pequeno detalhe: meu primeiro dia de aula em uma escola. Por isso meu despertador me acordou às sete da manhã. Me levanto com dificuldade e ouço a voz de J.A.R.V.I.S.:

– Srta. Barton, seus pais solicitam sua presença para tomar café da manhã.

– Bom dia pra você também, J.A.R.V.I.S.! – respondo com sarcasmo.

– Mas antes, eles pediram para que se preparasse para ir à escola.

– Ah, é hoje. Valeu.

Há quatro meses que cheguei aqui. Meus pais (os Barton’s) me ensinaram tudo o que eu precisava. Fazia uma semana de que li, com dificuldade, um livro inteiro e em inglês. Quer adivinhar? Jogos Vorazes. Até que eu achei uma língua fácil, tanto de falar, como de escrever e ler. O alfabeto foi a parte mais complicada, mas parecia que estava no meu sangue... ou coisa parecida. Minha velocidade ao aprender foi rápida e, acredite se quiser, surpreendente para todos, até o metido a besta do Stark.

Tony e eu não temos nos dado muito bem... aliás, dês do começo. Aos poucos, comecei a me adaptar. Mais motivos para ele me zoar. Parece que o Steve passou por isso também. Algo sobre ser congelado por setenta anos... sei lá. Eu era um tanto complicado, mas tudo era tão... surreal! Era uma máquina que você colocava algo frio e saia quente, outra que você colocava quente e saia frio, outra que passava imagens na tela, outra que aumentava a voz... quem precisa de magia?

Eu costumava passar muito tempo “entrevistando” o Thor, mas com o tempo, comecei a achar sua presença... normal? Eu estava achando que tudo estava normal, mesmo depois de descobrir tudo sobre essa de “super heróis” e coisa e tal. Hoje em dia, nada me surpreende. Uma vez eu vesti uma armadura do Tony e destruí o quarto dele. Foi sem querer, mas eu até gostei do resultado. Pepper não achou nada legal, e acho que essa foi a parte ruim. Bom, meus pais também não aliviaram.

Me vesti e fui para a sala de jantar. Thor já havia terminado e estava vento TV no sofá. Era um programa de culinária chamado “Top Chef”. Não havia visto Steve e Bruce naquela manhã e deduzi que Tony ainda estivesse na cama. Me sentei com meus pais e Pepper, que também estava de saída. Meus pais pareciam discutir alguma coisa.

– ... pode confiar que ela vai estar segura. – disse minha mãe.

– Tasha, você se lembra da última vez... – papai ia continuar, mas o interrompi.

– Deixe eu adivinhar: dormindo. – falei com Pepper enquanto me sentava.

– Exato. Como foi a noite, meu anjo? – ela perguntou docemente.

– Vocês podiam pedir para o J.A.R.V.I.S. ser um pouco mais educado. Ele me acordou sem um “bom dia”. – eles riram – Mas sim, foi uma boa noite.

– Ansiosa para o primeiro dia de aula? – perguntou meu pai.

– Totalmente. Vou me sentir perdida. Quem vai estar segura?

– Uma ex-agente que está sendo ameaçada de morte por um antigo inimigo. É uma coisa na qual você não precisa se preocupar. – explicou minha mãe.

– Papai pareceu preocupado. – falei. O que eu disse?

– Ele não estava... – assim como eu, ela demorou a se ligar. Me olhou surpresa.

– Me chamou... de “papai”? – ele perguntou.

– Pa... parece que... sim! – gaguejei.

Ele sorriu. Foi a primeira vez que o chamei assim. Vi uma lagrima sair do seu olho esquerdo. Minha mãe também sorriu emocionada.

– Bom... pra que tanto drama? Ainda precisam me respondeu uma pergunta.

– Eu não estava preocupado, filha. - ele disse, sorridente.

– Se você insiste... – falei, pegando uma torrada no centro da mesa.

Tomei meu café e fui para o elevador. Sai da torre, Happy me esperava no carro. Sentei no banco da frente e, como sempre, começamos a conversar sobre... qualquer coisa. Naquele dia, ele estava exibindo uma gravata nova e achando que eu não tinha reparado. Ele perguntou:

– Então, Srta. Barton, reparou algo diferente em mim?

– Não sei. Cortou o cabelo? – menti.

– Não acredito que, com os genes de espiã da sua mãe e os olhos de gavião do seu pai, você não reparou?

– O que exatamente eu deveria reparar?

– Ah, Drta. Bar...

– Merida, Happy! Por favor! Já conversamos sobre isso!

– A minha gravata! É nova! – ele disse irritado.

Dei uma gargalhada e disse: - Acha mesmo que não reparei?! – e continuo rindo.

– Sei. Quem me garante que você não está mentindo?

– Quando eu minto pra você?

– Posso ser franco? Não faço ideia.

Ri dele. Parece que minha mãe tem fama de mentirosa. Mas, ela diz que mentir faz parte de ser uma espiã. Não que ela ainda seja, mas há hábitos difíceis de se abandonar. Ela disse que, quando a H.I.D.R.A. se revelou, ela teve que derrubar a organização... com ajuda, é claro. Steve, um tal de “Nick Fury”, ou sei lá, e um cara chamado Sam Wilson, tiveram participação direta. Foi logo depois disso que minha mãe se casou com meu pai. No ano seguinte: 2015. Nasci em 2016, tenho 17 anos, então estamos em 2033. Pelas fotos de minha mãe, ela nunca envelheceu e até então eu não sabia porquê. Já meu pai... ele não tinha um rostinho tão jovem.

Chegamos na escola. Quando eu iria sair, recuei o pé e pensei seriamente em pedir para o Happy me levar pra casa, mas era tarde. Eu precisaria ser valente como meus pais e enfrentar o desconhecido. Seja ele uma invasão alienígena, a formação de uma família ou uma escola. Saio com minha bolça e ouço Happy me chamar:

– Merida!

– O que foi?

Ele me entregou um pequeno bilhete e disse: - Pode ser útil. Boa aula.

– Tudo bem. Tchau. – me despedi achando suspeito.

Guardei o bilhete no bolço de trás da calça e fui andando. Nunca vi tanta gente da minha idade junta. Mamãe disse que eu estava no último ano do ensino médio e, como de se esperar, eu não intendi. Ela falou algo sobe faculdade e que eu tinha um ano para escolher uma carreira. Falei que queria entrar para os Vingadores e ela disse que não, e mesmo que eu fosse, eu teria que fazer uma faculdade e... coisa e tal.

Entrei na escola e procurei a direção da escola, onde meus pais falaram que eu conseguiria as informações necessárias sobre a minha turma, que eles também falaram, pois haviam conversado com o diretor ou... coisa parecida. O que foi? Sou uma garota mal informada! Se eu fosse bem informada, saberia que aquele maldito feitiço transformaria minha mãe (Elinor) em urso! Minutos depois eu estava na sala de aula esperando o professor. Uma loira ao meu lado me olhou e perguntou:

– É nova aqui?

– Sim. Na verdade, em qualquer escola. Eu sempre estudei em casa.

– Isso é... anormal. Mas quem sou eu pra julgar? – ela estende a mão e diz – Sou Krystal. Krystal Walker.

– Merida... Barton. – respondo, apertando sua mão.

– Um instante. – ela diz e se vira para o garoto de pé do outro lado – Hey, Lion! Aluna nova!

O tal Lion veio na minha direção e disse: - Olá.

– Oi. – respondi, colocando o cabelo atrás da orelha.

– Como minha amiga disse, me chamo Lion. Mas, se quer saber tudo, então é Lion Mason.

– Merida Barton... de novo. – respondi.

– Barton? Tá de brincadeira! Tipo... Clint Barton? O...

– Gavião Arqueiro? É. É meu pai. – falei naturalmente.

– Tá de brincadeira! Você é filha de um vingador! – disse Krystal.

– Sua mãe é a Viúva Negra, não é?! – perguntou Lion com os olhos brilhando de empolgação.

– Sim, é. – respondi surpresa.

– Como você sabe? – perguntou Krystal.

– Como você não sabe, Krys?! São casados há mais de dezoito anos!

– Você é que é especialista em tudo dos Vingadores! Eu não! – se defendeu a loira.

– Então, vocês... – eu iria fazer qualquer pergunta para mudar de assunto, mas o professor entrou na sala.

Ele me viu e disse: - Parece que temos um rosto novo na sala. Qual o seu nome, novata?

– Merida. – respondi.

– Só isso? Vamos, todos temos sobrenomes. Quero que venha até aqui e escreva seu nome completo.

– Em inglês ou em escocês? – a pergunta soou engraçada.

– Inglês, por favor. – disse o professor alto, branco e careca.

Peguei a caneta grossa e preta e fui até o quadro branco. Eu sei escrever meu nome completo em inglês! Merida Roma...

– “Roma” o que? – perguntou o professor quando parei de escrever.

Eu sabia que iria ter dificuldade alí. Era “Roma... alguma coisa”. Peguei o bilhete que Happy me deu e foi como se uma lâmpada acendesse na minha cabeça. No bilhete dizia “Romanoff”. “Obrigada, Happy”, resmunguei. Amaço o papel e termino de escrever: Merida Romanoff Barton. Me viro para a turma, que estava chocada.

– Muito obrigada, Srta. Barton. Pode voltar para sua cadeira.

Durante o resto do dia, ouvi todos comentando ao meu respeito. E é assim que se fica famosa no primeiro dia de aula, crianças! Vejam e aprendam. Mas, eu não gostei. Eu não gostava de ser famosa quando eu era princesa! Vou ter que filtrar muito bem minhas amizades. Por enquanto, eu era amiga de Krystal e Lion. No fim da aula, eu sai conversando com eles:

– Então, você morava em uma aldeia na Escócia?!E lá não tinha tecnologia nem nenhum contato com a modernidade?! – perguntava Krys desacreditada.

– Sim! Tudo pra me manter segura. Agora, os Vingadores estão na minha cola.

– E você era uma princesa? – Lion também não acreditava.

– Sim. A primogênita do Clã Donbroch.

– Está difícil de se adaptar?

– Na verdade, não. Isto é, no começo sim, mas agora, está tudo indo bem.

– Graças a Deus que você está viva. – comentou Lion.

– Thor? Ele nem teve muita... – não pude continuar.

– Não falei dele. Ele é só um alienígena, que nem o Supermam. – interrompeu Lion, me deixando confusa.

– Pra nós, só existe um. O nosso Deus. – falou Krys.

– Quem? – perguntei.

– Bom... Deus! Que nos criou e nos amou. Nos amou tanto que deu seu filho Jesus pra morrer por nós! – explicou Lion.

– Quem? – insisti.

Os dois me olharam desacreditados. – Está me dizendo que não conhece Jesus Cristo?! – perguntou Krys – Nem se ouvir falar?!

– É! Não conheci!

– Ah, não! Eu assumo a responsabilidade de apresenta-lo pra você. – ela disse me abraçando.

– Não conheceu nenhum cristão nesse tempo que está com seus pais e os Vingadores?! – Perguntou Lion – Bom, agora tem a gente.

Não soube responder, então dei de ombros e sorri. Logo eu fui para casa e encontrei os outros. Falei do meu primeiro dia de aula, das matérias que, como eu iria ter dificuldade, Bruce iria me ajudar, Krystal e Lion, o bilhete do Happy e um pouco mais. Joguei vídeo game com meu pai (e perdi como sempre), atirei com arco e flecha, fiz os deveres de casa, comecei a ler “Em Chamas”... foi uma tarde normal.

Quando anoiteceu, eu fui para o meu quarto conversando com minha mãe. Era início de março e estava um pouco frio. Ela contava histórias de missões com o papai e riamos de algumas situações.

– ... mas ele insistia: “Nat, eu acerto aquele alvo de olhos fechados!”. E eu falei: “Duvido”. O outro agente que estava conosco ficou irritado e adivinhe!

– Papai acertou o cara com os olhos fechados?

– E bem no meio dos olhos.

– Caramba. Vocês têm um trabalho violento! – falei me deitando na cama.

– É... não mudou muita coisa. – ela ri.

–Se lembra dos amigos que falei?

– Tenho memoria fotográfica. Anos de treinamento. Fale.

– Eles disseram que eram... cristãos.

– Ah, isso é religi...

– Eles me explicaram o que é. Só queria saber se esse tipo de pessoa é confiável para se aproximar.

– Bom, eles são bem rigorosos. E antes isso do que liberais. Então sim, são confiáveis.

Bocejei e disse, enquanto me cobria: - Boa noite, mãe.

– Primeiro Clint, agora...

– É o que você é, não é?

– Sim, é. – ela beija minha testa com os olhos marejados e diz – Boa noite, filha.

Aquela seria uma boa noite.


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Notas finais do capítulo

Sei que ficou enorme, mas espero que tenham gostado! E me respondam, por favor, se foi uma boa colocar o Lion e a Krystal.