Garota Valente escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 24
A base da S.H.I.E.L.D. P.: 02


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pelo atraso, se é que me atrasei. Queria dar as boas-vindas atrasadas à Darth Vader do Paraguai! Seja bem-vinda ao meu maluco e divertido universo! Divirtam-se!



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O clima estava tenso.

Todos encaravam Al, que pude reparar que conseguiu arrumar um enorme problema com o carrinho de brinquedo do garoto que deduzi ser Neo. Lançou recentemente um filme chamado "Matrix Return", que falaram que é um remake de um filme muito velho, de mais de uma década antes do meu nascimento. Bom, nesse filme o pai do protagonista se chama Neo, e tinha uma história dele ter sido dado como morto, mas foi revivido... foi muito confuso. Não intendi quase nada daquele filme. Sempre preferi "Tron: O Retorno". Esse sim foi legal.

Caramba, mudei de assunto. Então... estavam meus pais (Clint e Nat), May, Colson, os pais do Albert Fitz (pelo que eu sei, e esse o nome dele), a Kate Hunter, a Krystal, a Skye, o marido dela e o filho, Neo... Johnson? May disse que iria me apresentar a todos, e assim o fez:

– Agentes, não sei se se lembram dela. Essa Merida Romanoff Barton. Há um ano, ela foi assassinada e foi usado o T.A.I.T.I. para que ela voltasse. A filha dos ex-agentes Barton e Romanoff, atualmente vingadores.

– Eu me lembro dela! - falou a cientista mãe de Al (provavelmente, a tal Jemma).

– Sim, eu também. - concordou o marido dela, Leo.

– Caramba, você é filha de dois vingadores! A Krys só tem o pai no grupo! - falou o moreno aparentemente da minha idade - Sou Neo Campbell. - ele apertou minha mão.

– Dá licença?! - reclamou Krys - Meu pai é o líder deles, vale pelo dobro que a Meri, obrigada.

– Já mandei não ligar pra ele, Krys! - falou Kate.

– Ham... - Jemma se aproxima de mim e diz com um sorriso fofo - Você pode não se lembrar de nós, mas te acompanhamos quando foi morta. Sou Jemma Fitz, e esse e meu marido, Leo. - ela diz, puxando o mesmo para mais perto - E pelo visto, já conheceu o Albert.

– Sim, Krystal me apresentou. - falei.

– Meri - falou Skye se aproximando -, nós duas também éramos próximas antes de tudo. Eu, May, Colson... Só não conhecia minha família. Agora, pelo visto, conheceu. - soltou uma risadinha.

– Seu marido, não muito bem. - respondi.

– Lincon. - ele falou, acenando pra mim. - Prazer em conhecê-la.

– Igualmente. - respondi.

– Pessoal! - chamou um agente que se aproximava - Descobri algo importante.

– O que foi, pai? - perguntou Kate.

"Ah, ele é o pai da Kate." Pensei. O agente continuou:

– O assassino da H.I.D.R.A. que estávamos procurando. Descobri algo sobre ele.

Todos nós fomos até lá. Era só um laboratório, mas lá tinha muitos computadores e, grande parte deles, com o nome "Tremor" escrito de alguma forma (arranhado, com adesivo (s), a caneta...). Skye finge-se de indignada e diz:

– Achei que a hacker fosse eu!

– E não aprendi nada com você todos esses anos?

– O que descobriu? - perguntou Colson.

– Ele atende pelo codinome "Blood". - falou uma loira com uma pinta na testa se aproximando - Não há registro nenhum sobre ele na H.I.D.R.A., apenas relatório de missões e coisas que não nos ajudam a identificá-lo.

– Harpia. - falou minha mãe.

– Viúva Negra. - respondeu a loira - Olá, Clint.

– Bobbie! Há quanto tempo! - falou meu pai.

– É a famosa Merida? - perguntou ela.

– Sim, sou eu. - respondi. - Mas pode voltar para o lance do assassino? - pedi.

– Ah, esse é um assunto...

– Ela já sabe. - falou meu pai.

– Podemos continuar? - perguntou o pai de Kate.

Podia sentir de longe o cheiro do ciúme de minha mãe. Estava na cara que as duas não se davam muito bem. Bobbie vai até ele e Kate e abraça a garota. Deve ser a mãe dela. Se encaixa com o perfil da filha.

– Nos arquivos sobre ele, também encontrei muitos dados sobre a falecida agente Lea Mason, que marcou muito a H.I.D.R.A., abrindo suspeitas de que ele seja um Mason.

– Não pode ser o Lion nem nenhum dos irmãos dele. - falou Krys.

– Lion nunca faria algo assim. Jen é uma pessoa maravilhosa, também não pode ser ela. E Andy é uma criança ainda! - falei.

– Então algum parente dele foi responsável pela sua morte. - falou Hunter.

– O que? - perguntei.

– Blood foi o responsável pela sua morte. - falou Kate - Já faz um tempo que estou empenhada em acha-lo.

– Está dizendo que foi um parente ou familiar do meu namorado que me matou há um ano? - perguntei um tanto indignada.

– Bom, talvez ele mesmo. - respondeu a garota (que parece a Tris, me perdoem pela observação inútil).

– Nat, não acredito que deixou sua filha namorar um garoto sem ter pesquisado tudo sobre a vida dele. - falou Bobbie, sarcástica.

Me aproximei do ouvido de Krys, que estava comigo e meus pais, e perguntei: - A mãe da Kate é sempre assim?

– Não. Ela tem problemas com a sua mãe e vice-versa.

– Por favor, a agente Rogers conhece a família.

– Sim! - confirmou Krystal - Aposto que eu saberia se Lion fosse da H.I.D.R.A.!

– Não dá para saber. - falou Skye, que agora estava observando os computadores com Hunter, Kate e Bobbie - Achar esse cara, isso se for um cara e não uma mulher, é a coisa mais difícil que já fizemos. O cara não deixa rastros e tudo o que sabemos é que ele é bem jovem. Foi a única coisa que seu pai conseguiu identificar dele... e tinha cabelos castanhos.

Então podia ser Lion. Não conseguia acreditar. Eu havia sido uma boba iludida? A pior coisa que poderia ter acontecido se concretizou? Lion estava me enganando? Não, isso não era possível. Não posso me permitir a acreditar nisso. Isso não pode ser real! Nunca! Ou será que eu é quem não enxerguei? Ele fala alemão, luta, tem uma ótima mira... mas não! Eu não podia pensar naquilo. Peguei meu celular e olhei minhas fotos com ele. Éramos um casal bonitinho, tenho que admitir. Lion parecia um anjo. Pele clara, olhos azuis, um sorriso bobo e sem graça... inocente e puro. Como era possível? Acho que eu estava a ponto de acreditar que eles diziam a verdade e que Lion mentiu para mim.

Logo depois disso, Krys me levou a um quarto na base da S.H.I.E.L.D. onde eu ficaria temporariamente, até que Blood fosse detido e eu estivesse segura. Como ficaria minha escola? Tem coisa mais importante na vida, como a sobrevivência, por exemplo. Ainda nem tinha decidido o que eu faria depois. A carreira que eu seguiria. Tudo o que eu mais queria era fazer o que mais gosto: atirar com meu arco! Onde eu poderia aplicar isso? Não responda! Não quero que você responda essa pergunta. Deitei na cama do quarto branco e cinza sem graça e tirei minhas botas marrons. Deixei o colar prata com uma pedrinha preta encima de um criado mudo, mas deixei o tordo e a pulseira de flecha que meus pais me deram (agora sei a verdade sobre ela).

Fiquei encarando o teto em conflito interno por um longo tempo, até sentir fome. Peguei uma sandália na minha mochila, coloquei minhas meias dentro das botas, calcei as sandálias e fui procurar algo para comer. Encontrei Kate, que me levou até uma cozinha e preparamos torradas com geleia de morango e milk-shake de chocolate que o pai dela fazia para ela... até que ela aprendeu.

– Nível de revolta por seu namorado ser o possível assassino. - pediu Kate.

– Não vamos falar sobre isso. - pedi.

– Já vi que alto pra caramba. - respondeu, bebendo um gole do milk-shake.

– Conhecia minha mãe? - perguntei.

– Sim. Minha mãe nunca gostou muito dela, mas não sei o que elas tem uma contra a outra.

– Deve ser rivalidade. Vocês mesmos falaram que minha mãe é uma lenda...

– Bom, todos falam que é isso. - ela deu de ombros. - Pena que o Trip não está aqui. Largou a gente no ano passado.

– Por que? - perguntei.

– Não sei. Os outros que estão apenas em treinamento também não sabem. Não sei porquê é tão confidencial, mas é.

– As pessoas fazem as coisas por motivos. - falei, mas ela riu.

– Não, elas fazem por nada. - respondeu sarcástica.

Rimos um pouco da frase que eu falei. Uma frase que soou um tanto estranha e muito obvia. Não conseguia acreditar que tinha dito algo tão ridículo quanto isso. "As pessoas fazem as coisas por motivos"?! Foi idiota. As pessoas andavam pra lá e pra cá e sempre que passavam por mim, não conseguiam não perguntar se eu estava bem ou coisa parecida. Depois disso, fiquei andando por lá, conversando com uma pessoa ou outra, descobrindo mais sobre uma raça chamada "Inumanos", o que eu achei muito legal. Aliás, onde pessoas com descendência alienígena e que tem poderes não vai ser muito legal?

Meus pais me contaram tudo a noite, pouco antes da hora que eu fui dormir. Não me troquei. Me deitei com a roupa que usava. Tentava imaginar como devia ter sido a minha festa de 16 anos. Meu vestido foi descrito em detalhes pela minha mãe. Eu ficava imaginando tudo. Queria que minhas memórias não houvessem sido apagadas. E pensar que foi usado D.N.A. alienígena para me trazer de volta me assustava. Mas ao mesmo tempo, era interessante. Tento ocupar meus pensamentos com coisas boas, mas automaticamente me vem a memória meus bons momentos com Lion.

"Sou sua Sacha, e você meu Tyler", me recordo de algo que falei a ele. Uma referência ao filme que vimos quando ele me pediu em namoro. Passou tão rápido... já quase disse que o amava umas mil vezes e, naquela hora, agradeci a mim mesma por nunca ter dito. Acordei no susto no meio da noite. A única coisa que me lembro do sonho era um beijo de Lion. Olhei no relógio: meia noite. Me levantei e saí pela porta. Me surpreendi ao ver minha mãe sentada no chão no corredor, cochilando sentada, como se soubesse que eu iria acordar.

– Mãe? - perguntei.

Ela ergue a cabeça e esfrega os olhos, me encarando. - O que faz acordada a essa hora, Meri?

– Acordei no meio da noite. Não consigo dormir mais. Perdi o sono.

– Bom... - ela falou se levantando - eu sei bem como se sente. Tudo o que você acreditava que era verdade eram mentiras. Mas fizeram isso para te proteger, meu amor. E você sabe que não há nada que eu não faça por você.

– Espero que eu acorde na torre, depois desse pesadelo.

– Não se iluda. Sabe que isso é real.

– Me sinto presa em uma gaiola com uma nuvem enorme sobre minha cabeça. - desabafei.

– Vamos para o seu quarto. - ela pediu.

Fomos para lá e eu me deitei na cama. Ela se deitou ao meu lado, como quando descobri que ela era minha mãe e ela me contou a história deles e de como fui parar lá. Fechei os olhos e ouvi ela começar a cantar (eu também não acreditei que ela faria isso):

– A neve branca brilhando no chão sem pegadas pra seguir. Um reino de isolamento e a rainha está aqui

A voz dela era bonita. Nunca imaginei, e deve ser difícil de imaginar, que uma mulher como ela tivesse uma voz como a dela.

– A tempestade vem chegando e já não sei. Não consegui conter, bem que eu tentei. "Não podem vir", "não podem ver". "Sempre a boa menina deve ser". Encobrir, não sentir, nunca saberão... Mas agora vão. Livre estou! Livre estou! Não posso mais segurar! Livre estou! Livre estou! Eu saí pra não voltar! Não me importa o que vão falar. Tempestade vem. O frio não vai mesmo me incomodar.

Senti seus dedos nos meus cachos. Era dela que eu tinha puxado eles. Pude reparar que ela amava meu cabelo, não apenas por essa noite, mas por momentos anteriores. Sua voz, em sussurros, continua:

– De longe tudo muda: parece ser bem menor. Os medos que me controlavam, não vejo ao meu redor! É hora de experimentar. Os meus limites vou testar. A liberdade veio enfim! Pra mim! Livre estou! Livre estou! Com o céu e o vento andar! Livre estou! Livre estou! Não vão me ver chorar! Aqui estou eu e vou ficar! Tempestade vem... O meu poder envolve o ar e vai ao chão. Da minha alma flui fractais de gelo em profusão. Um pensamento se transforma em cristais. Não vou me arrepender do que ficou pra trás!

E foi naquele momento que a ficha caiu. Ela basicamente cantava sobre ela! E se a rainha for na verdade uma assassina? E se "Boa Menina" na verdade fosse "Agente obediente"? E se o poder não fosse inumano, e sim apenas habilidades muito específicas? Ela estava livre agora!

– Livre estou! Livre estou! Com o sol vou me levantar! Livre estou! Livre estou! É tempo de mudar! Aqui estou eu, vendo a luz brilhar... Tempestade vem...

Naquele momento, eu tive certeza de que nunca estava sozinha. Eu sentia um frio na alma. Eu tinha medo, mesmo não admitindo. Grande parte da minha vida pode ter sido construída com mentiras, mas eu sabia que as pessoas que me cercavam eram pessoas que se importavam comigo. Pense bem: minha mãe é a Viúva Negra e está cantando uma música do filme Frozen! Faz sentido isso? Eu estava quase caindo no sono, e tinha certeza de que meus sonhos seriam agradáveis. Não importava se meu namorado era ou não quem dizia ser, eu sabia que poderia enfrentar qualquer tempestade. Fechei os olhou pela última vez naquela noite com a certeza no meu coração de que...

– ... O frio não vai mesmo me incomodar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Estamos na reta final! Faltam poucos capítulos para o epílogo e logo terá também uma continuação! E (adivinhem!) paralela ao filme A Era de Ultron! UHUUUUU!!!!

Comentem!