Garota Valente escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 23
Bônus: Krystal Rogers.


Notas iniciais do capítulo

Em primeiro lugar, hoje é meu niver de 16 e eu queria muitos comentários de presente de aniversário (acho que é muita cara de pau e falta de educação pedir uma recomendação).

Em segundo: eu sei que vocês esperavam uma parte 2 do capitulo anterior, mas eu queria fazer isso logo. A Krys tem uma história interessante e acho que vão gostar muito.

Divirtam-se!



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Por pior que seja, sou grata pela minha vida.

Quando eu era pequena, com cinco anos na verdade, minha mãe me deixou em um lar adotivo. É minha lembrança mais antiga. O resto são apenas fleches de memória. Rápidos e curtos fleches que me fazem pensar até hoje que minha mãe, mesmo cuidando bem de mim, não me amava. Ela reclamava, me chamava de coisas horríveis, mas sempre se preocupava com a minha saúde, meu bem-estar e minha alegria. Parecia cuidar de mim por obrigação ou como se cuida de um cãozinho de estimação.

Eu me lembro de como eu era ingênua. Devo admitir: fofa. Mas muito ingênua e bobinha. Bom, que garota de cinco anos não é?

– Mamãe, por que eu não conheço o papai como a Carly? - falei me referindo à colega de turma.

– O seu pai é um homem muito especial. - ela falou seca e um tanto irritada. Não era a primeira vez que eu perguntava - Tão especial que não tem tempo para cuidar de uma pirralinha de cinco anos mimada como você.

Eu não intendia o significado dessas palavras, mas de uma coisa eu sabia: meu pai, seja ele quem fosse, era especial. Então, minha mente infantil criou a teoria de que ele era um anjo. Minha mãe, Feclícia Walker, nunca falava sobre meu pai e o máximo que ela falava era que ele era especial e não tinha tempo para mim, o que me deixava decepcionada. Na semana seguinte, alguns homens de terno apareceram na minha casa e conversaram com minha mãe. No mesmo dia, fizemos minhas malas e me mudei para um lar adotivo: os Greyer's. Madalene e Kevin. E eles me tratavam muito bem.

Durou? Digamos que sim. Mais do que antes. Fiquei dois anos a mais em um lar adotivo do que na casa da minha mãe, que, aliás, foi morta um mês antes de invadirem a minha casa e matarem meus pais. Era uma tarde normal. Eu e meus pais estávamos vendo um filme. Se chamava "Encontro de Scarletts", sobre uma atriz arrogante que sofre um acidente de carro e fica em coma. Durante o coma, Scarlett (a atriz que, aliás, se parece muito com a Nat) encontra algumas personagens que ela interpretou, que tentam ensinar varias lições a ela, como humildade, valores...

– Essa Annie é fofa. - comentei.

– Sim, mas gostei mais da Lucy. - respondeu meu pai.

– Kevin, você só gostou mais dela por causa do vestidinho preto que destaca as curvas do corpo dela. - brincou minha mãe, se fingindo de ciumenta.

Era muito normal. Minha mãe não era ciumenta, mas meu pai era (devo ser franca) um gato. Não tão gato quanto meu pai biológico, mas gato. Na época, eu não o via assim, mas hoje, por fotos, percebo que minha mãe tinha sorte em ter ele até seu último dia de vida. A campainha tocou e logo minha mãe se levantou e disse:

– Um minuto, amores. Vou atender a porta.

Minha mãe foi até a porta atender enquanto meu pai me chamou a atenção. Eu e ele tínhamos alguns segredos da mamãe.

– O que aconteceu na sua escola que a diretora ligou pra mim?

– Eu defendi uma garota. - falei naturalmente.

– E quebrou o nariz da outra? Sabe que sua mãe precisa saber, não é?

– Não, ela não...

– Você foi longe demais. Foi lesão física! A escola precisava tomar uma atitude contra...

– A culpa não foi minha! Sou muito forte para uma garota da minha idade, não sei porque, e você concorda.

– Sim, isso é um fato, mas...

Um som de tiro e a mamãe despencando no chão. Só deu tempo do meu pai me mandar correr para o banheiro. Me tranquei no banheiro e ouvi pessoas correndo e subindo as escadas. Ouvi, logo depois, uma luta. Percebi que, ao início do silencio, tentavam abrir a porta. Me deitei dentro da banheira, mas não consegui segurar o choro. Mas no lugar do meu fim, ouvi uma voz de mulher:

– Garota, está segura agora.

Me levantei e vi uma mulher, já de idade, asiática e morena. Ela estava séria, mas estava diferente dos que mataram meus pais.

– Quem é você? - perguntei.

– Você é Krystal Walker?

– Si... sim. - respondi com medo.

– Meu nome é Melinda May. Vim aqui para ajudar. Esses homens tentaram matar você, e viemos aqui para garantir sua segurança.

Me levantei e perguntei em tom autoritário: - Quem veio com você.

– Minha equipe. - ela sorri e diz - Você me lembra o seu pai.

– Conhece meu pai? - perguntei curiosa, saindo de dentro da banheira.

– Todas as suas perguntas serão respondidas em breve.

Depois disso, me levaram para um lugar que eu não conhecia e fiquei em uma sala por meia hora esperando as respostas. Um homem de idade entrou na sala e se apresentou como "Diretor Phill Cousol". Imagine que assustador: você viu sua mãe adotiva ser assassinada, ouviu seu pai tomar tiros de dentro do banheiro, foi levada a um lugar estranho por estranhos que disseram que os caras que mataram seus pais adotivos queriam me matar e agora está sentada em uma sala de interrogatório esperando minhas perguntas serem respondidas. Quando Phill começou, eu logo falei:

– Direto ao ponto.

– Você é uma garota muito especial. Já deve ter reparado que você tem uma saúde quase inabalável.

– Bom, pode parecer estranho, mas nunca fiquei doente.

– Isso, e nem bêbada. - falou ele.

– Nunca tive nem a oportunidade! Tenho doze anos! - falei um tanto ofendida.

– E a garrafa de champanhe que você virou na garganta quando tinha sete anos e viu "A Culpa é das Estrelas", que, pela censura, nem deveria ter visto?

Fiquei chocada. Nem meus pais sabiam daquilo. A garrafa estava escondida, mas eu sabia onde, então peguei e bebi, porque eu (olha que ridículo) queria saber qual era o sabor das estrelas. Meus pais acharam muito estranho, mas não suspeitaram de mim, já que escovei muito bem os dentes e (adivinhe!) eu estava sóbria. Até a morte, para eles, aquilo foi um mistério.

– Co... como você sabe?

– Nós temos te vigiado. Até na escola. Sabe, para quebrar o nariz de uma pessoa com um soco, é preciso uma força anormal para uma garota da sua idade.

– Por favor, a moça falou que conhece meu pai. Quem ele é?

– Você o conhece. Ainda não pessoalmente, mas conhece.

– Quem ele é?

Ele se debruçou na mesa, me olhou nos olhos, sorriu e disse as palavras que eu nunca nem sonharia em ouvir:

– Krystal, você é filha de Steven Rogers, o Capitão América.

Minha boca e meus olhos ficaram igualmente muito abertos. Eu o encarava desacreditada e ele sorriu com minha reação.

– Está dizendo que... meu pai é... ele é um... um...

– Um vingador? Um super-herói? Uma lenda viva? - tentou completar.

– Sou filha... de um vingador? - questionei.

– É exatamente isso. - ele afirmou - Seu nome, sendo assim, seria Krystal Walker Rogers, ou só Krystal Rogers.

E depois disso, fui treinada como agente. Sempre perguntando quando vou conhecer meu pai. Não queria saber de quem ele era, se era especial ou não. Se era um anjo ou um herói. Só me importava dele ser meu pai. Logo depois disso, eu fui para uma espécie de academia para formar agentes da S.H.I.E.L.D., nome que eu só fui descobrir mais tarde naquele dia. A academia era muito pequena e escondida, mas só fiquei lá até fazer dezesseis. Quando completei essa idade, alguns agentes fizeram uma festa surpresa para mim, não na academia, mas na base da S.H.I.E.L.D.! Durante a festa, Phill (eu nunca o chamei de "Diretor Colson", para mim ele era o "Phill") me chamou em um canto um pouco mais afastado. Ele me vendou e fomos até um lugar que eu não sabia onde era.

– Krys, hoje, como é um dia muito especial, decidi te dar um presente muito especial. - ele tirou a venda e então pude ver meu presente de aniversário, que vestia uma calça jeans azul escura sem muitos detalhes, uma camisa branca com vermelho e uma sapato marrom - Krystal Rogers, esse é Steven Rogers, o grande Capitão América. Seu pai.

Eu não sabia o que dizer. Meu pai e eu tivemos a mesma expressão: perplexidade e surpresa.

– Você parece com sua mãe. - ele falou sorrindo.

Pude ver lagrimas escaparem dos olhos dele... e nos meus olhos também. Tento parecer durona e as enxugo, respirando fundo e respondendo divertida:

– Você parece com o Capitão América.

Ele riu. Papai segurou minha mão. Não sabia por onde começar.

– Belo colar! - ele comentou, no mesmo clima que eu.

– É... - segurei o pingente com o escudo do meu pai e comentei - Não que eu soubesse que iria te ver hoje, mas eu imaginava que iria gostar de me ver usando ele. Foi um presente do Phill.

– Me perdoe por não estar presente na sua infância. Sua mãe escondeu você de mim. Descobri que você existia há poucas semanas. Eu lamento muito.

– A culpa não foi sua. - não consegui segurar o choro.

Me joguei nos braços dele e disse o quanto eu sonhava com aquele momento e que eu fantasiei a minha infância inteira que ele era um anjo. Para mim, ele era. Não falei com mais ninguém durante a festa. Só com ele. Passamos o tempo que podíamos juntos. Foi o dia mais feliz da minha vida. Pouco antes dele ir embora, fui avisada de que iria ficar um tempo indeterminado longe dele. Ficamos frustrados, já que fizemos muitos planos. Em uma noite, eu pude dizer pela primeira vez...

– Eu te amo, pai.

– Também te amo, filha. - nos abraçamos e ele disse - Já estou morrendo de saudades.

– Já sei porque sou tão melodramática.

Mas não estávamos sendo. Ficaríamos um tempo longo e indeterminado sem nos vermos e isso era terrível. Passei dois anos morando em Nova York com um homem que foi pago para ser meu segundo pai adotivo. Era por causa de uma missão, e também era a razão para eu e meu pai não nos vermos. Foi com dezesseis que conheci Lion e ele me apresentou a Cristo. É claro que me aproximar de Lion e sua família era uma missão, mas para mim foi muito mais pessoal do que isso. Assim como quando me mandaram proteger uma garota que estava sendo ameaçada pelas mesmas pessoas que eu e pela mesma razão que eu: era filha de alguém dos vingadores ou de um agente. E era um pouco dos dois, pôs seus pais eram os lendários agentes Barton e Romanoff.

E foi aí que Merida se tornou uma das minhas melhores amigas.


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Notas finais do capítulo

Espero francamente que tenham gostado. Quero que digam o que acharam do resto da fic também. Qual a sua cena favorita? A fic inteira? E seu personagem favorito? Que tal uma entrevista entre o epílogo e a continuação? Comentem!