Garota Valente escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 21
Bônus: Natasha Barton


Notas iniciais do capítulo

Sabe qual o tamanho da minha FRUSTRAÇÃO por não receber NENHUM comentário no capitulo BOMBÁSTICO anterior?!?!?! FOI ENORME!
O capitulo é narrado pela nossa querida Nat! Isso mesmo! A Nat! Ela foi tirada daquele hospício pelo Lobão e o Duca agora sabe que… ops! Nat errada! Rsrsrs
Brincadeiras a parte, espero que gostem!



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A culpa era minha.

Fui eu quem acordei naquela noite querendo minha filha. Fui eu quem implorou ao Colson para que eu pudesse trazer minha filha para viver com a família de verdade dela. Fui eu quem causei a morte dela. E não foi agradável vê-la sendo tirada da morte. Era doloroso. Ela implorava para que a deixassem morrer, já que era a pior coisa que ela já havia sentido.

Mas eu e Clint a amávamos. Não queríamos perde-la, custe o que custasse. E o preço foi esse: vocês não podem mais tê-la. Era a pior coisa que uma mãe poderia ouvir. Bom, antes isso do que “sua filha está morta”. E eu sei como é doloroso ouvir isso.

No começo era tudo tão… surreal. Eu e Clint estávamos casados, tínhamos um bebê e eu nunca imaginei que poderia estar vivendo isso. Em primeiro lugar: eu achava que o soro que a KGB havia injetado em mim havia zerado minhas chances de um dia poder ser mãe. Em segundo, porque não era nada comum uma assassina se casar e ter uma família. Eu estava deitada na minha cama com Merida. Ela tinha apenas quatro meses. Estava usando um macacãozinho azul com uma florzinha bordada no peito. Enrolei no dedo um pequeno cachinho ruivo de sua cabeça. Logo, levei a mesma mão ao colar que Clint me deu logo depois da Batalha de Nova York. Era uma corrente pequena e fina de ouro branco com um ingente de flecha. Pensei em dar a ela um dia, mas mudei de ideia ao me lembrar de ter usado em momentos tão importantes. Queria usá-lo no aniversário da minha filha, no seu casamento… em cada momento, grande ou pequeno, com minha Merida.

– Tasha? – perguntou Clint na porta, me surpreendendo.

– O que foi?

– Nada! – ele sorri – Só… achei que ficaram lindas nessa pose. – agora, ele riu.

– Só falta o papai para ficar melhor. – falei.

Clint se deitou ao meu lado, deixando Meri entre nós dois. Me inclinei e o beijei nos lábios. Então ouvi o som mais delicioso que eu conhecia: uma risadinha da minha bebê. Me deitei novamente e olhei para ela, que mexia os bracinhos e ria. Ela olhou para Clint e começou a chupar o dedão.

– E pensar que essa princesinha saiu de dentro de você. – ele riu.

– Clint! – reclamei divertida, me sentando na cama.

– O que foi?! – ele perguntou, pegando ela no colo.

– É que…

Ouvimos o barulho de passos vindo do andar de baixo. Morávamos em uma fazenda, escondidos, para proteger nossa filha. A partir do momento em que ela nasceu de pais espiões, ela corria risco.

– Fique aqui com Merida. Eu vou ver o que é.

Assenti, mas logo que ele desceu, peguei uma arma que tinha escondido debaixo da cama e levei Merida para o quarto dela. Quando ela estava segura no berço, ouvi o som de uma briga. Desci rapidamente e presenciei três homens lutando contra meu marido. Acertei a cabeça de um deles, mas outro apareceu atrás de mim, e tive que lutar com ele. Foi difícil, mas quando os quatro estavam no chão, Clint comentou:

– Estranho.

– Concordo. Quem eram eles? Como descobriram…? – fui interrompida.

– Querida, eu podia jurar que contem cinco. – ele afirmou.

Isso queria dizer que…: - Merida!

Ouvimos seu choro. Subimos o quanto antes, e vimos um homem com ela nos braços. Meu coração quase parou. Dei um passo para trás e senti os braços fortes de Clint ao redor de minha cintura.

– Quem vocês são? – perguntou Clint.

– Não precisam se preocupar! Só viemos aqui trazer um recado. – falou o homem sarcástico.

– Tire as mãos da minha filha! – exigi com raiva.

– Fique calma, Sra. Barton. Não é nada pessoal. – afirmou – A H.I.D.R.A. manda lembranças. À S.H.I.E.LD., aos Vingadores e ao casalzinho feliz. – ele colocou uma arma na barriga da bebê, que estava em seus braços.

Eu não sabia o que fazer. Cada momento dês de que descobri que estava grávida até aquela hora se passaram diante dos meus olhos. Os beijos de Clint em minha barrica durante toda a gestação, a primeira vez que a peguei nos meus braços, a dor que senti ao dar a luz… até a confusão do nome que seria “Melinda”, mas acabou sendo “Merida”. Não vi o tiro. Só vi o agente da H.I.D.R.A. despencar no chão com Merida nos braços.

Corri e a peguei. Ela havia se ferido levemente, nada muito sério. Mas como mãe, achava que qualquer coisa era grande coisa. Hoje, ela não é mais tão frágil, então não é a mesma coisa. Depois desse acontecimento, o diretor Colson apareceu e disse que estava reerguendo a S.H.I.E.L.D. já fazia alguns anos. Mal sabíamos que ele estava vivo! O próprio teve a brilhante ideia de esconder ela na Escócia. Disse que haviam quatro clãs na Escócia que ainda viviam como há vários anos e lá havia um casal, rei e rainha, que tinha as características físicas que nossa filha possivelmente teria. Por isso, nós mesmos nos encarregamos de manda-la para lá. Os reis se chamavam Fergus e Elinor, e aceitaram cuidar de Merida. Foi um choque de informações, mas concordaram em guardar segredo e em adota-la.

Com esforço, aguentei 15 anos longe dela. Mas disso não passou. Eu mantive contato com Elinor em segredo, que disse que estava, ao lado de seu esposo, ensinado ela a se defender. Ela falava inglês fluentemente e era uma arqueira impressionante. Nada mal para a filha de Clint Barton! Ela tinha 15 anos e dois meses quando eu e Clint decidimos que seria seguro leva-la para viver conosco em Nova York. Morávamos em uma casa perto da Torre Avengers.

Fomos com calma. Ela nos conheceu, se apegou a nós e confiou em nós… e então contamos a verdade: “Fique calma, mas tem algo que queremos que saiba. Apesar de tudo, nós sempre a amamos. Mas você precisa saber que nós não somos seus pais de sangue. São os Barton’s. Eu sei que é um enorme choque, e essa nem é a parte mais assustadora, mas tudo o que você precisa saber é que nós ainda somos seus pais e ainda te amamos.”

Ela ficou tão assustada, surpresa, mas eu esperava bem mais. Esperava raiva e ódio a primeira vez, mas ela parecia mais com Clint do que comigo. Meses depois, quando nos mudamos com ela, começamos a organizar uma festa de 16 anos. Seria o primeiro aniversário dela que estaríamos com nossa filha, então tudo teria que ser perfeito. E foi! Foi uma festa barbara! Ela usava um vestido cinza, meio prateado, e um salto preto. Estava linda.

– A festa está incrível! Não sei como agradecer! – ela falava empolgada.

– Não se preocupe, Meri. Você sabe que mãe e pai fazem essas coisas. Só quero você feliz, o mesmo que seu pai quer. – respondi.

– Eu te amo, mãe. – ela falou, me abraçando.

Passaram apenas três meses e decidimos ir ao cinema. Ela estava empolgada com a ideia. Nunca havia ido ao cinema antes. O filme se chamava “Verdades e Mistérios”, sobre um grupo de guerreiros de Kung Fu que enfrentavam uma misteriosa onda de assassinatos em um vilarejo completamente pacífico. Meri havia amado o filme. Nós três saímos do cinema conversando:

– Eu amei a luta final! E aquela moça que era chinesa, ó que ruiva… luta pra caramba! Bom, não tanto quanto você, mãe, mas luta muito! – ela tagarelava, divertindo a mim e Clint.

– Que bom que gostou! – falou ele.

– Demais! – ela afirmou.

– Não achei lá essas coisas, mas… se gostaram… - opinei.

– Eu achei o filme muito…

Ela não continuou. Só a vimos recuar e cair, com uma mancha de sangue e um furo de bala no peito. O tiro acertou o coração dela. Clint viu de onde veio o tiro e correu enquanto eu chamava uma ambulância e ficava com ela. Segurei sua mão e ela me olhou nos olhos com medo. Sua mão estava com sangue, e sua pulseira, que dei na primeira noite que ela passou conosco, estava manchada. Eu e Clint havíamos lhe dado aquela pulseira durante um jantar. Ela brilhava naquela noite… agora ela estava com sangue.

– Mamãe… me desculpe… - ela dizia fraca.

– Você não tem culpa de nada, meu amor. – falei chorando.

– Eu te amo.

– Eu também te amo. – beijei sua testa e voltei a olha-la – Mas eu preciso que fique acordada.

– Eu não posso. – ela fala quase sem forças.

– Claro que pode. É uma Romanoff, assim como é uma Barton. Consegue o que quiser! É mais forte do que imagina. – cada vez eu chorava mais.

E as pessoas se aproximavam e observavam.

– Adeus… - ela falou fechando os olhos.

– NÃO FILHA! EU TE PEDI PARA FICAR ACORDADA, MERIDA! DROGA… – gritei chorando.

Abracei o corpo e chorei. Quando Clint chegou, também entrou em desespero. Checou o pulso, mesmo eu tendo avisado de que ela se foi e era tarde demais para fazer alguma coisa. Ou talvez não tão tarde. Se Phill Colson foi trazido de volta a vida, ele também poderia fazer algo pela minha filha. Foram semanas até eles conseguirem alguma coisa. Foi a pior experiência da minha vida. Ela estava péssima.

Apagaram sua memória e implantaram algo envolvendo magia, para que ela ficasse mais distante do nosso mundo. As memórias implantadas eram de que sua mãe a forçou a se casar e, querendo fugir disso, ela segue uma série de luzes mágicas azuis que a levam até uma bruxa, que lhe dá um feitiço para mudar sua mãe e, sendo assim, seu destino. Mas tudo deu errado e ela acabou transformando sua mãe e seu irmão em ursos. Era insano, mas necessário.

Achei que nunca mais a veria, mas então, no ano seguinte, recebemos uma ligação da S.H.I.E.L.D. dizendo que a H.I.D.R.A. havia encontrado nossa filha e ela corria risco. Os Vingadores concordaram em ajudar a protege-la e a trouxemos de volta. Nós a treinávamos para ser uma vingadora, mas depois de tudo… era a última coisa que nós, pais dela, queríamos: ela em risco.

A amamos demais para isso.


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Notas finais do capítulo

Espero comentários dessa vez, hem!
P.S.: “Verdades e Mistérios” é minha nova fic da categoria Kung Fu Panda!