Garota Valente escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 20
Uma bomba atrás da outra


Notas iniciais do capítulo

Sabe, hoje eu consegui uma boa razão para não ir à escola. Então, cap novo! Como já diz o nome: uma bomba atrás da outra, então… liguem para a ambulância logo, que dá tempo de salvar o coração de um enfarto.

Boa leitura!



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Eu estava muito nervosa.

Estava vestida adequadamente? As recompensas que trouxe para meus irmãos eram de mérito? Meu pai sabia sobre minha tatuagem? Minha mãe iria ficar me perturbando se eu contasse que eu e Lion estamos namorando? Sim ou com certeza? Conto pra ela?

O Quinjent pousou, e eu estava nervosa. Mas, ao mesmo tempo, queria ver meus pais (Fergus e Elinor) e meus irmãos mais do que qualquer coisa nesse mundo. A porta iria se abrir quando comecei a me avaliar. Retoquei o brilho labial, olhei o horário no meu celular com uma capinha da Audácia, ajeitei as mangas da minha bata, ajeitei meu cabelo…

– Está pronta? – perguntou minha mãe (Nat).

– Quando o papai me devolver meu Tordo. – respondi.

– Que Tordo? – perguntou ele.

Levei minhas mãos até o pescoço dele e puxei o colar que estava escondido dentro de sua camisa. Retirei de seu pescoço e coloquei no meu.

– Você já está usando um colar. – ele falou.

– As crianças vão parar de discutir ou vou ter que as colocar de castigo? – perguntou mamãe novamente.

– Não era uma discussão. – me defendi enquanto papai a abraçava rindo.

O portão se abriu e a luz e o ar fresco invadiram o lugar. Peguei minha mochila do canto onde deixei (nela haviam algumas peças de roupas e um carregador portátil para umas duas cargas extras no meu celular). Eu estava nervosa, mas quando sai e vi meus irmãos correndo em minha direção, me senti como se nada houvesse mudado. Me vi, brevemente, com o mesmo vestido que usava quando saí daqui.

– Meninos! Que saudades! – falei, abraçando os três.

– Merida! – falou minha mãe (Elinor) que veio correndo com o meu pai (Fergus).

– Filha! – ele falou.

– Mãe! Pai! – me afasto um pouco de meus irmãos e abraço meus pais – Senti muito a falta de vocês!

– Como está a nossa princesa? – perguntou meu pai.

– Se tornando uma vingadora. Mas não conte para meus pais. – respondi.

Senti alguém cutucar minha perna e me chamar. Eram meus irmãos. Olhei para minha mãe e ela já sabia a pergunta que eu iria fazer:

– É estranho admitir, mas eles se comportaram bem. – ela falou.

– Então merecem recompensa! – falei. Abri minha mochila e tirei três pacotes de “Fini”, uma marca de doces, e aqueles eram finos, compridos, vermelhos e com açúcar em volta. Também lhes dei um pote de um pequeno paraíso que descobri chamado “Nuttela”. – O doce vermelho é um pacote para cada um, já o pode é para dividirem.

– O que é isso, filha? – perguntou meu pai.

– Doces! O vermelho a Krystal me deu um e eu me apaixonei. O marrom, o Thor viajou com a namorada para nem sei aonde e ele me trouxe isso! É uma delícia.

Vi meus pais (Clint e Nat) se aproximarem. Meu pai (Clint) mencionou eu levar Coca-Cola para eles, mas eu não gostei muito da ideia. Meus pais biológicos cumprimentam meus adotivos e entramos. Eu queria muito ver Angus. Há tanto tempo que eu não cavalgo, e isso não é nada! Há tanto tempo não vejo esse meu amigo! Logo que entramos, vi pessoas com uniformes que deduzi ser da S.H.I.E.L.D. (e sou boa de dedução). Uma delas, asiática e de idade, correu em minha direção sorrindo:

– Não tenho dúvidas de que você é a filha da Nat. – ela segura minhas mãos.

– Sim, eu…

– Melinda Romanoff?

– Na verdade, é Merida. E Romanoff Barton. – corrigi.

– Sempre me esqueço. – falou – Sou Melinda May. Amiga da sua mãe. – falou ela, com um sorriso de lado.

– Falei de você pra ela. – comentou minha mãe (Nat), que estava atrás de mim.

– Natasha! – falou Melinda, a abraçando.

– Oi, May! Quanto tempo!

– Dezoito anos! Bota tempo nisso! – falou a agente – Quando te vi pela última vez, estava grávida!

– É, isso surpreendeu a todos. – falou meu pai (Clint) divertido.

– Vamos entrando. – pediu minha mãe (Elinor).

Não passou nem uma hora e já estávamos almoçando. Além da agente May, havia a Johnson (ou “Skye”, para os íntimos), o Fitz, que é um cientista, e pelo que fiquei sabendo, o atual diretor, o Colson, estava lá também, mas com uma agente que não me falaram o nome em outro lugar. Colocamos a conversa em dia (o que demorou) e depois fui até o estábulo onde estava Angus. Aquele cavalo era como colírio para meus olhos. Ainda bem que eu levei meu antigo arco e minha aljava com as últimas poucas flechas. Eu reabasteci no meu quarto e só depois fui rever meu amigo. Coloquei meu celular no fundo da aljava e o encarei.

– Oi. – sussurrei – Senti sua falta.

Ele inclinou a cabeça e o acariciei. Depois ele começou a ficar animado e a relinchar. Ri e montei nele. Cavalgamos pela floresta. Eu sentia tanta falta daquilo! Steve tentou me ensinar a andar de moto, mas não era a mesma coisa. Preparei uma flecha com cuidado para não perder o equilíbrio sobre o cavalo. Mirei e disparei. A flecha atravessou a outra que já estava cravada no meio do alvo. Segui até a Cascata de Fogo. Precisei tirar meu salto para escalar, mas fui. Coloquei meu celular na cintura, entre minha calça e minha pele, e escalei. Quando chequei ao topo, não resisti em fazer uma selfie.

Me lembro de quando falei para o Lion que iria viajar por um tempo, para rever meus pais adotivos. Ele basicamente exigiu fotos. Disse também que Krystal iria viajar também, mas disse que ela não podia dizer onde era, o que eu e Lion achamos confuso. Krystal era misteriosa algumas vezes. Isso me incomodava um pouco. Quando olhei para o canto do meu celular, vi que tinha sinal de internet ali. Fiquei surpresa, mas logo aproveitei e mandei a selfie para Lion e cheguei as outras mensagens. Um versículo bíblico sobre adoração no grupo das alunas de balé da Jen e uma mensagem da Krystal dizendo: “Surpresa!”. Como assim “surpresa”? Não entendi.

Desci e montei em Angus. Iria passar na praia e rever algumas pessoas que não via há muito tempo, mas decidi voltar para o castelo. Deixei Angus no estábulo e falei que voltaria logo. Subi as escadas até meu quarto em silêncio. Não queria chamar a atenção. O lugar estava deserto. Ouvi uma conversa vindo do meu quarto. Encostei o ouvido e ouvi:

– Era um efeito colateral. Aconteceu o mesmo comigo também. – era uma voz masculina. Não reconheci.

– Ela fazia isso dês de que voltou. – a voz agora era de Elinor.

– Isso é realmente muito estranho. – outra voz feminina. Dessa vez, era Natasha.

– O que me deixou mais surpresa foi ela ter escondido isso de mim.

– Majestade, acredito que foi uma atitude natural para uma adolescente. – o homem voltou a falar.

– Não importa o que diga sobre termos usado o T.A.I.T.I. nela. Valeu a pena. Eu, pai dela, a amo. – era Clint.

Estavam falando de mim. Mas… voltar? T.A.I.T.I.? Admito que pouco depois de ter transformado minha mãe em um urso, fiquei descontrolada e comecei a fazer uns desenhos estranhos e escondi isso de todos, mas eu nunca voltei de lugar nenhum antes disso! Não fazia nenhum sentido!

– Eu também a amo, Clint. Mas sabíamos dos efeitos colaterais, assim como sabíamos o que aconteceria se a trouxéssemos de volta. – era Natasha.

– Está dizendo que preferia que ela… - meu pai é interrompido pela esposa.

– Preferia que ela nunca tivesse saído daqui. Quem sabe assim ela teria vivido sem precisar de tantas mentiras. – a voz dela soou chorosa.

– Nat, fica calma. – pediu meu pai.

– Agente Romanoff, agora que o pior já passou, não precisa ficar assim…

– Não sou mais agente há anos. – mamãe interrompe o homem que permanece misterioso.

– Só queria que examinassem. – falou minha outra mãe, Elinor.

– Depois que Merida voltou, ela ficou mais agitada, aventureira… rebelde. – uma nova voz. Era meu outro pai, o Fergus.

Eu queria interromper. Estava desesperada e confusa. Queria saber sobre o que eles tanto falavam. Mas eu sabia que eles não iriam me contar, então permaneci na minha.

– Olha, gente. A morte de Merida não afetou apenas as duas famílias, mas também a nós, que nos apegamos a ela. – reconheci outra nova voz. Era a agente Dayse “Skye” Johnson – Mas agora está tudo bem. A trouxemos de volta a vida.

Agora não aguentei. Minha morte? Isso foi a gota d’agua. Abri a porta com tudo e observei a todos perplexos me encararem. Meus pais estavam de pé, assim como Dayse e May. Minha cama estava em outro canto e o homem que não conhecia (ele era branco, velho, magro e tinha uma mão de metal (?)) estava agachado no chão com minhas mães. Todos me encaravam com a mesma expressão: assustados.

– Merida, achei que demoraria mais! – falou minha mãe (Elinor).

Olhei para o chão. Os desenhos que eu mencionei estavam debaixo da cama, agora estavam expostos. Eu me lembro de achar que tinha algo a ver com o feitiço que pedi para a bruxa para mudar meu destino, mas agora a bomba de que eram mais misteriosos do que eu pensava. Será que Loki estava certo? As minhas memórias também não eram de verdade?

– É, mas não demorei. Sobre o que falavam? E não adianta mentir, porque eu ouvi vocês falando sobre – engoli seco antes de falar – a minha morte.

O homem com a mão robótica se levantou e falou: - Sou o diretor Phill Colson.

– Pelo visto, já sabe quem eu sou.

– Muito mais do que você imagina. – ele respondeu.

– Não está ajudando.

– Phill, vá com calma. – pediu May.

– Merida, - a mulher, aparentemente com a idade de minha mãe, se aproximou de mim – o assunto aqui é muito sério. Você não entenderia.

– Bom, agente Johnson, pelo que entendi, eu fui morta, trazida de volta e isso tem a ver com esses desenhos. – respondi.

– Olha… - mas o diretor a interrompeu.

– Skye, deixe que eu cuido disso. – depois olhou para mim e disse – Srta. Barton eu juro, se eu pudesse, lhe contaria tudo aqui e agora, mas é um assunto delicado demais para conversarmos de qualquer forma.

– Como pretendem contar a ela? – perguntou meu pai (Fergus).

– De preferência o quanto antes. – falei.

Um agente aparece na porta e diz:

– A agente Rogers está aqui, como pediu. – falou ele.

– Rogers? – perguntei confusa. Era a filha do Steve?

– Obrigado, agente Hunter. Já estou indo. – falou Colson saindo.

Meus pais, tanto os adotivos como biológicos, ficaram quietos e pensativos, assim como as duas agentes comigo. Também não estava afim de falar, já que estava com raiva deles. Logo, Colson voltou com a tal garota.

– Srta. Barton, acho que já conhece a Srta. Rogers.

Aquele sorriso sarcástico ainda me paga. Eu confiei nela! Nunca iria imaginar que uma amiga tão próxima era, na verdade, uma agente da S.H.I.E.L.D.! Eu tenho certeza de que meus pais pediram que ela ficasse de olho em mim, disso eu não tenho dúvidas. Fiquei tão chocada que não consegui falar nem o que eu pensava! Queria apertar seu pescoço até ela pedir desculpas por ter mentido pra mim. Mas na hora, só consegui perguntar e confirmar o que eu estava vendo com meus próprios olhos:

– Krystal?! – ela sorriu e assentiu.


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Notas finais do capítulo

Alguém enfartou? Ninguém? Então comentem!