Garota Valente escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 19
Novidades e surpresas


Notas iniciais do capítulo

Se eu, por acaso, demorei, me perdoem. Porém, se cheguei a tempo ou cedo, fico feliz em ter agradado! Com vocês…



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Minha cabeça doía.

Tinha um trabalho de espanhol tão difícil que minha cabeça doía. Eu precisava ler um livro e escrever um resumo e uma crítica, e o trabalho inteiro deveria ser de três páginas e em espanhol! Horas se passaram e não escrevi nem uma linha. Iria escrever sobre meu livro predileto: “Jogos Vorazes”, mas o que eu iria escrever? Aprendi inglês tão rápido que achei que tiraria qualquer língua estrangeira de boa, mas estava difícil.

Então, me lembrei de que Jen sabe falar espanhol e poderia me ajudar! É claro, se ela estivesse com tempo. Ela já havia conseguido a confiança dos meus pais e dos outros. Mesmo tendo uma bisavó da H.I.D.R.A., ela não era e nunca poderia ser como sua ancestral. Era íntegra e correta, como seu irmão, que meu pai começou a aceitar bem (estamos juntos há uma semana e meia, eu acho), mas ainda não está totalmente acostumado com a ideia. Peguei meu celular e liguei para ela:

– Meri? Oi! – ela falou.

– Jen! Ham… eu estou com um probleminha. Poderia, por favor, me ajudar?

– O que foi, flor?

– Trabalho de espanhol. Não sei nem como começar.

– E Lion te contou que falo espanhol, não é? Tudo bem! Eu ajudo! Aliás, tirei essa sexta-feira de folga. Posso ir aí hoje, se quiser.

– Ótimo! O quanto antes. Ajuda.

Ela riu e respondeu: - Vou aí te ajudar. Chego por volta das quatro horas… quatro e meia… por aí.

– Sim, claro. Obrigada!

– Disponha, cunhadinha.

Ela desligou. Pedi que J.A.R.V.I.S. avisasse aos outros e arrumei meu quarto (que estava bem bagunçado). No fundo, fiquei na esperança de que ela viesse com Lion, mas me lembrei que ele faz aulas de luta nas sextas-feiras. Diz ele que é ótimo lutador e também sabe atirar facas muito bem. Tem uma mira excelente, e digo isso porque uma vez eu o trouxe e lhe mostrei a sala de treinamento, onde deixei que ele usasse meu arco e ele foi perfeito! Não no meu nível, muito menos do meu pai, mas foi melhor que muitos excelentes arqueiros que conheci, não só em DunBroch, mas nos outros clãs também (não mencionando os idiotas dos filhos dos lordes).

Quando ela chegou, não me surpreendi em ver que Lion não estava com ela, mas um pouco decepcionada. Ficamos na sala e ela me ajudou com o trabalho de casa, como disse que faria. Minha mãe e meu pai estavam em missão, não sei aonde. Tony disse que tem a ver com o pessoal que quer me matar. E eu achando que ficaria encarcerada na torre até que o perigo acabasse. Toda a liberdade que me deram me surpreendeu!

– Ah, Meri! Você é tão inteligente! Com um pouco mais de esforço, conseguiria fazer isso sozinha. – ela falou, assim que terminamos.

– Com ajuda, demorou horas, imagine sozinha! – me defendi.

– Eu disse: com mais esforço. – ela respondeu de forma gentil.

– Não nasci pra ser poliglota. Iria tentar aprender russo, mas desisti!

– Russo?! – perguntou rindo.

– Minha mãe é russa! Me senti meio que na obrigação.

– É um dos idiomas mais difíceis que existem! – falou ela – Sei porque falo russo e foi complicado para aprender.

– E você dá aulas particulares? – perguntei por brincadeira.

– Bom… ensinei alemão ao Lion, mas não estou acostumada a trabalhar como professora. – ela respondeu bem humorada.

– Lion fala alemão? – perguntei surpresa.

– Ele sempre se interessou pela Alemanha. Não entendo a razão.

– Já deve imaginar que minha queda é pela Escócia. - brinquei.

– Eu costumo dizer que, em qualquer lugar, eu consigo estar feliz. Como diz em Filipenses 4, na Bíblia: sei o que é ter muito e também o que é ter pouco, então sei como estar satisfeita em qualquer situação.

– Você fala muito na Bíblia. – comentei.

– Verdade! Deveria ler! – comentou sorrindo.

Rimos do comentário. Jen era uma pessoa muito companheira e pacífica, do tipo que, assim que conhecemos, parece que há anos somos bons amigos e de confiança. Uma pessoa maravilhosa. Depois que ela me ajudou, ficamos conversando por um bom tempo. Steve, em algum momento, se juntou a nós na conversa. Às vezes, Jen ficava um pouco tímida e envergonhada, mas logo se esquecia de que conversava com o próprio Capitão América.

Mais tarde, ela foi e bora. Eram seis da tarde e o sol já estava se pondo. Meus pais demoravam e eu achava estranho, mas Hill sempre me falava de que seria alertada se algo de errado acontecesse. Eu não sabia onde estavam e nem se estavam lutando ou disfarçados. Mas sabia que envolvia a H.I.D.R.A. e então era perigoso. Ainda não sei porque ele falou aquilo de forma tão repentina se era um assunto tão sério, mas ele falou:

– Eu tenho uma filha.

– Sério?! – questionei surpresa, encarando Steve.

– É. – ele parecia pensativo e levemente melancólico. – Eu e a mãe dela nos conhecemos logo depois da Batalha de Nova York. Nos apaixonamos. Ela queria se casar comigo, mas nosso relacionamento era muito recente. Mas ela acabou conseguindo exatamente o que queria: o Capitão América na palma de sua mão.

– Deixe eu adivinhar: então descobriu que esperava um filho do próprio. Que clichê. – comentei.

– Sim, e no início, eu não acreditei. Mas então ela nasceu e a S.H.I.E.L.D. me proibiu de ver a criança pela segurança dela. Tem mais ou menos sua idade.

– Você a conheceu depois disso? Como ela se chama? Sabe pelo menos o nome dela?! – perguntei surpresa e muito curiosa.

– Acho que já falei demais. – ele falou. – É um assunto muito delicado.

– Mas… - decidi não insistir.

– Merida, Gavião Negra! – falava Tony entrando na sala.

– Não gostei do nome, Stark. Melhore isso aí. – comentei.

– Vou tomar um banho e fazer um lanche. – falou Steve se levantando – Até mais tarde.

– Vai me deixar sozinha com ele?! – perguntei, preocupada.

– Que isso, garota! Não é tão ruim assim! Pepper também me deixou sozinho aqui pra decidir com umas amigas o vestido de casamento dela. – ele bufou.

– Então você parou de enrolá-la? – perguntei sarcástica.

– Haha, engraçadinha. Saiba que ele já está marcado, só ainda não vamos contar.

– Nossa! Tão romântico! – zombei.

– Eu não vim aqui ouvir seus comentários sarcásticos! Venha comigo. – ele pede, se virando.

O segui e ele me levou até uma sala com equipamentos, armas e ferramentas (e muitas coisas estranhas que não soube dizer o que são). Em meio às armas, vi muitos arcos diferentes. Um deles, um tanto afeminado para meu pai. Era preto, mas cromado e com detalhes bonitinhos nas pontas. Havia uma listra que percorria ele todo. Também preta, só que fosca e com brilho. A aljava tinha o mesmo designe, mas percebi que, diferente das de meu pai, aquela se colocava na cintura, como a minha. As flechas já eram mais parecidas com as do meu pai.

– É lindo! – falei.

– E é seu. – ele completou.

– O que?! – perguntei surpresa.

– Olhe isso. – ele pediu.

Aquele arco era meu! Lindo, moderno, totalmente a minha cara! E meu! E não havia acabado. Ele pediu que eu o seguisse até um canto da sala, onde se encontravam os uniformes dos Vingadores. Primeiro vi uma de suas armaduras e, provavelmente, a oficial. Depois o do Capitão América, que pude reparar que estava um pouco diferente. Na que dizia “Hulk”, havia só uma bermuda roxa (?) e as capsulas dos meus pais, que achei que estivessem vazias, estavam uniformes diferentes! Eu poderia afirmar que eram os uniformes deles, mas diferentes! O do meu pai era longo como um sobre tudo, e o da minha mãe tinha neons azuis (me lembravam um pouco “Tron: O Retorno” filme bem recente, continuação de “Uma Odisseia Eletrônica” e “O Legado”) {Notas da Menth: Não que realmente vá ter esse filme, mas espero que tenha!}. Ao lado das capsulas de nome “Gavião Arqueiro” e “Viúva Negra”, havia outra, que dizia “Valente”.

– Esse será o seu uniforme, Valente. – falou Tony.

– Você só pode estar de brincadeira comigo, Stark.

– Não, eu não estou. Eu e o Cap discutimos muito essa possibilidade. E decidimos que você será sim uma de nós. A sétima vingadora.

– Tony, isso é incrível! Não me diga que foi você quem…

– Eu tive uma ajuda da Pepper. – deu de ombros.

As botas com correntes, o sobretudo com capuz, a calça bem justa… eu já havia visto em algum lugar. Toquei o vidro e tive a ligeira impressão de me lembrar de ter desenhado aquilo. Eu queria muito vestir aquilo. Queria que meus pais me vissem vestida naquilo.

– Você é o melhor, Tony! – falei, o abraçando.

– E você não gostava de mim!

– Agora eu gosto! – falei rindo. Depois o encarei e falei: – Me desculpe.

– Tudo bem, Princesa. Não precisa se desculpar com o tio Tony. – ele riu. – Só não conte aos seus pais por enquanto.

– Sr. Stark e Srta. Barton, devo avisá-los de que o Sr. e a Sra. Barton acabaram de chagar. – falou J.A.R.V.I.S.

– Meus pais chegaram! – falei animada.

Corri para a sala. Eu fiquei preocupada com eles, e agora sabendo que estão bem e aqui, me sinto aliviada. Queria contar a eles sobre a minha futura entrada no time, mas Tony pediu que eu não lhes contasse nada. O que era uma pena, já que meu uniforme e meu arco eram as coisas mais incríveis que já havia visto na minha vida.

– Mãe! Pai! – falei animada e correndo para seus braços.

– Meri! – falou minha mãe, que usava seu uniforme, como papai.

– Oi, Princesa! – falou meu pai.

Eu os abracei e falei: - Fiquei tão preocupada! Onde estavam?

– DunBroch. – falou meu pai.

– Boas noticias, filha! Vamos voltar! – falou minha mãe.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Não se esqueçam de comentar! Beijos!