Garota Valente escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 18
Krystal e sua família


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo! Tomei uma decisão arriscada, mas vamos ver se o resultado será positivo ou negativo. Só lhes digo uma coisa: não vão saber hoje. E lhes digo outra: não vão saber quando vão ver. Espero que gostem!
E outra: “Katrina” foi minha fic mais bem-sucedida. Para essa aqui passar, eu só preciso de uma recomendação! Não é incrível?! Estou na minha melhor fic! Muito obrigada por isso! A todos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/607895/chapter/18

Eu estava pronta para a aula.

Transbordava em felicidade dês do momento que acordei. Involuntariamente, comecei a cantarolar uma música romântica de um filme. Assisti ele com minha mãe na semana anterior com minha mãe. Ela disse que viu ele com o papai no cinema há dois anos. Eu já estava na cozinha quando deixei a letra sair de meus lábios:

– Parece animada hoje, filha. – meu pai me assustou.

Me virei e ele me olhava sorrindo (estranho depois de ontem). Ok, eu tive um encontro na noite anterior, mas cantar uma música romântica no dia seguinte era exagero e meu pai, com certeza, iria me matar. Mas ele não parecia que queria me matar!

– Oi, pai! – falei sorrindo.

– Oi, filha. Como foi o encontro?

– Que encontro?

– O com Lion Mason. – falou indiferente.

– Ah, o encontro de amigos. – enfatizei a palavra “amigos”.

– Sim, esse. O filme é bom?

– Claro! Recomendo. – sorri e me apoiei na geladeira.

– Happy não a fez passar vergonha, fez? – ele brincou.

– Não se preocupe com isso.

– E a rosa vermelha que encontrei na mesa da sala?

– Lion me deu. – falei distraída, mordendo o lábio debaixo.

Que droga! Eu falei! Olhei para o meu pai assustada, que sorriu vitorioso: - Você pode mentir tão bem quanto sua mãe, - e repentinamente ficou sério - mas eu sei desarmar as duas.

– Mamãe disse que é melhor do que você. – falei, tentando mudar de assunto.

– É, mas eu a conheço há mais anos do que você imagina. Sei como fazê-la deslizar em sua mentira.

– E só porque um garoto me deu uma flor isso quer dizer que vamos nos casar?

– Você está tentando mudar de assunto e isso é prova de que já consegui tirar de você exatamente o que você temia. – ele cruzou os braços e me encarou – Além do mais, não era qualquer flor. Era uma rosa vermelha.

O que mais eu podia fazer? Ele já sabia. Estava tão perto que, pela primeira vez dês de que o conheci, eu tive medo. Nunca achei que poderia algum dia sentir medo de um rosto como o dele. Era tão amigável que eu achava mais fácil sua esposa perder a paciência do que ele.

– Onde você quer chegar com isso? – perguntei assustada.

– Sabe muito bem.

Não tenho fuga. A única saída seria contar a verdade: Lion me pediu em namoro e aceitei. Mas quais seriam as consequências dos meus atos? A minha mãe foi cúmplice, então eles ficariam um mês sem se falar. Pepper tomaria uma enorme bronca, pois também me ajudou. Eu perderia mais pontos para chegar a um dia pertencer ao time. Quanto a Lion?! Amanhã ainda eu estaria no enterro dele. Respirei fundo, fechei os olhos, e falei:

– Eu e…

– Clint, pode vir aqui? Tenho que te mostrar uma coisa. – minha mãe entrou na sala com pressa.

Salva pelo gongo. Ou pela minha mãe. Ou por uma vingadora. Ou por minha mãe, uma vingadora que serviu de gongo metafórico. Fico com a última alternativa.

– Agora não, amor, - ele disse a encarando – isso é importante.

– Isso também. – mamãe tinha uma feição preocupada. – Talvez até mais.

Meu pai saiu da minha frente e soltei um suspiro aliviado. Minha mãe segurou suas mãos e falou baixo, para que eu não ouvisse (o que não deu certo, porque eu ouvi):

– Estou atrasada. Isso não acontece há dezoito anos. – falou.

– Tem certeza? – perguntou, também preocupado.

– Venha. – ela pediu, o puxando para fora da cozinha, provavelmente para o quarto deles.

O que ela quis dizer com “atrasada”? Bom, quem se importa? Ela me tirou de uma enorme enrascada. Fui para a escola nervosa. Eu e Happy tentamos ensaiar o diálogo que eu teria com meu pai ao voltar. Não deu muito certo, já que Happy era um homem compreensivo. Estava nervosa, mas quando entrei na sala e vi Lion, meu corpo relaxou. Um sorriso inundou meus lábios e me esqueci completamente da discussão com meu pai. Me sento no mesmo lugar de sempre e espero Krystal chegar, o que aconteceu logo depois.

– Oi, Lion! – falei e ele sorriu.

– Oi, Valente. – ele falou, se inclinando em minha direção.

Fasso o mesmo, sabendo que nossos lábios se tocariam pela primeira vez na frente de Krys, que ainda não sabia. Depois do rápido, curto e simples beijo, voltamos para nossas posições. Minha amiga cutucou meu braço e perguntou:

– Eu vi o que eu vi?!

– Sim, você viu. – confirmei.

– Estão juntos?! Caramba! – ela falou surpresa e sorrindo.

– Sim. Inacreditável! – dei uma pequena risada.

– Eu já estava esperando por essa. – ela falou.

– Já eu nunca imaginaria.

Depois da aula, fomos para a casa do Lion. Avisei a minha mãe, mas não meu pai. Ou seja: mais encrenca! Ao menos não estaria só com Lion, mas também com And, Jen e os pais deles: Francis e Barbara. Ah! A Krys também, ou seja, não seria a única não pertencente da família Mason. Também haveriam uma Barton e uma Walker. Entramos e Barbara logo nos recebeu com um forte abraço. Era uma mulher maravilhosa e gentil. And estava desenhando no chão (em um papel, mas ele estava no chão) e Francis vendo TV.

– Krystal! Lion! Como foi a escola? – ele perguntou se levantando do sofá.

– Um pouco puxada, mas deu pra acompanhar. – falou Lion.

– E você, Merida? Lion nos contou tudo da noite passada. – falou Barbara sorrindo.

– Estou bem! É sedo para dizer alguma coisa, mas estamos caminhando bem. – respondi.

– Eu e meu marido oramos por você toda noite. – ela comentou – Eu vi na TV quando lutou contra aqueles homens. Se lembra? Pouco antes do aniversário de Andrew. Imagino que esteja perto de se unir aos Vingadores.

– Longe disso. Meus pais não deixam. – falei.

– Mãe, não quero ver minha namorada em risco. – disse Lion me abraçando.

– Sogras! – brincou Krystal.

– Krys! – reclamamos eu e Lion juntos.

– Foi brincadeira!

Jenipher não estava. Saiu para resolver assuntos do emprego. Ela trabalhava como guia turística e falava espanhol, russo, francês e alemão fluentemente, além de arranhar um português lusitano. No fundo da casa dos Mason’s, havia um quintal com uma enorme piscina. Não entramos, mas sentamos na borda e começamos a conversar. O primeiro assunto que puxei foi:

– Sabe, eu nunca conheci a família da Krys.

– É uma história muito complicada. – ela falou, cossando a nuca.

– Mais complicada que a minha? – perguntei.

– Você nem imagina. – falou Lion.

– Mas, se quiserem, eu posso contar. – falou Krys.

– Se te incomoda, não faço questão. – falei. – Sei como é isso. Minha mãe tem uma história horrível. Meu pai também.

– Sou o único normal aqui. – comentou Lion, divertido.

– Já li algumas coisas sobre sua mãe. – falou Krys – Ela foi treinada pelo governo russo como assassina e mudou de lado. Tinha uma fama e tanto! Li a ficha criminal dela.

– Quando a S.H.I.E.L.D. caiu, todos os dados dela foram parar na internet. Não é coisa da minha época, mas fiz uma pesquisa sobre os Vingadores e achei isso sobre a Viúva Negra. – falou Lion.

– Era só a ponta do icebarg. – falei.

– Acho que não faz mal eu contar pra você. – disse Krystal sorrindo. – É uma coisa que temos em comum: nos abandonaram quando criança. Minha mãe me criou até meus cinco anos, mas nem imaginava quem era meu pai. Ela se chamava Felícia Walker. Cresci em um lar adotivo, mas quando eu tinha doze anos, meus pais foram mortos. Logo fui para uma escola interna e foi lá que um homem disse que sabia quem era meu pai e hoje estou morando em um apartamento aqui em Nova York com um homem que quase nunca está em casa. Mas isso está chegando ao fim, já que eu tenho dezoito agora e posso sair de lá.

– Nossa. Você passou por muitas perdas. – falei.

– E eu me achando estranho só por ter uma agente da H.I.D.R.A. na minha arvore genealógica. – comentou Lion. – Quando Krystal me contou sua história, logo mudei de ideia.

– É uma história e tanto. – falei.

– Por isso que estou sempre aqui. Os Mason são minha família. – falou Krys.

– Sua família é incrível. – falei.

– A sua também. – falou Lion. – Aliás, amei a capa do seu celular.

– Outra vez! Você é extremamente atento! – falei.

– Já estou até acostumada. – falou Krystal.

– Isso são coisas que pude observar de você: quer quase sempre agradar ao próximo; fica falando que DunBroch é um lugar mágico; é viciada em arco e flecha, o que dá pra perceber pela sua tatuagem… - falava Lion.

– Quase te matei quando a vi pela primeira vez. – resmungou Krys.

– Quer ser uma vingadora e tem uma coleção de capas de celular. – finalizou.

– É, você me conhece bem! – falei surpresa e rindo.

– O amor é o maior dom que Deus nos dá. – comentou Krys.

– A… amor? – perguntei confusa – Estamos namorando não tem nem vinte e quatro horas!

– Você é incrível, Krys. – Lion comentou sem graça.

– Valeu, Leãozinho. – respondeu a loira.

– Você não chamou ele disso, chamou?! – reclamei rindo.

– Ela sempre me chamou assim. – falou Lion. – Mas apenas entre amigos íntimos, como minha família e… umas pouquíssimas pessoas.

– Se conhecem há quanto tempo? – perguntei.

– Há uns três ou quatro anos. – falou Krys, dando de ombros – Fiquei o ano seguinte viajando e voltei ano passado. Mas pareceram décadas. – ela sorriu.

– É como se nos conhecêssemos dês de pequenininhos. – completou Lion.

– E agora temos o mesmo sentimento por você. – falou Krystal – Bom, menos o Lion, que gosta de outra forma.

Eu e Lion nos encaramos por trás de Krystal, que estava no meio. Krys se deita no chão e eu e Lion nos beijamos, não sei porque, talvez pelo comentário da nossa amiga. Logo depois, ela ficha e ergue o punho como se segurasse alguma coisa. Rimos e eu perguntei:

– O que é isso?

– Segurando a vela. – ela respondeu.

Rimos bastante. Depois eu fui para casa. Não sei porque Happy não foi me buscar. Talvez Krystal já fosse de confiança, e foi ela quem me levou. Entrei no elevador e foi naquele momento que me lembrei do meu pai. Eu estava morta! Iria acordar com uma flecha no meu olho! Bom, acho que minha mãe não deixaria. A porta se abriu e dei de cara com minha mãe:

– Oi, filha. – ela sorriu.

– O que aconteceu? Papai não vai me matar, vai? – perguntei assustada.

– Não se preocupe. Conversamos sobre isso. Mas é melhor não levar o assunto perto dele.

– Valeu, melhor mãe do mundo. – {OBS da Menth: na verdade, sempre achei que Nat seria uma péssima mãe}.

– Melhor mesmo achar isso. A mentira que contei pra ele para te poupar na discussão da cozinha foi nível “fingir suspeitar de uma gravidez”.

– O lance de estar atrasada? – perguntei.

– É, depois eu explico, a não ser que já saiba. – deu de ombros.

– Na verdade, ligando uma coisa à outra, lembrei de que eu já sabia.

Fomos até o sofá da sala e conversamos sobre vários assuntos. Por exemplo, mudança de vida. Mamãe sabia muito bem o que era aquilo. Ela me contou sobre os amigos dela e do Steve que ajudaram a derrubar a S.H.I.E.L.D., quando descobriram que estava corrompida. Começamos a falar de Lion, mas falamos por pouco tempo, já que meu pai apareceu, com a maior cara de azedo. Sorri tímida para ele, que respondeu com um meio sorriso. No fundo, quis fazer um comentário sobre Lion e testar sua reação. Mas melhor não, já que eu poderia correr risco de vida.

Mas eu amo minha família!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Já estou com ele escrito há um tempo, só agora consegui postar! Me desculpe se demorei!