Let Me Go escrita por Rosalie Potter


Capítulo 10
Capítulo Dez


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora tanto pra responder quanto pra postar.
A vida colegial tem sido uma loucura e hoje mesmo aconteceram que me deixaram muito tristes e eu fiquei realmente chateada, mas eu decidi que não deixaria vocês prejudicados por conta disso.
Porque na verdade escrever me ajuda em tudo e vocês tem alegrado meus dias com os comentários.
Vou tentar escrever e postar com a mesma frequência de antes, espero que o feriado (SALVE O FERIADO) me ajude com isso.
Bem, espero que gostem do capítulo.
A gente se vê nos comentários.



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Avisei a minha chefe que avisou ao rei e logo tinha um médico no quarto de Felipe. Só entrei quando o doutor estava lá dentro e enquanto o senhor o examinava eu só pensava no que tinha acontecido. O mundo sabia da fama de “pegador” do príncipe e eu não duvidada nada que ele queria me dar uma lição por ter o desafiado, me fazendo ficar apaixonada por ele. Eu tremia de ódio só de pensar. A pior parte é que meus lábios insistiam em guardar o gosto dele e o beijo havia sido muito bom. Eu estremecia de lembrar e eu não sabia direito o que havia sido aquela sensação. Nunca havia sentido isso antes, mas também pudera, eu nunca tinha beijado antes.

–Ele está curado. –O doutor disse e eu finalmente voltei á minha atenção para o médico. -Por precaução é bom que ele não faça muitos esforços por esses tempos, mas só por precaução mesmo.

–Então já posso voltar ás minhas atividades normais não é? –Perguntei á Nelly que estava na porta do quarto. No fim de tudo ela se preocupava com Felipe e com qualquer um da família real, por isso estava ali.

–Já. –Ela sorriu pra mim e chamou o médico para acompanhá-lo até a sala do rei, afinal, o pai de Felipe estava preocupado e precisava ouvir da boca de um especialista que ele estava bem.

Eu já estava saindo do quarto também, afinal tinha sido liberada. E veio na hora certa. Estava seguindo para a porta quando senti uma mão me segurando. Olhei para o loiro e senti aquele toque me dar arrepios. Por Deus Atena.

–Solta. –Pedi, o olhando com raiva. Na verdade não saiu como um pedido, foi mais como uma ordem, o que era irônico já que o príncipe era ele.

–Escute-me.

–Eu não quero ouvir nada.

–Atena, por favor. Vá ao jardim essa noite. Por favor.

Puxei meu braço bruscamente e simplesmente saí do quarto para não mostrar o quanto aquele, ”por favor,” tinha me deixado abalada. Afinal, era Felipe e ele estava me pedindo, por favor. E eu sabia que naquilo era o meu coração que estava em jogo e que eu não podia deixar minhas guardas baixarem. Talvez se eu repetisse muito isso, poderia me convencer á não ir para o balanço do jardim essa madrugada.

~X~

Voltei á rotina normal de um jeito até bastante rápido naquele dia, mas me vi sentindo falta das conversas com o príncipe. E também estava mais avoada que o normal, deixando cair coisas, tropeçando e até caí no meu próprio chão molhado. Mas o dia finalmente acabara, só faltava terminar de lavar a louça do jantar.

Quase deixei um copo de vidro cair, mas acabei segurando no ar no último segundo e respirei aliviada, deixando o ar sair dos pulmões:

–Alguém ou está preocupada ou apaixonada. –Janice falou rindo e olhando pra mim.

–Não é nada disso sua boba. –Falei rindo também, para colocar um tom ainda maior de brincadeira na frase. Não queria que as meninas notassem que eu estava sim preocupada. E talvez, só talvez apa... Não. Não. Barre esse pensamente Atena Mercer.

–E então, qual das duas opções? –Nelly perguntou, me olhando indagadora. Eu sabia que ela gostava de mim de verdade e que provavelmente estava preocupada ou curiosa quanto ao que estava acontecendo comigo.

–Nenhuma e nem outra. Só estou com saudades. –Não era uma mentira, eu realmente sentia falta da minha família. Estava morrendo de saudades de conversar com Katrina e Iara durante o dia, jogando conversa fora, coisa típica de jovens. Claro que não era o que estava rodando minha mente, mas eu não estava mentindo. –Da minha mãe, do meu padrasto e das minhas irmãs. Ás vezes eles me fazem muita falta. Na verdade, quase sempre.

–Pelo menos você tem o seu irmão aqui. –Nelly disse tentando me consolar. –Sei que vocês são muito amigos.

–Gabriel tem sido muito pra mim, na verdade desde sempre. Ele, Katrina e Iara foram amigos que eu nunca tive. Desde sempre se preocuparam comigo.

–Você e ele não são irmãos de sangue. Talvez, quando saírem daqui, seu padrasto e sua mãe podem achar por bem juntar vocês dois.

Fazia sentido o que ela dizia. Eu e Gabriel sairíamos do palácio já “velhos” para a idade de casar que geralmente aos dezoito anos todo mundo está casado, especialmente as meninas. Então pra não ter problemas com isso, o mais lógico seria casar nós dois. Comecei á rir sem parar, mas de desespero. Eu e ele nunca aceitaríamos isso. Claro, eu o amava e sabia que Gabe me amava também, mas como irmãos. Além disso, acho que minha mãe e Robert não pensariam nisso.

–Não Nelly, acho que nem minha mãe e nem Robert vão pensar nisso. –Digo rindo. –Somos irmãos. Quer dizer, não precisamos de laços sanguíneos para isso. Todos nós nos consideramos irmãos desde a primeira vez que nos vimos.

–Talvez... Você não terá problemas em arrumar um casamento, mesmo quando sair desse castelo. Quero dizer você é bonita e é prendada.

–Mas eu não quero me casar. –Ela me olhou estupefata e eu corrigi. –Quer dizer, não quero me casar sem amar a pessoa.

–Não crie ilusões pequena. O amor vem com o tempo, com a convivência.

–Além disso, Nelly... A pessoa terá que me amar pra me aceitar. Porque não sou uma garota comum e não acho que muitos rapazes aceitem uma esposa que converse abertamente, que trabalhe que seja ativa socialmente. E é isso que eu quero ser. Independente das conseqüências.

Para o meu espanto ela sorriu:

–Você é corajosa Atena. É o que mais gosto em você.

~X~

–Faz sentido. –Gabriel falou me olhando. Acabamos falando do assunto que a minha chefe levantou, sobre quando sairmos o pai dele e a minha mãe querer nos casar. –É o mais lógico para os nossos pais pensarem, mas acho que isso não vai acontecer. Quer dizer, somos uma família e acho que nenhum dos dois vai pensar em casamento pra nós enquanto estamos presos dentro desse castelo.

–Eu espero Gabe. –Suspiro. –Mesmo porque nós já temos problemas demais para pensar nisso agora.

–Verdade. Nós dois temos muito que fazer o dia todo para sequer pensar, quem dirá pensar nisso.

–E você está evoluindo. Fel... O príncipe me contou como você está surpreendendo. Está bem mais avançado que os outros. Gabriel, parabéns.

Ele deu um sorriso tímido, mas muito adorável:

–Isso é exagero dele. Não é tudo isso. –Ele diz, mas eu sei que é. - Além disso, você e o príncipe conversando sem se matarem? Você não me contou como foi passar com ele esse tempo todo.

Por um segundo eu quis contar do beijo e da minha indecisão de ir ou não ao jardim hoje á noite. Mas aquilo não iria dar nada. Eu não iria ao jardim hoje e não veria Felipe mais. Talvez o visse quando tivesse que servir ou nos esbarrássemos vez ou outra, mas nada mais que isso. Pra ele, eu não era nada. Uma aventura, uma garota pra se divertir. Só. E pra mim? O que ele era?

–Não foi nada fácil Gabriel, mas nas primeiras etapas da doença ele dormia muito e quando acordado estava cansado demais pra conversar então foi mais fácil. Agora quando ele foi melhorando, nós começamos á conversar. Tivemos que engolir um ao outro e ele não é tão... Repulsivo quanto eu pensei.

–Eu te disse que ele não era ruim Atena. E se ele dormiu quer dizer que você cantou pra ele.

–É, ele me contou da coisa do jardim. Foi bem quando eu entrei e ainda tínhamos aquela guerrinha, ele teve que engolir o orgulho e eu fiquei muito feliz pra ter vivido e ver o dia em que isso iria acontecer.

–Você é má. –O moreno riu e eu ri junto.

–Mas é a verdade. Quer dizer, príncipe Felipe Augustus engolindo o orgulho e pedindo para eu cantar pra ele. Quer algo mais épico?

–Você sorrindo dessa forma desde que chegamos ao palácio. Isso é épico.

Só então percebi que estava sorrindo a lembrar da descoberta de saber que a minha voz acalmava aquele loiro. Se não fosse Gabriel estar ali eu enfiaria a cabeça no travesseiro para abafar um grito. O que aquela fuinha oxigenada tinha feito comigo?

–Talvez. –Falei ainda sorrindo. –Quer dizer, os dias estão passando, estamos indo bem nas nossas tarefas e uma hora vamos sair daqui. Já é tempo de eu voltar á sorrir.

–Concordo. É melhor eu ir, quanto mais tarde, mais difícil eu entrar no meu quarto sem ser visto. –Ele levantou e de repente se virou, como se lembrasse de algo importante. –Ah Atena, antes que eu me esqueça, caso nossos pais realmente pensem nisso, eu não tenho nada contra me casar com você. –Dizendo isso beijou meu rosto deixando meu rosto em chamas de tão vermelho e saiu do quarto.

Assim que ele saiu eu resolvi não pensar nessa última frase. Quer dizer, eu entendi o que ele quis dizer. Caso nossos pais resolvessem ir pela lógica e por algum motivo estranho querer casar os dois filhos, ele não faria um escândalo sobre.

Abri minha gaveta pra tirar a camisola, afinal eu precisava dormir. Tirei a peça branca da gaveta e a olhei por alguns minutos. Suspirei, revirei os olhos, dobrei a camisola e guardei, abrindo a outra gaveta e pegando minha capa preta.

“O que você fez comigo Felipe Augustus?”

Saí do meu quarto tomando o mesmo caminho para o jardim. Sentei no balanço decidindo cantar ou não, mas eu já sabia minha decisão no fim de tudo. Então só encostei minha cabeça na corda, fechei os olhos e deixei com que a voz viesse:

Love that once hung on the wall

Used to mean something

But now it means nothing

The echoes are gone in the hall

But I still remember

The pain of December"

"Oh, there isn't one thing left you could say

I'm sorry is too late"



"I'm breaking free from these memories

Gotta let it go, just let it go"

I've said goodbye set it all on fire

Gotta let it go, just let it go

E eu cantava com a força de quem entendia do que falava. Cantava como se pedisse para que ele deixasse as nossas lembranças irem. Como quem pedia para ele me deixar ir, pra ele me libertar dessa minha paixão que eu sabia que só traria dor.

–Eu sabia que você viria. –A voz soou atrás de mim. Desci do balanço e o olhei, tendo que olhar pra cima obviamente. Isso que dá ser baixinha.

–Eu só vim pra term...

Não completei a frase porque ele me puxou pela cintura e tomou meus lábios antes que eu sequer piscasse. Mais uma vez eu estava rendida. Deixei que minhas mãos fossem para sua nuca. Senti-o pedindo passagem com a língua e entreabri os lábios, deixando com que ele explorasse minha boca assim como eu fazia com a dele. Eu era completamente inexperiente, mas era um extinto que me movia, me fazendo querer mais e mais dele.

Em algum momento nós dois precisamos respirar e nos separar, mas ele segurou minha cintura:

–Eu entendi a música, Atena. Mas eu não vou te deixar ir.

–Isso não vai dar em nada... –Falei ainda de olhos fechados, num murmuro doloroso.

–Só não vai dar se você não deixar. Fale, diga se não pensou em mim em algum momento desse dia.

–Por favor, Felipe... –Abri os olhos, mas não o olhei. –Você é um príncipe, eu sou uma criada, nós dois temos difer...

–Atena Mercer fica comigo. –Ele segurou meu queixo me fazendo olhar no fundo daqueles olhos, que eu me perdia.

–Não me faça responder isso.

–Você já respondeu. –Dizendo isso ele recolheu meus lábios novamente e eu não tive forças para me afastar.


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Notas finais do capítulo

Música do Capítulo: Let Me Go-Avril Lavigne
(Sim, é a música do título :P)



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