Save me escrita por Vany Myuki


Capítulo 6
De frente com o inimigo


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, povo de luz!
Eu iria postar ontem, mas, acreditem se conseguirem, eu cochilei e só acordei agora pela manhã kkk
Algumas horas de sono estavam faltando, agora estou com a bateria recarregada de novo ;)
Quero agradecer, mais uma vez, pelo carinho que todos têm concedido à fanfic.
Isso me deixa muito contente, além de muito animada para escrever mais e mais capítulos.
Meu muitíssimo obrigada à todas ♥
Agora, sobre o capítulo: pelo título do capítulo vocês já devem fazer ideia do que se trata. Eu escrevi esse capítulo muito animada, não sei dizer se ficou bom, mas estou satisfeita com o mesmo.
E, para as Bellarkes's de plantão (assim como eu ♥) já comecei a escrever os novos capítulos e, o que posso antecipar é que tá recheado de momentos Bellarkes ♥♥♥
Um grande abraço, espero que gostem ;*



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P.O.V Autora

_Levante-se, Jasper.

Abby adentrou o pequeno compartimento onde Jasper ainda era mantido sob os olhares atentos dos guardas.

O garoto se levantou em um salto, cambaleando um pouco até seus pés se acostumarem com o peso de seu corpo.

A mãe de Clarke estava com uma aparência mais saudável do que a algumas semanas atrás. Sua face estava corada, seus cabelos arrumados em um rabo de cavalo, enquanto seus olhos evidenciavam um brilho diferente.

Jasper, por outro lado, estava mais magro, mais pálido e, visivelmente, mais cansado do que já tivera em qualquer outro momento.

Seus olhos tinham círculos roxos que apontavam uma insônia constante.

_Acha que está pronto para sair daqui?

A pergunta de Abby pegou Jasper de surpresa.

_Vou sair?_sua voz estava fraca e rouca, uma consequência da ausência de água nas últimas dez horas.

Abby endireitou a postura, transferindo o peso do corpo apenas para a perna direita.

_Acredito que não há como prendê-lo se não existe uma acusação por parte da vítima.

Jasper ficou momentaneamente paralisado.

Ele sabia que descontar a sua raiva em Monty era um erro. O amigo não teve muito o que fazer para evitar que Maya morresse.

Mas, realmente ficou surpreso, quando percebeu que Monty, apesar de ferido e magoado, ainda assim defendeu ele sem hesitar.

_Monty persiste em dizer que foi um acidente, que não houve, de fato, uma briga entre você dois, embora testemunhas não faltem para dizer o oposto._declarou Abby, seus braços entrelaçados à frente do peito, uma expressa de censura sob as feições suaves.

_Você têm um bom amigo, Jasper. deveria dar valor à isso. Em tempos iguais a esses é difícil encontrar lealdade. Não desperdice a confiança que Monty colocou em você, assim como espero que não desperdice a segunda chance que estou lhe concedendo.

Jasper encarava a mãe de Clarke com timidez e vergonha.

Ele se sentia realmente mal por ter tratado Monty daquela forma, mas, ali parado, olhando para a mãe da pessoa que salvou sua vida e a qual ele afirmou desejar ver morta, Jasper se sentiu o pior dos homens. Tão baixo e vil que teve que fazer um esforço subumano para não tremer perante Abby.

_Quero que tenha em mente que, dessa vez, estou lhe concedendo perdão, mas que não hesitarei em exilado por tempo indeterminado se isso voltar a ocorrer._avisou Abby, seus olhos castanhos aprisionando Jasper com perspicácia._Estamos de acordo, Sr. Jordan?

Jasper apressou-se em assentir.

Ele, definitivamente, não queria ter a Chanceler como sua inimiga, ainda mais levando em conta que era a mãe de Clarke.

Abby desprendeu os braços da frente do corpo e deixou-os cair ao lado do mesmo, sua face adquirindo um cansaço palpável.

_Eu realmente espero que você não me cause mais problemas, Sr. Jordan. Eu odiaria ter que tomar medidas drásticas contra o senhor.

Jasper assentiu mais uma vez, um nó se estabelecendo em sua garganta.

Ele sabia do que Abby estava falando.

Embora a vida no espaço tivesse chegado ao fim, as regras da Arca ainda se aplicavam de forma inquestionável sob a Terra.

Mesmo Abby, com o título de Chanceler, não conseguiria evitar que Jasper fosse trancafiado ou condenado à morte. Eram as regras as quais todos deveriam se submeter se quisessem continuar vivos.

Abby abriu caminho para Jasper passar, deixando que o garoto fosse escoltado por um dos guardas que estavam posicionados do outro lado da porta.

_Mas uma coisa que preciso lhe falar, Sr. Jordan.

Jasper deu meia volta e ficou parado ao lado do guarda, um frio esquisito subindo por sua espinha.

_O senhor foi retirado do posto de soldado, de agora em diante terá que trabalhar na terra com os demais, caso queira permanecer.

Permanecer vivo, acrescentou Jasper mentalmente, enquanto sentia uma raiva crescente inflar dentro de si.

Lutar era a única coisa a qual Jasper percebera ser não apenas bom, mas que lhe dava algum objetivo.

E, naquele instante, enquanto era escoltado para fora da Arca, Jasper deixou-se viajar por uma frase a qual Bellamy havia pronunciado há tanto tempo que Jasper quase havia esquecido: "o que nós quisermos".

E, pela primeira vez, Jasper se viu imaginando como seria se a Arca não tivesse pousado sob Terra firme.

***

Clarke levantou-se tão depressa que Lars não teve tempo de planejar o próximo passo.

A garota de cachos dourados apontava o cano de seu revolver para o peito de Lars, imaginando se conseguiria acertar o alvo na primeira tentativa, ou se seu senso de mira ainda continuava danificado.

Lars manteve sua postura de combate: agachado levemente, o cabo da espada fechado sob suas mãos.

_Quem é você?_Clarke murmurou baixo, a raiva queimando em sua pele.

Olhando para o terra-firme à sua frente ela sentiu todos os desejos que tentava, inutilmente, reprimir nas últimas semanas.

Ela se perguntou como uma pessoa poderia guardar tanto rancor dentro de si mesma. Mas logo tais questionamentos foram substituídos por lembranças de um passado recente, os quais a imagem do rosto queimado de Maya ganhava forma, assim como os gritos torturantes de Raven e Abby, enquanto a bola, antes pertencente as crianças de Mount Weather, permanecia parada, inútil agora que a vida havia sido sugada a sua volta.

Os dedos de Clarke se fecharam ainda mais contra o metal frio.

Ela desejava atirar e matar sem dó e nem piedade, desejava sentir vontade de ver o líquido escarlate sair de dentro do terra-firme, mas Clarke se sentia impedida, a impotência dominando cada centímetro do seu corpo.

Lars continuou calado, esperando que Clarke, em algum acesso de bom senso, não puxasse o gatilho.

_Eu lhe fiz uma pergunta. Responda._a voz de Clarke beirava a histeria, enquanto Lars percebia uma vulnerabilidade que, no dia do combate em Mount Weather, não existia na garota.

O terra-firme continuou calado, seus olhos especulando os próximos movimentos de Clarke.

Para Lars havia lhe parecido um bom plano não pedir a ajuda de ninguém quanto a captura de sua maior inimiga. Ele sabia que, assim que o comentário se espalhasse, Clarke seria realmente capturada e levada para Lexa, para que lá a mesma pudesse matá-la de forma lenta e torturante, mais uma vez fazendo jus ao seu emocional de pedra.

Lars suspirou, enquanto jogava sua espada sobre a relva, as mãos para cima em total redenção.

Ele pode ver a confusão lampejar nos olhos de Clarke.

Certamente esse comportamento não era concebível de um terra-firme, Clarke havia convivido tempo o suficiente com eles para saber que nenhum terra-firme se entregaria tão facilmente, quanto mais serviria como objeto de confiança.

_O que você está fazendo?_ a voz da líder do povo dos céus saiu embargada, como se estivesse sufocando um medo interior.

Lars obrigou sua boca a soletrar algumas palavras, deixando Clarke perplexa.

_Não vou machucá-la. Têm minha palavra.

A respiração de Clarke ficara sobrecarregada, seu peito subindo em ritmo constante, enquanto seus olhos se esbugalhavam ao som da voz do terra-firme.

Clarke, por mais que estivesse assustada e com ódio, não pode deixar de sentir uma felicidade borbulhante ao ouvir a voz de alguém.

Faziam semanas, mais do que Clarke conseguia contar, que ela não se comunicava com ninguém a não ser seus próprios pensamentos, pensamentos esses que estavam levando-a a total insanidade.

Por alguns segundos só se ouvia a respiração ofegante de Clarke, enquanto Lars a olhava com atenção, comparando-a a líder que vira caminhar com um exército gigantesco em busca de seu povo.

Onde aquela garota havia se escondido?!

Lars, incomodado com o silêncio da garota, foi o primeiro a quebrar o mesmo:

_Lars. Pode me chamar de Lars.

Clarke ofegou mais uma vez, aparentemente incapaz de acreditar que um terra-firme estava na sua frente, totalmente incapacitado de reagir e, mais espantoso ainda, agindo, no mínimo, de forma decente.

Uma risada estranha escapou dos lábios de Clarke.

_Por quê devo acreditar em você? Por quê devo achar que você é diferente do seu bando?_questionou rispidamente, os vestígios de graça desaparecidos de sua expressão branda.

O rapaz manteve-se quieto, incapaz de justificar suas atitudes.

_Foi o que eu imaginava._concluiu Clarke, os olhos marejados, enquanto segurava a arma com as duas mãos, impedindo que ambas demonstrassem os tremores de seu corpo.

Lars assistiu a feição da líder tentar manter-se indiferente, enquanto lutava com emoções arrebatadoras demais para serem contidas.

A arma foi posicionada, Clarke aproximou-se alguns passos, na garantia que não erraria dessa vez.

Ela viu os mortos brincarem em sua mente, assombrarem sua cabeça, enquanto seu dedo se posicionava entre o gatilho.

E, ignorando uma parte de si que mandava-a ser forte, Clarke olhou uma última vez nos olhos do terra-firme, antes de fechar os olhos e atirar.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar.
Mil beijos e abraços!
Até o próximo capítulo ;D



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