Despertar escrita por Melaine_, Cassia Cardoso


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Falta muito pouco para o baile e natal chegou!
Já imaginaram como seria mágico passar o natal em Hogwarts? :3



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Snape levou Freya e Pansy para a diretoria, e Dumbledore estava sentado em sua cadeira, com uma calma que deixava qualquer pessoa nervosa ainda mais nervosa.

–O que aconteceu, Srta. Parkinson?

–Essa menina é louca, você não deveria deixar estudantes desse nível ficarem hospedados aqui.

–Eu quero saber do acontecido... – disse Dumbledore calmamente.

–Eu estava tomando o meu café quando, esta louca me atacou e após me desarmar ela partiu para cima de mim puxando meus cabelos. – Pansy estava chorando e cruzou os braços como gesto de impaciência. Freya a olhou com ódio, mas ficou calada apenas mirando-a.

–E porque você acha que Srta Ivanitch fez isso?

–Eu não sei. Ela acha que eu destruí o vestido dela.

–E você fez isso? – perguntou Dumbledore sério.

–Não senhor. – Pansy mentiu descaradamente.

–Pode ir, Srta Parkinson. Qualquer coisa eu mando lhe chamar novamente.

Pansy ao se levantar apoiou suas mãos no braço da cadeira e exclamou:

–Ai! Isso tá quente! – As mãos de Pansy estavam queimadas, Freya podia jurar ter visto uma bolha crescendo.

Dumbledore olhou para as duas garotas, mas não disse nada. Então Pansy saiu dando um ultimo olhar de raiva para Freya.

–Então, Srta Ivanitch queira me contar a sua versão da história...

– Eu estava no salão vendo o meu vestido do baile quando ele simplesmente pegou fogo. Pansy era a única com a varinha nas mãos e fez questão de mostrar isso.

– Você acredita que a Srta Parkinson queimou o seu vestido? – perguntou Dumbledore a olhando nos olhos.

–Sim, senhor.

– A senhorita não pensou que a atacando poderia perder a chance de ir ao baile? – Snape entrou na conversa.

–Eu perdi o baile no momento que ela queimou o meu vestido.

–O que você quer dizer, senhorita Ivanitch?

–O senhor é professor, sabe qual é o traje obrigatório do baile. – Freya fez uma pausa e seus olhos se encheram de lágrimas. – Sem vestido, sem baile.

–Eu sinto muito pelo o seu vestido. A senhorita pode ir. – disse o diretor.

Freya se levantou indo em direção à porta quando ouviu a voz de Dumbledore dizendo:

–Controle seus nervos, ou algo ruim pode acontecer.

Ela viu aquilo como uma ameaça de ser mandada de volta para o Instituto, mas a imagem do seu maravilhoso vestido sendo queimado veio à tona de novo fazendo seus olhos se encherem de lágrimas de pura raiva.

Decidida a andar e tentar esquecer a razão da sua raiva, saiu da diretoria e foi direto para os jardins desviando das montanhas de neve, afundando uma perna mais que a outra em alguns passos até chegar a um espaço onde havia uma pedra, de lá podia ser vista a Cabana de Hagrid e a carruagem dos alunos de Beauxbatons.

A garota se sentou e ficou se imaginando no baile se divertindo com seus amigos, mas a raiva só aumentou com esse pensamento, então Freya focou a sua imaginação na carruagem azul e tentou imaginar o que teria lá dentro. Freya volta e meia ouvia passos atrás dela, às vezes podia jurar que pessoas paravam às suas costas, mas sem ter coragem de virar e encara-los eles iam embora. Enquanto lágrimas grossas escorriam por sua face e sua mente tentava achar uma maneira de se vingar de Pansy, ela ouviu uma voz conhecida, uma das vozes que ela definitivamente não queria ouvir nesse momento.

– Freya.

–Oi, Draco. – disse percebendo que sua voz estava estranha.

–Preparada para o baile?

–Na verdade não.

–Eu ouvi dizer que os vestidos chegaram hoje de manhã. Você gostou do seu?

–Sim, ele era perfeito. – disse Freya tristemente.

– Que cor é?

–Vermelho, com detalhes em preto.

–O seu par terá que usar alguma coisa com a cor parecida? – Draco estava realmente querendo conversar.

–Não. Eu não tenho par.

–Por quê? Ninguém te convidou? – zombou.

–Não, eu não aceitei mesmo. – Freya não conseguiu conter o choro e se levantou querendo ficar sozinha.

– O que você tem? Parece estar chorando há muito tempo.

–Não tenho nada…

–Você está assim porque não tem par? – arriscou Draco. Freya percebeu que seus olhos estavam diferentes, não estavam tão frios.

–Você realmente que saber o porquê, Draco? Estou assim porque achei que você ia me convidar para o baile, mas a sua amiga já se deu ao trabalho de me falar que você a convidou. Eu achei que você deixaria de lado essa fixação por sangues-puros…

–Mas eu…

–E tem mais! – Freya não conseguia parar de chorar e parecia que contar tudo o que aconteceu só fazia piorar. - Eu estava disposta a ir sozinha, me divertir sem pensar nisso, mas a sua amiga também fez o favor de destruir o meu vestido.

–Destruir? – Draco estava incrédulo.

–É... A Pansy queimou o meu vestido. Não pude nem experimenta-lo. E agora não posso mais ir ao baile. Com ou sem acompanhante.

Draco ficou quieto com a explosão de Freya e ela então disse:

–Ainda bem que não me convidou. Ou teria que ir sozinho.

Freya o deixou sozinho sem sequer olha-lo.

Krum, Ivan e Kayo estavam treinando nos jardins quando algumas garotas que estavam lá os assistindo começaram a comentar sobre a ultima fofoca.

–Onde você estava, Bonnie? Perdeu o melhor do café da manhã de todos os tempos.

–O que houve agora, Sally?

–Ahh aquela menina ruiva da Durmstrang…

–Qual? A amiga do Krum?

Krum se virou automaticamente ao ouvir o seu nome e começou a prestar atenção na conversa, sendo acompanhado por Ivan e Kayo.

–É! A Pansy queimou o vestido dela do baile. – disse Sally maldosamente.

– Oh Merlin! E agora, como ela vai para o baile?

–Vocês estão falando da Freya? – perguntou Krum.

–O que tem a minha irmã? – questionou Kayo.

–Bom, A Pansy mal a deixou ver o vestido e lançou um feitiço de fogo.

–E onde ela está agora? – perguntou Ivan fazendo as meninas o olharem encantadas.

–As duas foram falar com o professor Dumbledore. – respondeu Sally.

– Faz tempo isso? – perguntou Krum.

–Ah... Acho que algumas horas... Vocês treinaram muito não é?! – disse Sally querendo elogiá-los.

–Temos que ir. Obrigada! – disse Krum meio grosso.

Depois do incidente no café da manhã Freya não achou sensato ir almoçar já que a sua vontade de atacar Pansy ainda era muito grande.

Ela só foi para o jantar com muita insistência de Krum e Kayo e com a promessa de Ivan de que logo iriam jogar quadribol, além de que, de tarde, recebera uma grande surpresa de sua mãe e tinha que contar isso aos seus amigos.

Eles chegaram cedo à mesa do jantar e Freya pode ver que Desiré e Juan já estavam sentados guardando os seus lugares.

–Achei que não ia te ver mais hoje. – Desiré se levantou para dar um abraço à amiga e logo percebeu a felicidade dela.

–Ele te convidou?

–Convidou! Senta aqui, deixa eu te contar. –disse Desiré toda empolgada.

Depois de Desiré descrever toda a cena do convite para a amiga já estava na hora do jantar e o salão estava praticamente cheio. Draco chegou acompanhado dos seus guarda-costas e se sentou perto das garotas dando um sorriso para Freya. Já Pansy chegou com as suas amigas da Sonserina e depois de dar um sorriso de desdém que a fez querer se levantar e ataca - lá novamente, a garota se sentou longe de Draco e do grupo.

– Agora é a minha vez de contar algo. – disse Freya feliz.

–O que? Alguém te convidou?Foi quem você queria? – perguntou Ivan.

–Não, mas podem convidar... Minha mãe me mandou um vestido maravilhoso.

Draco pareceu gostar da novidade tanto quanto Ivan.

–Jura? – perguntou Desiré. – Porque você não falou antes?

–Porque não quero ficar sem vestido de novo. Minha presença será uma surpresa.

–Só quero ver a cara de uma pessoa. – disse Desiré olhando Pansy.

Durante a noite Freya pode perceber os olhares que de Juan e Desiré trocaram e ficou feliz pela amiga. Ela também viu que Hermione estava sorrindo e olhando para a mesa da Sonserina sempre que podia o que deixava Krum eufórico. Ela decidiu ir dormir mais cedo, pois tanta raiva havia provocado uma grande dor de cabeça e foi para o navio empolgada com a reação que seus amigos teriam quando recebessem os seus presentes de natal. Desiré por sua vez ficou conversando com Juan, Krum e Kayo até a hora do toque de recolher.

–Espero que goste. – disse Juan se despedindo de Desiré com um beijo no rosto.

–Do que? – perguntou a garota confusa.

–Amanhã você verá.

Como se fosse ainda fosse possível, Hogwarts amanheceu no dia de natal sob camadas de neve ainda maiores. Logo que acordaram os alunos das escolas convidadas receberam em seus dormitórios os presentes dos pais e familiares, porém diferentemente dos alunos de Hogwarts, aqueles que quisessem trocar presentes entre si deveriam utilizar o tempo do café da manhã para isso. Os alunos de Durmstrang e Beauxbatons tiveram que usar o feitiço de ar quente para conseguir atravessar os gramados com aquela nevasca e irem tomar café da manhã.

– Ual! Você o ganhou? Aposto que este foi da sua tia. – disse Freya apontando para o vestido que Desiré usava.

–Sim. Eu adorei. E olhe só esses sapatos?! Ganhei dos meus pais. – disse Desiré animada.

–Pelo menos os seus familiares te dão presentes legais. Os meus, pelo contrário, me deram mais um livro sobre os meus supostos poderes.

–Ei, meninas! Venham aqui. – Krum chamou de uma mesa logo a frente na qual estava sentado com Kayo, Aimée, Ivan, isso sem contar Draco e sua trupe que estavam sentados logo ao lado. As garotas puderam reparar que havia uma grande quantidade de caixas de presentes à frente do garoto. Atendendo ao chamado elas foram até a mesa carregando suas caixas de presentes que tinham trazido.

– Vocês se empolgaram na hora de comprar os presentes. – disse Kayo.

– E como! – debochou Draco.

Tentando ignorar o garoto Freya decidiu começar a troca de presentes.

– Hum, deixa eu ver... Esse daqui é para você. – disse entregando o presente do irmão.

O garoto que parecia eufórico tratou logo de rasgar os papeis e revelar para todos o que a irmã tinha dado a ele.

– OOOOOW! Elas explodem de verdade! – disse Kayo mostrando o seu baralho de Snap explosivo.

– Muita calma, Kayo, você ainda não viu o meu presente! – disse Desiré entregando-lhe uma caixa.

–Pelas barbas de Merlin! Um tabuleiro de xadrez bruxo. Vai combinar perfeitamente com o Guia de táticas avançadas de xadrez. Assim ninguém poderá me deter! – Kayo soltou uma risada maléfica.

– Ah, esse também é seu. – disse Aimée empolgada dando a Kayo um fino e quadrado embrulho.

–Ah não! Não acredito nisso!

–Você não gostou? Já tinha esse CD? – perguntou Aimée triste.

–Não, não é isso! Só abra o seu presente.

Quando a garota abriu pode ver que Kayo havia lhe dado o mesmo CD da banda The Weird Sisters com o qual ela o presenteara.

Kayo entregou para irmã uma grande caixa que continha um telescópio de ultima geração, e para Desiré uma caixa com Varinhas de alcazus e Sapos de chocolate.

–Falando em doces... Krum! Tome o meu presente. – disse Desiré sorrindo.

–Ah, aqui está o meu para você. Para que te ajude.

A garota entregou para Krum diversas embalagens de feijõezinhos de todos os sabores nas quais ela se certificou de só haverem sabores nojentos. Krum não mais amigável que ela, deu-lhe um livro de auto ajuda do agora pirado Gilderoy Lockhart.

–Ei, Freya esse é o seu! – disse Ivan entregando seu presente.

–Não, Freya, abra o meu primeiro. – Krum entregou uma grande caixa para a garota.

–Patético! – observou Malfoy.

A garota tentou abrir simultaneamente os dois embrulhos, mas não foi bem sucedida, então começou pelo menor embrulho que era uma capa para jogar quadribol dada por Ivan. O presente de Krum também estava ligado ao quadribol, era um kit de manutenção de vassouras que coincidentemente era o presente que ela havia comprado para Krum. Já para Ivan, ela o presenteou com uma caixa de bolas de quadribol.

–E esse daqui é para você! – disse Freya dando o embrulho para Desiré.

– E esse é o seu! – Desiré entregou o embrulho a amiga.

–Oh, eu sempre invejava o kit de esmaltes alto passantes da Fleur. Agora eu tenho o meu! – Desiré disse animada.

– Foi Batata! – exclamou Freya sorridente.

–Batata?! Não é um kit de poções? – Aimée parecia confusa.

–É uma expressão trouxa para acertou em cheio. – explicou Freya.

– Bem típico de mestiços. – cutucou Malfoy.

–Então, os meus ingredientes estavam acabando mesmo.

– E aí pessoal. Feliz Natal para todos! – disse Juan sentando-se ao lado de Desiré. O garoto trazia em uma das mãos uma grande cesta cheia de embrulhos de doces da Dedos de Mel e apenas um embrulho diferenciado na outra.

–Sirvam-se à vontade! – E se virando para Desiré lhe entregou o outro embrulho. – Esse é especial.

Krum soltou um audível “Huuuuum” para o casal. Todos em volta esperavam ansiosamente Desiré abrir o embrulho.

–Ele é lindo. Obrigada! – disse Desiré agarrada ao ursinho que acabara de ganhar.

–Espero que toda vez que você o abraçar se lembre de mim.

–Nossa! Acho que vou vomitar. – brincou Krum.

– Nós veelas acreditamos que não exista amuleto mais poderoso do que os cristais turquesa. Espero que esse lhe ajude. – disse Desiré entregando ao garoto um cordão com o cristal. Juan prontamente colocou o cordão e disse para a garota que estaria sempre com ele.

–Algum de vocês me mandou esse presente? – perguntou Freya segurando um embrulho. Todos na mesa disseram que não.

–Estranho. Quando acordei ele estava lá, mas não tem nome.

–Vamos! Abra logo! Quem sabe não é de um admirador secreto? – disse Desiré empolgada.

De onde estava sentado Draco observava com atenção Freya abrir o presente.

– Não creio! – foi só o que conseguiu dizer.

– Nossa, você sempre quis um desses. – disse Kayo.

– Alguém pode me explicar o que é isso? – perguntou Desiré.

– É um caderno de desenhos mágico. Depois que você termina de desenhar através de um encanto esse caderno permite que o desenho se mexa como uma fotografia bruxa.

Draco logo saiu deixando todos falando sobre seus presentes. Freya então decidiu experimentar a nova capa e ela era simplesmente perfeita. A cor preta avermelhada parecia realçar a o ruivo de seu cabelo e a sua cor quase translúcida. Ao dobrá-la novamente para por na caixa, a garota viu um cartão vermelho e o tirou da caixa, mas antes que pudesse abrir Ivan estava ao seu lado. O cartão então se abriu sozinho e a voz de Ivan foi logo reconhecida enquanto letras levantavam no ar, rodeadas de pontos luminosos como vagalumes, escrevendo a mensagem: “Freya... Quer ir ao baile comigo?”

A garota ficou paralisada enquanto as letras caiam agora com formas de coração.

–Eu não sabia como te convidar. – disse Ivan nervoso. - Bom... Agora que tem um vestido... Quer ir ao baile comigo?

–Eu? – foi só o que Freya conseguiu falar.

–Sim. Eu ainda não tenho um par. Você quer me acompanhar? – perguntou inseguro.

–Hum... Sim, claro. Eu adoraria. – respondeu emocionada com o pedido.

–Fiquei com medo de você não aceitar.

–Porque?

–Ahh, porque talvez não quisesse ir com alguém de Durmstrang. – contou ele.

–Não, nada a ver. – disse Freya pegando na mão do garoto.

–Garanto que você vai se divertir hoje. – disse ele se levantando e beijando a testa dela.

– Eu tenho certeza que vou. – respondeu a garota sorrindo.

–Ai que fofo. Não sabia que ele ia te convidar. – disse Desiré.

–Nem eu. Ainda estou surpresa.

–Bom pelo menos agora todos nós temos pares. – comemorou Aimée.

–Fico feliz que você vá com ele. – disse Krum deixando claro que preferia o amigo ao Draco.

Após o convite, todos voltaram a apreciar seus presentes e passaram o restante do tempo comendo os doces e conversando sobre o que cada um tinha ganhado.

Freya voltou do almoço e foi direto para o seu quarto pegar um livro enquanto esperava o tempo passar, após várias tentativas a garota que não conseguia se concentrar na leitura decidiu apenas ficar deitada imaginando se ainda era cedo demais para começar a se arrumar. Ela estava em uma grande poltrona que ficava virada para a porta de entrada da sala e levantou-se rapidamente quando viu quem havia entrado e estava indo em sua direção.

–Draco, o que você está fazendo aqui? Deveria estar se arrumando. - Questionou Freya.

–Sim, eu sei, eu já vou. Eu só passei para…- Disse Draco parecendo envergonhado.

–Relaxa, eu estou melhor. Não precisava vir até aqui. - Apressou-se Freya.

–Não. Eu queria te dizer que sinto muito não ter te convidado. - Disse Draco

–Draco, você não precisa se desculpar por isso.

–É que eu fiquei muito tempo pensando naquela coisa de você ser, sabe... Mestiça, e acabei nem vendo o que era mais importante. - Disse o garoto

–E o que era mais importante?

–O que eu queria. Ou melhor, quem eu queria levar ao baile, independente da sua origem. – Freya teve certeza da diferença do olhar do garoto. Seus olhos estavam mais vivos, com um brilho diferente.

–Draco, não importa mais. Você já vai com a Pansy e eu vou…

–Espera. Eu não convidei a Pansy. Ela espalhou para todo mundo que eu tinha convidado-a para eu tomar coragem e convida-la.

–Olha, bem que eu imaginei. Ela pode ser sua amiga, maaas…

–Ela não é minha amiga, ela apenas sempre me segue a todos os lugares que vou. Eu posso até chamá-la de sombra.

– Eu gostaria de ter ficado sabendo disso antes. - Lamentou Freya.

–Antes? Como assim?

–Draco, tenho certeza que você só veio aqui porque tinha certeza que eu aceitaria. – zombou Freya.

–Sim, você falou que esperava que eu te convidasse. – disse Draco nervoso.

–Eu esperava sim. Esperava…

–E então...? Não espera mais? – debochou Draco.

–Digamos que não. – sorriu Freya.

–Como assim “digamos que não”? Então você está me dando um fora? – perguntou Draco ressentido.

–É... Acho que é isso mesmo. – disse olhando bem para os olhos do garoto que ficaram frios automaticamente.

– A Pansy morre para ir ao baile comigo e você não quer? Eu sou um Malfoy, garota.

–Draco... Em primeiro lugar: não me compare com ela. – se irritou Freya. – E em segundo, eu não dou a mínima para seu sobrenome.

–Claro que não. Você é uma mestiça imunda que nem ao menos sabe a que família eu pertenço.

–Acho que não sou tão imunda não é, Malfoy? – perguntou Freya parando a poucos centímetros do garoto. – Porque você veio até aqui só para me convidar.

–Eu... Eu só vim porque fiquei com dó de você. – disse Draco maldosamente.

–Dó de mim, Malfoy? Porque? – perguntou fingindo tristeza.

–Ora... Porque sendo de um colégio tão respeitado, você não poderia ir sozinha. – respondeu ele prontamente.

–Sabe, você pode enganar os seus amigos – Freya frizou bem a palavra amigos – mas a mim, você não engana. Você não veio até aqui porque tem dó de mim, querido. – disse colocando suas mãos no rosto do garoto.

– Não me chame de querido! – disse se desviando das mãos de Freya. – Não tem permissão para isso.

–Ah é?! Eu não sou a Pansy, Malfoy. Se você acha que pode mandar e desmandar em mim, está enganado. – disse sorrindo maldosamente deixando-o muito mais irritado.

–Não sei por que vim até aqui. E alias nem sei como alguém pode te convidar. – disse ele a olhando de cima para baixo com uma expressão de nojo.

– Parece que nem todos são covardes como você que deixou um preconceito idiota acabar com um sentimento que eu tinha por você.

– Sentimento? – disse ele com a voz fraca.

–Você não sabe o que é isso.- disse Freya tristemente. - E se você puder fazer o favor de se retirar eu agradeço.

Freya indicou a porta e por alguns segundos ela teve certeza de que ele ainda ia rebater, mas Draco se virou para porta lhe dando um ultimo olhar que a garota não soube traduzir e foi embora. As palavras de Draco ainda ecoavam em sua cabeça, fazendo brotar um sentimento desconhecido.

Decidida a não ficar mais no navio, ela foi para seu quarto tomar um banho para se aprontar para o baile, depois desceu as escadas em direção ao dormitório dos meninos e após localizar o quarto de Krum e Kayo naquele imenso corredor, entrou e deixou um bilhete dizendo : “ Krum, avise o Ivan que eu estou na carruagem da Beauxbatons.” Ela tentou voltar ao seu quarto o mais rápido possível pois não era permitido garotas nos dormitórios dos garotos e se Karkaroff a visse seria expulsão na hora.

Como não havia ninguém no navio Freya chegou ao seu quarto sem ser vista e foi entrando sem nem olhar para Ilka e ao abrir o baú à frente de sua cama para pegar a caixa do vestido e os outros acessórios, viu o presente que havia comprado para Draco em sua mesinha de cabeceira. Estava lá, todo embrulhado em um papel camurça verde, cor que ela imaginou que seria sua preferida. O presente a fez lembrar da discussão e sem nem pensar pegou suas coisas e tacou o embrulho dentro do baú fechando com toda a força que pode e saiu do navio.


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Notas finais do capítulo

Gostaram dos presentes de natal?
Ficaram surpresos com o convite de Ivan?
Quem vocês preferem? Ivan ou Draco?



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