Mais uma chance escrita por Carcata


Capítulo 6
O Segredo dos Nove Meses


Notas iniciais do capítulo

*entrega bebida gelada pq o calor tá de matar* espero que gostem do cap, meus amores ;u;



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– Ai! – Tadashi exclamou quando a agulha furou o seu dedo pela décima vez. O furo provocou uma gota de sangue e o jovem tentava ignorar a dor.

– Tadashi? – Uma voz familiar o chamou e Tadashi congelou. Não muito tempo depois Callaghan abriu a porta do laboratório do estudante e franziu as sobrancelhas – O que está fazendo? Já está tarde...

Seus olhos pousaram no casaco azul e a agulha com o fio que Tadashi estava segurando. Não era difícil entender o que estava acontecendo.

– Eu deveria ficar preocupado com o fato de você estar colocando um rastreador na roupa de alguém? – O professor cruzou os braços e Tadashi engoliu seco.

–E-É por causa do Hiro! – Ele tentava se defender , mas sabia que seria em vão – Ele pegou essa mania de ir em robô-lutas e... – Ele suspirou derrotado – Eu me preocupo. Muito.

Callaghan parecia pensar nas palavras certas. Depois abriu um sorriso.

– Minha filha Abigail também ia nessas robô-lutas. – Os olhos de Tadashi iluminaram com o comentário.

– Sério?

– Sim... – Assentiu – Ainda bem que mostrei a SFIT pra ela. Desde então meus problemas acabaram. – Ele deu uma gargalhada e voltou a fitar o jovem – Se você for mesmo aplicar esses rastreadores, tome cuidado para que seu irmão não descubra, hein?

– S-Sim, professor. – Tadashi gaguejou e nem acreditava que estava saindo nessa impune.

– Boa noite, Tadashi. – E com isso Callaghan fechou a porta do laboratório e Tadashi se viu encarando pro nada por uns bons cinco minutos.

Tadashi nem podia acreditar que o professor que sempre confiava e o ajudava tinha se tornado o vilão da história. Hiro contou o que tinha acontecido e mesmo assim ele não queria acreditar. Entretanto quando o estudante tinha visto o vídeo que viu no laboratório, as coisas ficaram mais difíceis. Tudo estava uma bagunça, e ele não sabia o que fazer.

Deveria impedir Callaghan para que tudo não acontecesse como tinha acontecido no passado? Ou seria melhor deixar a mente de gênio de seu irmão resolver esse enigma? Ele coçou os cabelos numa ação frustrada. Hiro teria que contar os detalhes melhor da próxima vez.

– Tadashi? Hey Tadashi? – O jovem foi tirado dos seus devaneios quando uma mão balançava na frente de seus olhos – Terra chamando Tadashi.

Seus olhos desceram para encontrar Gogo com uma sobrancelha arqueada.

– Desculpa, Gogo. – Ele riu nervosamente e passou a mão na nuca.

– Nós não te vemos há duas semanas e você fica no mundo da lua aí. – Ela estourou sua bola de chiclete na boca – E por que você não foi ao enterro do Callaghan? Pensamos que tinha acontecido alguma coisa.

Honey Lemon apareceu ao lado de Gogo com um olhar preocupado e realização veio a Tadashi. Callaghan. O enterro. Foi ontem.

Estúpido. Tadashi era estúpido.

– Uuuugh... – Ele gemeu e colocou as mãos no rosto para esconder a sua vergonha – É mesmo. Desculpa, pessoal. – Honey tentou confortá-lo.

– Tudo bem, Tadashi. Sabemos que você esteve cuidando do Hiro e tudo mais...

Wasabi e Fred entraram na sala e ao ver o viciado em quadrinhos um arrepio percorreu Tadashi. Ele só esperava que Fred não trouxesse o assunto do vídeo à tona.

– Falando nisso, como ele está? – Wasabi fez a pergunta que todos queriam fazer, mas não tinham coragem – Já se recuperou do acidente?

No mesmo dia da liberação de Hiro no hospital Tadashi informou por telefone que tudo tinha saído bem, mas o cansaço da sua voz era aparente, então naturalmente todos ainda estavam preocupados. Eles sabiam que Tadashi ficava muito sensível em relação ao irmão, e tinham medo de desanimá-lo se perguntassem sobre ele.

Todavia toda a preocupação do grupo desapareceu quando Tadashi abriu um leve sorriso.

– Ele está bem. Um pouco mal humorado por não poder sair muito de casa, mas isso quer dizer que tudo voltou ao normal. – Ele sentiu o coração mais leve quando se lembrou das vezes que seu irmãozinho dava seus chiliques porque não o deixavam sair de casa. Ele era realmente uma peça rara.

Tadashi continuou a tagarelar e se desculpar por não ter ido ao enterro de Callaghan, e seus amigos insistiram que não tinha problema.

– Cara, vocês tinham que ver o vídeo que Tadashi me mostrou outro dia! – Fred exclamou depois de um tempo e Tadashi prendeu a respiração – Eu tava com uma roupa tão maneira, e cuspindo fogo pelas-

– Fred! – Tadashi interrompeu e olhou o amigo como se estivesse implorando.

– Que vídeo? – Honey foi a única a dar ouvidos a Fred, como na maioria das vezes.

– Ah, é um vídeo que Baymax gravou – Tadashi tentou explicar sem parecer suspeito – Eu estava testando umas câmeras... E aquele não era você, Fred.

– Mas eu vi o Heathcliff! – Fred disse – E quem mais seria capaz de vestir aquela fantasia maneira se não eu?

– Esquece isso, tá?! – Tadashi gritou irritado e fez uma careta quando todos viraram para ele – Preciso ir. – Murmurou pegando sua bolsa e saiu da sala.

O grupo assistiu tudo com uma expressão confusa no rosto e Gogo tinha certeza que havia algo errado.

–-

– Hiro, o que você ta fazendo agora, cabeção? – Tadashi colocou sua mochila no chão e foi em direção ao irmão. Os dois estavam na garagem, o que significava que Hiro estava trabalhando em alguma coisa.

Então ele viu Baymax com uma armadura vermelha seguindo Hiro calmamente enquanto este deslizava para lá e para cá com sua cadeira de rodinhas.

– Olá, Tadashi. – Baymax parou de andar para cumprimentar seu inventor e então voltou a perseguir o menor.

– Não dá pra falar. Ocupado. – Hiro falou e depois pegou uma caneta preta para escrever algo.

– Ahã... E ocupado em quê? – Tadashi observou Baymax de cima para baixo e se perguntou se Hiro já tinha feito aquilo antes. O vídeo só mostrava a perspectiva do robô, então era impossível ver sua armadura.

Mas ninguém construía uma coisa assim tão rápido, nem mesmo Hiro. A não ser que ele já tinha decorado os códigos, o que não era bom. Ele pretendia fazer alguma coisa.

Tadashi tentou não se preocupar demais com isso ainda, pois seu irão era sua prioridade. Ele percebeu isso quando notou todos os saquinhos de gummy bears vazios na escrivaninha.

– Você ao menos jantou? – Ele pegou os saquinhos e jogou no lixo. Hiro o ignorou e o mais velho decidiu tentar de novo. Ele pegou a cadeira que ainda viajava pela sala e a virou, fazendo com que Hiro estivesse de frente para ele. – Hiro!

– Que foi? Tô ocupado! – O garoto franziu as sobrancelhas e o outro suspirou. Tadashi, já prevendo que seu irmão não desistiria facilmente, começou a empurrar a cadeeira em direção a saída – Ei! O que você tá fazendo?!

– Vai jantar, Hiro! Depois você continua tudo isso. – Ele empurrou a cadeira até o café e tia Cass estava preparada para começar o interrogatório quando viu o estado de Hiro. O garoto estava com olheira nos olhos e o cabelo mais bagunçado do que nunca.

Os dois irmãos ouviam o sermão da tia enquanto comiam. Depois que acabaram, Hiro voltou para a garagem e Tadashi subiu para se trocar. Quando estava arrumando seu quarto, virou para o lado do quarto de Hiro e soltou um suspiro. Uma bagunça, como sempre.

Desejando fazer um favor ao irmão, ele começou a arrumar a escrivaninha, mesmo que recebesse uma bronca de Hiro, que sempre falava que deixava tudo perfeitamente arrumado até Tadashi decidir estragar seu “esquema”.

Ele colocou o Megabot na estante de cima e notou um envelope. Quando o pegou, seus olhos arregalaram quando reconheceu que era a carta de aprovação da faculdade. O garoto nem tinha se inscrito ainda!

–-

– Hiro! Como assim você ainda não se inscreveu?! – Tadashi entrou na garagem, pronto para repreender seu irmão por umas boas horas quando encontrou Baymax tirando sua armadura e Hiro dormindo em sua cadeira.

– Olá, Tadashi. – Baymax disse – Hiro está dormindo. Eu deveria colocá-lo em sua cama? – O robô se ofereceu para carregá-lo, até Tadashi o iterromper.

– Espera só um pouco, Baymax – Ele pegou a caneta preta na mão de Hiro com um sorriso maléfico no rosto e começou a desenhar na cara do menor.

Tadashi colocou uma pinta na ponta do nariz de Hiro e fez bigodes em suas bochechas, como um gato.

– Eu me pergunto o que Mochi vai achar dessa obra de arte. – Em seguida ele pegou o celular e tirou uma foto de Hiro – É isso que você ganha por me ignorar, cabeção – Ele murmurou e finalmente deu permissão para Baymax levar seu irmãozinho até seu quarto.

Na manhã seguinte, Tadashi acordou com a adorável voz escandalosa de seu irmão gritando em seu ouvido.

– TADASHI!! Quantas vezes eu tenho que te falar pra não rabiscar a minha cara!

– Desculpa, irmãozinho, é que eu não pude me conter – O mais velho murmurou enquanto bocejava. Foi aí que ele cometeu um grave erro: ele virou-se para encarar Hiro e viu seu rosto. Tadashi caiu na gargalhada quando processou os bigodes ainda visíveis na bochecha vermelha do garoto.

– Tadashi, isso não é engraçado!! – Ele gritou e sabia que daqui alguns segundos tia Cass entraria no quarto para saber o porquê de tanta gritaria – Por favor, diga que você não tirou foto de novo!

Tadashi ficou sério por sólidos dois segundos até encarar a cara do irmão outra vez. Não muito tempo depois sua risada foi interrompida por um travesseiro que Hiro tinha jogado fortemente em seu rosto.

–-

– Hiro, agora é sério, o que você tá planejando? – Tadashi encarou o irmão e este percebeu que não havia mais como escapar. Ele contaria para o mais velho, mesmo não gostando, pois sabia que seu irmão não desistiria.

– Eu não posso ficar parado enquanto Callaghan faz o que quer com meus microbôs. – Ele falou firmemente e apontou para si mesmo – Se você não vai fazer nada, eu vou resolver isso sozinho, como fiz antes.

Era mentira. Ele não tinha derrotado Callaghan sozinho, mas Hiro não tinha confiança de que conseguiria convencer os amigos de Tadashi novamente. Da última vez a morte de Tadashi foi o que os motivou, portanto seria inútil.

– Mas e os outros? – Tadashi indagou – Você não disse que eles tinham parte nisso também? – Hiro suspirou.

– É, mas isso foi por causa do... Quando você... – Ele olhou para o chão quando não conseguiu terminar a frase, e o maior já tinha entendido tudo.

– Hiro, você não pode fazer isso. Já é loucura ir com o pessoal, muito mais ir sozinho. Eu não vou deixar.

– Você não manda em mim – O menor retrucou e o outro sabia que era só um truque para Tadashi ficar com raiva e sair sem dizer nada, como geralmente fazia.

– Além do mais, por que você quer fazer isso? Você tem certeza que tudo vai ser igual e dar certo como da última vez? – Hiro parou para pensar e olhou Tadashi nos olhos.

– Eu sei que vai dar certo. – Ele pegou o seu agasalho azul e começou a vesti-lo – Já tenho tudo planejado.

Mal sabia Tadashi que aquilo era só uma desculpa para disfarçar suas verdadeiras intenções. Hiro não planejava destruir Callaghan. Não, era muito pelo contrário. Ele só estava fazendo o que achava certo, e Tadashi deveria ficar orgulhoso por Hiro decidir tentar ajudar alguém, como estava planejando fazer. Porém era difícil explicar toda essa bagunça, então era mais fácil usar uma mentira leve.

Só tinha um problema: o garoto sabia o que seu irmão faria se percebesse que não poderia impedi-lo, e Hiro fez uma careta quando ouviu as seguintes palavras.

– Então deixa eu ajudar.

–-

Hiro sentou-se no sofá do laboratório com os braços cruzados e uma expressão mal humorada no rosto enquanto ouvia Tadashi dialogar com seus amigos. Seu irmão prometeu ajudá-lo e decidiu convencer o pessoal.

Hiro não queria aquilo, e tudo ficaria bem mais fácil se tivesse ido sozinho. Seu plano ocorreria perfeitamente e Tadashi não suspeitaria de nada (bem, talvez um pouquinho). Como Tadashi era muito mais convincente que seu irmão, não seria uma impossibilidade a formação do Big Hero 6 novamente.

Quando Tadashi insistiu em participar do grupo, Hiro ficou desesperado. Ele não iria arriscar perder o mais velho outra vez, então o menor decidiu despistá-los quando chegarem ao destino.

Os dois irmãos decidiram nomear o fato de Hiro ter voltado ao passado como “Segredo dos nove meses”, assim a comunicação entre eles ficariam muito mais fáceis, em vez de falar “aquilo que aconteceu que fez Hiro vir nove meses do futuro”. Eles também prometeram não revelar toda essa confusão para o grupo, porque ninguém acreditaria e geraria uma grande perturbação.

Dois dias depois, Tadashi e Hiro decidiram não perder tempo e fizeram todas as armaduras e códigos necessários para tornar o Big Hero 6 um Big Hero 7 bem mais evoluído tecnologicamente. Mais confiante do que nunca, Hiro percebeu que seus upgrates fluíam mais facilmente e ele tinha seu completo apoio emocional em forma de seu irmão mais velho.

Isso só fazia com que o garoto gênio ficasse cada vez mais ansioso. Ele se lembrava do que tinha acontecido naquela ilha (onde eles estavam indo), e as coisas não tinham se saído bem. Ele tinha medo que algo acontecesse com Tadashi, ou com qualquer outro integrante do grupo.

Tadashi percebeu a aflição de Hiro e assegurou que tudo ocorreria bem, como da última vez. Ele só teria uma ajudinha extra de seu irmão mais velho, o que era uma vantagem. Hiro quis sorrir, mas não conseguiu.

– Você deve tá de brincadeira comigo... – Gogo murmurou quando viu pela primeira vez a mansão enorme dos pais de Fred. Obviamente todos estavam pensando o mesmo, exceto Tadashi.

– Vocês realmente não sabiam que essa era a casa do Fred? – Ele questionou com um olhar divertido. Todos o fitaram com os olhos arregalados.

– C-Como você sabe? – Honey Lemon foi a primeira a perguntar. Tadashi surpreendeu o grupo dando um longo suspiro e passou a mão no rosto.

– Foi durante o quadragésimo primeiro teste do Baymax... – Todos estavam prestes a perguntar o que tinha acontecido quando Wasabi perguntou:

– Como você se lembra do número exato? – Ele estava mais impressionado do que curioso.

– Como não esquecer... – Tadashi sussurrou e estremeceu ao se lembrar dos quilômetros que percorreu tentando perseguir Baymax, que estava correndo em uma velocidade inumana através da cidade.

Depois de um longo tempo até finalmente conseguir pegar Baymax, Tadashi notou a mansão a sua frente e congelou quando viu Fred saindo de lá e convidando-o para entrar.

O treino ocorreu bem e todos se acostumaram com o novo “uniforme”, inclusive Tadashi. Sua armadura era totalmente branca, e o jovem adulto decidiu não colocar nenhum detalhe ou outra cor.

– Não estamos em um desfile de moda – Hiro se lembrava das incontáveis vezes que Tadashi reclamou para seu irmão quando este desenvolvia o design da roupa de Honey Lemon.

– É agora ou nunca. – Hiro murmurou para si mesmo quando incluiu o chip vermelho que tinha aprimorado e que continha conhecimentos de luta no compartimento de Baymax. O robô absorveu as informações e afirmou que estava com a bateria cheia para a missão.


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Notas finais do capítulo

Ok, lá estava eu, tomando meu toddynho e vendo os updates de outras fics quando vi: sua fanfic recebeu uma recomendação. FOI TODDYNHO PRA TODO LADO, ENGASGUEI COM A BEBIDA, COMECEI A TOSSIR QUE NEM UMA LOUCA. oh god, obrigada meu anjo lindo coberto com caramelo e açúcar, isso me fez tão feliz! ;-; minha primeira recomendação!! *joga confete pra todo lado e começa a dançar* obrigada pelos comentários, são vocês que me incentivam a escrever e isso me dá mta alegria no meu coraçãozinho ;u;
eu sempre prometo a mim mesma que vou escrever um capítulo grande, coisa boa que vocês merecem, mas aí eu acabo escrevendo na pressa e sai isso KKKKKKKK vamo ver no proximo né :v
Ah, outra novidade: Talvez a fanfic seja lançada em inglês! yaaay!! :) eu fiz uma parceria com Livie Stark e, como nós somos duas experts em ingrês *levanta a xícara de chá com o dedinho levantado como uma britânica*, a fanfic poderá ser vista no Archive of Our Own e Fanfiction.net em não muito tempo. Só vamos esperar pra q tudo ocorra bem ;u;