Mais uma chance escrita por Carcata


Capítulo 5
Gummy Bears


Notas iniciais do capítulo

Eu volteeei~ *canta música do Roberto Carlos* desculpa o capítulo pequeno, oh god, não olhem pra mim *esconde o rosto* vcs estavam esperando um capítulo bom com uma história promissora, mas tudo oq eu sei fazer são fofura e lágrimas, então vcs vão ter que aguentar a minha escrita de cocô por mais um cap *high-five*



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– Hiro! Meu deus, o que aconteceu com você?! – Tia Cass quase deixou o prato cair quando viu o estado do seu sobrinho, que não conseguiu limitar um suspiro.

– Ele foi pra outra robô-luta. – Tadashi decidiu responder pelo irmão enquanto enfiava um biscoito na boca dele. Obviamente, isso era um sinal de “cala a boca e deixa que eu falo” – De novo.

Hiro mastigava o biscoito, observando o irmão tentando acalmar a sua tia.

– O que?! Outra robô-luta?! Você está muito encrencado, mocinho! – Cass apontava para Hiro e Tadashi entrou na frente dela.

– Não vai acontecer de novo, tia Cass. – Ele balançava as mãos tentando tranquilizá-la. – Pode deixar que eu cuido disso.

A mulher encarou os dois, pensando se deveria confiar em Tadashi.

– Tá bom. – Ela pegou um donut da bancada e começou a comer apressadamente. Tadashi suspirou aliviado. – Mas é melhor vocês resolverem isso. Se acontecer outra vez, eu não vou deixar passar. Vem, Mochi!!

O gato mais gordo de San Fransokyo andou por entre as pernas dos irmãos e seguiu a mulher, que continuava a reclamar até sair da sala.

– Espero que esteja feliz, cabeção. – Tadashi virou-se para o irmão e o observou passando a mão no pulso machucado que estava enfaixado. – Ei, tá tudo bem?

– Em minha defesa, eu não planejava ir em outra robô-luta, mas aconteceu. – Hiro murmurou e encolheu os ombros, ignorando a pergunta do mais velho. – E você deixou o meu Megabot lá.

Tadashi rolou os olhos.

Quando os dois subiram as escadas para o quarto, Hiro não hesitou em pegar suas ferramentas e começar o seu projeto. Tadashi assistia tudo indignado.

– Você vai construir outro Megabot? – Hiro não disse nada. Na verdade só estava fazendo isso para ocupar a mente. Tinha muita coisa o incomodando e ele pensava mais claramente quando estava trabalhando em algo.

Tadashi continuou a falar.

– Eu realmente espero que você não vá a mais nenhuma robô-luta. Você tem uma faculdade para começar, se esqueceu? – Aquilo fez Hiro estremecer, e felizmente o mais velho não percebeu.

– Você acha que isso é o maior dos problemas? – Hiro virou-se para o irmão. – E sobre o que aconteceu naquele prédio abandonado? O roubo dos meus microbôs? Eu te disse tudo o que eu passei naqueles nove meses e você está preocupado sobre as robô-lutas? – Ele tentou recuperar o fôlego depois de falar tudo rapidamente.

O maior suspirou, tentando achar as palavras certas.

– Eu andei pensando nisso, também. Mas o que você quer que eu faça? – Ele engoliu seco antes de continuar. – Você disse que aquele homem era Callaghan, né?

Hiro assentiu.

– Por que você foi atrás dele, afinal? – Tadashi quis saber.

– Quando eu vi que o incêndio no Instituto tinha a chance de não ter sido um acidente, eu não podia ficar parado. – O menor mordeu os lábios, e Tadashi percebeu que ele não queria falar sobre isso.

Com um suspirou derrotado, o maior jogou seu boné na cama.

– Eu vou pensar sobre o que fazer. Enquanto isso, você pensa sobre a STFI – Ele apontou para o seu irmãozinho, que rolou os olhos. Em seguida Tadashi fechou a placa que separava os dois quartos e puxou seu celular do bolso.

Ele observou o pontinho vermelho que aparecia na tela do aparelho. Há meses Hiro continuava com suas robô-lutas e não muito depois Tadashi achou um jeito de rastreá-lo. Afinal, ele não simplesmente adivinhava onde seu irmãozinho havia se metido.

Então Tadashi costurou um microchip em alguns casacos de Hiro (com uma ajudazinha de tia Cass) e sempre que este arranjava algum problema nas robô-lutas era só verificar seu celular e Tadashi sabia exatamente onde encontrá-lo.

É claro que se descobrisse, Hiro ficaria super irritado. E é por isso que ele decidiu não contar a ninguém, exceto tia Cass e Callaghan. Tadashi sempre sentiu que podia confiar no professor, e ele sempre estava lá escutando atentamente o jovem, que reclamava das façanhas de seu irmão.

Mesmo com Hiro confessando tudo o que Callaghan tinha feito com ele e seus amigos, Tadashi não queria acreditar, mas mesmo assim uma semente de dúvida tinha sido plantada em sua mente.

–-

Já estava de noite e Tadashi tinha saído para a faculdade com Baymax, explicando que faria alguns ajustes. Hiro hesitou no início, pois este Baymax foi criado por ele, e o garoto ficou com medo que o mais velho não concordasse com alguns upgrates. Porém ele decidiu confiar no irmão.

Tia Cass estava ocupada com a cafeteria, entretanto percebeu quando Hiro abriu a porta para sair da casa. O garoto se defendeu dizendo que não tinha mais robô para ir a uma robô-luta, e que só iria visitar Tadashi na faculdade. A mulher ficou desconfiada, mas assentiu.

Hiro ficou incerto sobre essa decisão, porém sabia que sua cabeça não pararia de perturbá-lo se ele não o fizesse. Depois de alguns longos minutos de caminhada, o garoto entrou no prédio abandonado (que agora não estava mais trancado) e prendeu a respiração quando avistou um vulto passando por entre as sombras. Não muito depois, veio a voz.

– Hiro. Que bom que veio.

Hiro não confiava na sua voz naquele momento, então somente assentiu. Callaghan apareceu com seu casaco preto, e em vez da máscara, uma expressão aliviada estava estampada em seu rosto.

– Espero que acredite na minha história. – O garoto olhou para o professor e pela primeira vez pôde ver fatiga em seus olhos.

–-

– Muito bem, Baymax. Agora eu preciso do seu chip para fazer alguns ajustes. – Tadashi explicou, clicando no acesso do robô.

Baymax olhou para Tadashi e não fez nada.

– Baymax...? – Houve uma pausa de silêncio até Baymax falar.

– Hiro não iria gostar se meu programa fosse mudado. – Ele explicou. Tadashi sorriu.

– Não se preocupe, Baymax. Eu não vou mudar o seu programa. Eu só quero ver os updates que Hiro deixou em você. – Após ouvir isso, Baymax permitiu o acesso do chip ao jovem e este o pegou. – Obrigado. Estou me sentindo melhor.

E com isso, Baymax voltou a encolher e a carregar sua bateria. Tadashi enfiou o chip no computador e observou os arquivos que foram aparecendo na tela. Ele percebeu que a maioria ainda tinha sido criação de Tadashi, e pelo visto Hiro não queria deletá-los.

O verdadeiro motivo do qual Tadashi quis pegar o chip foi para ver as gravações que Baymax tinha dos nove meses com Hiro. O jovem adulto tinha pedido isso antes, mas o robô não permitiu. Agora ninguém podia impedi-lo. Após um tempo de procura, ele encontrou os arquivos das gravações. E santo pudim da tia Cass, tinham muitas. Uma pra cada dia.

Ele escolheu um vídeo e estava prestes a clicar quando-

– Hey, Tadashi!!

O jovem pulou da cadeira e virou-se para encarar Fred em seu traje de lagarto verde.

– Deus, Fred!! – Tadashi colocou a mão no coração. – Não faça isso outra vez!!

– Desculpa, bro. – Fred sorriu – Eu ouvi a sua voz e decidi entrar. Por causa do que houve no incêndio, os outros decidiram não vir hoje, então só somos eu e você.

Tadashi ainda tentava acalmar a respiração quando Fred notou algo.

– Ei, que maneiro! Quem é esse? – Ele apontou para tela e Tadashi viu que um vídeo estava passando. Alguém vestido de lagarto gigante estava cuspindo fogo pela boca e demorou um tempo até Tadashi processar o que estava acontecendo.

Logo a pessoa que estava na fantasia tirou a cabeça do lagarto e revelou Fred, que começou a conversar com alguém vestido de mordomo.

– Wow, wow, wow! Aquele sou eu?!– Fred apontava para a tela mais intensamente (isso era possível?) quando Tadashi pausou o vídeo e tentava não entrar em pânico. Aquilo era ruim. Muito ruim.

– Uh... – Tadashi não sabia como explicar para o amigo o que tinha acontecido. – Eu estou vendo uns vídeos que Baymax gravou e...

– Cara, isso é demais! – Fred interrompeu – Mas... Eu não me lembro de ter feito aquilo.

– Deve ter sido outra pessoa. – Tadashi levantou e empurrou Fred até a porta do laboratório. – Eu pergunto pro Baymax depois. Agora saia, estou trabalhando.

E com isso ele fechou a porta e a trancou. Sem mais interrupções.

Em seguida ele sentou-se na cadeira novamente e procurou outros vídeos. Suas sobrancelhas franziram quando viu um vídeo sem data. Tudo o que estava escrito era “xxx”. Seria alguma falha no sistema? Sem delongas, ele clicou e se surpreendeu com a voz familiar.

– Baymax, destrua. – Hiro falou as palavras com ódio na voz. Baymax virou-se para ele.

– Eu não sou programado para machucar seres human-

– Não to nem aí!! – O garoto gritou e acessou o portador do chip de Baymax.

– Hiro-

De repente a tela ficou preta e alguns segundos se passaram, como se Baymax tivesse sido desligado. Tadashi esperou ansiosamente o vídeo voltar, pois ainda faltavam alguns segundos.

O vídeo voltou de repente e o rosto assustado de Honey Lemon apareceu na tela. Ela levantou as mãos em modo defensivo e foi se afastando, revelando Fred se levantando e encarando Baymax com uma expressão ainda mais assustada.

Tadashi sentiu um aperto no coração. Eles nunca tinham visto seus amigos com tanto medo assim, e havia uma tensão esmagadora. Ele se perguntava o que tinha acontecido, e se Hiro estava bem.

Baymax ajudou Wasabi a se levantar e este se afastou rapidamente do robô, como se o fosse queimar ao menor toque.

A respiração de Tadashi começou a acelerar quando ele não tinha visto nenhum sinal de Hiro, mas soltou um suspiro quando ouviu a voz de seu irmãozinho.

– Não! O que você fez?! – Hiro apareceu na tela aflito e com as mãos na cabeça.

Tadashi tentou não pensar no uniforme roxo ridículo de seu irmão e tentou se focar na situação.

– Hiro, isso não estava no plano. – Gogo se manifestou com uma voz ríspida, Wasabi logo atrás.

– É, você não devia ter feito isso!

– Seus idiotas! Callaghan escapou! – Hiro não estava ouvindo a seus amigos e muito menos a si mesmo. Honey Lemon tentou racionar com ele, mas era inútil.

– Hiro-

– Vamos, Baymax. – Ele montou nas costas de Baymax e os dois voaram para longe dos outros.

O vídeo foi cortado e Tadashi se encontrou encarando a tela por uns bons dez minutos, tentando entender o que tinha acontecido, mas não obtendo sucesso. Ele deu outro pulo quando seu celular começou a tocar no seu bolso.

– Alô? – Ele atendeu a chamada.

– Oi, querido. – Era a tia Cass – O Hiro está aí?

Tadashi franziu as sobrancelhas, confuso.

– Hiro? Não. Por que ele estar-

– O quê?! – A voz da mulher subiu um oitavo e Tadashi fez uma careta – Ele... Ele disse que estava indo aí. Há mais ou menos meia hora trás.

Tadashi gemeu.

– Eu vou encontrá-lo. Não se preocupe, tia Cass. – E antes que ela pudesse responder o jovem desligou a chamada.

Mesmo que Tadashi quisesse ficar para ver mais vídeos, tinha que cuidar do seu irmãozinho atrapalhado primeiro. Ainda bem que ele tinha seu rastreador por perto. Pegou seu casaco e tirou o chip do computador. Antes que o colocasse de volta em Baymax, ele notou algo.

Olhando para o chip verde, nele estava escrito TADASHI HAMADA, com um emoticon de doutor desenhado. Tadashi sorriu, um pouco aliviado. Pelo menos Hiro se importava com Tadashi o bastante para deixar intactos alguns pequenos detalhes.

–-

A porta da cafeteria se abriu, revelando um irmão mais velho estressado e cansado.

– Hiro!!

– Tadashi. – Hiro apareceu sentado em uma cadeira comendo gummy bears.

– Onde você estava, cabeção?! – O mais velho andou em direção ao garoto, pronto para dar um tapa na cabeça grande do irmão – Tia Cass estava super preocupada, e eu avisei pra você não ir mais nessas robô-lu-

– Relaxa, mano. – Hiro continuava com uma expressão entediada no rosto – Eu saí pra comprar umas coisinhas.

– Então por que mentiu sobre ter ido para a minha faculdade? – O maior cruzou os braços.

– Você realmente acha que tia Cass ficaria feliz se eu dissesse que estava indo para uma outra cafeteria? – Ele sussurrou e arqueou uma sobrancelha – Ela iria pirar.

Tadashi continuou encarando o irmão com uma expressão indignada no rosto, como se querendo uma resposta melhor que isso.

– Eles têm melhores gummy bears – Hiro explicou, encolhendo os ombros. Depois ele ofereceu o saquinho de doces para o mais velho – Quer um?

Sem hesitar Tadashi pegou o saquinho e começou a comer, subindo as escadas e murmurando para si mesmo. Aparentemente comer para aliviar o estresse era coisa de família.

– Hey! Isso é meu! – Hiro começou a perseguir o irmão, furioso. Ninguém mexia com suas gummy bears.

Tia Cass limpava uma das mesas e assistia a tudo com uma expressão divertida. Seus garotos realmente faziam todo o seu esforço valer a pena. Muitas vezes ela ficava triste por não poder ajudá-los em certas situações, como o dever de casa ou alguma briga que tinha acontecido entre eles, mas ela sempre tentava o seu melhor.

Pensando melhor, ela nunca precisou se esforçar para merecer o amor deles.

– Me dá isso!! – Hiro pulava para alcançar o saquinho de doces que estava na mão de Tadashi. O maior levantou sua mão mais alto, assim seu irmãozinho não teria a menor chance.

– Só se me disser que me ama. – Tadashi exclamou e riu quando viu a cara vermelha de raiva do menor – E que eu sou o irmão alfa!

– Nem pensar, seu nerd! – Hiro tentava pular mais alto, porém foi em vão.

Essa discussão rolou por mais alguns minutos até o garoto desistir.

– Tá bem, então. – Ele tentou ignorar a vergonha alheia – Eu te amo.

– Awww, Hiro! – Tadashi abriu um enorme sorriso e se abaixou para dar um abraço no mais novo – Eu também te a-

Hiro aproveitou a chance e pegou o saquinho de doces. Ele saiu correndo para o quarto e fechou a porta, não querendo mais interrupções do precioso momento entre ele e suas gummy bears.

– Não foi dessa vez, hein? – Tia Cass nem se importava em tirar o sorriso do rosto.

–-

– Ei, cabeção, no que você ta trabalhando? – Tadashi tirou o livro da sua frente para observar o irmão. – Já tá aí há mais de quatro horas seguidas.

– Não tenho certeza, ainda. Só quero me distrair um pouco. – Hiro respondeu depois de um tempo ainda encarando o seu projeto. Porém dessa vez era mentira. Ele sabia exatamente o que estava fazendo, e sabia que Tadashi não iria gostar.

– E a faculdade? Não vai se inscrever?

Hiro parou de mexer nas suas ferramentas e ponderou por alguns segundos.

– Eu vou. – Ele murmurou – Só que não agora.

– Por que não agora? – Tadashi ficou confuso. O que estaria impedindo os estudos do mais novo?

Hiro decidiu ignorar o irmão e sua pergunta ficou sem resposta.


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Notas finais do capítulo

OH GOD, TANTOS COMENTARIOS ASSIM? MUITO OBRIGADA! *se ajoelha e começa a beijar os seus pés* Eu não sei oq vcs viram d tao bom assim nessa fic, mas fiquem sabendo que o seu apoio é mt apreciado e que um anjo chora toda vez que vc deixa um comentário, pq td oq eu faço é chorar num canto do meu quarto e comer chocolate o dia inteiro, então vcs me animam muitoooo! BJS SUAS LINDAS