Things we lost in the ice escrita por FAR


Capítulo 40
Capítulo 20




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Indo em direção à cozinha, não notei que Sam havia deixado um copo da água ainda em cima de sua mesa, o que fez com que sem querer eu esbarra-se nele fazendo ele cair, mas antes dele atingir o chão, fiz com que luzes douradas saíssem de minhas mãos e levitassem o copo com um movimento tão rápido que só notei quando o copo estava parado no ar. Movendo minhas mãos, fiz com que o copo ficasse na altura dos meus ombros, onde com minha mão esquerda o segurei enquanto fazia com que as luzes da mão direita parassem de agir sobre o copo.

Sorri olhando para o copo em minha mão. Talvez Jaying estivesse certa, talvez isso fosse realmente um dom.

–Parece que já sabe usar seus poderes. -ouvi uma voz dizer depois do som de um "clique". Era Gordon.

–Não sabia que você viria hoje. -falei largando o copo de volta em cima da mesa.

–Na verdade, não estava nos meus planos. -ele disse dando a volta na mesa e vindo até mim, eu ainda morria de curiosidade de saber como ele conseguia ver sem os olhos, porque seus movimentos não pareciam com a de um cego.

–Então por que está aqui? -perguntei.

–Jaying quer falar com você.

–Ela não pode esperar até amanhã? Eu acabei de voltar do hospital e- ele me interrompeu.

–Jaying quer falar com você agora. -o tom da voz dele soou como uma ordem que me fez lembrar das vezes em que Coronel Philips perdia a paciência com seus soldados.

–Tudo bem. -eu disse e com isso ele segurou meu braço e me transportou para o Afterlife.

–Sente-se. - disse Jaying assim que entrei na sala dela. Ela estava sentada atrás de uma mesa, mas assim que eu sentei, ela se levantou. -Você se lembra quando eu contei que sabia como era perder alguem da família?

–Lembro, vagamente. -respondi.

–Por acaso já contei como isso aconteceu? -balancei a cabeça negando, ela deu um leve sorriso e continuou. -Bom, foi a muito tempo atrás, 1946, quando tive meu primeiro contato com a Hydra. Eles tinham o Obelisco e me acharam em uma pequena vila, eles descobriram que eu era o tipo de pessoa que poderia segurar o Obelisco sem morrer como acontecera com os outros que tentaram. Depois que esse fato foi confirmado, eles me usaram como experimento, cortando cada pedacinho de mim com intenção de achar o que me fazia tão especial.

–Eu vi você. -eu disse sem pensar antes de falar. -Você parecia...sobras...

–E eu era. Depois que eles haviam desistido, as pessoas de minha confiança me encontraram e eu pude me curar, levou alguns meses para que cada pedacinho voltasse para o lugar, mas como pode ver, isso deixou cicatrizes. -ela disse apontando para o próprio rosto que carregava cicatrizes grandes e grossas.

–É por isso que você sobreviveu todos esses anos? Você pode se curar? -perguntei não por curiosidade, lembrei de que quando acordei não havia cicatriz do tiro que levei do homem da Hydra, lembrei também da facada que levei do Buc- Soldado Invernal.

–Sim, não é fácil, mas sempre dou um jeito. -ela disse sorrindo, mas logo isso desapareceu. -Anos depois eu achei que finalmente estava livre. Me casei e finalmente tive uma filha, achei que tudo continuaria bem.

–O que aconteceu?

–Tiraram ela de mim. -Jaying disse com a voz cheia de ódio. -Tiraram minha pequena Daisy de mim e se recusavam a entrega-la para mim, se recusavam em deixa-la com a própria mãe.

–A Hydra tirou ela de você?

–Não. Foi a Shield. -ela disse com o tom mais cheio de ódio ainda. -A Shield acreditava que ela era uma ameaça, tão cheia de poder... mas ela era apenas um bebê. E eles a tiraram de mim!

Continuei em silêncio, e ao ver que eu não falaria nada, ela continuou.

–Sabe, ela era tudo. Se você fosse mãe, entenderia. Foi por isso que construí este lugar. -ela disse olhando em volta. -O Afterlife foi construído para termos paz, para que nem a Hydra, Shield ou qualquer outra organização nos deixasse em perigo.

–Achei que o objetivo da Shield fosse impedir o perigo. -falei.

–E o seu amigo Rogers conseguiu impedir a Hydra de destruir a Shield? -ela disse, abri a boca para responder mas então percebi...Como ela sabia?

–Emma... você realmente achou que poderia esconder isso da gente? -ela disse sorrindo como se falasse com uma criança na qual a pirraça foi descoberta. -A amiga do tão grande e famoso Capitão América, uma de nós! Não levaria muito tempo até que descobrissemos.

–Tudo bem. O que mais você tem a dizer sobre isso? -perguntei.

–Você não vai tentar nem dizer que o que eu estou falando é mentira? -ela disse rindo.

–Steve é meu melhor amigo, tenho orgulho disso e não me importo que você saiba.

–Então você não se importa que eu saiba que você e homem com braço de metal da Hydra tem um passado?

–O que?

–Como estão o chamando? Ah, sim, o Soldado Invernal. Pelo o que parece são poucas as pessoas que sabem quem ele realmente é.

–Como você sabe?

–Tenho ouvidos em todos os lugares. -continuei em silêncio olhando para ela, ela sorriu e por alguma razão aquilo fez com que meu estômago borbulhasse.

–Este lugar é meu paraíso. -ela continuou. -Depois de perder minha filha, isso é tudo que eu tenho. E não posso deixar alguém com ligação com ambas a Shield e a Hydra saberem da existência desse lugar. Isso acabaria com a paz.

–Steve não sabe. -eu falei.

–Pense, Emma. A Shield provavelmente tem amostras do seu DNA. A Hydra sabe que você está viva. É questão de tempo até eles virem até você.

–Você me chamou para isso? Falar sobre algo que eu já sei?

–Não, na verdade. Chamei você para dar um aviso.

–E o que seria?

–Não posso mais arriscar deixando você vir até aqui. Não posso deixer este lugar ser descoberto.

–E o que você quer que eu faça? -eu disse provavelmente soando mais rude do que deveria.

–Quero que mantenha segredo, se contar para alguem, tenha certeza de que essa pessoa não contará para ninguém da Shield, Hydra ou quem quer que forem.

Ela parou de falar, mas não parecia ter acabado.

–O que mais? -perguntei.

–Você nunca mais colocará os pés do Afterlife.


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