Things we lost in the ice escrita por FAR


Capítulo 30
Capítulo 10




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Assisti quando o Soldado Invernal e outros homens atrás deles atiravam na direção onde Natasha e Wilson tentavam se esconder atrás dos carros para não serem atingidos. Olhei para os homens que atiravam, por que não atiravam em minha direção?

Um carro passou por mim em alta velocidade, buzinando e com o motorista gritando algo que não entendi, mas que não soou nada gentil. Sai do meio dos carros indo na direção oposta de onde estavam atirando. Voltei à olhar para eles e vi o Soldado atirar alguma munição que fez o carro na qual Natasha estava escondida explodir. Fazendo ambos ela e o carro caírem da ponte.

Pessoas já estavam abandonando seus carros na ponte e correndo em direções opostas, tentando não ficar no caminho da batalha, sem ao menos perceber que eles não estavam nem perto de serem os alvos. Corri em direção onde Steve havia caído, foi onde encontrei Wilson brigando com um homem, logo o derrubando e pegando a arma dele.

–Você ta ferida? –perguntou ele e neguei com a cabeça – Ótimo, sabe atirar?

–Não tenho muita certeza do que eu sei ou não fazer.

Ele estava prestes a abrir a boca para questionar quando múltiplos tiros foram lançados diretamente no ônibus na qual Steve havia caído, mas enquanto ainda atiravam, ele saiu do ônibus e segurou se escudo se protegendo das balas que agora estavam direcionadas para ele.

Vi que as pessoas ainda corriam em direção onde havia mais homens segurando armas, elas se machucariam se fossem na direção errada.

–Vou tirar as pessoas da rua. –eu disse antes ir em direção em que as pessoas corriam e algumas até ficavam paradas para ver o que estava acontecendo. De longe pude ouvir Natasha gritando para que as pessoas saíssem das ruas.

Vi que um homem tentava abrir a porta de trás do carro para tirar seu bebê de lá, mas ela não abria de jeito algum, o vidro estava quebrado mas nem mesmo assim ele conseguia pegar seu bebê. Corri em direção dele e entrei no carro pela janela, com uma facilidade que me surpreendeu, tirando o bebê do banquinho dele, o entreguei para o pai que murmurava agradecimentos enquanto abraçava e corria para longe com o filho nos braços.

Quando consegui sair da ponte e correr para onde havia ouvido os gritos de Natasha, pude ouvir o choro de outra criança que estava encolhida dentro de um carro branco, abri a porta de trás e vi que havia alguém como motorista com o cabeça caída no volante. A criança parou de chorar quando abri a porta e a peguei no colo, mas algo que ela viu fez com que a pequena menina gritasse e escondesse a cabeça em meu pescoço, olhei para trás e vi ele. O Soldado Invernal andava na mesma rua em que estávamos, onde outras pessoas corriam com pressa para sair do caminho dele, mas ele apenas as olhava rapidamente enquanto caminhava, como se estivesse analisando à procura de seu alvo. Ele já não usava os mesmos óculos que protegiam seus olhos.

Enquanto eu segurava a criança, vendo ele caminhar, seu olhar encontrou o meu por uma fração de segundo que para ele não pareceu fazer diferença alguma, mas pra mim? Eu conhecia aquele olhar. Já havia visto aqueles mesmos olhos que de longe os reconheceria, e tudo que eu queria nesse momento era que fosse apenas coincidência.

Minha mente foi invadida por memórias de um dia que não parecia ter sido muito distante, a imagem dos olhos do Bucky olhando diretamente nos meus fez meu coração bater mais rápido, assim como a imagem dele antes de sair em sua última missão, logo depois a imagem dele na maca de cirurgia... Ele não tinha o braço esquerdo... estávamos na Hydra e...

Meus pensamentos foram interrompidos pelo som de outra explosão, olhei em direção ao som e pude ver Natasha atacando o Soldado.

Soltei a menina que carregava e abri a porta para ver se a pessoa no volante estava morta, a garotinha ainda segurava minhas pernas com medo de ir para longe. Era uma mulher quem estava no volante, o empurrei para trás e vi que com esse movimento ela começou a acordar.

–Ela é a sua mãe? –eu perguntei me abaixando para a menina, ela apenas concordou balançando a cabeça. –Ela está acordando, fiquei aqui com ela está bem?

Ela assentiu novamente e a mulher já estava acordada, ainda meia zonza, mas ao notar que a filha estava bem à abraçou e logo depois correram não muito rápido em uma direção que parecesse segura.

Voltei à ouvir gritos de Natasha, avisando para que as pessoas saíssem das ruas, até que suas palavras foram interrompidas por outro tiro, depois disso não consegui ouvi-la gritar.

Pude ouvir com clareza o som de pessoas brigando e foi em direção à esse som que eu corri. Com meus pulmões já ardendo de tanto correr, pude ver Natasha atrás de um carro com a mão no ombro esquerdo. Ao chegar mais perto pude ver que Steve e o Soldado brigavam apenas se concentrando neles mesmos.

Fui até Natasha e me abaixei ao lado dela, sua mão estava pressionando o ombro que sangrava, ele havia atirado nela. A respiração dela estava acelerada, mas à qualquer minuto eu sabia que sua respiração ficaria cansada se continuasse no mesmo ritmo.

–Natasha, você precisa respirar mais devagar. –eu disse e ela assentiu tentando controlar sua respiração. Olhei em volta para tentar achar algo que pudesse ser usado para pressionar a ferida para que parasse de sangrar.

Lembrei do que havia feito quando o Soldado me atingiu o estômago, concentre-se na dor, as palavras voltaram na minha cabeça, como que eu poderia me concentrar na dor de outra pessoa?

Olhei para cima e vi que Steve havia acertado o braço do Soldado com o escudo, fazendo com que o metal tentasse resistir a força do escudo, Steve ao notar que não seria o suficiente, bateu o escudo na cabeça do adversário. Ele o segurou pelo rosto e o arremessou para longe, fazendo o Soldado cair, assim como a máscara que usava.

Me levantei por completo e sai de trás do carro, pude ouvir Natasha murmurar algo mas não dei atenção. O Soldado estava sem máscara.

Steve estava parado segurando o escudo, respirando ofegante por conta da luta. A minha se tornou ofegante também, mas não por andar ou correr ou qualquer outra coisa. O Soldado estava ali, sem máscara escondendo sua identidade.

Então ele se virou.

Não..., eu disse tão baixo que soou como um pensamento.

–Bucky? –disse Steve completamente confuso. Meus olhos não conseguiam sair da direção dele, mesmo já sendo difícil enxergar com os olhos já ardendo pelas lágrimas que se formaram numa fração de segundos.

–Quem é esse Bucky? –disse ele em resposta. Dei um passo em sua direção quando Wilson apareceu com suas asas e o jogou para longe, fazendo com que eu rapidamente parasse de andar.

Quando ele voltou a se equilibrar, ele olhou para Steve confuso e olhou para o chão como se tentasse colocar os pensamentos em ordem. Ele voltou a apontar uma arma para Steve, quando outra foi em direção ao Solda – Bucky, quando outra foi atirada em direção ao Bucky, fazendo com que ele sumisse no meio da explosão.

Olhei para trás e vi que foi Natasha quem havia atirado. Voltei meu olhar para onde Bucky estava e havia apenas fumaça. Eu o perdi novamente.

Eu havia perdido e como todas as outras vezes, a culpa disso era da Hydra.

Olhei para Steve que parecia não saber como reagir. Eu ao contrário, estava com os olhos marejados e com o peito congelado, se tornou difícil de respirar e tudo o que se passava na minha mente era cena de quando ele estava na maca, eu poderia tê-lo salvado, salvado de tudo isso.

A culpa é minha, essa frase atormentou meu cérebro fazendo com que eu mal conseguisse pensar. Ao voltar a atenção para o que acontecia em minha volta, vi que as veias em meus braços brilhavam em um dourado forte como sempre acontecia quando perdia o controle com minhas emoções.

Fechei minhas mãos em punhos e tentei controlar minha respiração, mas não pareceu funcionar. E única coisa que me lembro ter acontecido antes de me perder em meus pensamentos, foi de um homem com roupas pretas me colocar dentro de um carro com algemas em minhas mãos.


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