Chocolate e Sedução escrita por Arthur Araujo


Capítulo 2
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

[Capitulo Revisado]



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Os primeiros minutos no elevador, eu observo as coisas ao meu redor e rio um pouco, pois é possível ouvir os gritos da Isabela e do Peter, o tempo pra pensar não é suficiente então sou invadida pelas lagrimas, só consigo chorar e comer as barrinhas.

A raiva me invade assim que as portas se abrem, o segurança está gargalhando as minhas custas, chorei e borrei a maquiagem, com certeza pareço a Isabela Fuhrman de A Órfã.

Saio do prédio onde eu trabalhava, e êxito em deixar a chave com o Fred, maldito porteiro, grito com ele, e saio correndo.

Está frio nas ruas de Seattle, fico arrependida por ter feito aquilo, agora terei que caminhar até em casa. Abro o meu corpo, e tento adiantar os passos, eu vejo mendigo bonitinho e reduzo o passo, com menos velocidade até parar.

Tiro algumas balas de café do bolso, e as entrego, porem ele continua olhando para minha Gucci, começo a correr novamente. Com medo dele roupa o que custou metade do salário que eu nem tenho mais.

Chego em casa metaforicamente morta, cansada e desanimada, Witija esta vendo TV, sento-me ao seu lado no tapete.

– Como foi o jantar?

– Eu nem comi, acredita?

– Esta brincando comigo? Você não comeu, nada, tipo nadinha mesmo?

Olho feio para ela, será possível que todos me acham louca por comida? Fico em silencio, tentando organizar as idéias, e ver o que contarei ou não.

– A ex-namorada dele apareceu e me deu uma surra, depois eu me demiti. – Falo tal rápido que sinto que bati o recorde do Enimen.

– O QUE? – Grita minha melhor amiga.

Penso em procurar algo para comer então lembro de esvaziar a bolsa com os doces roubados da casa do Sr. Eagle.

– Vou precisar do seu notebook para tentar escrever um novo currículo. – Vou até o quarto da Witija, mas assim que eu toco na maçaneta ela me grita, parando de juntar com as mãos as balas caídas no chão.

Giro mesmo assim, e fico mortificada com o que vejo Seus braços e pernas estão amarrados, ele está seminu, e sua boca esta com uma mordaça.

Olho para Yamaha e sinto pena do garoto, mas ainda sim estou chocada demais para ajudá-lo. Fecho a porta novamente.

– Eu... Posso explicar.

– Não precisa explicar nada. – Digo, ainda assombrada com a cena que acabei de ver. – Talvez eu devesse chamar um exorcista, mas sei lá né, vai que não é um demônio, apenas você que é viciada em sexo, agora eu realmente preciso do notebook.

Witija entra no quarto e sai com seu MacBook em mãos.

– Obrigado. – Digo e vou para o meu quarto.

Abro o Word e começo a digitar quando chega um email.

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De: Isaac Beluts

Assunto: Encontro

08 de Julho 22:45

Para: Julie Zaneze

Pensou na minha proposta?

__________________________________

De: Julie Zaneze

Assunto: Encontro

08 de Julho 22:47

Para: Isaac Beluts

Talvez, me manda um SMS,, sei lá, não to com paciência pra digitar e-mail.

__________________________________

Alguns segundos depois que enviei, chegou uma mensagem de texto do Isaac.

“Então, topa ir ao cinema comigo?”

"Não. Cinema, não, algo que encha minha barriga, por favor,"

"Acho que sei a coisa perfeita"

"(:"

Desligo a internet do celular e começo a escrever um novo currículo.

Nome: Julietta Colasanti Zaneze

Endereço: Oxford Street N° 65 Seatle USA

Escolaridade: Ultimo semestre da Faculdade de Direito

Empresas: Estágio Um ano, Belut’s, 6 meses, Eagle, inc.

"Não existe triunfo sem perda, não há vitória sem sofrimento, não há liberdade sem sacrifício."

– O Senhor dos Anéis

Procuro uma agência confiável, mando para alguns jornais, e vou dormir por já são quase meia noite.

Pela primeira vez não sonho com comida, fico triste em lembra dos olhos vazios de Peter sem saber o que fazer assim que as portas do elevador se fecharam.

Acordo cedo, mesmo sem ter um emprego pra ir. Escovo os dentes e vou para cozinha tomar café, fico feliz em vez que o Yamaha está livre, e sentado comendo torradas, porém a surpresa é inevitável ao ver que o Sr. Eagle está em nossa mesa de jantar.

– Bom dia, Sr. Zaneze. - Diz Peter.

– O que faz aqui? – Pergunto.

– Onde esta sua educação? – Sussurra Witija.

– Eu vim pedir desculpas, e... Trazer um sofá para você. – Peter responde.

Engulo em seco e olho diretamente para a sala, será possível que aquele homem no qual eu conheço a pouco mais de 24h se sente na obrigação de me comprar um móvel? Quem ele pensa que é?

– Obrigado. – Digo. Não sei o que fazer, odeio essa sensação, minha barriga, revira, merda, não pode ser, meu corpo chega a nível extremo, e corro para o banheiro, por sorte dá tempo de abrir a tampa do vazo.

Malditas barrinhas de cereal e balas de café.

– Ele veio da Suíça!– Escuto ele gritar. Minha barriga range novamente. Será possível? Estou com fobia de sofá. Só de pensar meu corpo estremece.

Olho as mensagens que Isaac me mandou.

“Oi linda, que tal hoje das 20h?”

Reviro os olhos, se não fosse pela fome nunca teria aceitado sair com ele. Vejo que tenho um novo e-mail, clico em abrir.

De: American Show

Assunto: Vaga de Emprego

09 de Julho 23:58

Para: Julia Zaneze

Olha senhorita, aprovamos seu gosto pela leitura, e será que você gosta de comida também? Que tal dar uma passada na nossa filial para fazer uma entrevista as 10h?

Merda. Olho para o relógio. São 9h11min.

Saio do banheiro correndo, e pego um pedaço de pão sobre a mesa, e enfio na boca. Não tenho receio de abandonar meu ex-chefe que veio me trazer um presente.

– Para que tanta presa? – Witija pergunta.

– Tenho uma entrevista na American Show as 10h, e se eu não sair correndo nunca vou chegar a tempo.

– Eu te levo. – Disse Peter.

Fico surpresa e intrigada, ontem a noite eu me demiti, hoje ele aparece com um sofá, penso em recusar a carona mas realmente preciso pagar minhas contas.

– Tudo bem.

Ele levanta e se dirige para o lado de fora, observo sua jaqueta de couro e sua calça jeans. Eu estou simplesmente vestida com uma camisa florida e um casaco azul marinho, puxo minha saia para baixo, pego minha bolsa e sigo-o para fora da minha casa.

Há uma BMW preta me esperando, sorrio.

– É um dos meus carros favoritos. – Ele diz.

Entro e coloco sinto de segurança, ele liga o carro e seguimos.

Ele liga o radio, e esta tocando Ariana Grande.

“I got one less problem without u” Canto. “Eu tenho um problema a menos sem você”

Peter ri.

– Que dizer que você tem um problema a menos sem mim? – Ele pergunta com tom de brincadeira.

– Eu só estava cantando. – Digo.

– Julie, eu queria me desculpar pela atitude da Isabela, ela estava lá para negocio, eu tinha que assinar uma papelada, mas ela não deveria ter batido em você.

– Tudo bem. – Falo, pois realmente não estou zangada como isso, apenas não me importo tanto.

– Eu briguei com ela, acho que isso não vai mais acontecer, não se preocupe.

– Serio mesmo, está tudo bem, você já fez bastante por mim... Coisa que o Gustin nunca fez.

Agora estou brava, não com o Peter, sim com meu ex-noivo, olho para minha mão, para aliança, já passou da hora de dizer adeus. Abro a janela do carro, e arranco o anel do dedo anelar, em seguida jogo-o pela janela.

Peter parece surpreso, mas ainda sim está contente.

– Você não tomou café. Deve estar com fome.

Não digo nada, apenas concordo com cabeça.

Ele estaciona na frente do Starbucks, olho no celular, ainda são 9h28min, temos tempo.

Sento-me em uma das mesas enquanto ele vai buscar a bebida e traz uma xícara de chá para ele e café preto para mim, tomo um gole e quase cuspo tudo para fora.

– Está muito amargo. – Digo olhando para o Sr. Eagle.

– Isso ai. Vamos jogar um jogo bem legal, uma resposta por um cubo de açúcar.

– Tudo bem, o que quer saber?

– Henry August, Por quanto tempo vocês foram casados?

– Eu conheci o Gustin no ensino medio, ele queria se formar como Editor, e fazer publicidade, eu tinha 19 anos quando casamos, maior burrada.

Ele pega um colher com um cubo de açúcar na ponta e derrama no meu café. Bebo um pouco, ainda esta amargo, mas não como antes.

– Nossa, então, o que vai fazer depois que se terminar a faculdade?

– Quero ser advogada, ou não sei, Juíza talvez, como nos episódios de Lei & Ordem.

– Você gosta de Lei & Ordem?

– Uma das minhas series favorita, senhor. –Digo de brincadeira, zoando ao dizer a ultima palavra.

– Eu gosto quando me chama de senhor. – Diz ele colocando um cubo no meu café. Não sei se tambem está sendo irônico.

– Foram duas perguntas. Dois cubos, por favor.

Ele faça o que eu peço.

– Você é inteligente, Srta. Zaneze.

– Obrigado.

– Outro motivo pelo qual eu gosto de você.

Fico corada, mas não me deixo levar. Termino de beber o café , e Peter continua em silencio, ele parece pensativo e triste.

– No que esta pensando? – Pergunto.

– Nada. – Ele diz secamente. – Temos que ir.

Ele pega as chaves e se levanta, sigo-o e entro no carro, ele me deixa na frente do prédio do American Show sem dizer muitas coisas no caminho. Ainda tenho dez minutos, me despeço, ele não responde e simplesmente arrasta o carro.

Entro e me dirijo-me a bancada da secretaria, digo meu nome e após alguns cliques ela me manda seguir para o terceiro andar.

Faço o que ela sugere. Ao entrar no elevador penso no Peter, e em todas as vezes que usei o da empresa Eagle, inc.

A porta de abre e vejo milhares de pessoas correndo de um lado para o outro, carrinhos e araras de roupas para tudo que é lado.

– Cadê a Beth? – Ouço alguém gritar. – Onde então os figurinos? – Uma moça vem Andando em minha direção. – Você já para minha sala. – Ela começa a andar, e vou atrás sem pestanejar. A uma menina andando calmamente na frente de nos, do nada a mulher grita com ela. – Esta demitida.

Meu corpo treme.

– Agora me sinto melhor. – Ela diz ao abrir a porta da sala. Ouço a garota chorando do lado de fora.

Sento-me na cadeira giratória e olho ao redor há diversos pôsteres de filmes.

– Sou Julie Zaneze, Seattle.

– Meu nome é Renata, meu sobrenome não importa tanto assim, se quiser saber o porquê do sotaque sou Brasileira, Vou ser direta. – Mais direta impossível, penso - Preciso de uma nova coluna, já tenho uma idéia básica. Espero que você seja boa em redação.

– O que devo fazer? – Pergunto.

– O nome é Chocolate e Sedução, você terá um vale para jantares de grátis, e tudo que precisa é escrever o que achou e por um toque sensual nas coisas, fale da sua vida romântica também, leve garotos contigo, ESCREVA PARA AS MULHERES.

Sorrio.

– Quando começo?

– O primeiro texto é por sua conta, traga-me algo novo, intenso... Agora cai fora, te vejo amanha.

Ela aperta minha mão e me empurra para fora da sala.

Estou feliz, pela primeira vez tomo uma atitude que tem um final positivo.

A noite não demora a chegar, está frio, visto uma roupa quente, Isaac é pontual, ele chega com seu carro conversível para me buscar.

Ele não é um policial pobre, tem bastante dinheiro até, porem fomos criados como irmãos depois de um incidente, e eu estou saindo com ele nessa noite mais pelo fato de que tenho que escrever a matéria.

– Aonde vamos? – Isaac Pergunta.

– Depois destes últimos dias o que eu mais preciso é um hambúrguer.

Ele sorri e acelera.

Passamos em um drive-through, pego um Cheeseburger e ambos bebemos refrigerantes, mastigo com voracidade sentindo o gosto da carne frita, do presunto, e da salada.

Chupo o canudo e deixo que o gás do liquido acido sabor limão invadir a minha boca tocando minha língua. Engulo tudo. Abro os olhos e vejo-me observada pelo Sr. Beluts.

– O que foi? – Pergunto mastigando um pedaço de pão.

– Você fica tão sensual comendo. – Ele diz, e começo a rir, porem paro, pois temo engasgar.

– Ta me zoando né?

Ele se próxima de mim, ele fecha os olhos, e fica cada vez mais perto.

Merda. To comendo, por favor, não tente de beijar agora. Tive uma idéia.

Sofá. Sofá. Sofá... Sinto meu estomago embrulhar, e viro para o outro lado, fora do carro, sinto o gosto de vomito e a sensação estranhada, de toda comida e acido saindo de dentro de mim.

– Filha da Mãe. – Abro o olho, e vejo um sapato social de couro preto, vou erguendo a cabeça, até parar em seu lindo rosto. Não pode ser possível.

Olho para o fundo, e foco nos nomes escritos com uma fonte bem grande. Será possível?

EAGLE CORPORATION, INC.

Ele fica vermelho, quero pedir desculpas, olho para Isaac, ele me encara, mas por que viemos juntos parar aqui.

– Posso ajudá-lo? – Pergunto ao Peter, antes de vomitar novamente.


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