Chocolate e Sedução escrita por Arthur Araujo


Capítulo 3
Capitulo Três




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Abro a porta do carro, e para não cair me seguro em Peter, ele me fasta e entrega um lenço, limpo minha boca, e tento falar.

– Afaste-me deste homem. - Digo. Tento parecer bêbada, será que eles vão cair nessa? – Por favor, Sr. Harris, me leve para casa.

Isaac desce do carro, e vem pra perto de mim.

– O que você estava fazendo? – Peter pergunta a ele.

– Ele tentou me beijar. – Digo.

Vejo-o ficar vermelho, ele me empurra, por sorte tem um carro atrás de mim, se não tenho certeza que colaria minha bunda no chão.

Peter fica cara a cara com Isaac, eles se olham feio, Isaac tenta acertar um soco no Sr. Eagle, mas ele desvia. Peter se abaixa e dá uma rasteira em Isaac, que cai na calçada, sujando a camisa branca de lama. Ele me puxa e entramos no prédio.

Entro com Sr. Eagle no elevador.

– O que você estava fazendo com ele?

– Você meio que me deu um fora depois da carona, eu tenho uma matéria sobre comida e sensualidade para escrever e... – Desatino a falar, sem nem saber o que estou dizendo.

– O que?

– Pois é isso que você ouviu. – Falo para concluir, desejando que ele esqueça.

– Então você acha que aquele sanduíche e um velho chato iam dar uma boa redação?

– Não pelo fato dele ser chato, pois você também é chato e parece que beija bem...

– Pareço?

Antes que eu diga sim, ele segura minhas mãos, e me pressiona contra a parede, seu corpo conjunto ao meu, nossas quase bocas juntas...

– Espera – Digo. Pego o copo de refrigerante e bebo um gole, depois mastigo bala de menta. – Pronto.

Ele põe as mãos em minha cintura, e outra acaricia meus cabelos, sento-o em mim, até que as portas do elevador se abrem.

Saímos, e caminho até a sala de estar, sento-me em uma das poltronas de veludo branco, Peter foi para a cozinha, ele tira o terno, e o sapato e as meais, não posso reclamar, pois eu sou a visita na casa dele.

Peter volta se senta cadeira ao meu lado.

– Eu sinto muito por tê-la tratado nesse jeito hoje de manha, eu enxerguei em você o tipo que garota que eu preciso.

– Precisa como?

– Eu tenho um lado de mim, que não costumo mostrar para todos, pode até ser perigoso.

– Continue.

– Eu sou um cozinho maníaco, Julie. Você não entenderia.

– Você disse comida? Eu topo.

– Isso pode destruir você, Srta. Zaneze.

– Não importa, eu vou ter o que escrever pro jornal, e ainda sim terei comida de graça.

– Serio? Tudo bem, mas você terá que assinar uma papelada.

Ele sai andando e sobe as escadas, mas que merda.

– É papel de arroz pelo menos? Vou poder mastigar de alguma forma?

Escuto seu riso abafado e distante.

Penso comigo mesma o que acabei de fazer, beijei um homem que mal conheço e me ofereci para suas experiências mirabolantes só por causa de algumas refeições.

O que esta acontecendo?

Ele volta com um grande envelope parto, abro-o e tiro um grosso ficheiro de papel, meus olhos se arregalam a cada linha:

CONTRATO

_/_/_

Entre:

Sr. Peter Eagle, resistente em apartamento n° 105, Torre, Seattle. ("O Fornecedor")

Srta. Julietta Zaneze, residente Oxford Street, apartamento 65, Seattle. ("A Voluntária")

AS PARTES CONCORDAM COM OS TERMOS ABAIXO

1 Os termos a seguir são parte de um contrato vinculante entre o Fornecedor e a Voluntaria.

TERMOS FUNDAMENTAIS

2 O propósito fundamental do presente contrato é permitir à Voluntária uma maneira de explorar seu paladar e seus limites, respeitando e considerando devidamente suas necessidades, suas restrições e seu bem-estar.

3 A adesão às garantias, acordos e compromissos acima (e quaisquer limites e procedimentos de segurança acordados sob a cláusula 3) são fundamentais para a validade do presente contrato. Qualquer quebra o tornará imediatamente nulo.

3.1 Tudo no presente contrato deve ser lido e interpretado à luz do propósito fundamental e dos termos fundamentais estabelecidos nas cláusulas 2-5.

OBRIGAÇÕES

4 O Fornecedor se responsabilizará pelo bem-estar, pelo treinamento, pela orientação e pela disciplina adequados da Voluntária. Ele decidirá a natureza dos referidos treinamento, orientação e disciplina e o tempo e o lugar de sua administração, sujeitos aos termos, limitações e procedimentos acordados no presente contrato ou previamente acordados, em consonância com a cláusula 3.

DISPONIBILIDADE

5 A Voluntária deverá está disponível opcionalmente durante os dias de semana, a depender o desejo do Fornecedor. Obrigatória presença não ambiente de degustação durante o fim de semana.

LOCAL

6 A degustação não ocorrerá sobre no ambiente nativo do Fornecedor, pois como também em bares, restaures e extras.

DADOS SOBRE O FORNECEDOR

7 O Fornecedor terá como prioridade a saciável vontade da Voluntária

8 O Fornecedor deverá ser mantido informado sobre o estado de saúde da Voluntária.

8.1 O fornecedor terá acesso aos exames de Sangue; Fezes; Urina; Glicose; Colesterol; Extras.

9 O Fornecedor manterá o ambiente de preparo sempre higienizado.

10 O fornecedor deverá estar ciente de que seu prato não causará nenhum dano para a Voluntária.

11 O fornecedor não permitirá que a Voluntária coma receitas feita pela mão de outro Fornecedor.

DADOS SOBRE A VOLUNTÁRIA

12 A Voluntária deverá comer tudo aquilo que lhe for fornecido sem questionar.

13 A Voluntária deverá oferecer sua opinião sincera sobre a comida recém ingerida.

14 A Voluntária deverá fazer exames regularmente e oferecer estes resultados ao Fornecedor.

15 A Voluntária alimentar-se somente do necessário no período de distância ao Fornecedor.

16 A Voluntária não cozinhará nem tocará nos alimentos da Cozinha Principal sem a permissão do Fornecedor

ATIVIDADES

17 A Voluntária não será obrigada a comer a menos que julgue seguro para se própria ou para seu Chefe.

GESTOS DE SEGURANÇA

18 Gestos deveram ser feitos caso a Voluntária ache que a comida está muito salgada, quente, doce, ou extras, e suponha também que seja desagradável ao extremos

19 A Voluntária deverá bater ou pés ou as mãos para que o Fornecedor tome o devido cuidado.

CONCLUSÃO

21 Nós, abaixo assinados, lemos e entendemos plenamente as disposições do presente contrato. E por estarmos assim justos e contratados, assinamos o presente instrumento.

_________________________________

O Fornecedor: Peter Eagle

Data

_________________________________

A Voluntária: Julietta Zaneze

Data

Apêndice 1

Regras

Obediência:

A Voluntária aceitará degustar daquilo que lhe for oferecido sem pestanejar

Sono:

A Voluntária deverá ter no mínimo 8 (oito) horas de sono para se seu organismos trabalhe bem em relação com a comida

Alimentação extra:

A Voluntária só poderá comer fora dos horários necessitados com a permissão do Fornecedor

Roupas:

A Voluntária vestirá aquilo que o Fornecedor julgar mais adequado para a degustação

Exercícios:

A Voluntária deverá praticar exercícios físicos por opção própria e deverá fazer no mínimo 1h por quatro dias da semana com um Personal Trainer a fim de mandar a forma adequada.

Apêndice 2

Nenhum prato envolverá ou terá como resultado queimaduras internas ou externas.

Nenhum prato envolverá urina, resistido de Fezes ou os produtos destas ações.

Nenhum prato envolverá sangue explícito, a menos que não seja prejudicial a Voluntária.

Nenhum prato envolverá carne humana.

Apêndice 3

Limites brandos

A Voluntária aceita ingerir:

Saliva de animal

Insetos

Carne crua

Molhos exóticos

Salada

Pimenta

Animais Vivos

Comidas estrangeiras

Jilós

Alho

A voluntária não se incomoda em comer:

pratos quentes

pratos gelados

pratos salgados

pratos doces

A voluntária aceita comer em locais:

Privados

na Torre

Locais públicos

Banheiros

A voluntária aceita beber suco derivados de:

Frutas

Legumes

Carne de Animal

Secreção de vagina

A voluntária aceita comer vendada?

A voluntária aceita comer com as mãos amarrada?

A voluntária aceita comer ao som de alguma música?

Até que ponto a Voluntaria está disposta comer algo apimentado?

Sendo 5 no caso de gostar intensamente e 1 no caso de detestar intensamente:

1 — 2— 3— 4— 5

Espero não ter demorado na leitura, pois Peter acabou cochilando na outra poltrona. Estalo os dedos e ele acorda.

Seus olhos arregalados me olham, minha cabeça é como um monte de peça de quebra cabeças espalhadas, não sei o que falar, tenho tantas idéias tantas dúvidas, não sei que dizer primeiro.

– Por favor fale alguma coisa, seu silêncio está me matando.

– Muita coisa só pra comer.

Ele se levanta, e ajoelha ao meu lado.

– Eu lhe disse, sou um maníaco.

– Mas eu aceito.

– O que?

– Eu concordo em ser sua "cobaia". Contando que eu não morra com isso. - ele parece saber exatamente o dizer, independente do quanto eu tente surpreende-lo.

– Eu nunca faria nada que colocasse sua vida em risco.

– Então, você vai preparar algo pra eu comer agora?

– Srta. Colasanti, para sua informação, eu não cozinho simplesmente por cozinhar, eu quero que você sinta prazer na degustação.

Não sei se o que mais me assusta é seu comentário ou ele saber meu nome do meio.

– Tem uma coisa que eu quero lhe mostrar, meu cômodo preferido na casa.

Ele se levanta e segura minha mão, puxando-me, ele me leva até o segundo andar anexado do seu apartamento.

É um longo corredor com uma porta no fundo, imagino se duas garotinhas gêmeas não iram aparecem me chamando para brincar igual no filme "O iluminado".

Estou de frente, olho para pintura branca e a marcantes maçanetas douradas como ouro.

– Você tem uma próxima rede de Fast Food dentro do quarto?

– Aprovo que você goste do Mc DONALD's, mas talvez seja pior do que isso.

Ele encaixa a chave na fechadura, e abre a porta, Peter parece estar com medo da minha reação, mas ainda sim da espaço para minha passagem, caminho devagar até o local.

Puta merda.

Agora sim acredito que ele é um cozinheiro maníaco.


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