Capítulo Dois: Há lembranças que merecem ser esquecidas.

Enquanto Edward resolvia seus problemas e se preparava para ir para a pacata Forks, Washington, Isabella Black dormia tranquilamente ou quase isso já que um pequeno furacão chamado Thomas Black invadia seu quarto chorando, provavelmente mais um pesadelo.

O pequeno com apenas sete anos era seu enteado. Filho de Jacob Black seu falecido marido. Bella não se arrependia dos momentos que viveu com Jacob só se lamentava de como ele se matou por um motivo tão fútil e ainda mais na frente de seu filho que na época estava com apenas quatro aninhos.

Isabella conheceu Jacob logo após a morte de sua avó, a única que lhe ajudou depois do desastre que Carlisle Cullen havia provocado em sua vida. Seu pai se suicidou depois do ocorrido. Por incrível que pareça os dois se conheceram no cemitério... Isabella visitava o túmulo da avó e ele o da sua mãe.

A relação de Isabella com Jacob era mais amizade que tudo, os dois não acreditavam no amor e estavam juntos como uma forma de apoio. Um ajudando o outro.

Thomas chorava abraçado com Bella e ela o consolava mas estava quase igual ao pequeno, que para ela era o filho que nunca pode ter. Ela imaginava a confusão que estava os pensamentos do pequeno. A mesma havia presenciado o suicídio de duas pessoas e não pode fazer nada para evitar. Ao mesmo tempo que consolava Thomas seu pensamentos iam para um passado que não queria se lembrar...

Isabella havia acabado de chegar da escola e seguia tranquila em direção a sua pequena casa. Ela podia negar, mas sentia uma enorme falta da mãe e dos seus momentos juntos, porém culpava a mãe já que a mesma havia a abandonado só por causa de um magnata.

Isabella tinha apenas 9 anos quando conheceu o Magnata Carlisle Cullen. Ela o odiou assim que o viu, pois era por culpa dele que a sua mãe a abandou sozinha com o pai. Carlisle queria ser gentil com a enteada mas a mesma não deixava brechas.

Quando chegou em casa Isabella arregalou os olhos com o que viu. Seu pai, Charles Swan, estava com uma arma apontada para a própria cabeça e antes que atirasse e a própria fizesse alguma coisa Charles disse:

"Nunca se esqueça que você foi a coisa mais preciosa que me aconteceu. Te amo filha."

Quando Charles se matou tinha quatorze anos, ficou traumatizada e até hoje, com seus vinte e nove anos, acordava no meio da noite gritando com o que acabara de reviver já que não era um pesadelo e sim uma lembrança. A menina-mulher ficava com ódio toda vez que se lembrava que Carlisle Cullen era o culpado, o mesmo havia matado sua mãe e consequentemente seu pai. E naquele momento que acabará de perder o pai jurou não confiar em ninguém por completo, sempre desconfiar.

Marie Swan, sua avó e única família que tinha, a ajudou a superar isso e os momentos que tinha com a avó era seu refúgio.

Era seu aniversário de dezesseis anos e como não tinha dinheiro para ostentar com grandiosas festas como todas as meninas, a avó havia preparado para as duas um pequeno jantar e de sobremesa um pequeno bolo de nozes, favorito de Isabella, para cantar os parabéns para a neta.

"Vovó você é a melhor! Amo você!"– Bells exclamou para a avó depois do jantar e dos parabéns.

Aquele momento com certeza ficou gravado para Bella e aquela foi a melhor lembrança que tinha de sua avó.

"Mamãe?" - Thomas chamou por Isabella, tirando a mesma de suas lembranças felizes e dolorosas. Seus olhos se enchiam de lágrima toda vez que via o pequeno a chamando de mãe, quando conheceu Jacob o pequeno tinha apenas um aninho e meio.

"Sim Tom?" - ela indagou secando as lágrimas que insistiam em cair pelo rosto do pequeno.

"Porque papai se matou? Ele não gostava de mim?"

Bella havia acabado de chegar do parque com Thomas e não via a hora de chegar em casa e ver o marido os recebendo com aquele sorriso que iluminava a alma. Isabella não amava Jacob mas tinha um carinho muito especial pelo mesmo e o que ela mais queria era o fazer feliz. Quando chegou do passeio não viu o que esperava ver e sim o seu Jacob totalmente bêbado.

"O que aconteceu com você Jake? Porque bebeu?"

"Eu a vi Bells. Eu vi."– ele disse soluçando mas não largava a garrafa de cerveja da mão.

"Viu quem?"– ela perguntou.

"A mãe do encosto"– Jacob falou totalmente transtornado. E subiu pelas escadas o seguindo e esquecendo por um minuto do garotinho de quatro anos que seguiu escondido atrás dos pais - "Sabe, ás vezes acho que ela estava certa em abandonar Thomas e eu. Nós iriamos atrapalhar sua vida, assim como você e Thomas atrapalha minha."

Jacob só parou de se lamentar quando encontrou seu revólver, que ficava no fundo falso da gaveta, e escutou choros de criança e viu que Thomas estava na porta. Ele pegou a arma e totalmente transtornado apontou para o pequeno, porém Isabella mais do que depressa entrou na frente como um escudo para o pequeno. Ele podia não ser seu filho se sangue mas a mesma o defendia com unhas e dentes. O pequeno e Jacob era tudo o que ela tinha, mas como Jacob parecia ter se esquecido dela e do Thomas, seria apenas ela e o garoto.

"Calma Isa."– na hora que ele disse isso as pernas de Bella vacilaram, mas não saiu da frente do pequeno, Jacob sabia que aquele apelido a machucava pois a fazia lembrar de coisas que queriam esquecer. - "Eu não irei atirar no bastardo! Tenho um ideia melhor."

Depois disso só se ouviu o barulho do tiro e os soluços de Thomas e da mulher.

Isabella havia pela segunda vez presenciado um suicídio.

Saiu de suas lembranças e respondeu Thomas:

"Isso não importa príncipe. Sabe por que?" - disse ela tentando sorrir e começou a fazer cócegas no pequeno - "Porque eu te amo... Isso serve, não?"

"Sim mamãe." - e dando um beijo na sua mãe substituta ele sussurrou - "Te amo mamãe."

E assim os dois dormiram pelo resto da noite tranquilos. Amanhã Isabella iria acordar cedo para o trabalho e o pequeno precisava de energias para a escola.

No dia seguinte Isabella acordou cedo e depois de muito esforço conseguiu acordar Thomas. O menino simplesmente não conseguia acordar cedo e todos os dias era uma luta para Bella conseguir coloca-lo em pé.

O café da manhã ocorria entre conversas de Isabella e Thomas e quando já estava na hora de levar Thomas para escola ela percebeu que o garoto parecia cabisbaixo. Isabella tentou de todas as formas possíveis descobrir o que o menino tinha enquanto os dois caminhavam até a escola. Durante as cinco quadras ela foi perguntando e quando chegou na frente do portão da escola ela desistiu por hora e disse a Thomas para se cuidar e que o amava.

Chegou no escritório, onde trabalhava de secretária, e quando já estava pronta para terminar o relatório que seu chefe, Sam Uley, pediu no dia anterior, sentiu seu bolso tremer e percebeu que seu celular estava tocando. Prontamente ela atendeu, mas a notícia que recebeu não era nada daquilo que ela esperava.

"A hipoteca da sua casa está vencida e você tem exatos trinta dias para arrumar o dinheiro ou procurar outro lugar para morar."

Ela ainda não conseguia acreditar no que a voz do outro lado disse. Era do banco e informavam do vencimento da hipoteca. Tudo que ela queria era desaparecer, porém ela era Isabella Black e por mais difíceis que as coisas estavam ela jamais desistia.