POV Misto. (Damon e Jay.)

Acordei como de um pesadelo, tentei levantar, mas meu corpo todo doía.

— Damon.- Ajudei ele a sentar.- O que você sente?

— Dolorido. O que que aconteceu? Só lembro de quando agente se beijava e depois é um borrão.- Disse.

Respirei fundo.— Bom...- E expliquei tudo á ele.

Nunca imaginei que era isso que me ocorria. Tinha sido enfeitiçado para ficar atraído a elas. Tudo o que senti e sofri foi culpa de Emily, mas ainda tinha algo lá. Jay continuava lá quando as outras tinham ido embora. Sentia-me leve.

Sorri fraco.— Bem, é isso. Uma historia e tanto.

Imaginava o que se passava na cabeça dela.- Isso não muda nada.- Peguei a mão dela que estava na minha e levei até meu peito.— Você continua aqui. Não tem ninguém além de você.

Sorri.— Você tem certeza? Sabe, esse negocio de feitiço é complicado...

— Eu te amo. Nenhum feitiço mudará isso.- Disse.

Beijei ele.— Eu também te amo.

Pela primeira vez era amado em troca, a sensação era a melhor que podia ter sonhado, mas ainda sentia os efeitos do que tinha acontecido, era como se fosse humano e tivesse levado uma surra, estava todo dolorido.- Jane, me aperte menos.

— Me desculpe. Você precisa se alimentar. Se quiser pode beber do meu.- Disse.

— Não posso recusar uma oferta dessa em minhas condições.— Ela se aproximou e afastei o cabelo dela.- Você parece cansada.- Ela estava com os olhos inchados e parecia com sono.

— Bem, sou nova nesse negocio de bruxa e acabei de desfazer um feitiço de uma bruxa forte. Acho que isso me deixou cansada. Nada demais.- Disse.

— Então posso beber de você depois, se o fizer vai ficar fraca.- Minha garganta queimava, mas não ia arriscar a saúde dela.

—Ei deixa de ser bobo. Estou cansada, não desnutrida.- Ri.— Mas eu não vou enfiar meu sangue a força na sua boca.— Sorri.— Se não quiser beber agora, eu vou lá em baixo e pego bolsa de sangue pra você.

Precisava direto da veia para fortalecer mais rápido.- Tudo bem, vem cá.

Sorri. Ele estava sentado na cama, então subi no colo dele, uma perna de cada lado para não pesar para ele.- Assim fica mais fácil para você beber.- Disse afastando o cabelo.

Deixei as presas saírem e mordi o pescoço dela. Senti o sangue fluir e era maravilhoso, percebi o quanto estava faminto e bebi com vontade. Ele era mais forte que o normal e também mais quente. Não estava satisfeito por completo, mas estava bom. Parei e lambi o que havia escorrido, não havia quase marca.

Senti meu corpo logo voltar ao normal. Será que esse seria uns dos meus "dons". Limpei o canto da boca dele onde tinha uma gota do meu sangue.- Se sente melhor?

— Sim, logo estarei pronto para outra.- Disse.

— Não senhor. Espero não ter que passar por essa agonia de novo.- Disse.

— Não foi minha intenção preocupar você, mas também não quero passar por isso de novo. É horrível senti doer literalmente tudo.- Disse.

Beijei ele.— Sinto muito. Você sofreu muito todo esses séculos e tudo por culpa "nossa".

— Você não tem culpa. No final nenhuma teve, mas graças a você ser diferente, acabou. Não vou ter que passar por isso de séculos em séculos.- Disse.

— Eu sou diferente?- Acariciei o rosto dele.- Não sou especial. Meu sangue continua sendo importante para tudo, todo feitiço forte necessita dele, os híbridos precisam dele... Continuo sendo uma cópia.

— Mas você não me repeliu e me odiou.- Disse.

— Elas não te odiavam. Não existe magia maior do que o amor; Elena amava Stefan de verdade, mas ela não te odiava. Ela amava você também, de um modo diferente. Minha mãe me contou a historia de vocês. E bem, Katherine foi a Katherine, mas ela também não odiava você.- Disse.

— Quando você está machucado de todas as formas isso não faz muita diferença.- Disse.

— Mas agora você tem uma cópia só para você.- Disse.

— Não me interessa se é cópia e sim o fato de me amar. Para mim basta isso.- Disse.

— Damon, por favor, você precisa relaxar. Existe uma coisa; a gente não se apaixona do nada e você se apaixonou por mim, por ser uma cópia. Isso não tem como mudar meu amor.- Disse dando um beijo nele e levantando.

Segurei ela. Tinha que parar com minhas inseguranças.— Ei, eu amo você pelo jeito que você é comigo, como me aceita sendo o que sou. Não pelo que você é por fora. Esse e o seu medo, não é? Que eu tenha transferido o que senti por elas para você.

Olhei pra ele.— Não é medo, mas eu estou me acostumando com o fato que existiu mais duas de mim.

— Existiram duas pessoas com o mesmo rosto que o seu, mas você é só você.- Disse.

— Não, eu não sou. Não vamos fingir; uma cópia é sempre uma cópia. Sou igual a Elena, sou igual a Katherine, ou Katerina... Eu sou igual a elas, Damon. Sou boa demais e ingênua igual a Elena. Se quiser posso manipular igual a Katherine, não gosto quando não respeitam o que quero igual á Elena... Tenho o mesmo sangue que elas. Eu SOU elas.— Sorri.— Eu não sou diferente.

— Nunca vamos acabar essa conversa desse jeito. Eu amo você e nenhuma outra; ponto.- Disse.

Sorri.- Eu também te amo.- Dei um selinho nele e me levantei.- Onde é o banheiro? Preciso tomar um banho.

— Ali naquela porta. Pode ficar a vontade.- Disse.

— Ok.- Peguei as coisas e fui para o banheiro. Tomei o banho, me sequei e coloquei o pijama. Terminei de me ajeitar e voltei ao quarto.

Sorri para ela.— Você tem que comer alguma coisa, se quiser vou fazer para você.

Fui para frente do espelho e comecei a pentear os cabelos.- Melhor pizza. Podemos encomendar.

— Você tem que se alimentar de algo mais forte. O que falam é verdade; essas coisas enchem mais não alimentam.- Disse.

Olhei pra ele.- Alimentam sim. Sabia que você acabou de comprar briga com uma viciada em pizza?

— Tudo bem, depois que ficar com fraqueza de fome não venha reclamar. Tem o telefone ai?- Questionei.

— Deixa que eu ligo, eu conheço o dono da pizzaria. Quer dizer, o cara é amigo da minha mãe.- Disse ligando.- Boa noite Mark. Sim, é a Mary, bem, a pizza de sempre.- Dei o endereço.- Obrigada.- Desliguei.- Pronto.

— Vai comer uma pizza grande sozinha?- Questionei.

— Não, mas a Pizza de sempre ela é mista, tem todos os sabores. Ele faz especial para nós. Eu acho que ele tem uma queda pela minha mãe.- Disse rindo.

— A propósito avisou a ela que ia ficar aqui?- Questionei.

— Claro. Avisei antes de sair. E Stefan? Está sozinho lá em baixo?- Questionei.

— Vou pegar umas bolsas para beber e vejo onde ele tá.- Disse.

— É melhor nós descermos.- Disse puxando ele da cama.