Emma conseguiu recuperar pouquíssimas coisas de sua antiga casa, iria morar com a sua nova amiga, que já tinha o loft liberado para entrar. Emma se sentia tão triste, mas não chegou a chorar, não sentia nada por bens-materiais, eram apenas coisas fabricadas em uma indústria. Todos já tinham ido embora e Emma se sentou no sofá de Mary, que estava na cozinha vendo se conseguiria ter comida o suficiente para ela e Emma ou teriam que ir no Granny's, de novo.

–Eu nem sei como agradecer, muito obrigada -disse Emma. Mary Margaret foi até ela e pediu para que se levantasse, queria mostrar onde ela iria dormir. Ela subiram uma escada de madeira e o andar de cima era menor do que o de baixo, assim como o loft de Emma era, tinha uma cama de casal, era branca e tinha edredom branco com flores rosas claras, ao lado tinha um criado-mudo e um guarda-roupa, ambos de madeira branca. Emma não tinha outro pensamento do que como aquilo tudo era bonitinho.

–Sempre tive essa cama a mais para caso tivesse visita, bem, nunca foi usada. -Ela sorriu, via a felicidade no rosto da loira, a mulher não estava acostumada com pessoas a ajudarem. Emma pegou no andar de baixo suas poucas coisas e guardou no seu novo e temporário quarto, se sentou na cama e logo deitou. Ela começou a encarar o teto branco que estava começando a descascar. A porta de entrada bateu, Emma estava tão distraída por estar cansada que nem ouviu, Snow estava indo pegar comida no Granny's. Emma começou a pensar no Killian, não queria pensar nele no começo, resistiu, mas logo, se desabrochou como uma flor para esse pensamento. Lembrou perfeitamente do rosto de Killian, até mesmo dos pequenos defeitos em sua barba até os seus olhos azuis de mar, como é lindo. A vontade que ela sentia era puramente física e sexual, aqueles lábios pediam pelos dele e o corpo dela pedia o dele, conseguia imaginar tantas coisas com ele. Não precisava estar numa relação com ele para sentir isso, mas não se sentia segura.

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–Emma?! -Mary Margaret chegou em seu loft batendo a porta, pensava que a moça já estava de pé, mas na verdade a acordou, logo após seus pensamentos, Emma, caiu num sono, estava sedente por descanso. -trouxe comida! -Emma descia as escadas com o cabelo bagunçado, os olhos não muito abertos e tentando entender onde estava. -desculpa acordar, eu pensava que já estava aqui embaixo. Demorei um pouco, eu sei. -Emma abriu um sorriso para que Mary soubesse que estava tudo bem com essa situação. As duas se sentaram e, por incrível que pareça, não tinha lanches no pacote e sim massa! Emma ficou aliviada em saber, estava farta de lanches!

–Ah! Adoro macarrão -em meio de um sorriso disse Emma. As duas estavam de frente para outra comendo

–você acha que consegue algo da sua casa? Como dinheiro ou até mesmo uma casa nova?

–precisarei ver se foi realmente criminoso, caso for provado, acho que pelo menos alguma coisa eu ganho. -as duas continuaram comendo e não tinha muito assunto e estavam cansadas. Até Emma resolver se abrir -Sabe, -Começou a falar, mas deu uma pausa. -eu estava pensando em Killian, ele é tão... uh -foi interrompida pela mulher.

–legal com você? -um sorriso abriu de canto na morena

–Bonito... -Emma ficou corada ao terminar, Mary e ela riram -Eu ia falar gostoso na verdade, mas fiquei até com vergonha -novamente riram e Emma corou mais.

–por que está falando isso?

–ah, estava pensando nele e isso me veio a cabeça, mas na verdade acho que só tenho essa atração porque, além de ser realmente atraente, ele esta ajudando muito. Não sinto nada, mas não conseguiria resistir -Emma riu mais baixo dessa vez

–Prefiro homens loiros, com a barba raspada e com menos couro -ela riu

–Tipo David Nolan? -Mary apenas ergueu a sobrancelha, Emma estava certa. As duas terminaram o almoço, tanto a loira quanto a morena tinham tirado o dia de folga e ficaram o dia juntas.

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–Mãe?! -Regina gritou logo que chegou em casa, estava exausta e sabi que sua mãe estava por ali perto. Ela queria tirar satisfação com ela.

–Sim, querida. -Cora apareceu descendo a enorme escadaria. Regina estava simplesment furiosa com tudo o que estava acontecendo.

–Diga logo! -Cora não falou nada e nem reagiu a tal coisa. -O fogo na casa da senhorta Swan.

–Ah, minha filha, isso... Estava querendo te ajudar, sabe, uma pessoa a menos ao nosso alcance.

–Mãe, esse "nosso" não está válido. Esse é o meu mundo. Se quer me ver feliz saía dele. -Regina disse salivando de raíva, sua mãe que estava chocada com as palavras que sairam da boca da filha apenas desapareceu, Regina pôde se sentir aliviada. Regina sabia que Cora iria atrapalhar a maldição dela, mas não sabia porquê sua mãe queria tanto ajudar, pior, da maneira errada. As duas nunca tiveram um relacionamento muito amigavél.

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Emma foi até a escola, ela sabia que não precisava, mas queria encontrar Killian, queria agradecer pela ajuda dele, já tinha agradecido Graham e queria fazer isso com ele. Killian parecia alguém muito legal, Emma não queria algo a mais com ele, mas a sua amizade seria algo bom para ela. Mesmo com coisas ruins na vida de Emma, uma coisa também mudou, ela está se aproximando mais das pessoas, está criando mais amizades, ela estava feliz com ela mesma. Emma estava encostada na porta de seu carro, no mesmo lugar e na mesma posição. Emma vestia sua roupa de sempre, uma calça jeans, que dessa vez era mais escura, uma blusa e uma jaqueta de couro vermelha.

–Emma! -Liam viu primeiro a loira do que seu pai e foi direto a ela e abraçou. Emma sorriu e logo viu Killian se aproximando dos dois. Liam se separou da moça

–Swan, você não tinha que estar em casa? -Ele disse e abriu um sorriso ao ver que a loira veio ali mesmo não precisando.

–Eu queria agradecer você, Killian. - os dois sorriram um para outro e olharam dentro os olhos deles. Emma conseguia nadar naquele mar azul e Killin percebeu o quão bonitos aqueles olhos verdes da Emma são.

–Nós poderíamos tomar um sorvete! -Liam disse. Ele sebia de toda a história, não porque lembrava, mas conseguia associar o livro com as pessoas reais, era a única coisa que fazia sentido nessa cidade. Mesmo ele não percendo o tempo que não passava, ele podia notar coisas similares, não os nomes, mas a história de cada um e as características. Todos se entreolharam, não sabiam se podria ser uma boa ideia, até Emma se manifestar.

–Eu vou! -KIllian sem o que dizer, apenas concordou e foram os três fazer o que Liam queria.

Todos sentaram na mesa, Killian e Liam de um lado e Emma do outro, cada um com um sorvete. Eles conversaram, mas não muito, não sabiam o que dizer, era até um pouco desconfortante para Killian ter seu filho e uma mulher.

–Eu sei que não sobrou muitas roupas para você, Swan -Killian disse, mas mesmo sem nenhuma maldade isso parecia uma flerte, o que era muito estranho naquele momento pela prensença de seu filho. Emma logo arrumou o que homem disse, ela entendia que ele não tinha por mal.

–Essas foram uma das únicas, e ainda estou pegando esta calça emprestada de Mary. -Ela deu uma pequena risada

–Deve ter algumas roupas de Milah em casa, posso dar a você -Ele queria ajudar ela de todas as formas, lembrou-se que poderia ter roupas de sua ex-mulher. Emma não tinha entendido quem era Emma, não disse nada para ele apenas uma expressão confusa. -Milah é a mãe de Liam.

–Sua ex-mulher?

–Bem, ela faleceu -ele olhou para baixo e encarava tristemente o seu sorvete.

–oh, meu deus. Me desculpa, eu não sabia. -Emma realmente achava que ele era separado, pois quando foi a sua casa não tinha visto nenhuma foto da mulher ou deles juntos.

–Eu já volto! -Liam disse, sabia que era melhor os dois conversarem sozinhos sobre isso, afinal não se lembrava de nada de Milah, que, segundo ele, não era sua mã de verdade e sim Emma.

–Ele sofreu muito? -a mulher, agora apenas ela e ele na mesa, perguntou se referendo a Liam, sabia que era indelicado perguntar, mas saiu antes mesmo que poderia pensar, pois se preocupava com o menino.

–Bom, vou contar o que lembro. Milah estava grávida do menino que está logo ali, mas no hospital, devido a complicações, apenas um dos dois ira sobreviver. O médico perguntou para mim a minha escolha, falei para ele fazer o que achava melhor, então Liam nasceu. -Emma engoliu seco, não sabia da história que estava atrás dele. -Eu não consigo lembrar da história direito, é como um bloqueio para mim, um trauma. -Killian tinha uma lembrança falsa, mas como todas não poderiam ser tão profundas, não lembrava nem como era físicamente a mulher, mas achava que Liam se parecia com ela. Ele não tem fotos dela, pois ela nunca existiu. É apenas uma lembrança falsa que foi criada, mas a dor é real, pois ela existiu antes da maldição, por outra mulher, uma mulher que realmente existiu e está sentada logo a sua frente. A lembraça apenas faz com que essa dor tenha um sentido nesse mundo, já que não pode lembrar da sua vida de pirata. Os dois ficaram um bom tempo em silêncio. -E você, amor, alguma história para ser compartilhada? Já sofreu por amor?

–Quem nunca sofreu? -Emma também tinha uma lembrança falsa, assim como Killian ela tem uma dor e essa dor existe, mas para ter sentido precisa de uma lembraça falsa. -Eu estava noiva e meu noivo desapareceu, não sei se ele morreu ou realmente me deixou, ele simplesmente desapareceu. Ele não tem família, pelo menos nunca me falou, apenas dificultou nossas investigações, mas nunca foi achado. -Emma também não conseguia lembrar de muitos detalhes, pensava ela que era o mesmo que Killian, um bloqueio, mas apenas não tinha uma lembrança real e profunda, era apenas algo superficial. -Ele deve ter fugido de mim, é o mais obvio a se pensar. -Os dois riram, ela quebrou o clima pesado que estava ali e os dois já poderiam voltar ao normal como se essa conversa fosse a muito tempo.

–Eu não fugira de você, linda -ele piscou para ela e assim percebia que realmente parecia que faziam anos tiveram a conversa sobre os amores passados. Ela revirou os olhos e ele, agora, estava realmente flertando com ela, mas era o seu jeito, sempre foi assim.