Regina estava no escritório, mas não conseguia se concentrar no trabalho, estava cansada. Fechou os olhos por um segundo e cochilou.

Regina estava na frente da torre do relógio, o tempo passava. Olhou ao seu redor e todos estavam se aproximando, ninguém estava feliz. Ela olhou para a roupa que vestia e usava sua roupa de Evil Queen. Ela tentou se defender, tentou usar magia, mas não funcionou.

–Regina! -uma voz distante apareceu, pensou ser a sua salvação. -Regina! -procurou pela voz mas não achou nada. Olhou para cima e apenas viu o relógio. -Regina!

Regina acordou, era tudo um pequeno sonho durante um cochilo. Graham estava na sua frente e cheio de papéis, que provavelmente eram da delegacia.

–Desculpa acordar, mas esses são os papéis da delegacia. -Ele colocou tudo o que tinha na mesa dela. Ela ainda não tinha dito nada, estava pensativa. -Até logo, Gina. -Ele apenas falava "Gina" nos mementos íntimos do casal, ela sorriu quando ele se foi e voltou aos seus pensamentos. Não iria ver o que ele deixou agora, talvez mais tarde. O sonho dela mostrou como o povo da cidade se revoltaria contra ela, não conseguiu bem ver os rostos de cada um, mas sabia que era as pessoas da cidade.

–O relógio! -ela disse em voz alta. Ele apareceu duas vezes, era isso. Tinha que resolver o problema! Sabia que o problema era entre Mary Margaret e o amor verdadeiro dela, Regina não tinha o encontrado na cidade, mas poderia fazer uma busca. Só poderiam ser os dois, quem mais teria o amor verdadeiro? "Isso é para poucos" Regina pensou, lembrou-se o porquê de ter feito essa maldição, lembrou-se do seu amor. Ela olhou para o relógio, dessa vez que estava em seu braço, já tinha passado da hora que geralmente almoça, pensou em ir comer no Granny's e depois passaria para conversar com Mary Margaret.

Regina estava exausta e morta de fome, sentou-se na primeira mesa vazia, apoiou os cotovelos na mesa e as mãos apoiaram sua cabeça, queria a sua cama.

–O de sempre, Prefeita? -Ruby se aproximou da mesa, Regina desgrudou as mãos de sua face e apenas concordou com sua cabeça. Regina olhou para mesa e viu um livro que tinha a capa "Era Uma Vez", não tinha percebido quando se sentou. Pegou o livro em suas mãos, ficou curiosa, logo, abriu-o. Era sobre a vida de todos na cidade, sabia disso. Começou a folhear para ver quem mais poderia ter feito o relógio funcionar, ou até mesmo o que poderia ter feito. Abriu numa página sobre a história do Capitão Gancho e chamou atenção o fato dele e a filha da Snow White e do Prince Charming, como o livro chama, terem se beijado no navio. Regina sabia que ele tinha raptado ela, mas nunca soube do envolvimento dos dois, talvez esse seria o seu erro. Regina começou a folhear mais as folhas e ler, viu o envolvimento dos dois, não estava acreditando no que tinha deixado passar. Os dois eram amor verdeiro, segundo aquele livro, e ainda compartilhavam um filho, sempre pensou que era do marido da princesa. Regina não conseguia se lembrar quem era o Capitão, já tinha encontrado o homem algumas vezes e até mesmo quando tiverá que avisar que iria aplicar uma maldição e por isso quase o seu plano se acabou, segundo o livro, o homem foi avisar o seu grande amor sobre isso. Regina tentava reconhecer a face do homem, mas não conseguia, nunca prestou atenção nele, nunca achou importante, bom, até agora.

–Prefeita? -uma voz surgiu atrás dela, era uma voz masculina. -Estavamos sentados aí, mas pode juntar-se a nós! -Regina ainda não tinha desgrudado o olho do livro, não recordava a face do homem e o livro não dava pistas disso. A voz surgiu e se sentou na sua frente, ela fechou o livro e viu quem finalmente era. Era Killian e Liam. Liam viu o que a mulher segurava e tomou para si o livro. Regina encarou o homem, sabia quem ele realmente era. Seus olhos se arregalaram e sua boca abriu, estava na frente dela, mas nunca percebeu. -Esta tudo bem? Nós fomos no banheiro e vimos a senhora aqui. -Ele riu para tentar deixar o momento menos contragedor, o menino estava com raíva, pois sabia que a Prefeita poderia descobrir o romance entre o Capitão Gancho e a Princesa. Regina tentava processar, mas estava cada vez mais claro. Killian estava na delgacia com Emma e a ajudou a procurar coisas na casa dela. O menino era filho dos dois, agora tudo fazia sentido na cabeça de Regina, entenderia o motivo de Emma não ter nenhum filho nesse mundo.

–Está tudo bem! Eu só perdi a fome. -Regina encarava a mesa, não conseguia mais olhar na cara dele, isso fazia lembrar que falhou.

–Está pronta sua comida, Prefeita! -Ruby chegou com o que Regina tinha pedido. A Prefeita respirou fundo, tinha que encarar toda aquela situação. "Como não percebi quem ele era antes? Estava tão obvio! Capitão gancho eu procuro e um homem sem mão aparece na minha frente!" pensou, ficou calada o tempo todo ou pelo menos falava o menos possível. Ela continuou na mesa, pois sua comida já estava pronta. Queria engoliar aquilo o mais rápido possível. Killian e Liam estavam pedindo para Ruby, ela logo se foi, escreveu tudo o que eles queriam e foi para o balcão. O sininho da entrada tocou quebrando o silencio mais constrangedor que Regina já sofreu. Regina viu Emma entrar e simplesmente mentalizava que ela sentasse em outro lugar sem ser ali.

–Prefeita? Não sabia que ia se juntar a nós no almoço hoje! -Emma disse enquanto se sentava ao lado da morena, que forçou um sorriso e continuava comendo o mais rápido.

–Não deveria estar na delegacia, Senhorita Swan? - Regina disse com autoridade.

–Eu e Graham não saímos no mesmo horário, afinal, a delegacia não pode ficar vazia. Recebeu os papéis de Graham? -Ela concordou apenas fazendo um gesto com a cabeça. Como queria sair dali, aquela situação jogava na sua face como fracassou.

–Conseguiu algo sobre seu apartamento, Swan? Ou ainda nada? -Killian perguntou, queria saber sobre as investigações, se preocupava muito com Emma e queria ajuda-la a qualquer custo.

–Não. É tão estranho, não há pistas e nem nada. Vou ter que deixar para outra hora -Emma encarou tristemente os olhos de Killian, não querendo deixa-lo triste, mas foi invitável. Ela sabia que ele estava fazendo o possível para ajudar. Os dois estavam olhando os olhos do outro, o que foi o suficiente para Regina querer vomitar, mas apenas revirou discretamente os olhos. -Conseguiu alguma roupa? -Emma disse animada

–Não. Não acho nada de Milah em casa.

–Desculpa, mas quem é Milah? -Regina queria descobrir tudo o que podia, qualquer coisa seria valida para acabar com o possível relacionamento dos dois.

–Minha ex-mulher. Ela se foi -Killian desviou o olhar de Emma e ficou encarando a mesa, não conseguia olhar nos olhos de ninguém sobre esse assunto. Regina não viu nenhuma mulher no livro, talvez era apenas falsa lembrança, mas foi muito útil para se lembrar que Emma foi casada, só precisava achar o Pinóquio.

–Desculpa-me, eu sinto muito. -Ele assentiu -Tenho que ir! -Regina pediu licença para Emma e foi embora, já tinha terminado sua comida e não tinha motivos para ta ali.

A Prefeita terminou o mais rápido possível seu almoço, não aguentava mais os dois juntos e se sentia desconfortavél naquela situação, ela não foi deixada de lado, mas era como um constante lembrete que falhou.

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Semanas se passaram desde o encontro de Regina com a descoberta do livro. Ela não tinha pensado em nada ainda, precisava agir.

Emma estava mais feliz do que nunca, Killian e Graham eram grandes amigos dela e ainda tinha Mary Margaret, nunca teve tantas pessoas ao seu redor.

–Vai na casa de Mary Margaret, Graham? -Emma perguntou enquanto arrumava suas coisas para sair. As vezes todos iam na casa que ela compartilhava com Mary Margaret apenas para conversar.

–Preciso fazer algumas coisas. -Era o dia que se encontrava com Regina, não poderia deixar de ir. Emma se despediu do homem e foi até a sua casa. Graham terminou o que era preciso e pegou uma pasta, tinha que se entregue para a Prefeita então já aproveitaria.

–Estava com saudades já. -Regina atendeu a porta e disse com um tom sensual em sua voz. Ele entrou e a primeira coisa qufez foi entregar uma pasta com os documentos da delgacia, Regina colocou em cima da mesa da sala e logo segurou a mão de Graham e o levou para o quarto. Quando Regina abriu a porta de seu quarto viu sua mãe sentada na cama. -Mãe?! -Regina estava furiosa com toda a situação, o momento que tinha com Graham era um pequeno momento que tinha na semana para esquecer dos problemas que precisava resolver e sua mãe atrapalha.

–Mãe? -Graham se entender o que estava acontecendo soltou a primeira palavra que sua mente. Para ele a mãe de Regina estava morta ou qualquer coisa do tipo, nunca tinha ouvido falar dela.

–Regina, fazem semanas que descobriu o problema e não faz nada. -Cora levantou, cuspia palavras de sua boca, estava furiosa.

–Eu vou resolver isso. -Graham ficou calado, não entendia nem parte do que estava acontecendo.

–Você está se distraindo. -Apontou para Graham. Regina negou com a cabeça. Cora esticou o braço e por mágica Graham tirou os seus pés do chão, Cora o controlava, mesmo a metros de distância segurava-o pelo pescoço dificultando a respiração dele. Ele se debatia e implorava por ajuda ao mesmo tempo não entendia o que acontecia, como a mulher conseguia fazer aquilo. Regina não conseguia se igualar a mulher, não tinha magia.

–Pare! Ele não tem culpa! -Era a única coisa que Regina conseguia fazer para impedir. Cora fechou mais os dedos dificultando a respiração dele. -Por favor, pare! Ele não tem culpa.

–Você vai me agradecer. Impeça que o capitão gancho tenha seu final feliz ao lado de Emma. -Ela fechou mais a mão até que finalmente Graham parasse de se mover. Ela abriu a mão e ele caiu no chão, Regina correu até ele e estava sem nenhum batimento e não respirava. Uma lágrima caiu de Regina. Cora já tinha desaparecido quando Regina se lembrou de olhar para ela. Estava apenas Regina e um corpo sem vida.