Pov Karina

–Você o que está fazendo aqui?

– Vim para o almoço. – Ele disse como se fosse óbvio, depois virou para seu amigo. – Johnny, tem certeza que é aqui?

– É cara, foi aqui que minha mãe disse pra gente vim. Quem é essa aí?

– Se “essa aí” sou eu, prazer. – estendi a mão. – Sou a dona da casa.

– Essa é a menina que te falei que trombou em mim no primeiro dia de aula e que você me empurrou em cima dela no luau. – Pedro disse logo depois de mim.

– A nervosinha que fez aquele escândalo? Legal agora deixa a gente entrar. – O tal do Johnny disse já entrando em minha casa.

– Não vou deixar vocês entrarem, estão malucos? – Barrei logo.

– Por quê? Somos convidados. – O amigo de Pedro disse.

– Não sei nem seu nome, como vou te deixar entrar?

– O meu você sabe então posso entrar. – Pedro disse e o barrei também

– Não é bem assim, quem convidou vocês? – Falei começando a me irritar.

– Por mim estaria em casa jogando vídeo game, mas minha mãe me arrastou pra cá, não sei que convidou, pergunta pra ela.

– Tudo bem, eu pergunto, mas onde ela está?

– O que esta acontecendo aqui? – Ouvi uma voz suave.

– Finalmente, Tia Dandara, salva a gente. – Pedro disse e correu ate ela.

– Oi querida, tudo bem? Sou... amiga do seu pai ele convidou a gente para o almoço. – Ela disse com toda a calma do mundo.

– Ah, me desculpe, é que ele não me avisou de nada. Pode entrar. – Senti minhas bochechas corarem.

Levei-os até a cozinha e encontrei um bilhete de meu pai dizendo que ele havia saído e que voltava logo.

– É... Fiquem à-vontade, o meu pai saiu e eu acabei de acordar, vou tomar um banho rápido e já volto. – Disse envergonhada.

– Tudo bem, querida. – A moça disse.

Tomei meu banho, vesti um vestido florido, uma rasteirinha e fui para a cozinha, onde havia deixado as visitas. Quando cheguei meu pai já estava conversando com todos.

– Karina, me desculpe por não ter avisado que íamos ter visitas. Essa daqui é a Dandara, esse é João, filho dela, e... – Meu pai foi interrompido.

–Você já me conhece né, esquentadinha? – Pedro disse.

–Prazer Dandara, João. – Olhei para eles e sorri. – Sim Pedro, eu te conheço e quantas vezes já te pedi para não me chamar assim?

– Por que sempre que nos vimos você briga comigo? – Ele disse em um sorriso irônico.

Revirei os olhos quando ouvi Bianca falar:

– Temos visitas?

Meu pai começou as apresentações mais uma vez e depois disso começaram uma conversa que não estava a fim de participar, então me isolei na bancada de café da manhã que tinha na cozinha.

– Prefere ficar sozinha?

Pov João

Como eu queria estar em casa, deitado no sofá, jogando vídeo game, mas infelizmente estou aqui nesse almoço idiota. Trouxe o Pedro a fim que ele me ajudasse a passar o tédio, mas a única coisa que ele sabia fazer é cantar aquela loirinha “esquentadinha” como ele a chamava. Não o culpo, ela pode ser brigona, mas até que é gostosinha.

– Temos visitas? – Escutei alguém entrar na cozinha, meu Deus! Quem era aquela?

– Oi Bianca, temos sim deveria ter avisado. – Gael disse.

– Oi, deixa que me apresento, meu nome é João. - Tive que dizer alguma coisa.

– Oi, você é da minha faculdade, não é? – Ela disse.

– Sou sim. – Ela apenas sorriu, poxa o que eu fiz de errado.

– E essa aqui é a Dandara. – Seu tio completou.

Com tantos assuntos que podíamos ter, por que logo política? Não entendia nem um A que falavam, mas pelo jeito a Bianquinha sabia bem do que falava, além de linda era inteligente, preciso me envolver nessa conversa, mas não sei como. Podia mudar de assunto, que tal falarmos sobre aquele filme novo que vão fazer baseado no meu vídeo game favorito?

– Acho que nunca iremos concordar sobre isso, melhor servimos o almoço. – Gael falou. – Karina, minha filha, junte-se a nós.

Não tinha reparado na ausência dos pombinhos, logo vieram para a mesa e reparei na reação de Bianca ao ver que os dois estavam juntos.

– Pedro, você veio também? – Ela disse com um sorriso maligno, olhando para sua prima.

– Oi Bianca, vim acompanhado do Johnny. – Que inocente, nem reparou que a prima da loirinha estava armando alguma.

– Que bom, acabou fazendo companhia pra K. – Os olhos de Karina saltaram das orbitas, segurei a risada.

–Pois é ele me abandonou você podia fazer companhia pra mim. – Eu disse.

– Mas estamos todos conversando, tecnicamente estou te fazendo companhia. – Ela disse rindo.

Minha mãe apareceu e colocou em nossas frentes pratos e talheres enquanto Gael colocou uma travessa com lasanha, que estava com um cheiro muito bom por sinal. Todos comemos em silencio, não sei se era porque estávamos sentados um de frente para o outro, mas eu e Bianca trocamos olhares mais de uma vez e em um deles ela sorriu.

Depois que terminamos de nos alimentar o silencio foi quebrado pela voz da minha mãe:

– Agora que terminamos, eu e Gael precisamos contar uma coisa para vocês.

– O almoço não foi em vão. – Gael disse, olhou para minha mãe e sorriu. Mas que diabos esta acontecendo aqui? – Temos que contar uma coisa.

Ouve um suspense, olhando para a expressão de todos pude ver a curiosidade estampada, de todos a não ser dos que faziam esse mistério, pelo contrario estavam radiantes. Depois de uma longa pausa finalmente o suspense teve fim:

– ESTAMOS NOIVOS! – Eles falaram em coro.