De manhã escutei batidas na minha porta. Levantei relutante, eu não lembro de ter autorizado ninguém a subir, a portaria não ligou.

–Quem é?

–Sou eu, Raku. Trouxe uma coisa.

–Como subiu?

Sai da cama e fui até a porta, abrindo-a e revelando um menino irritante , com uma camisa branca e uma calça jeans e tênis all star.

–Meu nome tem permissão para subir dês da viagem.

Dei passagem para ele entrar e percebi a cesta que ele trazia.

–O que trouxe?

–O almoço. Já está tarde sabia?

Olhei para o meu pulso e não estava de relógio, olhei para a parede e já iam dar 11:00.

–Wooow, depois das noticias fui assistir um filme, acabou ficando tarde.

Ele sorriu e passou por mim até a cozinha.

–Eu devia ir para casa da Onodera.

–Ah sim, ela pediu para avisar que foi cancelado, ela precisou sair com a mãe.Então, quais as regras?

–hã?

Ele apontou para o meu pijama e eu corei.

–E-Eu..ganhei da Tsugumi e... hã.. vou tomar um banho.

–Okay, enquanto isso faço peixe frito.

–Cozido.-Disse.-Gosto mais de cozido, é regra.-Cruzei os braços e ele fez referência. Sorri e fui até o banheiro com uma muda de roupas em mãos.

Coloquei uma blusa azul clara e um short branco, não passei maquiagem...não muita.

Sai de lá e o cheiro invadiu meus pulmões.

–Uau, que bom.-Disse sussurrando.

–Sente-se deve demorar só mais um pouco.

Nos sentamos frente a frente. E ele me encarou.

–Passou?

–O que ? a raiva? O ódio? A vontade de matar?

–A dor de cabeça. Ainda zangada por ontem?

–Você acha?

O que estou fazendo, eu deveria me controlar.

–Eu também devia estar zangado, um noivo? Serio? Só faltou a Tachibana voltar par o Japão.

–Nem ouse falar isso. EU adoro ela, mas ela gru-Parei de falar, diria que ela gruda nele e que isso me da ódio, mas não farei isso.

–Smith...-Ele colocou a mão no queixo e olhou para cima. –Tem cara de ser garanhão.

–Ele é idiota, apenas isso.

–Hm...

–Lá na America, tive que fingir ser noiva, mas não rolou nada tipo a gente.

–Tipo a gente?-Ele sorriu de lado e se aproximou.

–É.. é...Não demos as mãos e nem nada.-Disse corando.

Minha mão estava em cima do balcão da cozinha ficou quente ao toque da mão dele, o olhei e ele sorria de lado, como se gostasse da situação.

Corei.

–O peixe, você não deveria ir olhar o peixe??

–Claro.-Ele sorriu e se levantou indo em direção ao fogão.

Tentei me acalmar, mas sempre era assim, ele fazia meu coração acelerar.

O celular dele vibrou em cima da mesa e o nome do Shuu apareceu.

–É uma mensagem do Shuu.

–Pode ler ela pra mim? Estou cortando umas coisas.

–Okay.

Abri e li:

– O que teremos para o almoço? Posso almoçar na sua casa?

Li em voz alta e o encarei.

–Ele pode vir para cá.-Disse.

–Okay, diz para ele.

Escrevi:

Sou eu, Chitoge, vamos almoçar aqui em casa, pode vir. Tem bastante.

Depois de um tempo voltou a vibrar.

Li vem voz alta:

– Na verdade, surgiu uma coisa, irie sair com a Ruri. Deixa para a próxima. Bom almoço Kirisaki-chan.

Sorri.

–Uma pena-disse.

Marcaremos um próximo jantar.

Levantei um pouco o histórico de mensagem e me surpreendi um pouco.

Shuu: Haku! Tem um loiro retardado aqui no Smoothie junto com as meninas.

Raku: Como assim?

Shuu: Escutei sobre ele ser noivo da Chitoge.

Raku: O que? Vou ai correndo, estou sem carro.

Sorri baixinho e logo depois tinha escrito em um horário diferente:

Raku: Aconteceu umas coisas, acho que a Chitoge está com raiva. Tansaki-san apareceu por aqui de novo.

Shuu: Wow. Ela estava com aqueles vestidinhos? Ops, se a Ruri ver isso me mata, mas enfim... O que tem aquele loiro?

Raku: Estou com tanto ódio, que aquele loiro aguado pode desaparecer, são noivos mesmo mas ainda não sei nada direito. Amanhã vou surpreende-la.

Acabaram-se as mensagens, sei que o que fiz foi errado, mas eu estava mais do que nunca a ponto de correr e beija-lo.

Ele voltou a atenção para mim enquanto eu disfarçava.

–Que foi? Ele perguntou ao me ver jogando no celular dele.

–Que foi o que?

–Você está sorrindo, está ganhando?

–Ah. Sim. Ganhando com toda certeza.

Como pode um idiota ficar tão lindo naquela roupa? Eu que devo estar louca, sai do joguinho e coloquei sobre o balcão.

–Perdeu?

–Não...- Me aproximei dele e o beijei.

Me senti bem por isso, queria ser a que tivesse atitude, ele me pegou no colo e entrelacei minhas pernas em sua cintura, ele se moveu até a cama e se jogou me deixando por cima.

Nos beijávamos com curtas pausas.Senti um cheiro diferente e pausei o beijo.

–Raku-disse em um sussurro. Ele abriu devagar os olhos e sorriu.

–Sim?

–O peixe.

Sua expressão mudou para uma assustada.

–Droga.

Ele me colocou de lado na cama deitada, então correu até a cozinha.

Sorri.

...

Comíamos enquanto um filme idiota sobre robôs passava.

Conversávamos o quanto podíamos sobre coisas idiotas que só teriam significado para nos dois.

–Quem lava a louça? -Perguntou ele então levantei a mão mais rapido que ele.

–Eu não!-Gritamos, mas eu falei primeiro.

Ele lavava as louças enquanto eu enxugava.

–Então, o que faremos agora?-Perguntei.

–Bom...-Ele me pegou na cintura.

Corei.

–Quer sair?-Perguntei.

Mas então ele me beijou.

–Desculpa, você faz isso comigo.

–Raku... eu é...

–Eu sei, tudo ao seu tempo.

Sorri e dei um beijinho nele.

–Obrigada.