Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 36
Segredo




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Flash Back On

Dalila andava tranquilamente pelo corredor da clínica psiquiátrica. Fazia exatos três anos que ela havia confinado uma antiga conhecida sua naquela clínica francesa, uma conhecida que lhe trazia amargura na alma.
Dalila sabia o que uma mulher amargurada e rejeitada era capaz de fazer, ela viu isso em Fabiana.
Um sorriso diabólico estampou seu rosto ao lembrar que ela ajudou Maite a matar Fabiana sem que ninguém desconfiasse.
Dalila tentou esconder o seu amor por um homem que já estava comprometido, preferiu ir para longe, mas antes ela teria que fazer o homem que amava sofrer.

—Você ainda mantém ela presa? —Eduardo Garcia pergunta.

—Não se preocupe. Você não vai ter o diploma cassado por ter fraudado a morte dela. —Dalila responde e olho para o seu celular, outra pessoa estava telefonando para ela.

—Ela sabe quem ela é? —Eduardo pergunta. Dalila observa a mulher deitada no chão frio do quarto escuro e sorri. —A princesa San Román sabe quem ela é? —Eduardo pergunta com ironia.

—Ela não sabe quem é. —Dalila responde prazerosa ao ver o estado deplorável da paciente. —Ela não atende por Amara San Román e muito menos por Regina Gutiérrez. —Dalila responde.

—Por quanto tempo vai manter ela presa? —Eduardo pergunta.

—Para sempre. —Dalila responde.

Flash Back Off

POV Fernando

Semanas se passaram e Angélica foi apresentada para os Gutiérrez e para todos os outros que um dia souberam quem foi Regina Gutiérrez, todos aqueles que conheceram Amara como Regina. A repercussão foi enorme, muitos queriam saber quem era Angélica, mas ela mesma não tem a resposta.
Em algumas ocasiões Leandro e Daniela se encontravam todas as vezes que vinham ver Angélica.

—Você não consegue parar de olhar para ela? —Lúcia pergunta ao me ver observar Angélica e Maria conversando à beira da piscina.

—Eles estão se dando bem. —Mudo de assunto ao ver as duas dando gargalhadas. —Daria todo o ouro que tenho para ter visto Maria e Amara fazerem o mesmo.

—E se Angélica for Amara? —Lúcia pergunta e me entrega um envelope branco. —É o resultado, pedi para Dalila buscar pessoalmente.

—Eu tenho medo de que dê positivo, Lúcia. —Falo. —Se ela for Amara...

—Eu sei, Fernando. —Lúcia afirma. —Teríamos que descobrir por que ela fraudou a própria morte.

—Eu vou entregar isso para Maria. —Falo olhando o envelope. —Ela vai saber lhe dar com isso melhor que eu.

POV Maria

—Eu não faço a mínima ideia de como é a Itália. —Angélica fala. —Apesar de ser um país vizinho à França.

—Não se lembra de nada além da clínica? —Pergunto.

—Não. —Angélica responde friamente. —Nada além do frio que passei e a solidão que vivi. —Suas palavras me fazem sentir pena de Angélica, quem poderia se sentir bem estando preso?

—Me desculpe por te fazer lembrar isso. —Falo. —Mil desculpas...

—Não precisa se desculpar, Maria. Infelizmente essa foi a realidade que passei. —Angélica fala tentando não me culpar.

—Maria... —Fernando fala ao meu lado. —Isso é seu. —Fernando me entrega um envelope branco e pequeno.

—O que é isso? —Pergunto curiosa.

—O resultado do teste de DNA. —Fernando revela. Vejo Lúcia se sentar ao meu lado e me olhar esperançosa pelo resultado.

—Você me disse que não iria fazer. —Angélica fala observando Fernando. O silêncio se estabeleceu durante alguns segundos, até que resolvi me pronunciar.

—Angélica, quando você for mãe irá entender o quanto se pode sofrer por um filho. —Falo tentando aliviar a sua tensão. Angélica lança um olhar de fúria para Fernando e o mesmo tosse para mostrar o quanto está nervoso.

—Eu sou egoísta demais para me tornar mãe. —As palavras de Angélica são direcionadas para Fernando e em seguida ela me olha.

—Eu também era. —Lúcia fala. —Se bem que fui "mãe" do meu irmão. —Ela fala e olha orgulhosa para Fernando.

—Eu tive que fazer isso. —Fernando revela e se ajoelha ao meu lado. —Eu sei que posso estar dando falsas esperanças para você. —Ele fala olhando nos meus olhos. —Mas você é a mãe da mulher que eu amo. E se eu não consegui cuidar dela, cuidarei de você.

—Eu sei que você vai fazer o certo. —Falo melancólica. Eu olho para Angélica e vejo o quanto decepcionada ela está por Fernando ter feito o teste de DNA. Sua expressão de medo e vergonha me fazem rasgar o envelope e surpreender á todos que estão presente.

—Maria! —Lúcia exclama desapontada.

—Quando Amara soube que era minha filha, ela morreu. Não quero correr o risco de perder ela novamente ao descobrir que Angélica é Amara. —Falo olhando nos olhos de Fernando. —Eu sinto muito, sei que fez isso com a melhor das intenções... —Minhas palavras aborrecem Fernando. —Mas eu não entenderia o motivo de minha filha fraudar a própria morte.

—Fala isso por quê não foi Leandro que se deu ao trabalho de fazer este teste. —Fernando fala bravo.

—Fernando! —Lúcia repreende o irmão.

—Ele está certo. —Angélica se manisfesta. —María finge que não se importa com Leandro, mas o adoraria como genro. —Angélica me desafia. —Minto? —Pergunta Angélica com ironia. Ela me olha como se quisesse me testar, ela fez bico ao ver que conseguiu me fazer consentir e se levanta.

—Espere. —Fernando pede.

—Eu não tenho o que fazer aqui. —Angélica responde. —Você precisa ser mais esperto, Fernando. As pessoas podem te usar somente por algum tempo para causar uma boa impressão para que outras pessoas acreditem.

—Tipo você, querida Angélica? —Lúcia pergunta plena de deboche. —Ah, por favor, você é uma cópia barata da filha de Maria. Não passa disso. —As palavras de Lúcia fizeram Angélica se enfurecer de raiva.

—E quando se tratar de ti, Lúcia? Você não é nada além de uma encostada. —Angélica rebate. —Você é apenas um rostinho bonito naquela corporação...

—COMO OUSA? —Lúcia se altera e quase parte para cima de Angélica.

—LÚCIA! —Fernando grita e assusta a irmã. —Lúcia, volta para casa... —Ele pede mais calmo. Lúcia pega a sua bolsa a contra gosto e se retira batendo pé.

—Por quê não tenta ser mais pacífica com as pessoas? —Pergunto para Angélica. Após ouvir a minha pergunta, Angélica dá uma gargalhada e me responde em seguida.

—Sou diabólica demais para ser pacífica. —A resposta dela me faz sentir medo. —Vocês ainda não sabem quem sou de verdade. —Ela fala e se retira.

—Ela te dá medo como dá em mim? —Pergunto para Fernando, mas contínuo a olhar Angélica andar.

—Não. —Fernando responde. —Angélica é como se não fosse deste mundo, como se não temesse uma represália e muito menos o perigo. —Ele responde enquanto olho para o resultado agora destruído em minhas mãos.

—Ela quer me enlouquecer, mas antes eu a deixarei mais louca...


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