Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 31
Sombrero


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem, pessoal? Comigo as coisas não vão tão bem assim...Não se algumas pessoas viram que esse capitulo '' Sombrero'' saiu antes do previsto. Eu tinha programado ele para ser postado em dezembro, mas por um motivo não evidente, ele foi postado há algumas semanas e algumas pessoas leram e ficaram chocadas com a morte da Amara. Bom, isso dá um certo desânimo, e eu estou bem pensativa em relação á essa fanfic. Mas sem mais delongas... Aproveitem!



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''Quando você sentir o vento, lembre-se da minha pele. Quando você olhar para a lua, lembre-se dos meus olhos. Quando você olhar para esse roseiral, lembre-se de meus lábios e quando enfim estivermos juntos, lembre-se que te amarei eternamente.'' —Desconhecido

Narrado pela terceira pessoa

—Esse trânsito ainda vai me deixar louco.—Fernando fala para si mesmo enquanto observa os carros buzinarem repetidas vezes. Ele olha para a foto de Amara e sorri tento boas lembranças.—Já faz cinco anos que você se foi, e mesmo assim continuo te amando.

Fernando mal percebeu que o caminho estava livre e carros buzinavam para que ele dirigisse e deixasse o caminho livre. Quando percebeu rapidamente fez o que pediam, dirigiu, dirigiu pensando em Amara San Román e no quanto ela faz falta para ele. Todos seguiram em frente, menos ele, todos estão convivendo com a dor que a morte de Amara trouxe, menos ele.

Leandro tomou á frente das empresas Santisteban e agora mostra seu grande potencial para quem quiser ver, ele está orgulhando seus pais agora. Mas Leandro não consegue construir pontes afetivas com Daniela desde que Amara morreu. Daniela assumiu a presidência da empresa de sua família também, inovou nos produtos e duplicou a sua herança em um piscar de olhos. Para ela foi muito difícil perder Amara para a morte, mas ela conseguiu engatar um relacionamento com Henrique, e com isso faz planos em relação a construir uma família.

Letícia foi embora do México há cerca de cinco anos, ou seja, na mesma época que Fabiana e Amara morreram. Ela mantém contato com Henrique, e aos poucos começa a aceitar o fato de que Rafael não tem culpa pelo o que aconteceu em sua vida. Letícia quase deixou a maldade consumir sua alma, mas encontrou forças onde pensava não encontrar. Tanto que quando soube que Lúcia Helena daria uma herdeira á Rafael, fez questão de os felicitar por telefone.

Mas os San Román vão de mal á pior desde a morte de Amara. A empresa está prestes a falir, Heitor e Estevão fazem de tudo, já receberam ajuda de Daniela e Leandro, mas de nada adiantou. Um império industrial está prestes a desaparecer da historia do mercado industrial do pais, e nada pode ser feito para mudar o destino.

—Me preocupo com Estevão, a empresa dele vai de mal a pior.—Francisco ala com medo.—Daniela já tentou ajuda-lo, mas a divida que ele obtém com os outros sócios...

—Ele também obtém uma divida com a nossa empresa,certo?—Ana Rita pergunta objetiva.—Por que Daniela não compra a empresa de Estevão e quita todas as dividas?

—Ela pensou em fazer isso. Mas acha que será um desrespeito com Estevão e Maria.—Francisco fala e Ana Rita concorda.—Eles poderiam pagar aos poucos...

—Eu não sei o que pensar.—Ana Rita fala com tristeza.—Nem mesmo Leandro ajuda Estevão e Heitor!

—Leandro mudou completamente, Ana. Mal mantemos contato com ele desde que Amara morreu.—Francisco fala magoado.

—Quase me matei ao ver Leandro se afastar de nós depois que Daniela declarou guerra á ele. Eles mal podem se ver!—Ana Rita fala exaltada.—Tudo isso junto com a morte de Amara!

—Foram tempos difíceis...—Francisco fala pensativo.—Eu não paro de pensar em Fernando, Ana.

—Apenas nos vemos no natal. Amara e Fernando pensavam em se casar e por isso ele é como um de nós. Ele é da família...

—Eu sinto tanto a falta dela, Ana.—Francisco revela com tristeza na voz.—Ela faz muita falta. Tanta que chego a pensar que vou morrer...

—Clarice tem muita energia para uma criança de quatro anos!—Lúcia fala pelo celular com Fernando.—Não parece ser minha filha!

—Você sempre foi sedentária, Lúcia. Não vai querer que uma criança permaneça parada, vai?—Fernando questiona incrédulo enquanto procura as chaves de seu apartamento.

—Ela poderia ser menos energética?—Lúcia pergunta e suspira.—Depois nos falamos.—Ela termina a ligação enquanto Fernando abre a porta de seu apartamento.

Ele se surpreende com uma mulher de aproximadamente 1,60 de altura, cabelos negros e cacheados, pele clara, trajando roupas surradas. Seu rosto lhe era familiar, na verdade, era reconhecível e inesquecível. Fernando quase caiu para trás ao ver a mulher que o olhava com esperança, mas esperança de que? Como ela conseguiu entrar em seu apartamento? Nada foi dito. Então Fernando se pronunciou e quebrou o silencio que incomodava.

—Amara?

A neve branca cria marcas pelos tetos das casas. A França começava a ter a sua metamorfose climática, e isso era bom para alguns. O frio suave muito em breve se tornaria mais intenso e problemático para a bela capital da França, Paris.A cidade glamorosa e encantadora que faz com que muitos se admirem.Mas Paris também tem seus mistérios, e um deles se chama Angélica Lafaiete, a mulher com o coração de cristal. O coração que se despedaçou á muitos anos...

POV Fernando

Não pode ser. Ou estou louco, ou Amara San Román está viva e bem na minha frente. Seu olhar perdido e temeroso ao me ver, um olhar dissimulado e não doce como antes. Ela está com uma roupa toda molhada, sua camisa preta esconde algo por debaixo e ela teme em mostrar. Como ela pode estar viva?

—Amara?—Pergunto e ela se afasta.

—Não. Meu nome é Angélica.—Fala firme e observa o apartamento.—Eu preciso de sua ajuda.

—Você é a copia dela. Como isso é possivel?—Pergunto e ela me encara enojada.

—Do que está falando?—Ela pergunta confusa.—Quem é Amara? Quem é?

—Tem certeza de que se chama Angélica?—Pergunto e ela afirma que sim.—Você é uma sósia dela...

—Ótimo, arranjei uma irmã gêmea.—Ela fala com nojo e se senta no sofá.—Sou uma fugitiva.

—Do que está fugindo?

—Nem eu sei, sabe? Me prenderam em uma clinica psiquiátrica faz cinco anos. Não lembro dos meus pais, não lembro de nada.—Angélica fala e se acomoda no sofá.—Dai seu nome veio em minha cabeça.—Ela fala pensativa e eu sorrio.

—Como sabe que moro aqui?—Pergunto e ela me olha incrédula.—A melhor utilidade publica de Paris.—Fala olhando para o teto.—Lista telefônica.—Admite e eu me dou por vencido.—Mas eu passei dois dias perguntando por você para as pessoas que eu conhecia...

—Qual o seu sobrenome?—Pergunto duvidando da mulher que está na minha frente.

—Lafaiete.—Ela responde e me observa.

—Você não tem sotaque francês, Angélica.—Falo a observando por completo. A mesma altura, a mesma tonalidade de pele, o que muda é o corte de cabelo.—Tem certeza de que é daqui?

—Eu não sei. Não lembro de nada.—Angélica fala e se levanta do sofá.—Você tem comida?—Ela pergunta indo para a geladeira. Quanta ousadia...

—Fugiu da clínica?

—Digamos que o muro não foi páreo para mim.—Ela fala e sorri irônica.—Vai me ajudar?

—Corro risco.—Falo e ela brinca com uma mecha de seu cabelo cacheado.—Mas eu vou te ajudar.

—Preciso sair da França. Não me sinto em casa.—Fala como se sentisse fora de casa.

—Algum pais em mente?—Pergunto na esperança dela responder o país de origem de Amara.

—Acho a Itália bem interessante.—Angélica responde e eu a olho surpreso. Amara cresceu na Itália, talvez Angélica seja Amara. Mas como? Amara morreu faz cinco anos, não tem como Angélica ser Amara.—Lá é bonito?

—É encantador.—Respondo e ela sorri. Seu olhar dissimulado brilha de ambição ao ouvir a minha resposta.—Ninguém te visitava na clínica?

—Ninguém.—Responde triste e vai para a janela.—Não que eu saiba.

—Isso é estranho.—Falo.

—Por que você não fala sobre essa tal de Amara?—Angélica pergunta curiosa.—Eu me pareço com ela? Quero conhecê-la.

—Ela morreu.—Respondo e engulo a minha saliva. Angélica permanece calada e me olha surpresa.

—Ela era sua namorada?—Pergunta sentando no sofá novamente.

—Noiva.—Respondo e ela cruza os braços.—Ela morreu faz cinco anos.—Falo entregando a foto de Amara para Angélica.

—Como podemos ser tão parecidas?—Angélica questiona incrédula ao olhar a foto.—Ela parece ser a minha irmã gêmea.

—É impossível. Maria deu á luz somente á Amara, não tem a possibilidade dela ter uma irmã gêmea.—Falo.

—Conte mais sobre ela.—Angélica pede.—Quero saber mais sobre Amara.

—Então me escute com atenção, Angélica. Por que a história de Amara é quase um conto de horror...

POV Daniela

A vida é muito intrigante, ela muda de fase muito rápido. A minha vida veio mudando desde a morte de Amara, quase não vejo Leandro e mal sei sobre a sua vida. Mas a vida dele pouco me interessa, ele preferiu viver com a família perfeita dele ao invés de permanecer ao lado das pessoas que o amavam. Leandro foi covarde, para não dizer um monstro.

—Trabalhando muito?—Lúcia pergunta enquanto caminho.

—Lúcia! Quanto tempo!—Falo surpresa.—Não te vejo faz muito tempo.

—Cada um seguiu a sua vida. E acabamos nos separando.—Lúcia fala e olha para o céu.

—E Clarice?

—Está enorme.—Lúcia fala orgulhosa.—E Henrique? Faz algum tempo que não o vejo.—Apesar de Lúcia ser a madrasta de Henrique, eles mal se veem por causa de suas vidas corridas. As vezes paro para pensar sobre o parentesco entre Henrique e Leandro, tio e sobrinho. Eu estou noiva do sobrinho do meu irmão adotivo... Quero dizer, Henrique não é sobrinho de sangue de Leandro.

—Ele está muito bem.—Respondo.—Sabe alguma noticia de Letícia?—Pergunto.

—Ela ainda está pela França...—Lúcia responde vagamente.—Ou seria Itália?

—Fernando não está na França? Ele deve saber.—Falo fazendo Lúcia rir.

—A França é muito grande, Daniela.—Lúcia afirma.—Mas ela deve estar mesmo é pela Itália.

—Sinto falta de lá.—Falo nostálgica. Faz muitos anos que não vou á Itália...

—E Amara? Sente falta dela?—Lúcia pergunta e paramos de caminhar.

—Eu aprendi a conviver com a dor, Lúcia. Mas eu não aprendi viver sem Amara.—Falo enquanto Lúcia me observa. Lúcia mudou muito nesses ultimos anos, sua aparência é outra.—E pensar que ela noivou...

—Fernando quase enlouqueceu com a morte de Amara. Ele passou meses trancado no quarto, recluso e sem nenhum contato com as pessoas. O mundo dele escureceu, perdeu o sentido. Meu irmão passou noites em claro e dias de solidão e puro isolamento como um louco.—Lúcia fala e respira fundo.—Nem mesmo Maria e Estevão ficaram neste estado.

—Eles tinham Heitor e Estrella. E meus pais tinham á mim.—Falo segurando o choro.—Foi bem difícil. Aquele ano foi muito difícil...

—Fabiana e Amara morreram, Rodrigo foi condenado á passar o resto de seus dias na cadeia...—Lúcia relembra todos os acontecimentos.—Foi um ano horrível para todos nós.

—O horror muda a nossa maneira de pensar.—Falo.

POV Leandro

Flash Back On

—Me devolve!—Daniela esbraveja enquanto a impeço de pegar seu celular.—Me devolve!

—Não devolvo!—Falo enquanto ela dá pulos e me empurra brava.

—Devolva o celular, Leandro.—Meu pai fala e eu devolvo o celular a contra gosto.

—Você é muito idiota, Leandro.—Daniela fala com raiva e Amara entra na sala com um livro em mãos.

—Para de implicar com a Daniela. Ela te ama, mesmo dizendo o contrário.—Amara alerta e sorri.

Flash Back Off

"Ela te ama, mesmo dizendo o contrário.” Amara tem razão, Daniela diz que me odeia. Mas é um ódio sem cabimento, sem base! Daniela está noiva do meu sobrinho de criação muito em breve vamos ficar mais próximos e ela tem que aceitar isso.

—Pensando em que?—Minha mãe pergunta curiosa.—Daria uma barra de ouro para saber...

—Em Daniela.—Respondo e ela arquei a sobrancelha.—Sinto a falta dela.

—Ela parece estar ótima.—Minha mãe fala com deboche.—Não acha?

—Acho que ela vai bem... Bem devagar em relação ao casamento com Henrique.—Falo e percebo que minha mãe fica pálida de repente.—O que houve?

—Fiquei tonta, quase não tenho forças para me manter em pé.—Fala e eu a seguro.—O que está acontecendo?

—Eu não sei.—Falo e coloco minha mãe no sofá.—Está pálida...

—Meu coração está acelerado.—Minha mãe afirma e fecha os olhos.—Não é a primeira vez que tenho isso...

—Ainda não foi ao médico?—Pergunto incrédulo.—Por que ainda não foi?

—Por que eu sei que de nada vai adiantar.—Minha mãe fala decretando a sua própria morte.

—Como não vai adiantar? A senhora precisa ir.—Insisto e ela segura o meu rosto com suas mãos delicadas.

—Vai passar, Leandro. Sempre passa.—Ela insiste e deita no sofá.

—Mesmo assim eu me preocupo.—Falo sentindo medo de perder a minha mãe para a morte.

—Não precisa se preocupar, Leandro. Eu sempre estarei com você.—Ela fala e me lança um olhar brilhante.

POV Fernando

Após contar toda a história de Amara e alimentar Angélica, fiquei pensativo ao ver todos os papeis que a sósia da minha noiva me mostrou. Não contém nada...Não diz o motivo de Angélica ter ficado presa em uma clinica, não fala sobre a vida dela antes de entrar na clinica e muito menos de onde ela realmente veio. Angélica Lafaiete é uma granada que pode explodir em minhas mãos a qualquer momento, mas eu continuo a me arriscar por ela. Talvez por que ela seja igual á Amara, apenas no físico, mas mesmo assim! Tem algo em Angélica que me faz pensar que Amara está inerte dentro dela, mas que pode acordar á qualquer momento.

—A vista daqui é linda.—Angélica fala ao abrir as janelas.—Eu me sinto a dona do mundo daqui de cima.—Ela fala com graça e me olha.—Eu sinto muito por Amara, Fernando. Realmente eu sinto.—Fala um pouco triste.

—Você disse que meu nome veio em sua mente...Como isso é possível?—Pergunto curioso e percebo que nem ela mesma tem a resposta.—Preciso ir ao México.

—Vai colocar aquele chapéu ridículo que os sombreros usam?—Angélica pergunta irônica e ri. Como ela sabe o que é um sombrero?

—Como sabe o que é um sombrero se nunca foi ao México?—Pergunto intrigado e ela me olha com o olhar totalmente vazio.

—Acho que minhas lembranças estão voltando...—Fala e me olha nervosa.—Por que eu não me lembro da minha infância, adolescência...—Angélica fala e anda de um lado para o outro.—Será que bateram com a minha cabeça em uma parede?—Pergunta risonha.

—Eu não sei o que fizeram com você, ou quem você é de fato.—Falo a olhando dos pés as cabeças.—Mas talvez o médico que fez a cirurgia de Amara saiba...


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