Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 30
Quebrem O Cristal


Notas iniciais do capítulo

As músicas que estão no capitulo são:
The XX - Together
Air Supply - Goodbye

Espero que gostem, e se preparem...Vocês ainda não viram nada!



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I know to be there

When and where, I’ll be there

You know what’s to be said

We said out loud, we never said

My ṗremonition of the world comes to me

A sun in your hands from the middle life

Says I’m alright

POV Maria

Eu segurei a mão de Estevão e caminhei com ele até Amara. Fernando estava preso á Amara de tão maneira que me dá medo. Ele está apaixonado, obcecado, louco por ela. Minha filha acaba de ficar noiva e agora entra em coma para no final morrer. Amara vai morrer primeiro que eu, minha filha irá morrer. Quando um filho perde os pais ele se torna órfão, certo? Mas quando uma mãe perde um filho? De que posso chamar esse acontecimento? Castigo?Maldição? Estou sendo amaldiçoada por Deus por quê não fui forte o bastante para cuidar de meus filhos? È esse o motivo. Estou sendo castigada por tudo o que fiz com a morte da minha filha mais nova. A filha que me uniu ainda mais á Estevão, que me fez enxergar o mundo de uma forma a qual jamais eu havia enxergado.

—Ela não vai morrer, não é?—Fernando pergunta olhando para Estevão como uma criança assustada.

—Prefiro pensar que ela vai para o céu.—Estevão fala tentando conformar Fernando. O choro agonizante de Fernando ecoa pelo quarto frio de hospital enquanto me encosto na parede para não cair.

—Ela mentiu. Ela não voltou para nós, ela vai embora para sempre.—Falo me abraçando e tentando não sentir nada.—Juntas...Juntas para ser...—Falo pensando em terminar a frase com ‘’Mãe e filha’’, mas acabo falando uma coisa completamente vazia e vaga.—Juntas para sermos nada.

You said you don’t have to speak

I can hear you

I can’t feel all the things you’ve ever felt before

Não diga isso, a culpa não é dela.—Estevão fala demonstrando seu nervosismo.

I said it’s been a long time

Since someone looked at me that way

It’s like you knew me

And all the things I couldn’t say

Together, to be

Together and be

Together, to be

Together and be

Together, to be

Together and be

—Eu falhei.—Falo.

—Falhamos, Maria. Estou com você em tudo...Lembra?—Estevão me pergunta e eu o abraço como nunca abracei antes.

—Amara San Román, volte para nós.—Fernando fala, quase ordenando.—Você não pode me dar as costas assim, Amara. Você é o amor da minha vida...

Together, to be

Together and be

Together, to be

Together and be

Together, to be

Together and be

Together, to be

Together and be

Together, to be

Together and be

POV Leandro

Assim que o sol raiou pela manhã fria, eu me levantei apressado. Não tomei café da manhã com meus pais como eles desejavam. Hoje meu pai irá buscar as cinzas de Fabiana e coloca-las no jazigo da nossa família, e espero que ele tenha força para suportar a dor de enterra a irmã mais nova. Me coloco no lugar meu pai, eu não suportaria perder Daniela. Muito menos Amara que agora está internada no hospital e nada sei sobre ela. Começo a duvidar do meu amor por ela, como consegui dormir sabendo que ela está no hospital?

Ando em passos largos e observo tudo em minha volta pelo quinto andar do hospital. A informação que me deram na recepção sobre Amara é que ela está no quinto andar, mas o quinto andar é do setor de UTI...

—Chegou tarde.—Daniela fala me assustando com a maquiagem borrada por causa de seu choro. Vejo amara ser levada em uma maca para a UTI e me apavoro. Uma mascara de oxigênio em seu rosto me faz pensar o quanto ela está debilitada, Amara está muito pálida. E isso não é bom.

—O que...?

—A aneurisma se rompeu.—Daniela fala com o olhar escurecido.—Eles conseguiram opera-la, mas ela perdeu muito sangue. Daí então ela recebeu doação de sangue, mas agora...—Daniela fala vendo os enfermeiros levarem Amara.

—Agora...?—Pergunto curioso e assustado.— Daniela, o que aconteceu com Amara?

—Entrou em coma.—Daniela responde.—A ultima pessoa que ela viu foi Fernando.

—Fernando? Por que ele está aqui?—Pergunto e percebo que Daniela me olha irritada.

—Por que assim como você...—Daniela fala e me empurra, e isso me faz pensar o quanto ela está alterada.—Fernando está apaixonado por Amara.—Daniela me revela e eu fico em choque.—Mas ele é muito diferente de você, Leandro Santisteban.—Percebo a sua repulsa pelo meu sobrenome.—Ele veio para cá, largou absolutamente tudo o que fazia para ficar ao lado dela.

—Meus pais acharam melhor eu ficar em casa e vir de manhã.—Respondo e ele abre os braços fazendo todos nos olharem.

—Então não é com meu irmão que falo agora. E sim com um filhinho de papai que esquece tudo o que viveu ao lado da irmã adotiva e da mulher que ele ama.—Daniela fala e eu me envergonho ao ver que todos nos olham incrédulos.

—Daniela, por favor...

—Por favor?—Daniela pergunta com raiva.—Saiba que enquanto você dormia, Amara se tornou noiva de Fernando, Leandro. E se ela sobreviver será esposa dele!—Daniela esbraveja.—Agora eu sugiro que volte para casa e aproveite o dia com a sua bela e psicótica família.—Minha irmã fala com repulsa e me dá as costas.

—Daniela!—Grito por minha irmã, mas sou puxado para trás por Fernando.—Me solta!

—O que está fazendo aqui?

—Isso não é da sua conta!—Respondo com raiva e ele me puxa novamente para trás.—Não encosta em mim!

—Saia daqui, Leandro!—Estevão grita e eu me assusto.—Você não tem nenhum direito de se aproximar de minha filha. Não depois de se aproximar como se aproximou...

—Do que está falando?—Pergunto.

—De você se apaixonar pela minha filha enquanto achava que era irmão dela.—Estevão fala me enfrentando.—Vá embora daqui. É lamentável ver a espécie de homem que Lorenzo tem como filho.

—E a espécie de mulher que tem como irmã.—Fernando fala me fazendo olha=ló com raiva.

—Quem você pensa que é? Amara me ama! Você é apenas um passa tempo!—Exclamo com ódio. Nossas atenções são levadas para Ana Rita que se aproxima chorando e abraça Estevão.

—Eu sinto muito.—Ana Rita fala desesperada e chora até perder a força em suas pernas.

—Do que você está falando?—Estevão pergunta assustado, mas Ana Rita não fala nada. Ela apenas chora e olha para Estevão com medo de falar.

POV Maria

Entrei com Ana Rita na UTI para ver Amara, me esqueci de que Estevão e Francisco estavam do lado fora esperando por noticias. Mas eu quero ficar perto da minha filha, quero escutar a maquina bipar alertando que ela deu seu ultimo suspiro de vida. Quero vê-la respirando e saber que seu sangue corre em suas veias, o sangue que o mesmo que o meu.

—Quando eu recebi Amara...—Ana Rita fala segurando a mão esquerda de minha filha.—Eu entendi o que é amar de verdade.

—Quando ela nasceu eu vi novamente o maior show da vida.—Falo segurando a mão direita de Amara.—Dar a vida á um ser. E se preciso for, gastar todas as suas forças para ver o seu filho nascer.

—Eu não gerei Amara.—Ana Rita fala com um pouco de vergonha.—E te agradeço por isso, Maria. Você me de certa forma me deu uma filha.—Fala chorando.

—E eu te agradeço por não ter ido embora com ela quando soube que eu era a verdadeira mãe de Amara.—Falo e nos olhamos com emoção.—O que você fez, Ana, foi algo raro. Você tem um coração puro e se viu no meu lugar...

—Você sofreu muita, Maria. Nós duas sofremos.—Ana Rita fala e eu concordo.—Então precisamos fazer algo para Amara não sofrer...

—É impossível.—Falo e olho para o anel do cordão de Amara.—Sabemos bem que Amara nunca se tornará esposa de Fernando, não sabemos?

—Ambos querem se casar. Mas não será dessa vez...—Ana Rita fala com um olhar religioso.—Eu sei que não será dessa vez.

—Então você já pode imaginar o que vai acontecer.—Falo olhando para Ana Rita com medo.—Nossa filha está morrendo, Ana, ela vai embora para sempre.

—Séria muito pior se ela ficasse quase vinte anos em coma como Maite ficou.—Ana Rita fala em tom de comparação.—Eu quero dizer adeus , mas não consigo.

—Então não fale nada.—Assim que termino de falar, escuto a maldita maquina decretar que Amara está sem vida, me desespero ao ver que não existe mais nenhum vestígio de vida em minha filha e olho desesperada para Ana Rita.

—Não.—Ana Rita fala colocando as mãos obre Amara.—Você não morreu...

—Ela morreu.—Falo segurando a mão de Amara. Agarro-me desesperada ao corpo de Amara e começo a chorar, minhas mãos tremem demonstrando todo o meu medo e fúria.

Fúria,medo,raiva,tristeza... São os sentimentos que me fazem chorar nesse exato momento. Um verdadeiro misto de sentimentos confusos e multiplicados, todos eles me fazem abraçar Amara ainda mais forte, com ainda mais força.

Amara está morta em meus braços, não pode falar o que sente. A minha Amara não poderá me olhar, conversar comigo e eu nunca mais poderei imaginar o que ela está fazendo. Passei dezessete anos da minha vida me perguntando onde ela estava, se estava bem, se vivia bem... E agora que sei que ela foi bem educada, amada e protegida, que ela voltou para mim e para a nossa família ela simplesmente adoece e morre! A minha filha morreu e eu não fiz nada para impedir! Achei que ela poderia voltar á viver, confiei em falsas esperanças que ainda me faziam acreditar que ela ficaria bem. Eu sempre soube que ela poderia morrer a qualquer momento, mas não agora. Eu não podia ter perdido a minha filha!

—Não...Minha filha não! A minha filha não pode ter morrido!—Grito histérica e Ana Rita se retira me deixando sozinha.—Pelo amor de Deus, me perdoa!—Peço apavorada ao notar que passei pouco tempo com Amara.—Me perdoa, Amara...—Falo abraçada á minha filha.—Você não podia ter morrido, Amara. Não podia...

—MARIA!—Ouço Estevão gritar e entrar no quarto. Seu rosto tinha a expressão de medo, tanto que mal se moveu ao me ver com Amara morta nos braços. Amara está morta, a minha filha morreu...

Estevão corre e se agarra ao corpo de Amara, com isso fico longe de ambos e choro caída no chão frio do hospital. Não me importo com o frio, com a minha situação, com nada...A minha filha morreu e eu tenho total direito de chorar o quanto que quiser!

Goodbye – Air Supply

POV Maite

I can see the pain living in your eyes

And I know how hard you try

You deserve to have so much more

I can feel your heart and I sympathize

And I'll never criticize

All you've ever meant to my life

—Aconteceu uma coisa terrível, Maite!—Lorenzo fala entrando eufórico pela sala.

—O que houve?—Pergunto soltando o livro em cima do criado mudo. Da forma que Lorenzo entrou na sala, sinto minhas pernas ficarem bambas.—Foi Letícia? Leandro? Aconteceu alguma coisa com eles?—Pergunto assustada.

—Amara San Román morreu.—Lorenzo fala rapidamente e eu sento na poltrona novamente.

—O que?—Pergunto com a voz baixa e coloco as mãos na cabeça.—Como assim?

—Leandro chegou no hospital, assim que chegou Amara estava indo para a UTI. Mas mal ela ficou na UTI e morreu, Maite.

—Você vai buscar as cinzas de Fabiana hoje, não vai?—Pergunto com ódio.

—Eu estava indo quando Leandro me telefonou...

I don't want to let you down

I don't want to lead you on

I don't want to hold you back

From where you might belong

—O que está acontecendo? —Letícia perguntando ao entrar na sala.—Que alvoroço é esse?

—Amara San Román acabou de falecer, minha filha.—Lorenzo fala e abraça Letícia. Se ele soubesse que Letícia é sua sobrinha...

—Ainda bem que temos você conosco.—Falo orgulhosa.

—Não por muito tempo.—Letícia fala se separando de Lorenzo.

You would never ask me why

My heart is so disguised

I just can't live a lie anymore

I would rather hurt myself

Than to ever make you cry

There's nothing left to say but goodbye

—Mãe, pai…—Leticia fala e nos olha apreensiva. Eu olho para Lorenzo esperando uma explicação, mas ele nada fala.—Adeus.

You deserve the chance at the kind of love

I'm not sure I'm worthy of

Losing you is painful to me

I don't want to let you down

I don't want to lead you on

I don't want to hold you back

From where you might belong

POV Fernando

You would never ask me why

My heart is so disguised

I just can't live a lie anymore

I would rather hurt myself

Than to ever make you cry

There's nothing left to say, but goodbye

—Eu sinto muito.—Rafael fala ao me ver na sala de espera.

—Eu sinto muito mais.—Falo e olho para ele com firmeza.—Ela se foi.

—Ela não vai sofrer, Fernando. Pense nisso.—Rafael fala tentando me consolar, mas só faz piorar.

—Tão nova...—Falo ao me lembrar da idade Amara.—Mas tão madura.

—Você falou com ela?—Rafael pergunta enquanto inúmeras lembranças passam pela minha mente.

You would never ask me why

My heart is so disguised

I just can't live a lie anymore

I would rather hurt myself

Than to ever make you cry

There's nothing left to try

Though it's gonna hurt us both

There's no other way than to say…

—A ultima pessoa que ela viu e conversou…—Falo ao me lembrar de Amara fechando os olhos e entrar em coma logo em seguida.—Fui eu.—Falo e olho com os olhos ardentes para Rafael que em seguida abaixa a cabeça.—Ela vai voltar, não vai?—Pergunto com esperança e ele tenta esconder sua frustração.

—O olhar que ela te deu, Fernando...—Rafael fala e coloca a mão no meu ombro.—Foi o adeus...

Goodbye...


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Notas finais do capítulo

Teremos uma nova vilã, pessoal...Não desanimem com a morte de Amara.
R.I.P Amara San Román/ Regina Gutiérrez



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