Ás vezes mudanças são necessárias para que possamos evoluir.

Lembrava-me do ano anterior em Beauxbatons deitada em minha cama; minha cama, meu quarto, enfim em casa. O cheiro dos lençóis assemelhava-se ao forte cheiro de orvalho nas manhãs da escola. Minha cabeça doía só de pensar na bronca que iria levar, mamãe gritaria por horas e eu ouviria tudo de cabeça baixa.

A verdade é que eu fui expulsa. 

Não entendo porquê, sempre tirei boas notas; apesar das inúmeras detenções eu era uma boa aluna. Gostava de fazer brincadeiras com os outros e discutia com os professores; mas era uma boa aluna. 

Acho que o ápice de tudo foi ter chamado a professora Clessaunt de monstro, ou talvez o fato de ter duelado com uma garota; ou quem sabe, ter beijado o rosto da diretora logo após insinuar que ela era um gigante que queria me devorar. Mas a culpa não era minha se madame Maxime não tinha senso de humor.

Talvez, só talvez eu tenha feito por merecer a expulsão; mas mesmo assim não era pra tanto.

Eu admito que não era um exemplo de garota, mas ser expulsa já era exagero.

Se bem que agora eu me veria finalmente longe daquela escola rídicula, com aqueles alunos esnobes e seu horroroso sistema de castas; sim, a escola era dividida pelo sangue. A casta um era dos alunos totalmente veelas. A casta dois era dos Meio-veela. A casta três os sangue-puros. A casta quatro os mestiços. E por ultimo a casta cinco, os nascidos trouxas.

Eu pertencia a casta dois, meio-veela. Eu era a única na família com essa descêndencia, o que proporcionava diversas perguntas à meus pais, Molly e Arthur Weasley.

Os dormitórios eram mistos,  um veela-puro, um meio-veela, um sangue-puro, um mestiço e um nascido trouxa; graças a uma tentativa falha da diretora de acabar com a rivalidade na escola.

A única coisa boa naquela escola era Giselle, minha parceira de crime. Ninguém conseguia entender como erámos amigas, já que somos totalmente diferentes. Giselle é uma garota muito extrovertida, uma das mais populares da escola, conquista à todos com seu jeitinho escandaloso; é de uma importante família da frança bruxa. Enquanto eu sou só a garota problema.

Sempre sou taxada como barraqueira por estar sempre no meio de confusões, mas qual é; não sou uma pessoa ruim, só tenho temperamento forte!

—Esse vestido está bom?- pergunta Giselle com um vestido amarelo em frente ao corpo.

Ela estava há horas procurando uma roupa para tomar café; já tinha explicado várias vezes que não precisava disso tudo e ela me respondia dizendo: "nunca se sabe quando você vai sair em uma capa de revista" sim, ela era muito exagerada, mais fazer o que né; sou obrigada a aturar.

— O vermelho está melhor.-  me levanto passando a pentear meu cabelo que estava um ninho.

—Tá, o Gus me mandou uma carta ontem.-  Diz enquanto troca a roupa.

Gus, ou melhor, Gustav Shattarf era seu ex- namorado babaca; eles terminaram porque os pais dele não gostavam de Giselle, e ele vive correndo atrás dela, pedindo para voltar.

—Sabe muito bem oquê eu penso sobre ele, Selle.- digo vestindo uma saia curta.

—é eu sei, e não vou voltar com ele, só que agora ele está passando por um momento dificil e precisa de apoio- Diz enquanto se maquia.

—Sim, ele precisa, mas não é você; a ex namorada corna, que vai dar, certo?- calço a minha bota e passo meu famoso batom vermelho.

—Tá, vou tentar- Diz Giselle.

—Você não cansa desse batom?- Pergunta ela já na porta.

—Nunca.- Respondo saindo do quarto.