A Ordem de Drugstrein escrita por Kamui Black


Capítulo 71
Sraths - Parte 4


Notas iniciais do capítulo

Momentos agradáveis se passaram no castelo de Girval, mas todos sabem que essa paz tem seus dias contados.



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Capítulo 070

Sraths (Parte 4)

Uma mesa comprida de madeira, algumas cadeiras e alguns armários eram tudo o que havia na pequena sala onde Thays e Nathie se alimentavam. As garotas quase não conversavam até que Mathen e Kayan passaram pela porta.

O olhar do Atreius encontrou o da Cyren quase que imediatamente. Por alguns segundos ele permaneceram se encarando até que Kayan deu meia volta e saiu da sala. Mathen deixou um desculpem-nos quase silencioso e o acompanhou.

Sem entender muito bem o que aconteceu, Nathie limitou-se a olhar para Thays e para o local onde Kayan estava e depois para a garota novamente. Quando a amiga abaixou a cabeça com uma expressão de que iria chorar a qualquer momento, a Durgan resolveu perguntar o que estava acontecendo.

— Está tudo bem, Thays? Você e o Kayan brigaram?

— Esta noite... o Kayan e eu... nós passamos a noite juntos.

— Certo, para tomar aquele vinho e... vocês fizeram o que estou pensando que vocês fizeram? – a última parte saiu quase que com um grito devido a surpresa por parte de Nathie.

— Acho que o Kayan deve estar me achando a pior pessoa do mundo.

Deprimida, Thays colocou as mãos na cabeça enquanto bagunçava os próprios cabelos.

— Agora que não estou entendendo nada. Vocês dormem juntos e agora você me fala isso?

— Você se lembra daquela poção que você me falou? Além do vinho eu comprei uns ingredientes e preparei um pouco ontem a tarde – explicou ela com a voz chorosa.

— Ah, Thays, não acredito que você fez isso. Por isso o Kayan parecia bravo com você. Ele perdeu a Sarah há tão pouco tempo e você fez isso com ele. Você devia ter esperado um pouco mais.

— E você acha que eu não sei disso? Eu não pensei direito, apenas vi a oportunidade perfeita e agi por impulso. Eu não sabia que os efeitos da poção eram tão fortes.

Nathie pensou um pouco no que iria dizer. Thays já estava arrependida depois de ver a reação de Kayan e a última coisa que ela queria era fazer a amiga chorar com palavras mal escolhidas.

— Tudo bem, Thays, não é tão ruim assim. O Kayan está chateado agora, mas ele gosta muito de você, talvez não tanto quanto você dele, mas tenho certeza de que ele vai te perdoar. Afinal de contas, ele também aproveitou a noite.

— Nisso você tem razão. Se ele agisse daquela maneira comigo sem poção nenhuma...

— Pelo jeito a coisa foi boa mesmo. Quantas vezes vocês fizeram? – perguntou ela, curiosa.

— Quatro – respondeu Thays, já um pouco menos triste.

— Não é um novo recorde, mas acho bem válido.

O comentário da amiga fez com que Thays estreitasse os olhos para encará-la. Nathie ignorou aquilo e continuou com seu raciocínio.

— Pense pelo lado positivo: ao menos você sabe que ele sente atração por você. O que está feito está feito. Deixe a poeira baixar e tente conversar com ele. Tenho certeza de que vocês farão as pazes. O importante é que você aproveitou sua noite com ele.

— E como aproveitei – já mais animada, Thays afirmou aquilo em meio a um meio sorriso nem um pouco casto.

— Agora você me deixou curiosa. Quero saber tudo o que vocês aprontaram.

— E vai ficar querendo, sua safada. Isso é só entre ele e eu.

Thays retribuiu a provocação da amiga fazendo cócegas nela até que Nathie decidisse revidar e as duas começassem a rir sem parar.

* * *

Assim que saiu da sala onde deveria almoçar, Kayan foi direto para a cozinha enquanto Mathen o acompanhava. Lá eles pegaram um generoso pedaço de carne assada e uma caneca de cerveja para cada um.

— Ei, Kayan, você está assim tão chateado com a Thays para querer evitá-la? – perguntou Mathen enquanto comiam e caminhavam pelo amplo pátio do castelo.

Antes de responder a pergunta, o Atreius parou e pensou um pouco sobre o assunto.

— Para ser sincero, não. Eu apenas não sei direito como agir ou o que falar perto dela. Acho que por hora apenas é melhor evitarmos o contato.

Aquela realmente era uma situação esquisita e Mathen decidiu deixar o assunto de lado e se dedicar a mastigar a sua suculenta carne assada.

Menos de uma hora após a refeição, Kayan reuniu Mathen, Lair e Karzus para ensiná-los alguns exercícios com a aura. Mathen já os conhecia, mas decidiu praticar mesmo assim. O Atreius, por sua vez, continuou a demonstrar o exercício e corrigir qualquer erro que os garotos cometessem.

— Esse negócio de mestre caiu bem em você, Kayan. Você é muito bom em ensinar.

— Olá Nathie. Se quiser participar de nosso exercício fique a vontade.

— Nah, agora não. Mas eu gostaria de conversar com você sobre a Thays.

Ao ouvir o que a garota disse, Kayan demonstrou uma expressão muito pouco amigável em seu rosto.

— Quer dizer que ela te contou o que ela aprontou comigo?

— Sim, mas...

— Não adianta, Nathie, você não vai conseguir livrar a barra da sua amiga conversando comigo. Além do mais...

— Magos! Por favor, é uma emergência.

Um dos soldados que defendiam as muralhas do castelo se aproximava correndo enquanto sua cota de malha fazia uma grande quantidade de barulho. O desespero que demonstrava fez com que todos esquecessem o assunto anterior.

— O que houve? – indagou Kayan.

— Sraths se aproximando do castelo.

— Lair, Mathen, chamem os outros. Nathie e Karzus venham comigo.

Kayan agiu prontamente quando ouviu o que o soldado tinha a dizer. Em seguida, correu até as muralhas do castelo, saltando contra ela enquanto fazia com que uma plataforma de rocha surgisse das paredes ao conjurar um clayn.

Assim que passou sobre a muralha e foi acompanhado por Nathie e Karzus, Kayan percebeu que havia apenas um srath ali. Ele era parecido com todos os outros, mas sua indumentária era muito diferente. Presa em sua cintura havia uma espécie de armadura de escamas de aço que protegia suas pernas. Era de um formato que lembrava muito uma saia, apesar das aberturas a frente e atrás para sua movimentação. Seu torço estava protegido por um colete ricamente ornamentado e em sua cabeça havia uma coroa pontiaguda de cristal.

— Este é um sumo sacerdote, devemos tomar cuidado – avisou-os Gorgar, que já estava ali.

— Magos, venho aqui apenas para desafiar o mais forte de vocês.

Surpreendendo a todos o srath falava muito bem o idioma comum. Sua voz saia muito nasalada e ele intensificava muito o som da letra “s”, mas era completamente compreensível para os magos humanos.

— Você esta propondo um duelo um contra um? E por que aceitaríamos isso? – Gorgar agiu como porta voz dos presentes enquanto os outros magos iam se unindo a eles.

— Se os humanos forem covardes a ponto de me atacarem todos juntos, apenas me retirarei do campo de batalha. Mas se o mais forte dentre vocês for capaz de me vencer, todos os sraths deixarão o continente e voltarão para Kolspak.

— Com esses termos vocês não têm nada a ganhar. Por que acreditaríamos em um inimigo? – indagou Kayan, desconfiado.

— Eu tenho trinta e cinco anos. Sou um velho perante minha raça. Tenho meus filhos e netos. Dediquei toda minha vida ao grandioso deus sol Kliuss. Quero garantir para mim mesmo o egoísmo de enfrentar um adversário forte em um duelo.

O que o Kil-el-mih dizia não fazia muito sentido para os magos, mas era compreensível na visão de Kayan.

— Muito bem, os sraths irão se retirar mesmo que você morra? – questionou Gorgar.

— Sem mim eles têm poucas chances de vencer. Caso eu não retorne, eles voltarão para nossa amada terra.

Sem pedir opiniões, Gorgar avançou em direção ao sumo sacerdote em uma investida vigorosa. Em ambas as suas mãos as chamas negras do durhan crisis se formaram e ele as arremessou com grande força e precisão. O srath manteve a calma e demonstrou sua enorme agilidade ao se esquivar dos feitiços em meio a saltos e acrobacias.

Gorgar tentou novamente a mesma investida e Kil-el-mih esquivou-se novamente. Daquela vez, além de evitar a ofensiva também ganhou a distância entre os dois e atacou enquanto envolvia sua fina calda em chamas.

O Magnum quase não foi capaz de evitar o ataque devastador que sofreu e algumas chamas que se precipitaram da calda do srath atingiram-no. O mestre sentiu o calor e a dor das queimaduras em sua pele mesmo com sua aura protegendo-o.

Percebendo todo o poder ofensivo do adversário, Gorgar tentou recuar enquanto conjurava novas chamas negras. Seu oponente, entretanto, não pretendia abandonar a vantagem que havia conquistado e avançou junto enquanto atacava com sua calda envolta em chamas.

Por sorte, a habilidade utilizada pelo srath era rápida, mas não muito poderosa. Gorgar havia sido atingido várias vezes e já tinha várias queimaduras pelo corpo. Aos poucos suas forças estavam sendo minadas.

— Porque o Gorgar continua utilizando as chamas negras? Contra esse adversário seria melhor o giudecca – indagou Thays, meio preocupada

— Porque a especialidade dele são as chamas negras. Neste quesito ele é quase tão bom quanto o mestre Arthuro. Por outro lado, ele não é muito bom com os demais feitiços – explicou Kayan, mais entretido no combate do que em conversar com os presentes.

Cada vez mais pressionado, Gorgar pensava freneticamente na maneira de ganhar alguma distância daquele difícil oponente. Foi muito árduo conseguir uma oportunidade, porém, finalmente ganhou o espaço para conjurar um clayn formando uma barreira de rochas entre ele e o sumo sacerdote. Afastou-se rapidamente enquanto Kil-el-mih saltava sobre a barreira.

O Magnum agilizou a conjuração de seu durhan crisis. Desta vez concentrou tudo em uma única rajada de chamas negras direcionada para o srath, que não se desesperou e contra-atacou com um poderoso crisis.

Ambos os feitiços se entrelaçaram e um atravessou o outro. Gorgar praguejou enquanto viu-se obrigado a abandonar sua ofensiva e saltar para o lado para evitar ser atingido pelo adversário. Isso se provou pouco efetivo uma vez que o adversário reagiu mais rapidamente e conjurou um crisis katris contra o mago negro.

O Magnum conseguiu conjurar um aurus pinn para se proteger, mas a explosão foi tão forte que o arremessou para trás.

— Gorgar! – gritou Nathie, preocupada com o namorado.

Apesar do duro golpe, o mestre ainda conseguiu se levantar para continuar o combate, que iria recomeçar se Kayan não tivesse interrompido.

— Já chega disso. Kil-el-mih, sou Kayan Atreius e o desafio para um duelo.

— Acredita que pode vencê-lo, Kayan? Você acredita ser mais forte que eu? – indagou Gorgar, um pouco mal humorado.

— Espero que você não seja orgulhoso demais para deixar o que vou falar agora estragar a amizade que estamos construindo, Gorgar, mas eu sou um mago mais poderoso que você. Além disso, sou o melhor indicado para enfrentar o estilo de luta de Kil-el-mih.

Gorgar sentiu-se um pouco ofendido por aquelas palavras, mas tinha que admitir para si mesmo que não seria capaz de vencer aquele oponente. Se Kayan realmente fosse mais forte, aquela missão poderia acabar ali mesmo.

— Se você é o mago mais forte aqui, aceito seu desafio – disse o srath sem pensar muito sobre o assunto.

Kayan iniciou o combate da mesma maneira que Gorgar havia feito e atacou com duas rajadas de chamas negras. Como esperado, o srath evitou-as com grande facilidade e contra-atacou imediatamente avançando enquanto envolvia a calda em chamas. A diferença é que Kayan estava preparado para isso e, no momento em que o oponente avançou, conjurou um giudecca em seu braço direito.

A intenção de Kayan era defender-se com a lâmina negra ao mesmo tempo em que amputaria a calda do srath, diminuindo consideravelmente seu poder de combate. A ideia era boa, mas Kil-el-mih sabia muito bem os efeitos daquele feitiço e tratou de evitar a lâmina negra, mesmo a consequencia disso sendo perder a ofensiva.

Kayan, por sua vez, não desistiu de sua estratégia e avançou contra o oponente enquanto brandia seu giudecca. Os ataques de Kayan eram rápidos e precisos, mas o sumo sacerdote também era muito ágil e se esforçava para evitar os ataques sem ser tocado pela lâmina negra.

— Incrível, o Kayan está pressionando o adversário! – exclamou Karzus.

— O giudecca anula a principal vantagem do inimigo, que é seus ataques rápidos com a cauda – observou Gorgar.

— Você também poderia ter usado o giudecca e competir no mesmo nível que ele – disse Nathie.

— Não é assim tão simples – explicou-lhe o Magnum. – Esse feitiço é muito avançado. A maioria dos magos negros demora um pouco mais para conjurar a lâmina negra e Kil-el-mih é muito rápido. Eu achei que estava no mesmo nível que o Kayan, mas me enganei. Ele está bem acima. O único motivo pelo qual ganho dele no durhan crisis é porque treinei este feitiço exaustivamente.

Enquanto os magos observavam e conversavam, o combate se seguiu com uma infinidade de esquivas bem sucedidas. Sempre que podia, Kil-el-mih tentava atingir seu oponente com um crisis, mas, sem tempo para acumular aura, a rajada de fogo sempre saia muito fraca e o Atreius conseguia evitá-la com facilidade.

Esse estilo de duelo se manteve por mais de um minuto até que o sumo sacerdote conseguiu uma oportunidade de bloquear o ataque de Kayan com um aurus pinn. Aquela manobra foi crucial para que ele encontrasse uma abertura nas defesas do mago. Com o auxilio de sua calda o srath transcreveu um giro para que seu braço direito ficasse de frente para o Atreius. Uma poderosa rajada de chamas atingiu o rapaz. Kayan sabia que se tentasse resistir ao feitiço seus ferimentos seriam muito maiores, então apenas concentrou sua aura no abdômen e deixou-ser arrastado alguns metros para trás.

Assim que viu a grande oportunidade, o srath uniu ambas as mãos e conjurou um crisis katris que avançou contra Kayan enquanto explodia o solo arenoso por onde passava. O Atreius esforçou-se para parar seu movimento enquanto deixava dois rastros sob onde seus pés passaram ao frear. Ele parou com a mão direita sobre o solo e, rapidamente, conjurou um paredão de areia solidificada através de um clayn.

Kayan sabia que seu oponente não perderia tempo e resolveu agir antes do mesmo. Avançou contra a barreira recém criada e saltou sobre ela enquanto conjurava um durhan tangrea contra seu oponente. O raio de energia negra avançou veloz contra o srath, que defendeu-se com uma barreira de energia.

O mago negro não tentou medir forças contra seu adversário e abandonou aquela ofensiva em prol de uma nova através de um feitiço de chamas negras. Aquilo quase não gerou dificuldades para o sumo sacerdote, que conseguiu esquivar-se saltando para o lado.

— Por que você está sorrindo, Thays? – indagou Cristallia vendo que a expressão da garota era diferente dos demais, que transmitia a tensão do combate.

— Porque o Kayan está feliz. Veja no rosto dele.

— Ele também esta sorrindo, mesmo sendo pressionado pelo inimigo. Não entendo.

— Ele esta feliz porque faz tempo que não tem um desafio desses sem ter que se preocupar com mais nada além do próprio duelo.

— Acho que entendo o que Kayan esta sentindo nesse momento – acrescentou Karzus. – Ele não precisa se preocupar com nenhum de nós.

— Além disso, assistir o Kayan duelando é como se fosse um grande espetáculo. Ele é incrível – concluiu Thays, com um olhar cheio de admiração.

Enquanto seus amigos comentavam sobre seu duelo, Kayan sofria pressão de seu adversário, que estava determinado a manter o duelo a longa distância a partir do momento em que percebeu o perigo que o Atreius representava em um combate corpo a corpo.

As chamas conjuradas em forma de rajadas mantinham o mago negro na defensiva. Algumas delas inclusive haviam lhe atingido parcialmente, causando algumas queimaduras superficiais. Apesar disso, a adrenalina fazia com que o Atreius praticamente ignorasse a dor dos ferimentos e continuasse lutando normalmente.

Apesar de parecer totalmente na defensiva, aquela não era exatamente a situação, uma vez que ele apenas aguardava uma oportunidade, que apareceu quando o mago negro percebeu uma abertura nas defesas do srath e conjurou um durhan tangrea de maneira fulminante. O raio negro avançou quase rente ao solo para subir em direção ao sumo sacerdote conforme Kayan manipulou seu feitiço.

Sem muito tempo e espaço para se defender, Kil-el-mih não conseguiu conjurar um aurus pinn e viu-se obrigado a envolver seu braço esquerdo com aura e desviar o feitiço para o lado. Ele obteve sucesso em seu intento, mas não sem um preço, uma vez que a descarga de energia negra conseguiu atravessar sua proteção de aura e feri-lo.

A partir daquele momento os papeis se inverteram novamente e Kayan passou a atacar. Priorizando a velocidade, ele optou por continuar com o feitiço durhan tangrea, mesmo que isso drenasse muito de sua energia.

Kil-el-mih viu-se em grandes problemas, pois aquele feitiço era extremamente agressivo e a única maneira de evitar seus danos completamente era com uma barreira de energia. A dificuldade disso era que o feitiço era rápido demais para se defender várias vezes seguidas sem perder espaço. A saída encontrada pelo sumo sacerdote foi recuar cada vez mais, tomando certa distância de Kayan.

O Atreius não pretendia deixar o oponente sair de seu alcance e avançava junto com ele. Kayan sabia que o srath não estava saindo totalmente livre dos efeitos de seu ataque e continuou pressionando-o o máximo possível. Isso até perceber qual era a estratégia pretendida por seu oponente.

Kil-el-mih desejava recuar até uma grande rocha e utilizá-la como cobertura para reduzir a pressão sofrida por seu adversário. Ao perceber as intenções do inimigo, o mago negro cessou a conjuração do feitiço que tanto lhe consumia energia.

Assim que o srath percebeu que a pressão por parte de seu oponente havia reduzido passou imediatamente para o ataque ao conjurar poderosas labaredas de fogo contra Kayan. O Atreius, por sua vez, já esperava por esta atitude de seu adversário e se defendeu facilmente com um aurus pinn.

Assim que o perigo passou, Kayan avançou com grande velocidade contra o srath. Ele havia concentrado a maior parte de sua aura em suas pernas e isso lhe dava grande velocidade. O sumo sacerdote tentava atingi-lo com suas chamas, mas o mago negro evitava-as habilmente até chegar próximo o suficiente de seu oponente.

Kil-el-mih não esperava pelo que viria a seguir e quase foi atingido pela lâmina negra do giudecca que Kayan conjurou quase que instantaneamente. O golpe assou a poucos centímetros de suas narinas ofídicas e ele apenas não foi morto naquele instante graças aos incríveis reflexos que tinha.

Para todos os magos parecia que Kayan tinha o controle da situação, mas aquela não era exatamente a verdade. O mago negro sabia o perigo que enfrentava e para manter a pressão em seu oponente ele estava gastando muito de sua aura em um tempo muito curto. Aquela última investida lhe causara uma grande exaustão e ele percebia que seus movimentos estavam mais lentos que de costume. Naquela ocasião ele deveria recuar e lutar na defensiva por algum tempo até se recuperar um pouco, mas seu oponente aparentava surpresa e Kayan queria se aproveitar disso para acabar com o embate. Aquele foi seu erro.

Kil-el-mih havia percebido o preço que seu oponente havia pago por aquela ofensiva e apenas fingia surpresa para agir no tempo certo. E foi quando ele percebeu um ataque que deixou um pouco mais de abertura que ele conjurou um crisis katris contra o Atreius. A explosão de fogo atingiu Kayan de forma direta e a queima roupa. Apesar da aura que o protegia ele foi arremessado para trás e caiu no chão pelo qual seguiu sendo arrastado pela inércia do impacto.

Apesar do poderoso feitiço que o atingiu, Kayan conseguiu se recuperar parcialmente enquanto era arrastado pelo chão e impulsionar o corpo de maneira a girar em torno de si mesmo em uma cambalhota que terminou com o mago negro em pé.

Os dois poderosos conjuradores encararam-se por alguns segundos até o momento em que Kayan virou a cabeça para o lado e cuspiu um pouco de sangue. Limpou a boca com as costas da mão esquerda antes de falar com certa dificuldade.

— Muito bem, Kil-el-mih, parabéns pela sua vitória. Você me superou neste duelo.

Não houve sequer um mago que não ficou surpreso com aquela inesperada declaração de Kayan.


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Notas finais do capítulo

Parece que Kayan e Thays tiveram um mal entendido, a garota acredita que ele está chateado com ela enquanto o mesmo apenas esta confuso. Como será a conversa dos dois quando tiverem tempo?

Fazia muito tempo que eu não descrevia um duelo de verdade como este e foi realmente muito divertido descrever essas cenas de ação. O que acharam? Alguém esperava o Kayan se dando por vencido sem estar desmaiado como ele fez desta vez? E alguém imaginava que ele estivesse mais forte que o Gorgar? Digam aí nos comentários o que acharam do capítulo.

Esse mês tem capítulo extra daqui quinze dias. Presente de natal para vocês.



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