A Ordem de Drugstrein escrita por Kamui Black


Capítulo 34
Centauros - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

A missão tem seu início. Os primeiros centauros aparecem e Ellien faz uma descoberta totalmente inesperada.



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Capítulo 033

Centauros (Parte 2)

Nos campos ao sul do castelo de Drugstrein, uma batalha estava sendo travada. Thays esquivava-se agilmente dos ataques do gigantesco golem de pedra, que estava sobre o controle de Fedrick. Nesse meio tempo, Ellien tentava congelar os movimentos da outra maga com um ryado. Este ato se revelava em vão, pois a garota de cabelos azulados sempre mantinha uma chama ao seu redor através de um feitiço crisis que desfazia as rajadas de gelo da Iker.

Thays aguardava apenas o momento certo e este chegou no momento em que o golem tentou ataca-la novamente. Ela o tocou após esquivar-se e sua mão emitiu um leve brilho. Momentos depois, quando ela já havia se afastado, ele explodiu em mil pedaços, deixando Fedrick aturdido. Thays aproveitou-se desse momento para derrubá-lo com um rápido feitiço jinn.

Ao ver o companheiro caído, Ellien entrou em desespero e tentou contra-atacar imediatamente com uma tempestade de gelo. O ambiente começou a ter sua temperatura alterada, mas a outra maga agiu como se nada estivesse acontecendo; afinal, ela tinha suas chamas para mantê-la aquecida. Avançou com velocidade contra a adversária e, antes que Fedrick se recuperasse do impacto anterior, Ellien já estava rendida com uma das mãos de Thays apontada para seu peito.

A jovem maga lançou um sorrisinho vitorioso e, logo após, ouviu uma voz muito conhecida.

– Muito bem, essa é a minha namorada.

Ela se virou e viu que Kayan a observava – os três na realidade. Surpreendeu-se com o fato de não ter percebido sua presença antes.

– Há quanto tempo...

– O suficiente. Onde aprendeu a fazer aquilo com o fogo?

– Tive a ideia sozinha, achei que poderia ser útil. Se fosse um combate de verdade, poderia atacar com as chamas a qualquer momento.

– Isso é legal.

Ele a tomou em seus braços e a beijou repentinamente. Thays, mesmo surpresa, retribuiu o leve e carinhoso beijo de imediato.

– Não deveria fazer isso, estou toda suada.

Kayan praticamente ignorou o último comentário e retornou à conversa anterior.

– Você poderia tentar manter várias chamas ao seu redor.

– Hum... também já tinha pensado nisso. Tentarei assim que dominar com uma esfera, se eu me desconcentrar por um segundo ela some. Você deveria tentar também.

– Não. Meu controle não é tão bom quanto o seu. Ainda não sei como você consegue controlar tantas rajadas de fogo ao mesmo tempo durante uma ofensiva.

Ela sorriu com o comentário

– Me sinto uma lesada – comentou Ellien, tentando se integrar ao assunto.

– É nisso que dá ficar ouvindo o papo de dois gênios – Fedrick também tentou entrar na conversa.

Os outros dois magos riram juntos dos comentários dos amigos.

– Bom, deixando esse assunto de lado, vou logo dizer por que eu estou aqui.

– Não veio só pra me ver?

Thays fingiu uma cara de decepcionada, o que provocou um largo sorriso em Kayan.

– Temos uma missão de grau A para cumprir. Ela será liderada pelo Spaak.

– Legal, outra de grau A. A nossa última foi aquela em apoio à guilda Smalter – Thays parecia entusiasmada.

– Espero que essa não seja tão difícil – comentou Ellien.

– Eu nunca fiz nenhuma desse grau, quero ver como é – complementou Fedrick.

– O que vai ser dessa vez, Kayan? – Thays perguntou ao namorado.

– Existe um grupo de centauros que tem atacado humanos na região oeste de Calla Zhu.

– Centauros atacando humanos? – estranhou Ellien. – Mas eles sempre foram tão pacíficos.

– Fala como se conhecesse algum – disse Fedrick.

– Eu conheço.

Os outros três olharam para Ellien intrigados.

– Uma vez, quando eu era bem pequena, devia ter uns sete ou oito anos, viajei com meus pais para uma cidade a oeste. Não me lembro o nome dela agora, mas lá vivia uma pequena tribo de centauros com quatro deles. Eram dois casais, na verdade.

– E você fez contato? Não teve medo? – perguntou Fedrick.

– No começo sim, mas meu pai fez com que eu me aproximasse deles e perdesse o medo. Sabe, meu pai é um mestre de elite e já teve contato com centauros antes.

– Caleb Iker. Ele toma conta da parte da diplomacia de Drugstrein e sempre lidera qualquer tipo de acordo envolvendo outras raças.

– Sim, Thays, ele mesmo. Bom, o importante é que eu conheci um centauro. O nome dele é Arogue e ele é muito, muito gentil. Durante o tempo que ficamos lá, ele sempre me deixava cavalgar nele. A parceira dele, Anilope, também me deixava cavalgar um pouco. O outro casal podia não ser tão chegados à humanos, mas Arogue e Anilope eram muito fofos. Fazem parte de uma das lembranças mais bonitas da minha infância.

– A Sarah também me falou que os centauros eram pacíficos. Eu acredito em vocês duas, mas assim como existem magos bons e magos ruins, podem existir centauros bons e centauros ruins – concluiu Kayan.

– Esse grupo certamente é ruim, para atacar humanos inocentes – completou Thays.

– É, talvez. Mas vai dar uma dó atacar os centauros – lamentou-se Ellien.

– Não vai ficar do lado deles agora, né? – Fedrick repreendeu a amiga, que fez uma cara nada simpática em resposta.

– Farei o que tenho de fazer – respondeu.

– Então vamos logo que o Spaak quer explicar os detalhes da missão – Kayan já se dirigia novamente para dentro do castelo e chamou os demais magos.

O mago negro seguia na frente, de mãos dadas com a namorada, enquanto os outros dois seguiam um pouco mais afastados. Ao alcançar a porta da sala de reunião, Kayan a abriu lentamente enquanto soltava a mão da garota. Thays não gostou nada dessa atitude, principalmente porque sabia justamente o motivo para ele ter feito isso: Sarah estaria dentro daquela sala.

– Até que enfim chegaram – comentou Spaak.

– Nem levou tanto tempo – respondeu Kayan.

– Então, Thays, sua equipe aceita fazer parte dessa missão?

A garota olhou para os dois companheiros, como não encontrou objeção, respondeu:

– Sim.

– Então começarei a explicar.

O mestre se sentou em uma poltrona e convidou os demais magos para se sentarem também. Kayan sentou-se em um sofá maior e Thays se sentou ao seu lado esquerdo. Sarah ocupou o lugar à direita. Ambas lançaram olhares intimidadores uma para a outra. Ao verem isso, Fedrick e Ellien resolveram que era melhor para a própria saúde sentarem-se no outro sofá, o mais longe possível.

Fingindo ignorar a situação, Spaak continuou com a explicação. Enquanto isso, Kayan ansiava para que a mesma se encerrasse logo para que ele, então, pudesse sair daquela saia justa em que se encontrava.

– Primeiro, gostaria de relembrá-los o básico que sabemos sobre os centauros. Como todos sabemos, um centauro tem a parte abaixo da cintura assemelhando-se a um cavalo e a parte de cima com um humano. Eles possuem uma força incrível além de uma velocidade formidável. Algo que é muito importante que vocês saibam é o modo de combate de um centauro. Eles são rápidos, inteligentes e agem muito bem em grupo. São exímios usuários de runas. Eles não conseguem lançar feitiços como os humanos, ao invés disso têm que prepará-los previamente com runas.

– Quer dizer que se as runas acabarem eles não podem fazer nada? – perguntou Fedrick, pensando ter achado uma grande fraqueza nos inimigos.

– Não necessariamente, eles também possuem mais uma arma. É o chamado archon, ou arco astral. Um tipo de arco com inscrições que possibilita que um centauro canalize sua aura em forma de flechas.

– Arma que eles aprenderam a fazer com os elfos – comentou Sarah.

– Exatamente.

– E o que vamos fazer então? – perguntou Fedrick à Spaak.

– Vamos pegar nossos balões e viajar até a região de Cala Zhu, lá começaremos a investigar para achar os centauros e descobrir porque eles estão atacando os humanos. Se conseguirmos mediar com eles, a missão acaba de maneira fácil, caso não consigamos...

– Aí, infelizmente, teremos de lutar contra eles – completou Ellien, receosa, antes de Spaak.

* * *

A viagem de balão levou quatro dias. Quando Spaak mencionou que a missão seria a oeste, era a oeste mesmo, quase na divisão de fronteira com os elfos negros.

Cada equipe viajou em seu próprio balão, o que quer dizer que Kayan e Thays ficaram separados nesse meio tempo. A garota pareceu irritar-se um pouco com isso, mas não pelo fato de estarem separados, pois o que realmente a irritava era o fato de Kayan e Sarah passarem tanto tempo conversando.

Quando eles pousaram em uma pequena cidade da reino de Calla Zhu, Spaak foi procurar informações e Thays pensou em aproveitar esse meio tempo para namorar. Surpreendeu-se ao verificar que o namorado teve a mesma ideia e já a estava puxando para trás de uma grande construção da cidade.

Kayan recostou-se na parede rústica feita de pedras e puxou a namorada para si. Enquanto o braço esquerdo a envolvia em um abraço, o direito pousava em sua cintura. Thays envolveu o pescoço do rapaz com os dois braços assim que recebeu o beijo.

O jovem mago explorava os lábios e a boca da garota com a língua enquanto que ela correspondia da mesma forma. Ele acariciava suas costas com a mão esquerda. Enquanto isso, a direita começou a subir por sua barriga até atingir seu seio esquerdo. Nesse momento, Thays segurou a mão de Kayan com a sua própria e separou-se do beijo.

– Opa! Vai com calma.

– Acho que me empolguei um pouco – ele foi rápido em se desculpar, certo de que a tinha ofendido de alguma forma.

– Tudo bem, é só que... – ela corou levemente antes de terminar – nunca ninguém tinha me beijado ou me tocado dessa maneira. Só peço para irmos com um pouco mais de calma.

– Hum... não vai ser fácil me segurar com uma garota tão linda.

– Mas vai ter que se segurar.

Apesar das palavras, ela voltou a beijá-lo, mas, dessa vez, Kayan foi com muito mais calma. Quando o clima começou a esquentar, ouviram a voz da Sarah.

– Hei! Vocês do...

Ela virou a esquina da casa e reparou na cena. Antes que pudesse se virar e voltar, Kayan cessou o beijo em um susto e olhou para ela. Soltou, também, Thays de seu abraço.

– O que dizia, Sarah? – perguntou a seguir.

– Me desculpe... eu não sabia... é só que o Spaak já tem as informações que queria e está chamando todo mundo.

– Nós já vamos – disse Kayan e a garota deu meia volta. Ele faz menção de segui-la, mas foi parado por Thays, que segurou sua mão.

– Por que você sempre faz isso?

– Fazer o que? – indagou, sem entender o comentário.

– Agir como se não fossemos namorados assim que a Sarah aparece.

– Eu não faço isso, faço?

Na realidade, para Kayan, ele realmente não o fazia, uma vez que era um ato involuntário de seu subconsciente.

– Faz sim, e acho que nem percebe que faz.

Ele não respondeu, estava um pouco nervoso por causa do olhar penetrante da namorada.

– Me responda uma coisa: no casamento do meu primo você a beijou, não beijou?

– Eu... sim, eu beijei a Sarah – não queria mentir.

– Sabia!

– Mas nós nem estávamos namorando ainda! E...

Kayan foi interrompido por uma rápida acusação de Thays.

– Você sente alguma coisa por ela, não sente?

– Eu...

Ele ficou sem palavras, não podia dizer para a namorada que sentia algo por outra garota. Por outro lado, não achava justo continuar naquela situação. Ele estava com Thays não porque realmente sentisse por ela o que sentia por Sarah; estava com ela pelo motivo de que os dois se davam muito bem e via nisso a possibilidade de vir a sentir algo por ela e de esquecer-se de Sarah para sempre. Mesmo assim, estava começando a achar que não era justo fazer aquilo com ela e entenderia perfeitamente se ela quisesse terminar com ele; o que ele estava convicto de que ela faria.

– A falta de resposta é prova suficiente disso.

Houve alguns segundos de silêncio enquanto Kayan esperava que a namorada terminasse com ele, mas não foi o que aconteceu.

– Tudo bem.

– Tudo bem? – perguntou pausadamente.

– Sim, eu vou fazer você esquecer aquela garota. E vou fazer você gostar de mim mais do que gosta dela. Vou fazer com que você me ame.

Como para que provar o que tinha acabado de dizer, ela beijou-o com um ardor com o qual nunca o tinha feito antes.

Minutos mais tarde, o casal se juntou à pequena roda formada pelos demais magos. Dessa vez, Kayan manteve-se de mãos dadas com Thays, apesar de perceber um olhar de resignação por parte de Sarah.

– Muito bonito, os dois ficam aí de namorico em horário de trabalho – repreendeu-lhes Spaak.

– Desculpe-me Spaak, não vai se repetir – respondeu-lhe Kayan.

– Vou fingir que acredito. Mas agora, falando sério, descobri coisas interessantes.

– O que? – perguntou Thays.

– É, também fiquei curiosa – complementou Ellien.

– O fato é que os centauros têm atacado apenas garotas.

– Eles são algum tipo de tarados? – Fedrick tentou fazer uma brincadeira, mas apenas recebeu olhares de indignação por parte dos demais magos.

– Eles se sentem atraídos apenas pela própria espécie – repreendeu-lhe Ellien.

– Sei disso, foi uma tentativa de brincadeira.

– De muito mau gosto, por sinal – a garota tornou a falar.

– Pessoal, vamos prestar atenção – repreendeu-lhes Spaak. – O fato é: que poucas garotas foram encontradas mortas ou feridas, a maioria delas estavam simplesmente desacordadas em algum lugar na região.

– E isso quer dizer que... – Sarah arriscou uma teoria, mas não saiu nada.

– Que eles procuram alguma coisa, ou talvez alguém – Thays expôs sua opinião.

– Provavelmente – concordou Spaak.

– E qual será nossa ação? – perguntou Ellien.

– Eu tracei uma espécie de mapa para onde eles possivelmente tenham passado por último, iremos procurar nessas regiões até encontrarmos a tribo, estejam preparados para o confronto.

Conforme Spaak tinha planejado, eles começaram a percorrer toda a região atrás de pistas, mas como não encontraram nada, resolveram montar acampamento.

Armaram duas barracas, uma para os garotos e outra para as garotas. Enquanto Kayan e Thays aproveitavam o tempo para namorar, Spaak e Fedrick dormiam. Sarah e Ellien, por sua vez, conversavam dentro da barraca.

– Como você se sente com essa situação? – perguntou-lhe Ellien.

– Qual situação?

– Como qual? A do namoro da Thays com o Kayan.

– Ah... isso – disse ela, sem animo, na vã tentativa de fazer a amiga desistir do assunto.

– Você disse que ele te beijou na festa de casamento de Sakuro.

– Então, foi só isso, um beijo.

– Você não tinha nenhuma pretensão de namorar com ele?

Aquilo fez com que Sarah remoesse o passado, poderia ser ela, lá, com ele, ao invés de Thays. Balançou a cabeça com força, como que para espantar os pensamentos. O que passou, passou e ela não devia se arrepender.

– E você com o Mathen, por que terminaram? – tentou mudar de assunto e ficou feliz ao ver que conseguiu.

– Ele não te contou? Vocês são bem amigos.

– Sim, somos muito amigos, mas apenas isso. Não acredito que você tinha ciúmes de mim com ele.

– Eu tinha, mesmo sabendo que era um ciúme idiota.

– Mas não foi isso que acabou com a relação de vocês não, né?

– Também.

– Ah, Ellien, você não devia ter deixado isso acontecer.

– Mas foi mais culpa dele que minha. Ele e aquela ciumeira doentia do Fedrick.

– A suja falando do mal lavado. Não adianta jogar a culpa nele não.

– Então vai defender o amiguinho, né? – disse ela. com um falso tom de irritada.

– Vocês dois são meus amigos. Estou tentando ser imparcial.

– Nós nos gostávamos muito, mas não dava mais, Sarah.

– É uma pena, vocês formavam um casal tão bonito.

Naquele momento, Thays entrou na barraca.

– Boa noite garotas. Sobre o que vocês estavam conversando?

Sarah forçou um bocejo.

– Estou com sono, acho que vou dormir. Boa noite para as duas.

Thays olhou para Ellien intrigada e a garota devolveu o mesmo olhar. Após isso, só restou a possibilidade das duas dormirem.

* * *

Ao amanhecer, as duas equipes retomaram suas buscas. Ainda levaram algumas horas antes que Sarah conseguisse encontrar algum rastro.

– Pessoal, achei alguma coisa.

– O que é, Sarah? – perguntou Kayan afoito, estava cansado daquela busca.

– Um sinal bem fraco, mas eles passaram por aqui.

– Para onde? – indagou Spaak.

– Vem daquela direção – a garota apontou por entre umas pequenas árvores que adornavam a rala vegetação da planície.

– Certo, então vamos seguir por aqui.

Ainda levou mais duas horas para que Spaak começasse a sentir um sinal mais forte.

– O sinal está bem forte aqui, eles devem de estar a menos de dez quilômetros.

– Eu também estou sentindo a energia do local – Kayan concordou com o mestre.

– Vamos seguir, então – Fedrick propôs, estava tão ávido por ação quanto Kayan.

– Iremos, mas é melhor nos alimentarmos antes – disse Spaak ao observar que o sol já passava do meio do céu.

Todos concordaram com a sugestão, afinal já estavam famintos. Não foi uma refeição farta, pois eles estavam levando pouca comida no acampamento portátil que Spaak carregava consigo.

Após o breve almoço, eles continuaram seguindo para sudoeste até que realmente avistaram um número de seis centauros.

Com exceção de Spaak e Ellien, nenhum deles tinha visto um antes. Ficaram maravilhados com a beleza da raça. Todos eram muito parecidos – de longe pareciam iguais. Tinham o corpo robusto de um cavalo e, no local onde deveria sair o pescoço, havia um tronco humano.

A parte cavalo tinha um pelo expeço na cor castanho e muito bem tratado. O torso nu da parte humana mostrava os músculos definidos e protuberantes. Em suas cabeças um longo cabelo, também da cor castanho, se estendia até o meio das costas.

Com cautela, os magos tentaram uma aproximação, mas foram surpreendidos com uma rajada de flechas de energia. Elas eram feitas de uma energia luminosa e tinham um tamanho bem maior que uma flecha comum.

Em um impulso, Spaak e Kayan usaram um aurus pinn em conjunto para proteger os amigos. Nesse meio tempo, os centauros galoparam em volta do grupo cercando-o.

Uma sequência de ataques teve início. Flechas eram arremessadas de todos os lados. Os magos se defendiam com escudos de energia. Kayan, Spaak e Thays, logo perceberam que algumas flechas possuíam força e outras não; fato que acharam intrigante.

– Pessoal! Ou eles são trigêmeos ou eu não sei o que são.

Assim que Ellien falou, os magos perceberam que os centauros tinham sua particularidade. Eles eram muito semelhantes, mas tinham suas diferenças. Três deles tinham uma cicatriz no lado direito do tórax, três deles não. E, se reparassem bem, as faces também eram diferentes.

Bastou um olhar de Spaak para Kayan e Thays para os dois magos entenderem. Os três uniram-se formando uma barreira em forma de cúpula. Estabelecido as defesas, que suportavam facilmente os ataques, Spaak deu uma ordem à Sarah.

– Sarah. Tente descobrir quais são verdadeiros e quais são as ilusões.

A jovem maga se concentrou nas energias presente no local e a identificação se tornou fácil. Ela se aproximou de Spaak para transmitir a informação.

– Spaak, à sua esquerda, o mais afastado. Dos três à direita é aquele perto daquela grande pedra.

– Certo, transmita para Kayan, ao meu sinal ele deve perseguir o que está a minha direita.

A garota acenou positivamente e correu até Kayan. Assim que ela terminou de transmitir a informação, Spaak gritou.

– Agora, Kayan!

O mestre e o mago correram, cada qual na direção que deveria ir, porém os centauros eram espertos e perceberam o que os inimigos haviam planejado.

O centauro que Spaak perseguiu deixou suas ilusões atacando e galopou em direção sudoeste para escapar. No entanto, Spaak foi mais rápido e fez com que um circulo de fogo surgisse a sua frente. Ele assustou-se com as chamas e empinou. O mestre, então, correu com velocidade, impulsionado pela aura, e ficou de frente com o adversário.

Uma rajada de aura foi lançado direto contra a parte “cavalo” da criatura e esta foi arremessada para trás. Só não caiu porque Spaak usou um aurus paginne e travou as quatro patas do centauro no chão, além dos dois braços, usando fortes correntes de energia.

Nesse meio tempo, Kayan perseguiu o outro centauro, que fugiu a galope e deixou as ilusões irem de frente com Kayan. O mago, porém, não hesitou e atravessou os dois como se não fossem nada – o que não deixava de ser verdade. A seguir, impulsionou-se com sua aura e adquiriu uma velocidade semelhante a do centauro.

Quando percebeu que seria alcançado, ele virou-se e disparou uma flecha de energia particularmente grande. Kayan reagiu no susto conjurando um escudo de energia.

O mago ainda estava em movimento quando aparou o golpe e isso fez com que perdesse um pouco do equilíbrio. Defendeu-se com louvor, mas quando iria voltar a perseguir o alvo, este já estava muito na frente e não haveria como alcançá-lo.

Os seis magos agruparam-se em volta do centauro preso.

– Spaak, o da cicatriz conseguiu fugir, desculpe.

– Está tudo bem, por hora só precisamos de um.

O centauro se debatia para se soltar e soltava alguns sons parecidos com relinchos. Fedrick imaginou serem xingamentos.

Assim que Ellien se aproximou mais e pode reparar no rosto do centauro, não quis acreditar em que seus olhos viam.

– Arogue! Não pode ser! – exclamou ela com os olhos levemente marejados em lágrimas.

Kayan, Thays e Fedrick olharam para ela lembrando-se da história que ela havia contado dias atrás. Spaak e Sarah só puderam trocar olhares entre si, sem entender o que se passava com a garota.


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Notas finais do capítulo

Atrasei um pouco hoje porque esqueci de programar a postagem ontem, mas aqui está.
E então? O que acharam dos centauros e porque acham que o Arogue está fazendo isso?



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