Capítulo 032

Centauros (Parte 1)

A viagem de volta para Drugstrein foi longa e cansativa. Kayan teria preferido fazê-la à cavalo, mas o granmestre Aikos Fixue insistiu para que ele a fizesse em sua carruagem, então ele e Thays não tiveram escolha senão atender ao pedido do granmestre.

Quando eles chegaram no castelo já era o final da tarde e, apesar de estarem todos cansados, sabiam que eram aguardados por seus amigos e familiares após ficarem quase uma lua fora do castelo.

Todos estavam reunidos em um grande salão no topo de uma das torres grandes e todos os magos, os dois mestres recém nomeados e o granmestre seguiram para aquele local assim que o mestre dos cavalos do castelo avisou-os de que era lá que todos estariam.

Allef foi o primeiro a entrar e avistou primeiramente seus pais e seus irmão, seu companheiro de equipe e seu mestre. Não pensou duas vezes antes de seguir para lá.

Kayan e Thays entraram no salão com suas mãos entrelaçadas e o rapaz se arrependeu daquilo assim que viu o olhar de Sarah cruzar com o dele – não queria que a amiga descobrisse a novidade daquela forma. Tentou soltar a mão de Thays da sua, mas a garota manteve-a bem segura.

Ao desviar seu olhar do de Sarah, viu Spaak, Mathen e uma mulher de cabelos castanhos que ele deduziu a mãe de Thays. Sentiu seu rosto enrubescer-se no exato momento, mas não havia nada que poderia fazer quanto a isso naquele momento.

Thays também percebeu a própria mãe, Samantha, e sorriu para ela. Em seguida, ficou feliz em ver a expressão de surpresa daquela que ela considerava como sua rival. Por último, fitou os dois companheiros de equipe, Fredrick e Ellien, além da mestra Aghata.

Ao se juntarem aos amigos, Allef recebeu muitos parabéns pela promoção e Thays chamou sua mãe de lado, para que as duas e Kayan pudessem conversar.

– Mãe, quero que conheça o Kayan. Ele é... ele é meu namorado – a garota corou um pouco ao revelar a novidade para a mãe e Kayan ficou com o rosto ainda mais vermelho, sendo superado apenas pelas poltronas e tapeçarias da sala.

– Isso é uma surpresa – foi tudo o que Samantha conseguiu dizer.

– Desculpe-me, senhora...

– Samantha – disse ela, entendendo que Kayan ainda não sabia o seu nome.

– Desculpe por a gente ter falado assim tão de repente. É que, na verdade, aconteceu tudo muito rápido.

– Como assim, muito rápido? – perguntou ela em tom acusatório.

– Muito rápido, mãe. Meio que de repente – a garota apressou-se em explicar antes que conclusões precipitadas fossem tomadas.

– Só não irei questionar isso agora porque todos estão nos esperando, mas, depois, quero todos os detalhes, ouviu bem, mocinha?

Kayan engoliu em seco assim que ela se virou.

– Estou brincando – disse ao se virar de volta com um grande sorriso nos lábios. – Eu fico feliz que minha filha esteja namorando você, Kayan. Afinal de contas, ela fala muito à seu respeito.

– Mãe! – protestou Thays enquanto corava com o comentário.

Samantha ignorou o fato e voltou para junto dos demais presentes na sala. O casal a acompanhou e, ao aproximarem-se dos outros, ainda de mãos dadas, Thays fez o pronunciamento.

– Queria que todos soubessem que o Kayan e eu estamos namorando.

– O quê!? – exclamaram, ao mesmo tempo, Sarah, Mathen e Ellien.

– Como assim, namorando? – perguntou Sarah ao se recuperar do estado de choque, sem querer acreditar que os dois estivessem realmente em um relacionamento.

– Aconteceram algumas coisas durante o exame e... e acabamos ficando juntos – respondeu Kayan, evitando o olhar da garota.

– Kayan, isso realmente é de se espantar – disse Mathen enquanto se aproximava. Porém, recuou assim que viu Ellien fazendo o mesmo.

– Parabéns – disse a garota. – Vocês formam um casal muito bonito.

– Obrigada.

– Kayan, desaprovo totalmente suas atitudes – comentou Spaak em um tom brincalhão. – Além de não passar no exame, ainda foi se amarrar à uma mulher, mesmo sendo tão jovem. Para onde foram parar meus ensinamentos?

– Nem vem, Spaak – interrompeu-lhe Aghata. – Não queira encorajar o Kayan a ser como você.

– Tudo bem Aghata, acho que cada um tem um jeito. A propósito, aquele convite ainda está de pé.

– Não me leve a mal Spaak, você é muito bonito e charmoso, mas já saiu com metade de minhas amigas.

– Então ajude-me a completar a lista – respondeu sorrindo.

– Você não tem jeito mesmo – comentou ela. Apesar do comentário, deu uma piscada breve para o mestre, ato que apenas ele próprio e Kayan perceberam.

– Mudando de assunto, melhor contar ao Kayan as novidades, Spaak. Já falei para o Allef e ele aprovou – disse Luanne Muscort ao se aproximar do grupo.

– Que novidades? – perguntou Kayan, curioso.

– Deixa que eu falo – interrompeu-lhes Mathen.

– Pois então fale.

– Não vá ficar bravo comigo, mas estou saindo da equipe.

– O quê!? Mas por quê?

– Não pense que é algo pessoal, é só que... eu gostaria de trabalhar em família. Vou formar uma equipe com Allef e a Luanne.

Kayan esboçou um certo alivio ao entender o que o amigo desejava.

– Entendo. Não ficaria irritado por causa disso, Mathen. Será uma boa oportunidade para você. Seu irmão é muito bom em feitiços de terra. Além do mais, ainda seremos amigos.

– Certo, falando nisso, depois quero conversar com você.

– Okey – respondeu intrigado com o que poderia ser o assunto.

– Espere, Kayan, ainda não acabou – Spaak voltou ao assunto. – Tenho uma proposta a lhe fazer. Será que você abriria mão de sua liderança para formar uma equipe comigo?

– Uma equipe com você?

– Sim, eu entraria como líder, uma vez que sou um mestre e você não.

– Joga na cara que não passei no exame, joga – disse Kayan, rindo. – Além de nós dois, a Sarah permaneceria, não é?

– Sim.

– Então tudo bem.

Thays não gostou nem um pouco da intenção de Kayan em manter Sarah na equipe, mas não demonstrou reação alguma.

– Thays, vem cá, quero saber detalhes dessa história do namoro de vocês dois – Ellien puxou o braço da amiga.

– Tudo bem, vamos até a taverna pra conversarmos. Vem Kayan.

– Ele não. É papo de garotas – protestou Ellien.

– Tudo bem, pode ir com ela, também tenho alguns assuntos a tratar.

– Tudo bem então.

A garota despediu-se de Kayan com um breve beijo e saiu com a amiga. Logo depois, Kayan observou Sarah, que tinha permanecido o tempo todo no canto e calada, também sair.

– Mais tarde conversamos, Spaak.

O garoto quase deixou o mestre falando sozinho sobre os planos para a equipe e foi atrás de Sarah. Interceptou a garota nos corredores, quase saindo da torre leste para ir para os dormitórios.

– Sarah, espera, quero falar com você.

– Sobre o que? A nova equipe?

– Você sabe sobre o que.

Ela faz uma careta, não queria falar sobre isso. Queria esquecer que Thays existia. Queria esquecer que Kayan existia. Mas isso ela não conseguia fazer, pois sabia que sentia algo por ele, só não sabia o que.

– Você está chateada?

– Por que estaria? Afinal de contas você é só... um amigo.

O jeito que ela falou doeu fundo em Kayan, mas ele não deixou transparecer. Iria esquecê-la. Estava com Thays agora e tinha que esquecer o que sentia por Sarah. Mesmo assim, não queria que ela se afastasse, por mais que isso lhe parecesse egoísmo.

– Está sim. Posso ver isso em seu rosto e em suas ações.

– Talvez eu esteja um pouco chateada. Então o beijo que você me deu não significou nada.

– Como não significou nada, Sarah? Além do mais, foi você quem me rejeitou, lembra-se?

Isso era verdade, e ela sabia bem disso, por isso não respondeu.

– Queria que eu fizesse o quê? Ficasse sozinho? Era lógico que eu iria arranjar outra pessoa.

– Mas justo ela? Com tantas, você tinha que namorar justo a Thays.

– Não te entendo Sarah. Pra que essa implicância com ela?

Sarah achou aquela a pergunta mais idiota do mundo. Estava na cara o motivo por que as duas não se davam bem. Mais precisamente, na sua cara, logo a sua frente. Apenas ele ainda não tinha se tocado.

– Quer saber, Kayan. Vai lá com a sua Thays que eu não dou a mínima.

Depois disso, ela saiu quase correndo. Se não o fizesse, não conseguiria mais evitar que lágrimas rolassem pelo seu rosto.

Ainda irritado, Kayan seguiu para a torre norte, tinha assuntos a tratar com Sakuro.

Boa tarde, Kalistto. – Kayan cumprimentou um dos magos que sempre se mantinha de vigília no andar dos granmestres.

– Ah, olá Kayan. Imagino que tenha vindo conversar com o granmestre Sakuro.

– Sim.

– E como foi o exame?

– Na verdade, reprovei na última etapa.

– Sério? Que pena, tinha apostado com um amigo que você passaria. Perdi três litros de hidromel por sua causa – disse rindo.

Kayan também riu antes de voltar a falar.

– Lamento muito, da próxima você poderia tentar também.

– Tá bom, se você não passou, quem dirá eu.

Kalistto já tinha o dobro da idade de Kayan, mas os dois tinham desenvolvido uma certa amizade. O mago já tinha atingido seu limite evolucionário e não tinha nenhuma esperança de se tornar mestre algum dia. Kayan achava que isso na verdade era preguiça e que, se ele se esforçasse, ainda poderia melhorar.

– Vou indo falar com o Sakuro então.

– Certo. Boa sorte na próxima.

– Obrigado.

Kayan passou pelo vigia, bateu na grande porta dupla de madeira e se identificou. Após ouvir um “pode entrar” de Sakuro, entrou no recinto. Deu mais uma olhada na sala onde sempre entrava. Reparou nas tapeçarias todas ornamentadas com o brasão de Drugstrein e, na grande mesa em frente, onde encontrava-se seu amigo e granmestre: Sakuro Cyren. Certamente Kayan adorava aquele lugar.

– Ainda bem que é você Kayan, não aguento mais esses mestres de elite me enchendo. Até a minha Katherine ta meio chata hoje.

Sakuro levantou-se e se dirigiu até uma espécie de armário com porta de vidro. O abriu e pegou uma garrafa de vinho. Usou um feitiço ryado para gelá-lo ao ponto certo. Em seguida, serviu-o a si mesmo e para Kayan.

– Gosto muito dos vinhos que você tem aqui – disse o rapaz ao tomar um gole de seu copo.

– Fiquei sabendo do resultado de seu exame para mestre – disse enquanto se sentava de frente para Kayan novamente. – Eu, assim como muitos, acho que aconteceu algo fora da normalidade durante esse último exame.

– Digamos que você acertou.

– O que aconteceu?

– Isso era um dos assuntos que eu queria conversar com você. Reprovei para ajudar minha namorada.

– Sua... namo... rada? – Sakuro olhou para Kayan com cara de quem estava completamente desatualizado. Kayan riu da expressão no rosto do amigo.

– Digamos que agora eu possa te chamar de primo.

Sakuro ficou boquiaberto e pasmo com a declaração de Kayan.

– Você e minha prima... você e Thays estão namorando?

– Sim.

– Bem que Katherine me falou que achava que vocês dois se gostavam. E, reparando bem, sempre achei que vocês ficavam tão a vontade um com o outro. Mas você disse que foi para ajudá-la. O que aconteceu?

– Karion a atacou durante o último exame. Durante o duelo, ela acabou com a perna ferida. Foi então que eu apareci.

– Karion a atacou. Um dos nossos atacando um companheiro. Isso não é legal.

– Pois é. Eu quase perdi pra ele de novo.

– Como venceu?

– Usei a esfera da destruição.

– Isso não é bom, agora tem mais alguém que sabe seu segredo. Alguém que acabou de se tornar mestre.

– Mas acho que ele não vai falar nada porque senão teria de admitir que foi derrotado por alguém que ainda é um mago.

– Entendo. E depois, o que aconteceu?

– Tentei curar a perna da Thays, mas como não fiz o trabalho direito, tive de carregá-la de volta à cidade.

– Então foi nisso que gastou o tempo do último exame. E quando vocês começaram a namorar?

– Nesse meio tempo eu a beijei... meio que de surpresa. Depois decidimos começar a namorar.

– Fico feliz por vocês dois, não poderia ter alguém melhor para minha prima – disse Sakuro sorrindo. – Mas qual é o segundo assunto? Esse?

– Também. O segundo assunto era apenas conversar à toa.

Sendo assim, Kayan ainda permaneceu um bom tempo jogando conversa fora com Sakuro, até que um mestre de elite entrou na sala dizendo ter assuntos urgentes a resolver.

Kayan saiu de lá e foi para seu próximo destino. A noite já estava caindo quando ele bateu na porta do apartamento da família Muscort e foi atendido por uma garota bonita de cabelos dourados.

– Boa noite, Luanne.

– Ah, oi Kayan, não quer entrar?

– Não, obrigado, só vim convidar o Mathen para ir até a taverna. Ele disse que queria conversar comigo.

– Ele já está vindo. Você não ficou chateado por tirarmos ele da sua equipe, não é?

– De maneira alguma. Vai ser uma boa experiência para ele. As equipes mudam mesmo, e qualquer dia nós podemos voltar para a mesma equipe.

– Você tem razão.

– E aí, Kayan – disse Mathen ao aparecer na porta.

– E aí, vamos beber um pouco?

– Sim. Tchau, Lu.

– Até mais, Luanne – Kayan se despediu da Muscort.

– Divirtam-se.

Os dois amigos entraram na taverna, que estava lotado aquela noite. Kayan viu que em uma mesa estavam Thays e Ellien. Ele acenou para a namorada e chamou Mathen para ir para lá, tinha a ideia de um encontro de casais.

– Não quero ir.

– Por que não? Brigou com a Ellien de novo?

– Nós... nós terminamos.

Kayan não respondeu, apenas olhou, um tanto quanto perplexo, para o amigo.

– Por isso disse que queria conversar. Acho que seria bom desabafar com um amigo. No caso, meu melhor amigo.

– Vamos pegar uma mesa e conversar então.

Os dois escolheram um lugar longe da outra dupla; Kayan achou que isso seria o melhor para Mathen. Pediram uma garrafa de hidromel e Mathen começou a falar. Contou em detalhes tudo o que tinha acontecido e tudo o que lembrava da conversa de algumas noites anteriores onde ele e Ellien haviam brigado mais uma vez e ela chegou a conclusão de que eles não dariam certo. Kayan limitou-se a ouvir e comentar alguma coisa ou outra.

– Você realmente gostava muito dela, não é? – perguntou por fim.

– Eu acho que eu a amava, talvez ainda a ame, mas... mas parece que não dá certo para nós dois.

– Realmente sinto muito por você. Eu não sei o que dizer em uma hora dessas.

– Não precisa dizer nada. Apenas o fato de você me ouvir já é o suficiente.

– Vou ter que repetir o conselho que você me deu algumas luas atrás. Tente esquecê-la. Vai ser difícil, mas você consegue.

Um longo e constrangedor silêncio se instaurou no local. Ambos continuaram apenas bebendo e, quando Kayan resolveu quebrá-lo, Mathen o fez primeiro.

– E você e a Thays? Como isso aconteceu? Pegou todo mundo de surpresa.

Dessa vez foi a vez de Kayan contar sua história. Mathen realmente se surpreendeu e ouviu atentamente, exclamando na hora certa, a parte onde o amigo narrou seu duelo contra Karion.

– Mas você gosta dela de verdade? Assim como gosta da Sarah.

– Eu e Thays nos damos super bem. Acho que temos tudo para dar certo – fugiu da pergunta e Mathen não insistiu. – Acredita que a Sarah ficou brava comigo por eu estar namorando com a Thays? – continuou ele.

– E você achou que ela não ficaria chateada?

– Por que ficaria?

Mathen bateu com a mão na testa em um ato exagerado para demonstrar a total ignorância de Kayan.

– É obvio que ela sente alguma coisa por você.

– Não faz sentido, Mathen. Se fosse, por que ela me rejeitaria?

– Ela é uma garota; sabe como elas são complicadas. Acho que ela só queria que você insistisse mais. Sei lá, tipo dar uma de difícil.

O mago ficou pensativo por um tempo.

– Acorda Kayan. Ainda está aí?

– Ah... desculpe-me, estava perdido em pensamentos.

– Sei.

– Agora não importa mais. Ela teve a chance dela e desperdiçou. Agora eu estou com a Thays.

Ambos continuaram conversando até tarde da noite. Thays esperava poder ficar um pouco com Kayan, mas entendeu que ele queria passar um tempo com o amigo que não via há muitos dias. Sendo assim, a garota apenas acompanhou Ellien até os aposentos da família dela e se dirigiu para o seu próprio.

* * *

Oito dias se passaram desde o fim do exame para mestre e o retorno dos magos para Drugstrein. Nesse meio tempo, Kayan conversou novamente com Sarah e a garota demonstrou sinais de que voltaria ao normal com ele em breve. No passado os dois já haviam brigado antes e a amizade continuou a mesma; desta vez não seria diferente.

Spaak tinha chamado os dois para a sala de reunião; teriam sua primeira missão como equipe. Kayan entrou na sala e reparou que Sarah já estava à espera, assim como Spaak.

– Vocês estão adiantados – comentou ele.

– Sim, e você atrasado – repreendeu-o Spaak, embora sem ser rude.

– Mas só um pouquinho – desculpou-se.

– Tudo bem, tudo bem – disse Sarah. – Mas eu estou curiosa para saber qual será essa nossa primeira missão.

– Será um missão de grau A.

– Sério?! – gritou, em uníssono, o casal.

Enquanto conversavam, Spaak desenrolou, sobre a mesa, um pergaminho contendo um mapa, onde ele assinalou uma região.

– Esta região apresentou uma ação anormal por conta de uma tribo de centauros.

– Centauros? Pensei que eles fossem nômades que viviam em pequenos grupos de dois a cinco indivíduos – comentou Sarah, lembrando-se das aulas sobre criaturas de Wesmeroth.

– Exatamente, por isso a situação é estranha. Centauros normalmente evitam contato com humanos, mas este grupo tem atacado alguns. A Ordem de Drugstrein foi chamada e responderemos ao caso. Essa missão, porém, poderá ser perigosa para uma equipe sozinha, então iremos chamar uma outra equipe liderada por um Mago. Eu sugiro a equipe de Thays.

– Sim, a equipe dela será perfeita. Já trabalhamos juntos e será bom trabalharmos juntos de novo.

Sarah iria protestar, não queria ter que trabalhar junto com aquela garota e muito menos vê-la se agarrando com Kayan. Apesar disso, chegou à conclusão de que seus protestos seriam inúteis.

– Mas não é pra você ficar de namorico com ela durante a missão, hein Kayan – repreendeu-o o mestre.

– Que isso, Spaak. Você sabe que, tanto eu quanto ela, somos profissionais. Não faremos isso – argumentou com um sorriso nos lábios.

– É bom mesmo. Então você poderia chamá-la?

– Sim.

Kayan saiu da sala muito empolgado. Gostou da ideia de fazer uma missão de grau A. Mal suspeitava ele que, por trás desses ataques de centauros, muita coisa se escondia.