A rainha perdida escrita por Amanda


Capítulo 15
Puissance Violette




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Na verdade eu não podia explicar, não por que não quisesse, mas por que não sabia como.
– O que. Acabou. De. Acontecer? - Edmundo perguntou assustado.
– Olha...eu não...- fui interrompida.
– Amanda! Ed! Cadê vocês? ED!!!AMANDA!!- Os gritos de Lúcia ecoavam por entre as árvores.
– A Lúcia sabe disso? - Edmundo chegou perto de mim e falou baixo.
– Não, ninguém sabe. - Eu sussurrei.
Ele segurou meu pulso, não para me machucar, mas sim alarmado.
– Depois do almoço, vamos conversar sobre isso, encontre-me na última sala da torre ao norte. Agora vamos. - ele seguiu na frente com passos rápidos e largos.

Fui logo atrás, mais lentamente, porém tentando ao máximo acompanhar seus passos.

– O que vocês estavam fazendo aqui? - Lúcia estava confusa, era claro em sua expressão.

– Nós viemos procurar a flecha da Suh...- Edmundo disse. Sua voz estava alterada e, por mais que ele tentasse, não conseguia disfarçar totalmente.

– Sim, achei que ficaria chateada se eu a perdesse. - Me pronunciei. Minha voz permanecia calma, como se nada tivesse acontecido.

– Não precisam se preocupar com isso, ainda tem muitas outras lá dentro. Vocês me deixaram preocupada, sabiam? - Começamos a caminhar e conversar.

– Perdão Rainha Lúcia. - Falei. Aquilo tinha acontecido por minha culpa mesmo.

– Não me peça perdão Amanda, não foi nada demais, e, novamente, me chame só de Lúcia. - Ela disse em um tom sério, porém calmo. - Ainda está cedo, quer treinar mais?

Lúcia falava e mantinha o olhar para frente e as vezes para o chão para ver onde pisava. Quando notou que ambos, Eu e Edmundo, ficaram em silêncio logo se virou e nos olhou.

– Aconteceu alguma coisa? Vocês não parecem muito bem. O que houve lá dentro? - ela apontou com o rosto para o meio das árvores. Já havíamos saído da floresta e agora caminhávamos para onde as armas ficavam.

– Não, está tudo bem - forcei um falso sorriso. - Mas já estou me sentindo cansada, podemos continuar mais tarde? - Eu era um desastre em fingir que nada tinha acontecido.

– Tudo bem. - Ela disse, ainda com aquele olhar de desconfiança.

– Senhoritas, tenho algumas tarefas a resolver, s eme dão licença... até o almoço. - Edmundo nos cumprimentou curvando um pouco a cabeça e saiu.

– Amanda, se tiver algo para me contar...estou aqui para ouvir- Ela sorriu para mim enquanto guardava a aljava cheia que ela tinha pegado atoa.

Ficamos bons 5 minutos em silêncio, eu não queria falar nada e ela arrumava o que estava fora do lugar e procurava alguma coisa, até que esse silêncio começou a ficar desconfortante para a Rainha Lúcia e então ela se pronunciou.

– Dormirei no seu quarto novamente, Amanda? - Ela abriu um largo sorriso esperando que a resposta fosse sim e eu não poderia negar, depois de tudo que tinha acontecido ao decorrer dessas semanas estranhas, eu não queria dormir sozinha nunca mais.

– Claro! - Devolvi o sorriso. - Bem, o almoço é daqui a algumas horas, o que faremos até lá? - perguntei, eu não parecia muito animada, isso era notável, mas estava me esforçando para esconder a ansiedade que insistiu em brotar repentinamente no meu peito, eu queria colocar tudo para fora, contar tudo logo ao rei Edmundo, por mais que fosse improvável, eu esperava que ele tivesse respostas, por mais simples que fossem, mas ainda assim respostas.

– Bem, podemos ir a biblioteca! E talvez possamos caminhar na praia ou nadar um pouco. O que você prefere? - Ela perguntou.

– Hm...biblioteca. - Sorri, eu amava ler e quando ouvi aquelas palavras saírem da boca de Lúcia, a ansiedade cresceu, e agora ela estava dividida entre a ansiedade que demoraria a passar, a ruim e a que era boa e excitante, a que passaria assim que eu colocasse os pés naquela biblioteca.

– Então você gosta de ler? - Começamos a conversar no caminha até o castelo.

– Sim! Amo, é um dos meus passa-tempos preferidos.

As horas passaram rápido na biblioteca, ficamos conversando e folheando diferentes livros, até que a hora do almoço chegou.

A cada minuto que passava eu ficava mais ansiosa, de um modo ruim, porém ansiosa.

Na mesa, Edmundo e eu trocávamos olhares desconfortantes a todo o momento, quando ele me olhava, parecia que estava me estudando ou tentando olhar dentro de mim, entrar na minha cabeça.

Tentei parar de pensar que os olhos dele estavam dirigidos a mim e tentei me distrair, mas era quase impossível, acho que até Lúcia e Pedro perceberam. Seja lá o que ele estava pensando estava me deixando constrangida e incomodada.

"última sala da torre ao norte" torre norte? onde será que fica? Eu estava andando sem direção, procurando por alguém. Subi escadas, desci escadas, até que finalmente encontrei uma alma viva.

– licença senhor, pode me dizer onde fica a "torre ao norte"? - Era um fauno que passava por ali com uma caixa nas mãos.

– É só subir as escadas perto da pintura no final daquele corredor - ele apontou com os olhos.

– Obrigada.

Fiz o que ele disse e no topo das escadas havia um corredor com três portas, era um lugar meio escuro e empoeirado, como uma torre abandonada. Tossi algumas vezes por causa da poeira, mas segui até a última porta e bati. A porta rangeu e se abriu

– Entre por favor - Edmundo disse e abriu caminho para que eu passasse.

Adentrei a sala e me surpreendi com o que havia lá dentro, grandes quadros com pinturas antigas e uma estante de livros empoeirados.

– Por que estão aqui e não na biblioteca? - Perguntei olhando para os livros.

– Você já vai descobrir. Agora sente-se aqui.

Haviam duas cadeiras e uma mesa perto de uma janelinha.

– Amanda, o que aconteceu na floresta? - ele olhava sério.

– Bem...eu só queria...sei lá...eu não...- respirei fundo - é uma longa história.

– Estou ouvindo.

Contei tudo para ele, sobre os torpes, sobre quando me perdi, sobre tudo.

– É isso. - disse em fim. Ele parecia tentar se manter calmo, mas era perceptível que não estava nem um pouco.

– Amanda...espera, os torpes, a tiara, Hernier...todos vieram para te atacar...será que...- ele levantou e seguiu em direção a estante e lá puxou um livro grosso com a lombada preta descascando. - Eu o encontrei em uma das viagens...na viagem em que perdemos a Suh...- ele olhava com tristeza para o livro. - enfim, é um livro de Magia negra, é uma magia pior que a da feiticeira branca, descobri isso por que li algumas páginas, mas o guardei, escondido de qualquer um. Pode ser que haja alguma coisa sobre tudo isso aqui.

Abrimos o livro e encontramos em uma das primeiras páginas "Puissance violette"

Algumas instruções estavam escrito logo a baixo, porém não conseguíamos entender e haviam gravuras.

"seulement deux âmes peuvent soutenir ce pouvoir que chaque page est encourage"

estava logo abaixo da primeira gravura.

– Olha, acho que se você apertar um pouco os olhos consegue ver duas pessoas.

– Mas o que é isso no meio delas? - perguntei.

– Não sei, parece brilhar, parece um brilho violeta...- Ele disse.

"Violette" "Puissance"...onde eu já escutei isso? pensei por alguns instantes, espera, é francês, tive isso na escola, parece que agora serviu para alguma coisa. Significa...Alguma coisa Violeta, como não pensei nisso antes

– Acho que encontramos, olhe. - Ele apontou para outra figura ( nota: as figuras são pintadas a mão, como em livros muito antigos.) uma mulher com as mãos esticadas para frente liberava uma luz que tinha um brilho meio roxo.

– Magia negra? Eu nasci com poderes mágicos? - parei de encarar o livro e voltei meu olhar para o vazio.

– Não. Não nasceu com poderes mágicos, para mexer com magia negra você precisa aprender ou ser enfeitiçada e você certamente não aprendeu. Alguém colocou isso em você e creio que não tenha sido do seu mundo, pois alguém aqui em Nárnia está atrás de você.


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Notas finais do capítulo

Oi gente. Eu queria pedir desculpas por ter demorado muuuuito tempo pra postar, sem desculpinhas esfarrapadas, eu estava sem criatividade mesmo, mas eu finalmente voltei e já estou pra começar o próximo capítulo, me desculpem mesmo, vou tentar postar bastante nessas férias, eu espero muito que estejam gostando!! Comentem ai o que estão achando, o que querem que aconteça e o que vocês acham que está acontecendo com a Amanda e em Nárnia! (Sou muito curiosa quanto a opinião de vocês) é isso, beijos e obrigada por lerem até aqui



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