Laços de Guerra - 4ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 9
Capítulo 9 - Teddy Lupin e Room of Requirements




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24 de Abril de 1998.

— Onde é que esses dois estão? — perguntou Fleur, entregando alguns pratos para Luna e Dean colocarem na mesa.

— Devem estar na praia — respondeu Amber, ajudando Hermione a estender a toalha de mesa.

— Isso non vai ficarr assim... — murmurou Fleur, limpando as mãos no avental — Bill, vem aqui!

Bill apressou-se para ajudar Fleur a colocar a comida nas compotas, enquanto a loira saía pela porta dos fundos. Ela caminhou até a praia onde conseguiu avistar o casalzinho se beijando.

Sarrah Susan Black e Frrederrick Weasley! — gritou Fleur, fazendo-os se separarem assustados — Entrrem agorra mesmo!

Quando teve certeza de que eles não ficariam enrolando, ela voltou para dentro colocar o jantar.

— Precisava desse escândalo todo, Fleur? — murmurou Sarah, entrando pela porta dos fundos.

— Eu non nasci ontem, jeune dame! — sussurrou Fleur, olhando para a porta para garantir que ninguém os escutava — Alors que dans ma maison, va se comporter!

— Eu não sou uma garce — cuspiu Sarah.

— Então pare de agir como uma — disse Fleur, antes que Sarah saísse irritada da cozinha — Va changer de vêtements!

Amber entrou na cozinha olhando estranhada para Fleur.

— Precisa de mais alguma coisa? — perguntou.

— Me ajuda aqui com os talherres, se il vous plaît — pediu Fleur, entregando alguns garfos e facas — Isso deve darr.

Enquanto Amber e Hermione colocavam os talheres do lado dos pratos, Bill desceu as escadas conduzindo Ollivander, que ainda estava frágil, se agarrando ao braço dele para se manter de pé.

Ele se despediu de todos os presentes, demonstrando um carinho especial por Luna, e levando a tiara que Fleur usou no casamento para devolver a Muriel.

Todos se sentaram a mesa, Fred e Sarah com roupas secas. Fleur não comeu nada, esperando por Bill que não demorou a chegar trazendo notícias da família.

Oliver deu um olhar para Amber e se levantou da mesa, indo para o outro da sala. Amber terminou de comer e o seguiu, enquanto Fleur recolhia os pratos vazios.

— O que aconteceu? — sussurrou Amber, ao vê-lo olhar pela janela em silêncio.

— Queria poder ajudar de alguma forma — murmurou Oliver — Talvez, eu pudesse falar com Levinda para ver se eles conseguem abrigar a Luna ou Dean.

Agorra que Ollivander parrtiu — disse Fleur, parecendo ter escutado o que Oliver disse — Podemos dividirr melhorr os quarrtos, se vocês quiserrem.

A porta foi sacudida bruscamente, fazendo Bill levantar a sua varinha rapidamente.

— Quem é? — gritou.

— Sou eu, Remus John Lupin! — gritou Remus, do outro lado da porta — Sou um lobisomem, casado com Nymphadora Tonks, e você, o fiel do segredo de Shell Cottage, me disse o endereço e me convidou a vir quando houvesse uma emergência.

Amber mordeu o lábio nervosa e trocou um olhar, inconsciente, com Harry. Não era só o que poderia ter acontecido que a deixava nervosa, mas também o fato de que seria a primeira vez que eles se veriam desde a briga no Grimmauld Place.

Bill apressou-se para abrir a porta e Remus entrou rapidamente, levemente pálido. Ele passou o olhar pela sala, conferindo quem estava e gritou:

— É um menino! Nós o chamamos de Ted, em homenagem ao pai de Dora!

Sarah olhou para Amber com os olhos arregalados. Elas tinham se esquecido completamente da criança.

— O quê? Tonks... Tonks teve o bebê? — gritou Hermione.

— Sim, sim, ela teve o bebê! — exclamou Remus e todos desataram a lhe parabenizar.

— Caramba, um bebê! — disse Rony, aturdido.

— Sim... Sim... Um menino — repetiu Remus e então foi abraçar Harry — Você aceita ser o padrinho?

— E-eu? — gaguejou Harry e Amber sorriu, sentindo os olhos se marejarem.

— Você, sim, claro. Dora concorda, ninguém melhor... — disse Remus.

— Eu... Sim... Caramba... — atrapalhou-se Harry.

Bill correu para a cozinha para pegar um pouco de vinho para comemorar.

— E você, Sarah — disse Remus, virando-se repentinamente para Sarah — Aceitaria ser a madrinha?

— É claro! — concordou Sarah, sorrindo.

— Coitado desse menino — disse Fred, levando um soco da namorada.

Amber limpou algumas lágrimas que desceram pelo rosto e se levantou para abraçar a Remus.

— Parabéns, padrinho — sussurrou, antes de se afastar.

— Eu... Eu não esperava que Marlene tivesse te contado — disse Remus, atordoado.

— Você é um idiota — concordou Amber, sorrindo.

Bill voltou com algumas taças e o vinho e todos comemoraram.

— Não posso ficar muito tempo, preciso voltar — disse Remus, sorrindo e pegando a sua taça — À Ted Remus Lupin, um grande bruxo em formação!

— Com quem ele se parece? — perguntou Fleur.

Ele permaneceu mais um tempo, contando sobre Ted, que era metamorfomago e depois voltou para junto de sua família.

— Tudo bem, Sarra — disse Fleur, rindo — Só mais uma.

E encheu a taça de Sarah mais uma vez, antes de colocar a rolha no vinho. A briga delas de mais cedo parecia nunca ter acontecido, mas elas sempre foram assim.

Teddy era uma nova vida no meio dessa guerra... Mais um motivo para o qual lutar.

— Meus pais teriam gostado de ver isso — disse Sarah, sorrindo de lado — Remus John Lupin. O certinho se revelou um perfeito papa-anjo.

— Sarah! — bronqueou Amber.

Sarah lhe mostrou a língua, antes de tomar um gole da taça.

1º de Maio de 1998.

Quando Amber acordou, duas camas do quarto estavam vazias e arrumadas. Ela se levantou e andou até o quarto da frente, comprovando que também tinham duas camas vazias.

— Luna está do lado de fora, treinando com a varinha que Ollivander lhe fez — disse Dean, no almoço — Eu ouvi que Colin estava em Hogwarts.

— Mas ele é nascido muggle — observou Fred.

— Deve ter enlouquecido — disse Sarah, negando com a cabeça.

— Me empresta a sua moeda? — perguntou Amber para Sarah.

A morena lhe olhou confusa pelo pedido.

— A moeda da D.A — explicou Amber — A minha ficou no quarto.

— Aqui — disse Dean, emprestando a dele para ela.

— Será que o feitiço de Hermione ajuda os membros a identificarem de quem pertence a moeda? — perguntou Fred.

— Essa é uma pergunta interessante — concordou Oliver.

Amber ficou virando a moeda na palma da sua mão por um tempo, enquanto olhava-a fixamente.

— Fiz isso com a moeda que Lee deu a Audrey — disse Amber — Também tentei entrar em contato com Neville depois que ele avisou do sequestro de Luna, mas acabei esquecendo.

— O que está pensando em fazer? — perguntou Sarah.

— Colin não deve ter ido no trem de Hogwarts. Ele sabia um modo de entrar no castelo sem ser visto — disse Amber — Caso contrário não teria ido. Fred, Sarah, vocês estão com as suas moedas?

— Por quê? — perguntou Fred.

— Preciso testar o feitiço — disse Amber — Vou enviar uma mensagem para um de vocês. Me avisem se a moeda dos dois queimar.

Ela apontou a varinha para a moeda e inventou uma mensagem qualquer.

— A minha queimou — disse Fred, tirando do bolso.

— A minha não — disse Sarah, observando o que Amber estava fazendo.

Amber apontou novamente para a varinha e mandou outra mensagem, mas a moeda de nenhum dos dois queimou.

— Obrigada, Dean — disse Amber, entregando a moeda para o garoto — Me avisa se Neville responder.

Mal tinham acabado de terminar a refeição quando houve uma resposta.

— Hog’s Head! — exclamou Dean, mostrando para Amber — Eles estão hospedados na Room of Requirements e, quando pediram por comida, abriu uma passagem para o bar.

— Isso é brilhante! — disse Fred.

— Partiremos hoje antes do anoitecer para que o alarme não soe — disse Amber, decidida.

— Que? — perguntaram Sarah, Fred e Oliver ao mesmo tempo.

— Eu quero ajudar na revolta contra os Carrow — disse Amber — Quero fazer alguma coisa. Sarah e Fred estiveram no Potterwatch, mas eu não fiz nada desde que essa guerra começou. Eu só me escondi enquanto o meu irmão se arriscou para derrotar You-Know-Who.

— Isso não é verdade — disse Oliver — Você esteve investigando sobre tudo para ajudar a Harry. Você enviou aquele patrono.

— Hermione descobriria isso uma hora ou outra — retrucou Amber.

— Cinco minutos fazem a diferença — disse Oliver.

— Essa não é questão. Eu quero ir para Hogwarts — disse Amber.

— E vamos com você — disse Sarah — Quer vir, Dean?

— Acho melhor não. Gosto de ficar aqui — respondeu Dean.

Eles subiram para pegarem as suas coisas e partirem o mais rápido possível.

Porr que vocês estão indo emborra? — perguntou Fleur, aflita, enquanto via Amber e Sarah darem uma revisada em suas mochilas — Isso non tem cabimento! Aqui vocês estão segurras!

— Vamos ficar bem — disse Sarah, movendo o zíper da mochila.

— Tem um lugar em Hogwarts em que os Death Eaters não tem acesso — explicou Amber — Estaremos seguras.

— Eu non gosto disso. Ficarr sem notícias de vocês — choramingou Fleur, puxando-as para um abraço forte.

— Hogsmeade deve estar sendo vigiada agora — murmurou Sarah, quando Fleur saiu — Usaremos Polyjuice Potion?

Amber abriu a bolsa/mochila e procurou o frasco de poção, mostrando para ela.

— Você pegou dois quando foi embora com o Fred — disse Amber, irritada — Eu não tinha feito tanto e nós bebemos quatro frascos durante o casamento de Bill e Fleur.

— Demora quanto tempo para fazer? — perguntou Sarah, encabulada.

— Um mês — retrucou Amber, revirando a mochila a procura de mais — Fred e Oliver podem até serem sangues-puros, mas os Death Eaters já sabem que estão andando com a gente.

— Eu já volto — disse Sarah, saindo do quarto.

— O que essa menina foi fazer... — murmurou Amber, enquanto continuava a procurar mais frascos de Polyjuice.

Oliver e Fred foram ao povoado pegar fios de cabelo de alguns muggles, enquanto Amber e Sarah esperavam do lado de fora, impacientes, segurando os frascos de poção que Sarah conseguiu pegar da cozinha de Fleur.

— Finalmente! — exclamou Sarah, ao avistá-los.

— Vamos! O alarme soa depois das seis horas — disse Amber, entregando um dos frascos para Oliver — Segura aqui.

— Qual fio é de quem? Não quero ter algo entre minhas pernas — disse Sarah.

— Esses aqui são femininos — disse Fred, entregando para Sarah.

— Lá vou eu ficar loira de novo — murmurou Sarah, abrindo um dos frascos, colocando um dos fios lá dentro, fechando e chacoalhando.

Assim que terminou de chacoalhar, viu que a poção tinha adquirido uma cor roxa. Ela passou o outro fio para Amber e o outro frasco, que tinha com ela, para Fred.

Quando todos terminaram de beber a poção, visualizaram uma área próxima de Hog’s Head e aparataram. Assim que chegaram, olharam em volta, apertando as varinhas fortemente em suas mãos

Sarah dobrou-se para a frente com os olhos fechados e eles esperaram enquanto ela se recuperava da sensação.

— Vamos — ela sussurrou, quando conseguiu se recompor.

O povoado estava quase deserto e eles conseguiram ver os Death Eaters circulando pelo centro.

— Vamos tentar entrar pelos fundos — sussurrou Amber, apressando-se para Hog’s Head, que era de longe o bar mais lotado pelos encapuzados.

Oliver subiu o capuz da capa e aproximou-se da multidão.

— Oliver! — sussurrou Amber, mas ele seguiu para dentro do bar.

— O que ele tá fazendo? — sussurrou Fred, franzindo o cenho.

Cinco minutos depois, a porta dos fundos se abriu revelando Aberforth mal humorado.

— Entrem logo — sussurrou.

Eles não demoraram em obedecer e Aberforth fechou a porta, trancando-a.

— Vão para o segundo andar — ele sussurrou — Eu já vou.

— E Oliver? — sussurrou Amber, enquanto eles se dirigiram para a escada discreta.

— Já está lá — disse Aberforth, antes de puxar a cortina que separava o bar da cozinha e ir para o outro lado.

Os três subiram as escadas apressados e entraram na pequena sala de estar.

— Afastem-se da janela — sussurrou Oliver, sentado em um sofá próximo da lareira.

Eles se aproximaram agachados para que não lhes vissem pela janela. Sarah olhou ao redor, absorvendo o ambiente e procurando por onde eles passariam.

— Não imagino por onde iremos — sussurrou para os outros, o mais baixo possível.

— Não tem como antecipar os efeitos da Polyjuice Potion? — perguntou Fred — Eles não vão nos reconhecer.

— Se a Room of Requirements permanece com os objetos contra artes das trevas de Moody, tem um espelho que acaba com qualquer disfarce — sussurrou Amber — Seja qual for. É parecido ao efeito do olho mágico dele. Capas da invisibilidade, feitiços ou poções para mudança de aparência são detectadas.

— Irônico, considerando o falso Moody — sussurrou Fred.

Eles ouviram pesados subindo as escadas e levantaram-se alarmados.

— Vocês são estúpidos ou o que? — perguntou Aberforth, fechando a porta com um baque — Aparecerem assim em Hogsmeade... Só podem estar loucos!

— Precisamos entrar em Hogwarts — disse Amber.

— Precisam? — repetiu Aberforth — O que vocês precisam é sair daqui! Hogwarts é um lugar normal como qualquer outro agora.

— Queremos ajudar a DA — reforçou Oliver.

— Albus está morto e a Order se desfez. Qualquer resistência agora é inútil — disse Aberforth, andando para ficar na frente da lareira.

— Não é o que você pensava quando modificou o rádio — retrucou Fred.

— As coisas mudaram — disse Aberforth.

— Se tivesse mesmo desistido, não estaria ajudando a DA — observou Sarah.

— Estou apenas tentando manter a segurança deles — disse Aberforth.

— Nós vamos entrar em Hogwarts — disse Amber, decidida — Se não quiser nos ajudar, daremos um jeito.

Aberforth observou a todos eles por uns momentos, principalmente Amber e Sarah.

— Não digam que não avisei — ele disse, cansado e assentiu com a cabeça para a menina do quadro que estava pregado ao lado da lareira.

Ela assentiu de volta e começou a diminuir, conforme andava para dentro da paisagem. Aberforth caminhou para a porta, sem dizer mais nada, e desceu as escadas deixando os presentes atônitos.

— O que ele vai fazer? — perguntou Sarah, observando a porta.

Amber e Oliver dirigiram seus olhares para o quadro, onde a menina voltava. Quando ela chegou ao seu posto original, o quadro se abriu, revelando uma passagem em que uma pessoa muito familiar para Sarah descia.

— Liam! — gritou indo abraçá-lo.

— Eu desconfiaria se não fosse Aberforth quem tivesse os enviado — disse Liam, abraçando-a desajeitadamente — É melhor irmos! Os outros já estão ficando nervosos pela visita inesperada.

— Não tão inesperada considerando que enviei uma mensagem a Neville pela moeda da D.A — disse Amber, subindo na passagem.

— Pensei que fosse Dean — disse Liam, virando-se para Oliver.

— Eu sou o Oliver — esclareceu o garoto em questão, subindo logo atrás de Amber.

— Dean não veio. Ela só usou a moeda dele — disse Sarah, dando de ombros.

Quando todos entraram na passagem, o quadro se fechou atrás deles.

— Lumus — murmuraram todos, empunhando suas varinhas.

A passagem se estendia por um longo túnel. Amber deu créditos completos à magia, considerando que Hog’s Head era bem longe de Hogwarts e a passagem não era subterrânea.

— Ouviram o que aconteceu? — perguntou Liam, animado.

— O que? — perguntou Amber, receosa.

— Harry, Rony e Hermione. Dizem que invadiram Gringotts! — disse Liam.

— O que? — gritou Amber, empalidecendo.

— E que fugiram em um dragão — continuou Liam.

Oliver colocou a mão na cintura de Amber, já que parecia que ela iria desmaiar a qualquer momento.

— Ele quer me matar de preocupação? — murmurou Amber.

— Você já deveria ter se preparado quando descobriu tudo o que ele fez em Hogwarts — disse Sarah.

— Eu pensei que ele tomaria jeito com o tempo — choramingou Amber.

— Harry tomar jeito? — perguntou Fred — Os perigos o perseguem, se lembra?

— Mas tudo isso vai acabar quando You-Know-Who for derrotado — disse Amber, tentando se acalmar.

— Aí o Harry vai arrumar outro inimigo — murmurou Liam.

— Liam, você não tá ajudando — repreendeu Sarah.

— Querem saber alguma coisa sobre Hogwarts? — perguntou Liam, tentando mudar de assunto.

— O que o D.A aprontou durante esse tempo? — perguntou Sarah — Eu só sei informações dos castigos e tratamentos. Neville não fala muito do que vocês aprontam com medo de ser interceptado.

— Então... Eles já aprontaram todos — disse Liam — Mas o melhor de tudo foi quando eles picharam as paredes dizendo coisas como “DA está de volta”, “Apoio a Harry Potter” e outras coisas do tipo.

— Imagino que Snape tenha enlouquecido — disse Amber, sorrindo levemente.

— Você não tem ideia... — disse Liam — O melhor de tudo é que ele não conseguiu pegar ninguém.

— Essa é a melhor coisa: aprontar e não receber castigo — disse Sarah, sorrindo.

— Chegamos — murmurou Liam, empurrando o quadro.

Amber olhou para trás e percebeu que o túnel era feito de pedra como todas as passagens do castelo, mas não tinha uma teia de aranha, um grão de poeira.

— Quem era? — perguntou Hannah.

Liam não respondeu, simplesmente desceu o degrau, dando passagem para os outros cinco. Amber abriu a mochila e revirou, procurando um frasco de poção bege. Ela tirou a tampa e passou perto do nariz de Sarah.

— Ai! O que é isso? — reclamou Sarah, afastando-se.

— Uma poção do livro do meu avô — disse Amber, passando por perto de Oliver e Fred que também se afastaram.

— Cruzes! — exclamou Oliver.

— Parece a meia do Rony jogada em cima da cama — resmungou Fred.

— Porque você é muito limpinho — retrucou Sarah.

Amber colocou a tampa na poção e jogou novamente na mochila, observando como o cabelo loiro de Sarah escurecia e seus olhos ficavam mais claros.

— Amber! — gritou Hannah, levantando-se e correndo para abraçá-la.

Fred aproximou-se de um espelho e se viu com a aparência normal.

— Pensei que não tivesse forma de adiantar os efeitos da Polyjuice — disse surpreso.

— Onde estão os outros? — perguntou Amber a Hannah.

— Devem estar pelo castelo — respondeu Neville, aparecendo de uma porta — É bom vê-los novamente.

Sarah sentou-se um dos pufes espalhados e, ao olhar para o lado, viu uma menina que deveria estar no primeiro ano porque era bem pequena e eles nunca tinham visto-a no colégio antes.

— Quem é ela? — sussurrou Sarah para Hannah.

— Heidi, a irmã do Call — disse Liam.

— Callum tem irmã? — disse Sarah — Desde quando?

— Desde que ele tinha 5 anos — respondeu Hannah, divertida.

A porta da sala abriu-se e por ela entrou Astoria Greengrass que jogou a sua mochila em um canto.

— O que Snape queria? — perguntou Liam.

— Disse que se eu continuar a dormir fora do meu Salão Comunal sofrerei as conseqüências — respondeu, sentando-se em uma das poltronas.

— Estão dormindo aqui? — perguntou Amber.

— É a única opção — disse Neville — Eles tentaram prender a minha avó quando perceberam que eu estava encabeçando tudo isso. Não estou nem mais assistindo as aulas, estou pegando a matéria com Hannah.

— E eu não posso mais dormir na Slytherin — disse Astoria — Estou apavorada!

— Sabe que sempre que quiser pode dormir na Hufflepuff — disse Hannah, sorrindo amigavelmente para ela.

— É melhor não. Não quero causar problemas — disse Astoria.

— Mas toma cuidado — disse Neville — Snape vai começar a se perguntar onde você anda dormindo e pode até nos seguir.

— Hannah, você pode me explicar? — perguntou Heidi, timidamente.

A porta se abriu novamente e entraram Seamus Finnigan e as gêmeas Patil.

— Novidades? — perguntou Neville.

— Terry Boot já foi solto — disse Seamus — Marietta está cuidando dele.

— E o resto? — perguntou Hannah.

— Espalhados por Hogwarts — respondeu Parvati — Devem estar tentando despistar os Carrow.

— O quão grande está a D.A? — perguntou Fred para Hannah.

— Um terço de Hogwarts, eu acho — disse Heidi, olhando para cima.

Amber seguiu o olhar dela e encontrou o teto decorado com algumas estrelas fosforescentes. A Room of Requirements estava extensa com tantos alunos para acolher, parecia um dormitório de colégio militar.

Cada membro arrumou uma forma de deixar a sua marca, sejam pinturas na parede ou itens decoradores como pôsteres de times de quidditch. Tinham três bandeiras representando as casas de Hogwarts (Gryffindor, Hufflepuff e Ravenclaw). Evidentemente, Astoria não quis pôr a da Slytherin.

Havia duas portas, uma dava para o castelo e a outra para o que parecia ser um banheiro, fora o quadro que dava no túnel para o Hog’s Head. Do lado da lareira, tinha uma mesa de centro com um rádio, que era por onde eles, provavelmente, escutavam o Potterwatch.

Pufes, poltronas, tapetes, sofás e camas de solteiro preenchiam o espaço da sala e deixavam o lugar acolhedor.

— Como conseguem ficar aqui? — perguntou Sarah — Sem ofensas, mas eu já estou entediada.

— Liga o rádio. Vê se o Potterwatch já conseguiu se conectar — sugeriu Neville e Sarah logo foi para perto da lareira.

— Em que casa você está? — perguntou Amber, sentando-se onde Sarah estava sentada, ao lado de Heidi.

— Hufflepuff — respondeu Heidi, estufando o peito, orgulhosa.

— Pelo menos Snape não tirou as casas de Hogwarts ou obrigou a todos irem para a Slytherin — disse Oliver.

— Não precisou. A maioria ficou com medo demais e acabou escolhendo pela Slytherin — respondeu Neville.

— Quando essa guerra acabar seria bom que a professora McGonagall refizesse a seleção com os estudantes que entraram nesse ano — disse Amber.

— Seria algo difícil de acontecer — disse Parvati — Desde o começo de Hogwarts, o Sorting Hat foi muito respeitado. Uma vez selecionada a sua casa, ficará nela até terminar o sétimo ano.

— Mas é um caso diferente. Essas crianças foram aterrorizadas — disse Amber.

— Foi a escolha delas se deixar ser aterrorizadas — disse Padma.

— Qual é a senha? — sussurrou Sarah para Neville.

— Espera aí, gente! — gritou Neville, interrompendo a discussão e indo para um gaveteiro perto das camas — Eu anotei as senhas anteriores, nós tentamos todos os dias para ver se tem notícias...

— Eles têm usado os nomes das pessoas que morreram. Como se fosse uma homenagem — disse Hannah.

— A última pessoa que morreu foi Ted Tonks — murmurou Heidi, corando ao ser escutada.

— Ted Tonks — tentou Sarah e o rádio começou a emitir um barulho agudo que fez Sarah se afastar, sentindo uma repentina surdez — Isso acontece quando a senha tá errada ou é porque está fora do ar?

— Está fora do ar — disse Neville, dobrando e guardando o pergaminho no gaveteiro — Tentamos mais tarde.

— Bem, não é como se estivesse confirmado esses boatos — disse Oliver, dando de ombros.

— Mas o Harry é bem louco para fazer isso — resmungou Amber — Bellatrix ficou desesperada com a possibilidade de que eles tivessem ido para o cofre dela. Ele deve ter usado isso como ponto de partida.

— Harry já invadiu Gringotts, já invadiu o Ministério da Magia... — contou Neville.

— Não existe lugar seguro o suficiente que Harry Potter não possa invadir — anunciou Fred.

— E sem quebrar um osso — completou Sarah.

— Pelo menos isso é um consolo para mim — disse Amber.

Conforme foi caindo a noite, os outros membros da Dumbledore’s Army chegaram a Room of Requirements. Terry Boot, sendo apoiado por Cho Chang; Kevin Adiers, Callum Declan e todos os antigos membros da D.A como Ernie MacMillan, Susan Bones e Lavender Brown. Todos com hematomas, cortes e arranhões, até mesmo Heidi.

— Oi, maninha — disse Callum, sentando do lado de Heidi e bagunçando o cabelo dela.

— Para, Cal! — reclamou Heidi, soltando a pena para ajeitar o cabelo.

— Tão pequena e já é preocupada com a aparência — murmurou Callum.

— Ela é mulher, Callum! — defendeu-a Sarah, penteando o cabelo da pequena.

— Quem é a mulher do quadro? — perguntou Amber para Neville.

— Ariana, a irmã de Aberforth e Dumbledore — murmurou Neville.

— Você ouviu sobre o livro de Rita Skeeter? — perguntou Susan — Dizia que Aberforth e Dumbledore se odiavam por causa de Ariana.

— Não sabemos se isso é verdade — disse Hannah.

— Como explica o nariz quebrado dele, então? — perguntou Parvati — Não estou dizendo que acredito em tudo que ela disse como, por exemplo, que Dumbledore se meteu com artes das trevas. Isso é obviamente uma mentira! Mas... Tem coisas que...

— Não sabemos muito sobre Dumbledore — disse Padma.

— Aberforth parece odiar Dumbledore — disse Sarah, pensativa.

— A única pessoa que poderia nos explicar isso está morta — disse Amber — E a outra não é o tipo de pessoa que vai dar a resposta assim.

— Se ele estiver com raiva o suficiente, é capaz — disse Sarah.

Ariana apareceu no quadro e acenou para Neville, chamando-o.

— Quem deve ser? — perguntou Fred.

— Vamos descobrir — disse Neville, levantando-se da poltrona e indo até o quadro que se abriu no túnel.

— Será que são Harry, Rony e Hermione? — perguntou Lavender.

— Seria ótimo! Acabaríamos com o regime de Snape — disse Parvati, animada.

— Não creio que Harry viesse para Hogwarts por esse motivo — disse Oliver.

— E por que não? Ele fundou o D.A para acabarmos com o regime da Umbridge — disse Padma.

Sarah continuou tentando sintonizar o rádio, mas aparentemente o Potterwatch não iria entrar no ar. O quadro se abriu novamente.


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