Laços de Guerra - 4ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 10
Capítulo 10 - Contagem regressiva


Notas iniciais do capítulo

Eu fiquei em dúvida se seguir o livro ou o filme quanto à preparação para a batalha. Eu amo a parte em que Harry se infiltra entre os alunos e enfrenta Snape, também a parte em que a professora McGonagall duela com Snape, quando a professora manda Filch trancar todos os alunos da Slytherin nas masmorras... A adaptação é maravilhosa, mas não poderia encaixar cenas como a chegada de Percy, entre outros.



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1º de Maio de 1998.

— Eles estão demorando demais — reclamou Ginny, andando de um lado para o outro.

Quando o quadro se abriu entraram Harry, Rony e Hermione. Como Oliver discutiu com Padma, eles não vieram com o objetivo de derrubar a liderança de Snape e sim procurar alguma coisa. Essa coisa que Amber sabia que era, provavelmente, uma horcrux.

Neville logo enviou uma mensagem pela moeda da Dumbledore’s Army a Luna e Ginny, avisando da vinda de Harry. E essa mensagem foi repassada, repassada e repassada. Antes que pudessem perceber, a sala estava lotada de membros da Order of the Phoenix e do antigo time de quidditch da Gryffindor.

— Devem tê-los encontrado — murmurou Ginny, Harry e Luna tinham saído para ir até o Salão Comunal da Ravenclaw atrás de uma pista do diadema de Ravenclaw.

— Ai, Ginny! Para quieta! — reclamou George.

— Sim, já está nos deixando nervosos — completou Fred, que tinha sentido saudades em completar as frases do irmão.

— Hermione e Rony ainda não voltaram — murmurou Sarah para Amber, os dois tinham dito que iriam ao banheiro minutos depois da saída de Harry e Luna.

Antes que a Srª Weasley pudesse repreender os seus filhos, a porta da frente se abriu e por ela entraram Harry e Luna, o primeiro derrapou surpreso pela repentina multidão.

— Harry, o que está acontecendo? — perguntou Remus, o que todos queriam perguntar.

— Voldemort está a caminho, estão barricando a escola... Snape fugiu... — explicou Harry, ainda atordoado — O que vocês estão fazendo aqui? Como vocês souberam?

Fred explicou a repassada das mensagens pela moeda da Dumbledore’s Army e Harry contou que as crianças mais novas estavam sendo evacuadas e todos iriam para o hall de entrada se organizar.

— Nós vamos lutar — finalizou Harry.

A maioria das pessoas urrou de animação e saiu da sala, apenas um grupo permaneceu na sala. Ginny discutia com a Srª Weasley, que queria que ela voltasse para casa.

“Essa gente é suicida” pensou Sarah, olhando para a porta que se fechou.

Fred aproximou-se da família para tomar parte na discussão. Do outro lado da sala, Callum estava ajoelhado, abraçando a Heidi e sussurrando no ouvido dela, tentando acalmá-la.

— Eu não vou para casa sem você — disse Heidi, inflexível.

— Heidi, eu preciso lutar. Ajudar a eles — murmurou Callum, tentando convencê-la.

— Se você ficar, eu também fico — repetiu Heidi, cruzando os braços.

Callum olhou para trás procurando ajuda e Sarah aproximou-se dos dois.

— Eu te entendo, minha pequena — sussurrou a morena, tentando não atrapalhar a discussão dos Weasley — Mas você é menor de idade, precisa ir para casa.

— E como eu vou para casa se sou menor de idade? — rebateu Heidi — Não posso aparatar.

— Aberforth vai enviar um patrono para as famílias e mamãe virá te buscar — disse Callum.

— Ela não gostaria que você se envolvesse na batalha — guinchou Heidi — Nem ela nem papai. Já tem muita gente lutando, não vai fazer falta.

— Eu preciso proteger a Liam e a Kevin — disse Callum — Eles também vão lutar.

— Eles vão ficar bem, estiveram no Clube de Duelos — disse Heidi.

Ouviu-se o som de uma pancada, ecoada pelo túnel e Sarah virou-se rapidamente para trás vendo que a origem desse barulho era Percy Weasley.

— Estou pensando seriamente em estuporá-la — Callum sussurrou no ouvido de Sarah, de modo que Heidi não pudesse escutar.

— Callum, vai com ela — disse Sarah, virando-se de novo — Ela não vai desistir.

— Ambrose — chamou Callum, virando-se esperançoso.

— Sabe, você não vai ser um covarde por ter ido levar a sua irmã — disse Amber, dando duplo sentido a frase — Já ajudou bastante nesse ano em Hogwarts.

Callum olhou para a parede e suspirou.

— Tudo bem, vamos — murmurou Callum, pegando a mão de Heidi.

— Cara, eu nunca pensei na possibilidade de Callum ter uma irmã — murmurou Sarah, virando-se para Amber.

— Você é filha única, está acostumada a achar que as pessoas também são quando não comentam sobre os seus irmãos — disse Amber, divertida.

— Será que Liam e Kevin também têm irmãos? — se perguntou Sarah.

— Kevin é filho único e Liam tem três irmãos mais velhos — disse Callum, antes de atravessar o túnel com Heidi no colo.

— Valeu — disse Sarah, sem saber mais o que dizer.

— Ai, meu Deus! Eu vou matar o Oliver! — reclamou Amber, tentando procurá-lo, mas não o encontrando.

— Ele deve estar tentando fazer você voltar pelo túnel — disse Sarah, vendo como a Srª Weasley abraçava a Percy, chorando.

— Ele está muito enganado se pensa que eu vou fazer isso! — exclamou Amber.

— Ei, calma — disse Harry, aproximando-se — Sarah, olha lá a foto do seu afilhado.

— Já entendi o fora — disse Sarah, afastando-se.

— Ele deve ter ido conferir como vai ser a estratégia de defesa — disse Harry.

— Mas não me avisou antes de ir — reclamou Amber — Estamos a ponto de começar uma batalha e eu quero saber onde ele está.

— Bem, nós realmente esperamos que nossos monitores nos liderem em momentos como este — disse George, imitando a Percy quando ele ainda estava em Hogwarts — Agora vamos subir e lutar, ou então todos os bons Death Eaters já terão sido pegos.

— Então, você é minha cunhada agora? — Percy cumprimentou a Fleur.

— Ginny! — gritou a Srª Weasley, vendo que Ginny tentava escapar da sala.

— Molly, que tal o seguinte? Por que Ginny não fica aqui, então ela ao menos estará por dentro do que está acontecendo, mas ela não ficará no meio do conflito — sugeriu Remus.

O Sr Weasley gostou da ideia e Ginny foi obrigada a concordar em ficar, embora a Srª Weasley ainda parecesse apenada. Provavelmente sabia que Ginny tentaria escapar na primeira oportunidade.

Por fim Harry percebeu a ausência de Rony e Hermione e perguntou por eles. Na hora Amber não deu atenção àquilo, mas agora tinha entendido que eles tinham ido para a Chamber of Secrets, provavelmente pegar as presas de basilisco já que pareciam não ter mais a espada de Gryffindor.

— Harry? — perguntou Amber, quando percebeu que Harry se encolheu de dor.

— Ele está vindo — sussurrou Harry, agitado — Preciso encontrar Rony e Hermione.

— Harry! — gritou Amber, quando Harry saiu da sala apressado.

— Vamos para o Salão Principal — aconselhou Sarah — A professora McGonagall está organizando as tropas.

***

— ...a evacuação será supervisionada pelo Sr. Filch e Madame Pomfrey. Quando eu der a ordem, vocês organizarão suas casas e pegarão suas coisas em perfeita ordem até o local de evacuação combinado — dizia a professora McGonagall.

— E se nós quisermos ficar e lutar? — gritou Ernie MacMillan da mesa da Hufflepuff.

— Se você for maior de idade, você pode ficar — a professora McGonagall.

— Ela não quer que fiquemos — sussurrou Sarah para Amber — Mas não pode nos obrigar a sair.

Amber teve de concordar com Sarah, isso era evidente no olhar de preocupação da professora.

— Snape foi embora? — sussurrou Amber para Sarah, após a pergunta de uma menina da Slytherin.

— Acha mesmo que ele deixaria o colégio ser evacuado? — retrucou Sarah, dando uma risada nasalada.

— Nós já colocamos proteções ao redor do castelo — continuou a professora — Mas é improvável que se mantenham por muito tempo a menos que as reforcemos. Então, eu preciso pedi-los que saiam rápido e calmamente...

— Impossível — sussurraram Sarah e Amber ao mesmo tempo.

Nesse momento, uma voz fria, alta e clara ecoou pelo salão. Parecia sair das paredes.

— Eu sei que vocês estão se preparando para lutar. Seus esforços são fúteis. Vocês não podem lutar comigo — disse a voz de Voldemort.

Sarah e Amber trocaram um olhar desafiador.

— Eu não quero matá-los. Eu tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Eu não quero derramar sangue bruxo — disse Voldemort, antes de fazer uma pausa — Entreguem-me Harry Potter e ninguém será machucado. Entreguem-me Harry Potter e eu deixarei a escola intacta. Entreguem-me Harry Potter e vocês serão recompensados. Vocês têm até a meia-noite.

Houve um silêncio perturbador enquanto todos os olhares se dirigiam a Harry, embora fossem amedrontados e não acusadores.

— O que estão esperando? Alguém segure ele! — gritou Pansy, levantando-se e apontando o dedo para Harry.

Antes que outro Slytherin se levantasse, toda a mesa da Gryffindor se levantou com as varinhas em punho. Hufflepuff e Ravenclaw os imitou.

— Obrigada, senhorita Parkinson — disse a professora McGonagall, rispidamente — Você deixará o Salão primeiro com o Sr Filch. Se o resto de sua casa quiser segui-la...

Ouviu-se o som de cadeiras se arrastando e apenas Astoria permaneceu, embora estivesse sentada na mesa da Ravenclaw ao lado de Luna.

— Ravenclaw, os sigam! — ordenou a professora McGonagall.

Dessa forma, as mesas foram sendo esvaziadas. Nenhum Slytherin, além de Astoria permaneceu, apenas alguns Ravenclaw permaneceram, vários Hufflepuff e metade da mesa da Gryffindor. Tanto que a professora McGonagall teve que descer do pódio para tirar os alunos menores de idade.

— Absolutamente não, Creevey, vá! E você, Peakes! Senhorita Black...

— Eu faço aniversário em 29 de Março. Já tenho 17 anos — interrompeu Sarah.

A professora McGonagall lhe lançou um olhar meio repreensor meio orgulhoso, antes de voltar a sua tarefa.

— Nós só temos meia hora até a meia noite, então nós temos que agir rápido — disse Kingsley, subindo onde a professora McGonagall estava — Um plano de luta já foi feito entre os professores de Hogwarts e a Order of the Phoenix. Professores Flitwick, Sprout e McGonagall vão levar grupos de duelistas até as três torres mais altas: Ravenclaw, astronomia e Gryffindor.

— Vão acabar com o nosso Salão Comunal — murmurou Sarah.

— Onde eles terão boa visão, excelentes posições para lançar feitiços — continuou Kingsley — Enquanto isso, Remus, Arthur e eu levaremos grupos ao terreno da escola. Precisaremos de alguém para organizar a defesa de entradas e passagens até a escola.

— Parece um trabalho para nós — disse Fred indicando a si, George e Sarah. Kingsley concordou com a cabeça.

— Certo, os líderes subam aqui que nós dividiremos as tropas! — ordenou Kingsley.

Oliver apareceu, colocando a mão no ombro de Amber. Ela nem perguntou por onde ele esteve, já que o momento não era propício para isso.

— Seamus pode explodir qualquer coisa — indicou Dean.

— A ideia é tentarmos não destruir muito a nossa escola — a professora McGonagall.

— É uma batalha. Infelizmente, ela vai ser destruída — disse Astoria.

— Então arrumaremos um ponto estratégico e o momento ideal — disse Kingsley.

— Ambrose, você irá para a torre de astronomia — indicou a professora McGonagall — Wood, você vai com Arthur.

— Não! — sussurrou Amber.

Oliver afastou-se do grupo, levando Amber pelo braço.

— Calma, vai ficar tudo bem — sussurrou, abraçando-a.

— Você vai ficar na linha dianteira — disse Amber — São os primeiros a morrerem.

— Quem disse que eu vou ficar na dianteira? — retrucou Oliver — Eu vou guardar as costas do meu companheiro com um escudo, enquanto ele ataca.

— Se cuida, por favor — sussurrou Amber, abraçando-o com mais força antes de voltarem para ouvir as estratégias que eles arrumaram.

— Nos vemos na batalha, Lily — disse Sarah, saindo do Salão Principal com Fred, George, Lee, Hannah Abbot e outros alunos.

— Vamos custodiar a passagem para Hogsmeade — ela ouviu Lee dizer.

— Toma cuidado, Susan — murmurou Amber, abraçando-se, como se isso pudesse protegê-la.

— Senhores Kirke, Fletchley, Adiers e senhoritas Robins e Jones vão para a torre da Ravenclaw — instruiu Kingsley.

— Senhores Entwhistle, McGraien, MacDougal e senhoritas Brocklehurst e Turpin vão proteger a torre da Gryffindor — disse a professora McGonagall — Ah, sim! A senha é traidor do sangue. Com muito orgulho, se me permitem dizer.

— Ambrose, você irá para a torre de Astronomia com Stephen Cornfoot, Wayne Hopkins e Kevin Whitby — instruiu Kingsley — Mandaremos reforços assim que possível.

— Onde está Callum Declan? — perguntou Amber.

— Ele ainda não retornou — disse a professora McGonagall.

— É melhor nós irmos. Falta pouco para meia-noite — disse Stephen.

Amber concordou e todos empunharam suas varinhas, correndo para chegarem a tempo na torre de astronomia.

— Tem uns quadros no terceiro andar que dão um atalho — gritou Amber.

— Todas as passagens secretas foram fechadas no começo do ano letivo — gritou Wayne, em resposta.

— Então porque eles foram para lá? — perguntou Amber, referindo-se a Fred, Lee, Sarah e George.

— Os Death Eaters quem lacraram. Eles podem saber uma forma de abrir a passagem — disse Kevin.

Quando eles chegaram ao topo da torre, ouviram o badalar do relógio.

— Está na hora — disse Wayne, nervosa.

— Vocês atacam e eu coloco feitiços de proteção caso eles revidem — instruiu Amber.

Os três moveram suas varinhas simultaneamente lançando raios roxos e vermelhos, em feitiços não-verbais para não atrapalhar.

Amber afastou-se da janela para dar espaço para os outros três. Fechou a porta da torre e ficou no centro, apontando a varinha para o teto.

“Protego Horribilis...” pensou, fechando os olhos “Protego Horribilis. Protego Horribilis. Protego Horribilis...”

Ela tropeçou e caiu para a frente quando sentiu um impacto no campo de força.

— O que foi isso? — perguntou, enquanto Wayne a ajudava a se levantar.

— Não quero nem saber — disse Wayne, fazendo uma careta e voltando a atacar.

Do lado de fora só se viam borrões de luz e gritos, em sua maioria de desafio. A porta da torre começou a sacudir com força e Amber levantou a sua varinha para se defender.

— Eles entraram no castelo! Não adianta mais tentar proteger — gritou Lisa Turpin do outro lado da porta, antes de descer as escadas.

Amber aproximou-se da janela e viu poucos contra-atacantes do lado de fora. A maioria estava morta e o resto estava duelando enquanto entrava no castelo.

— Estupefaça — disse Kevin, mirando um dos Death Eaters que caiu rapidamente.

— Não tem mais nada que podemos fazer — disse Stephen.

Amber destrancou a porta e eles desceram correndo as escadarias altas esbarrando em um grupo de Death Eaters que estavam indo na direção da torre, tentar sabotar a defesa que eles montaram.

— Gale Perpetum — disse Amber e os Death Eaters escorregaram com a forte ventania que veio, caindo escada abaixo.

Os quatro correram e tomaram impulso para pular por cima dos homens antes que eles pudessem se recuperar. Um homem pegou o pé de Wayne e a garota caiu.

— Corpus Duo — gritou Stephen, fazendo os pulsos de o Death Eaters ficarem presos como se estivessem algemados, libertando Wayne.

— Accio varinha — disse Amber, recebendo uma das varinhas — Obrigada.

Dean ajudava a madame Sprout jogando vasos de plantas das escadas mais altas.

— Dean! — gritou Amber, jogando a varinha.

O garoto virou-se a tempo de pegar a varinha.

— Valeu! — gritou, descendo para ir ao ataque direto.

— Joga isso fora depois — gritou Wayne.

O grupo se dispersou procurando por pessoas conhecidas ou que estivessem precisando de ajuda. Um feitiço acertou a ampulheta de contagem de pontos da Slytherin, quebrando-a e as esmeraldas se espalharam pelo chão, atrapalhando

— Infragilis — gritou Amber, apontando a varinha para a ampulheta da Gryffindor.

— Infragilis — repetiu Wayne, apontando para a da Ravenclaw, antes de voltar a correr.

— Protego Reflectia — disse Amber, quando um feitiço de procedência duvidosa veio em sua direção.

Ela começou a correr, desviando de feitiços e procurando por rostos conhecidos. De preferência, Oliver. A ruiva tropeçou em um corpo e ofegou.

— Oh, não! — choramingou ao reconhecer o rosto.

— Staklo Sferni — gritou um Death Eater de uma escada alta.

Amber só teve tempo de proteger a cabeça com os braços antes de sentir cacos de vidro caindo de cima, arranhando suas costas, pernas e braços. Ela sentiu um braço levantando-a com cuidado e guiando-a, mas ela não abriu os olhos sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto.

— Era Remus — sussurrou Amber — Ele está morto.

— Amber, olha para mim — disse Oliver.

— Não, ele está morto — disse Amber, afogando um soluço.

— Arania Exumai — ela o ouviu dizer e estremeceu de novo, lembrando da tortura de Bellatrix.

— O que você vai dizer? — disse Amber, levantando o rosto e abrindo os olhos — Que vai ficar tudo bem? Não, não vai! O meu padrinho morreu e deixou mulher e filho para trás.

— Filho — corrigiu Oliver, olhando para o outro lado.

Amber seguiu o olhar e viu Tonks caída a apenas alguns passos do marido. Ela respirou fundo, tentando se acalmar e Oliver voltou a abraçá-la.

— Tem certeza que está bem para lutar? — perguntou receoso.

— Melhor do que nunca... — murmurou Amber, levantando a varinha para o alto — Pluvius Nimbus.

Se formaram nuvens negras do teto do hall de entrada e começou a chover, atrapalhando a visão de muitos contra-atacantes.

— Lapsus Loquendi E — disse Amber, apontando para um dos Death Eaters, que ficou incapaz de pronunciar a maior parte dos feitiços, já que eles possuíam a vogal e.

— Algum plano? — perguntou Oliver impressionado.

— Infernizar a vida desses Death Eaters o máximo possível — murmurou Amber — Fumos.

Ela apontou a varinha para as escadas e a fumaça atrapalhou a visão dos Death Eaters, dando chance para ela correr para lá.

— Amber! Espera! — gritou Oliver, correndo atrás dela — Protego Reflectia. Essa foi por pouco...

— Expellimelius — gritou Amber, apontando para um Death Eater que ia atacar uma menina.

Ele deixou a varinha cair com um grito, agitando a manga para ver se conseguia apagar o fogo. A menina aproveitou a oportunidade para pegar a varinha (provavelmente foi desarmada) e correr.

— Avada Ke... — começou um Death Eater, apontando para Amber.

Oliver empurrou Amber a tempo.

— Magicobliviate protego — disse Amber, apontando para o Death Eater.

Este parou olhando para ela, esperando que qualquer coisa acontecesse. Quando não aconteceu, deu um sorriso debochado e começou a duelar com ela que sorriu maliciosamente.

— Estupefaça! — ela gritou, quando ele deu uma brecha.

O Death Eater levantou a varinha e hesitou no momento de pronunciar o feitiço. Tinha se esquecido de qual tinha que usar para se proteger. O raio vermelho o atingiu e ele foi jogado para trás, sua varinha caindo em um lado e a cabeça dele bateu na parede.

— Aedificium Erecta! — gritou um dos Death Eaters.

Duas paredes surgiam entre os lados de Amber e Oliver, não deixando outra saída se não o corrimão da escada.

— Defodio Duo — disse Amber, apontando a varinha para a parede e fazendo movimentos circulares cada vez maiores.

Um buraco surgiu e foi aumentando conforme ela agitava a varinha.

— Bombarda — gritou.

O feitiço serviu para quebrar o restante da parede, que caiu em cima do Death Eater. Oliver se apoiou no corrimão, enquanto Amber quebrava a outra parede.

— Nilla Aliquam — gritou, apontando a varinha para uma parede qualquer.

A parede explodiu e água começou a vazar pelo hall de entrada, chegando a derrubar algumas pessoas. O castelo estava o caos: Peeves fazia farra, a professora Trelawney jogava bolas de cristal por todos os lados, as tapeçarias se rasgavam, a professora McGonagall animava objetos inanimados, entre outros.

Volte e meia Amber esbarrava em rostos conhecidos e sentia um alívio de ver que estavam vivos, lutando até o fim.

***

Um homem de cabelos grisalhos e barriga levemente protuberante corria de um lado para o outro parecendo procurar algo ou alguém. Ele não atacava, apenas conjurava o feitiço escudo.

— Fique longe de minha filha! — gritou o homem, apontando para Ferri Letrade, que duelava com uma garota de cabelos castanhos.

Letrade olhou para o homem dos pés a cabeça e deu uma risada desdenhosa.

— Se não fará o que? — perguntou.

O homem soltou um feitiço não-verbal e Letrade defendeu por milésimos de segundos, perdendo o seu sorriso debochado.

— Petrificus Totalus — disse Astoria, apontando para Letrade, nervosa pela demora para o duelo acabar — Pai, o que você está aqui?

— Vim buscar você e sua irmã, é claro! — disse Alderamin Greengrass, olhando em volta — Ela não está com você?

— Ela foi junto com os alunos da Slytherin — disse Astoria — Pensei que já estivesse em casa.

— Ela não chegou, por isso Alnilan pediu para que eu viesse — disse Alderamin, conjurando mais um feitiço escudo.

— Alnilan preocupada por nós? Essa é novidade... — murmurou Astoria.

— Vem, vamos procurar a sua irmã e sair daqui — disse Alderamin, pegando-a pelo braço e seguindo pelo corredor.

Eles se esquivaram de qualquer duelo, apenas se protegendo e procurando a Daphne. Eles a encontraram tentando procurar um lugar seguro junto com Blaise Zabini, os dois não dispostos a esconder um lado pelo qual lutar. O único amigo de Malfoy que não era um Death Eater, apesar de a mãe

— Daphne! — gritou Alderamin, indo na direção dos dois — O que está fazendo aqui? Deveria ter ido pela passagem.

— Não deu tempo — justificou-se Daphne — A passagem foi lacrada.

— Vamos para casa, vem — mandou Alderamin.

Daphne hesitou, olhando para Blaise.

— O que está esperando, princesinha da Slytherin? — perguntou Blaise, lhe olhando incrédulo — Vai logo!

Daphne sorriu para ele e então seguiu o pai.

— Cuidado! — uma voz gritou, quando estavam próximos do hall de entrada.

Astoria virou-se a tempo de empurrar Daphne para fora do caminho de um raio verde.

— Você me salvou — disse Daphne, incrédula.

— Você é minha irmã, estúpida — retrucou Astoria.

— Sangue Glaciare — gritou a voz de Amycus Carrow apontando para Astoria, mas como foi atingido logo depois o feitiço se desviou para Alderamin que caiu de costas no chão, imóvel.

— Pai! — gritou Astoria, ajoelhando-se do lado dele — Finite Incantatem!

— Não vai funcionar. É arte das trevas — disse Daphne, olhando paralisada para ele.

— Temos que fazer alguma coisa! — gritou Astoria, desesperada — Não sabemos o efeito do feitiço!

— Astoria, me escuta — sussurrou Alderamin.

— Não — sussurrou Astoria, chorando — Não fala nada. Você não vai morrer!

— Sabe o que a minha mulher me disse quando soube que não tinham chegado? — perguntou Alderamin e Astoria negou com a cabeça — “Salve as minhas filhas”. Se eu não sobreviver...

— Não fala isso, papai — interrompeu Daphne, ajoelhando-se do lado de Astoria.

— Tentem se entender — pediu Alderamin — Por favor. Se puderem fazer isso, eu poderei ir em paz.

— Para de falar isso! — reclamou Astoria.

Alderamin olhou para o outro lado, percebendo como nenhum dos feitiços atingia a Daphne e Astoria. Nenhum feitiço as atingia porque ele morreu por elas. Voltou o seu olhar para elas, queria que fossem a última coisa que ele visse antes de morrer.

Quando Voldemort ordenou a volta de suas tropas e todos puderam levar os seus feridos para o Salão Principal, já era tarde demais.

***

Sarah correu pelos corredores, tentando despistar o Death Eater. Passou tão depressa que era uma sorte não ter sido atingida por nenhuma maldição. Ela tropeçou em uma pedra caída no meio do caminho, olhou para trás e voltou a correr.

A parede tinha caído no meio do corredor, deixando-a sem saída. Amaldiçoou-se, como poderia ter perdido a varinha? Aquele gigante tinha a pego de surpresa e os dementors não tinham ajudado.

Quando ouviu os gritos de Rowle, ela se escondeu atrás de uma armadura, ofegante. Quando mesmo tinha se perdido de Lee e George? Rowle parou no corredor, olhando em volta, procurando-a. Aparentemente, não a encontrou já que deu um grunhido e voltou pelo caminho.

Sarah olhou para o teto ao sentir o pó que saía desse. Era só o que lhe faltava! O teto cair bem em cima dela! Olhou para o lado, procurando uma varinha perdida e paralisou.

— Fred? — sussurrou, aproximando-se do corpo estendido na armadura ao lado.

Um garoto ruivo estava deitado, cheio de fuligem no rosto, os olhos abertos, olhando para o teto sem realmente visualizá-lo, e um sorriso paralisado no rosto. Sarah sentiu o seu coração doer, como se estivesse tendo um ataque cardíaco. Não poderia ser Fred...

“Nem George” pensou, sentindo-se culpada por preferir que fosse George antes que Fred.

— Fred — sussurrou Sarah novamente, sentindo um nó em sua garganta.

Um nó que sufocava, seu peito se comprimia e sua visão se nublava. Ela não poderia deixar de ver esse sorriso todos os dias. Não... Ela nunca mais poderia sorrir sabendo que ele estava morto.

Ela ouviu o barulho de saltos altos, andando calmamente como se não estivesse no meio de uma batalha sangrenta, como se estivesse passeando pelos corredores durante a tarde.

— Black — sussurrou a dona dos saltos.

Sarah levantou os olhos identificando Bellatrix Lestrange que lhe sorria sadicamente.

— Finalmente, a última dos Black — sussurrou Bellatrix, aproximando-se.

A morena olhou mais uma vez para Fred, antes de levantar-se. Se morreria pelas mãos de Bellatrix, ao menos morreria com dignidade. Saiu de trás da armadura e posicionou-se em frente ao corredor sem saída.

— Nem quando está às portas da morte perde o orgulho, não é mesmo? — disse Bellatrix, dirigindo o seu olhar para a armadura e vendo Fred — Ah, o namoradinho morreu. Suponho que estarei lhe fazendo um favor.

Sarah não respondeu, simplesmente seguiu olhando desafiadora para Bellatrix. Em nenhum momento lhe passou pela cabeça um plano para correr ou pegar a varinha de Fred para duelar.

— Eu poderia fazer milhares de coisas com você, agora que a tenho, sabia? — ameaçou Bellatrix — Mas creio que já sofre o bastante. Está sozinha. Sem namorado, sem pais, sem parentes... E quando acabar com você irei atrás do seu afilhadinho querido.

Sarah sentiu o estômago se retorcer ao escutá-la falar aquilo. Iria atrás de Teddy, mas, além disso, não mencionou em nenhum momento a Tonks ou Remus.

— Oh, sim! Eles estão mortos — sussurrou Bellatrix, deliciada por poder lhe causar mais dor sem precisar gastar suas energias para isso.

— O que está esperando? É tudo o que você sempre quis! — conseguiu falar Sarah, sem nenhuma emoção na voz.

Por um momento, parecia que Bellatrix a deixaria viver para sofrer com a dor da solidão. Mas além do prazer em causar sofrimento, seu objetivo era limpar a família Black dos impuros.

— Dê um “oi” para o papai por mim — disse Bellatrix, com voz de criança — Avada Kedavra.

E o corpo de Sarah Black caiu, sem vida, a apenas alguns passos do de seu noivo.

— Vocês têm lutado valentemente... — ouviu-se a voz de Voldemort ecoar pelas paredes do castelo e Bellatrix virou-se, sabendo que o seu lorde daria um cessar fogo. Um prazo para Potter se entregar.

***

Amber abraçou a Oliver, escutando a última palavra dita por Voldemort ecoando nas paredes do castelo.

— Vamos — sussurrou Oliver.

— Todos para o Salão Principal — disse a professora McGonagall, assim que todos os Death Eaters saíram do castelo, com o feitiço Sonorus para que se ouvisse em todo o castelo.

— Tenho um mau pressentimento sobre essa retirada — disse Amber, evitando olhar para os corpos de Remus e Tonks — É óbvio que ele quer que Harry se entregue e ele é idiota o suficiente para fazer isso, depois de ver todas essas pessoas mortas.

— Vai ajudar a Madame Pomfrey — murmurou Oliver, beijando a testa dela — Eu vou ajudar a recolher os corpos.

Amber estremeceu, mas concordou e se foi, depois de dirigir um último olhar ao seu padrinho.

— Vive Mortis — disse Amber, apontando a varinha para um ferido que parecia que iria morrer a qualquer momento, dada a gravidade de seu ferimento.

— O que é isso? — perguntou Wayne, nervosa.

— Vai paralisar os sangramentos a tempo de o levarmos para o Salão Principal — explicou Amber, agachando-se — Me ajuda.

— Parece que lhe lançaram um Petrificus Totalus — disse Wayne, enquanto elas colocavam o rapaz em uma das macas estendidas para ser analisado pela Madame Pomfrey.

— Ele vai ficar bem — disse Amber.

Não precisaram levar os outros feridos para o Salão, já que a maioria poderia andar por si só e os outros foram carregados por amigos. Assim que Neville curou os seus cortes, a mando de Hannah, foi ajudar a Oliver e outro grupo a recolher os corpos nos destroços. A Madame Pomfrey também curou os cortes de Amber, tirando alguns pedaços de vidro que ficaram presos, antes de aceitar sua ajuda.

— Ponha isso — mandou a Madame Pomfrey, entregando a Amber uma máscara, um avental e uma luva — Não queremos mais doentes.

— Posso ajudar? — se ofereceu Hannah.

— Quanto mais ajuda melhor — aprovou a Madame Pomfrey, entregando a Hannah também.

Ela precisou usar o feitiço anestésico milhares de vezes. Raras pessoas ficaram com apenas alguns cortes, o restante teve ferimentos mais graves. Uma menina caiu em cima do braço e quebrou alguns ossos, ela teve que usar um feitiço para curar isso.

Lavender Brown estava desmaiada em uma maca, tinha sido atacada por Greyback e a própria Madame Pomfrey estava cuidando do ferimento em seu pescoço. Parvati Patil tinha perdido duas unhas, mas não era aquela parte branca que fica na ponta do dedo, era a unha inteira.

— Untamus Derme — murmurou Amber, apontando a varinha para onde ficavam as unhas.

— Preciso de uma Solução para Desinchar ou o garoto vai perder a perna — disse a Madame Pomfrey, aproximando-se de Amber — Só tenho Esquelesce aqui comigo. As poções estão no armário da Ala Hospitalar.

— Deixa que eu pego — interviu Hannah — Amber conhece os feitiços melhor do que qualquer outra pessoa aqui.

— Está bem — concordou a enfermeira.

Assim que a Madame Pomfrey saiu do seu campo de visão, Amber pôde ver como Fred Weasley era trazido por Percy e Bill, e colocado em cima de uma maca. A Srª Weasley se debulhava em lágrimas, abraçada ao Sr Weasley. George encarava o corpo do irmão em um estado de choque.

Essa era a última família quem merecia perder um ente querido. Nenhuma família merecia, mas a guerra não era justa.

— Está tudo bem? — perguntou Hannah, chegando com vários frascos.

— Na medida do possível — respondeu Amber, não conseguindo desviar o olhar enquanto George aproximava-se da maca — Pensei que Madame Pomfrey tivesse te pedido apenas uma Solução para Desinchar.

— Achei melhor trazer todas as poções de uma vez — disse Hannah, abaixando o rosto — Economiza viagem. Trouxe até uma Poção Calmante para caso os ânimos fiquem alterados. Tenho que ir lá!

Amber concordou com a cabeça enquanto Hannah apressava-se para dar a Solução a Madame Pomfrey. Olhando para o lado de Fred, ela viu que os corpos de Remus e Tonks já tinham sido trazidos. Ela levantou o rosto e viu Harry, Rony e Hermione entrando no Salão Principal, sentiu uma pontada quando viu o trio e olhou novamente para a família ruiva. Sarah não estava ali.

— Amber? Você está pálida! — disse Hannah, aproximando-se dela, preocupada.

— Onde está a Sarah? — sussurrou Amber — Você a viu?

— Não, eu não a vi desde que nos separamos no sexto andar — respondeu Hannah.

— Como assim se separaram? — perguntou Amber.

— Estávamos vigiando uma das passagens secretas que tinha sido lacrada. Eu, Fred, George, Lee e outras pessoas — contou Hannah — Então a passagem explodiu, entraram vários Death Eaters e corremos em direções diferentes. Nos separamos para despistá-los e encontrar um lugar mais apropriado para batalharmos, onde pudéssemos ter o apoio de outras pessoas caso a coisa ficasse feia.

— E nunca mais os viu? — insistiu Amber, ficando histérica.

— Eu vi Lee e George uma vez no corredor, mas só. Fred e Sarah desapareceram completamente — disse Hannah, olhando por cima do ombro e vendo Fred morto.

— Eu tenho que ir — disse Amber, tirando o avental e colocando em cima de uma mesa.

— Amber, não tome decisões precipitadas! — exclamou Hannah.

A ruiva tirou as luvas e a máscara rapidamente, e correu para a porta de entrada, decidida a ir procurar Sarah. Ela deve ter ido para o lago negro ficar sozinha quando viu que Fred estava morto.

Hermione e Rony tinham se aproximado de Fred, deixando Harry sozinho no batente da porta. Ele se virou para sair ao ver os corpos de Remus e Tonks, mas teve que recuar ao ver Oliver e Neville carregando mais um corpo para dentro.

Hannah correu para amparar a Amber que caiu ao reconhecer a adolescente. Oliver lhe olhou com os olhos tristes, enquanto depositava Sarah em uma maca na fileira a frente de Fred.

— Por favor, me diga que eu estou tendo um pesadelo — implorou Amber, aproximando-se da maca e sentindo as primeiras lágrimas descerem pela bochecha.

— Estava a alguns passos de onde Percy tirou Fred. Uma armadura caiu e bloqueou a visão, então não a viram antes — disse Oliver — Provavelmente deve ter visto Fred morto e alguém aproveitou a oportunidade...

— Bellatrix — disse Amber — Eu vou matá-la.

Oliver pegou Amber pelos ombros, impedindo-a de avançar para a porta.

— Amber, você precisa se acalmar — ele sussurrou.

— Como você quer que eu me acalme? — gritou Amber, empurrando-o — A minha melhor amiga está morta!

— Ir atrás de Bellatrix não vai resolver nada. Pelo contrário, vai ser quase suicídio — disse Oliver.

— Ela matou Sirius, matou Tonks, matou Sarah, matou Marlene... Matou milhares de pessoas e torturou os pais de Neville! — disse Amber.

— E a melhor forma de irritá-la é curando eles — disse Oliver, aproximando-se cautelosamente.

— Beba um pouco de água — disse Hannah, aproximando-se dela com o copo.

— Eu não quero água — reclamou Amber, a raiva passando e sendo substituída pela tristeza — Eu quero a minha irmã de volta!

Hannah trocou um olhar com Oliver e se afastou, enquanto Amber desmoronava.

***

O sol subia no horizonte e Amber sentia o sono a dominar, estando abraçada a Oliver e as lágrimas secas em seu rosto, sentados ao lado de Sarah. Callum, Kevin e Liam estavam do outro lado da garota.

Neville tinha acabado de recolher os corpos e agora conversava com Hannah, preocupado. Por que os Death Eaters não tinham voltado a atacar ainda?

— Harry Potter está morto — disse a voz de Voldemort, ecoando das paredes do castelo, fazendo alguns gritarem assustados — Morreu enquanto fugia, enquanto vocês apostavam sua vida por ele. Nós trouxemos seu corpo como prova que seu herói se foi.

Amber levantou o rosto do peito de Oliver e olhou para cima, sentindo o seu coração se apertar. Não poderia ser verdade, era uma mentira, uma peça pregada por Voldemort...

— A batalha está ganha. Vocês perderam metade de seus guerreiros. O número de meus Death Eaters é maior que o de vocês, e o garoto que sobreviveu acabou. Não há mais guerra — continuou a voz — Aquele que tentar resistir, homem, mulher ou criança, será massacrado, assim como os membros de sua família. Saiam do castelo, ajoelhem-se diante de mim, e você será poupado. Seus pais e filhos viverão e serão perdoados, e você se unirá a mim nesse novo mundo que construiremos juntos.

Amber engoliu em seco e olhou para Oliver que lhe devolveu o olhar. Dirigiu seu olhar para Ginny que, assim como ela, não tinha mais lágrimas para chorar.

Depois de alguns momentos de silêncio, todos e cada um deles levantaram-se decididos.

— Você vem ou não vem? — perguntou Astoria, a primeira voz no meio daquele silêncio, dirigindo-se à sua irmã.

Todos observaram como Daphne olhava para o homem deitado ao seu lado, empunhava a varinha e levantava-se.

— Se eles pensam que nos renderemos depois de todas essas mortes... Estão muito enganados — disse Daphne, decidida.

— Bem-vinda a batalha, Greengrass — disse Neville.

— Vamos ver se isso é mesmo verdade — disse Hannah, indo segurar a mão de Neville e desejando que fosse mentira.

Quando eles foram para o lado de fora, puderam enxergar a silhueta de Hagrid destacando-se na multidão, segurando um corpo em seus braços.

— Não! — gritou a professora McGonagall.

A multidão parou de caminhar, Voldemort na frente com Nagini em seus ombros. Bellatrix gargalhou ao ouvir o desespero de McGonagall, fazendo o sangue de Amber ferver e apertar a varinha com mais força.

— Não! Harry! — gritou Ginny, preparando-se para correr em direção a Hagrid, mas sendo impedida pela Srª Weasley.

Todos começaram a chorar e gritar até que Voldemort levantou a varinha e gritou:

— Silencio!

Algumas luzes se estalaram em cima deles e todos se calaram.

— Malditos — Amber pensou em voz baixa e levantou o seu rosto surpresa.

Voldemort tinha usado um feitiço para que todos se calassem. Apesar de ter escolhido o lado errado, o bruxo tinha bastante poder e o feitiço não tinha funcionado?

— Acabou! Coloque-o no chão Hagrid, aos meus pés, onde ele merece — ordenou Voldemort e Hagrid o fez — Vocês vêem? Harry Potter está morto! Vocês entendem agora, desiludidos? Ele não era nada além de um garoto que contava com os outros para sacrificar suas vidas por ele!

— Ele te superou! — gritou Rony e novamente houve gritos.

— Ele foi morto tentando sair dos terrenos do castelo — disse Voldemort, após realizar novamente o feitiço — Morto tentando se salvar.

Neville correu para a frente lançando um feitiço não-verbal para Voldemort. Antes que pudesse atingi-lo, Bellatrix conjurou um feitiço escudo e contra-atacou, fazendo-o cair. Voldemort aproximou-se dele e chutou a sua varinha para longe.

— E quem é este? Quem foi o voluntário a demonstrar o que acontece com a aqueles que continuam lutando quando a batalha está perdida? — perguntou.

Susan aproximou-se de Hannah, ficando do seu lado, enquanto Ernie ficava do seu outro lado.

— Ele vai matá-lo — sussurrou Hannah, desesperada.

— Acalme-se, amiga — murmurou Susan.

— É Neville Longbottom, meu senhor! — respondeu Bellatrix, gargalhando — Aquele que estava dando muito problema aos Carrow! O filho dos aurores, lembra?

— Ah, sim, me lembro. Mas você é sangue-puro, não é, meu bravo garoto? — disse Voldemort.

— E daí se eu for? — desafiou Neville, embora estivesse desarmado.

— Você mostra espírito e bravura, vem do estoque nobre... Você dará um valioso Death Eater. Nós precisamos de pessoas como você, Neville Longbottom — disse Voldemort.

— Eu me juntarei a você quando o inferno congelar — retrucou Neville, fazendo algumas pessoas ofegarem — Dumbledore’s Army!

Todos da D.A gritaram em resposta.

— Muito bem. Se é sua escolha, Longbottom, reverteremos o plano original. Assim seja — disse Voldemort, furioso.

Ele agitou a sua varinha e o Sorting Hat voou por uma das janelas quebradas até as mãos do bruxo.

— Não haverá mais seleção em Hogwarts — anunciou Voldemort.

— Nós e nossa boca — murmurou Oliver, lembrando-se da discussão que ele e Amber tiveram mais cedo.

— O emblema, escudo e cores de meu nobre ancestral, Salazar Slytherin vai suprir a todos — continuou Voldemort — Não vão, Neville Longbottom?

Ele forçou o chapéu na cabeça de Neville e algumas pessoas tentaram se aproximar, mas os Death Eaters lançaram feitiços impedindo seu caminho.

— O Neville aqui vai demonstrar o que acontece com quem é tolo o bastante para continuar a me opor — anunciou Voldemort e pôs fogo no chapéu.

— Neville! — gritou Hannah, livrando-se de Susan e correndo na direção dele.

O meio-irmão de Hagrid passou, neste instante, gritando por ele. Os gigantes que apoiavam a Voldemort lançaram em direção a ele. Os centauros apareceram pela borda da Floresta Proibida e lançaram suas flechas nos Death Eaters.

— Aguamenti! — gritou Hannah, apontando a varinha para o Sorting Hat, no entanto o fogo não apagou — É fogo maldito!

Neville conseguiu se livrar do chapéu que caiu no chão, deixando aparecer a ponta de uma espada. O garoto rapidamente tirou-a de dentro e cortou a cabeça de Nagini que tinha virado para lançar-se em sua direção.

— Harry! — gritou Hagrid — Harry! Onde está Harry?

— Bamboé! — gritou Amber, apontando a varinha para o Death Eater mais próximo que caiu para trás — Feligasto!

Todos foram obrigados a entrar no hall de entrada, onde a batalha continuou. As portas que davam para as cozinhas explodiram e os elfos domésticos, liderados por Kreacher, começaram a lançar facas nos inimigos. Cada vez mais Death Eaters eram derrotados: McNair por Hagrid, Greyback por Rony e Neville, Yaxley por Lee e George, Dolohov por Flitwick, Thicknesse por Arthur e Percy, Rookwood por Aberforth.

Voldemort duelava com a professora McGonagall, Slughorn e Kingsley ao mesmo tempo. Já Bellatrix duelava com Hermione, Ginny e Luna. A Srª Weasley interviu quando uma Maldição da Morte errou Ginny por pouco.

A maioria já tinha acabado com os Death Eaters restantes, então encostaram-se nas paredes observando os dois duelos.

— A minha filha não, sua vadia! — gritou a mulher, empurrando as três para o lado.

Bellatrix gargalhou, incrédula, entretanto perdeu o sorriso quando a Srª Weasley começou a atacar rapidamente

— O que acontecerá com seus filhos quando eu tiver te matado? — provocou Bellatrix.

— Você nunca mais tocará nossos filhos novamente! — gritou a Srª Weasley.

Bellatrix deu uma gargalhada sádica e a Srª Weasley aproveitou o momento: lançou um feitiço congelante e a Death Eater paralisou em sua risada. Logo depois lançou outro feitiço que “quebrou” a estátua, fazendo Bellatrix se dividir em milhares de pedaços.

Voldemort deu um grito furioso, tinha perdido a sua melhor seguidora. Deu um único feitiço que jogou os seus três atacantes para trás e virou-se, apontando a varinha diretamente para a Srª Weasley.

— Protego! — gritou uma voz masculina surgiu do nada e o feitiço protetor colocou-se entre a Srª Weasley e Voldemort.

Logo depois, o ar pareceu solidificar-se e um pedaço de tecido caiu no chão, revelando Harry Potter.

— Sabia que ele estava vivo? — murmurou Oliver a Amber, mesmo vendo seu suspiro de alívio.

— Demoro a perceber o que aconteceu — respondeu Amber — Provavelmente só choraria quando estivesse sozinha e a realidade me batesse na cara.

Harry e Voldemort posicionaram-se no centro do hall, enquanto a multidão encarava silenciosamente.

— Espera, eu vou matá-lo assim que tiver a oportunidade — sussurrou Amber, a ficha caindo finalmente — Ele fingiu que tinha morrido.

Oliver deu uma risada anasalada. Amber realmente demorava a perceber o que acontecia.

***

Todos os sobreviventes estavam no Salão Principal, as mesas das quatro casas tinham sido novamente colocadas, embora ninguém estivesse sentando em sua respectiva mesa. Voldemort tinha sido derrotado e já era hora de acabar com esses preconceitos que tinha causado todas aquelas mortes.

— Sinto muito pelo seu pai — disse uma voz masculina atrás de Astoria.

Ao se virar, a garota ficou surpresa ao ver Draco Malfoy lhe falando.

— Eu também — respondeu — Seu pai provavelmente vai ser preso.

— Eu sei, mas ele merece — concordou Draco — E eu também.

— Você se aliou a Voldemort porque não tinha uma alternativa — disse Astoria, negando com a cabeça — Não foi sua culpa.

— Ei, Draco! — cumprimentou Daphne, sentando-se na frente da irmã.

— Acabaram as brigas familiares? — perguntou Draco, dando um sorriso mínimo, mas sincero.

— Por enquanto — brincou Daphne, bagunçando o cabelo de Astoria que reclamou.

— Draco! — chamou Narcisa, do outro lado da mesa.

Draco olhou para os pais. Lucius olhava de soslaio para Astoria com uma expressão meio reprovadora, já Narcisa sorria carinhosa para Draco.

— Vai nessa, loiro oxigenado — disse Daphne.

— Olha só quem fala — resmungou Draco, afastando-se das duas.

Daphne olhou para Astoria e deu uma risada anasalada.

— O que é? — perguntou Astoria.

— Quer que eu pegue um guardanapo para limpar a baba da boca? — zombou Daphne, fazendo a irmã corar — Está tão na cara a sua paixonite por ele.

— Cale a boca — disse Astoria, voltando para a sua comida.

— Ei, Daphne — cumprimentou Theo, passando por perto.

— Oi — respondeu Daphne, acenando.

— Quer que eu pegue um guardanapo? — repetiu Astoria, zombeteira.

A loira pegou uma batata do seu prato e jogou em cima da irmã, seu rosto tingindo levemente de vermelho.

— Ei! — protestou Astoria, balançando a mão encharcada de água perto do cabelo dela.

— Por favor, não vamos começar uma guerra de comida — implorou Millicent Bulstrode.

— Alguém disse guerra de comida? — perguntou Blaise, animado.

— Sai pra lá, Zabini! — disse Daphne, empurrando-o enquanto ria.

Alguns alunos da Gryffindor olhavam assombrados a cumplicidade entre os integrantes da casa verde. Eles não eram pessoas de demonstrar seus sentimentos na frente das outras pessoas.

— A escola teve muitos prejuízos, não vai ter dinheiro o suficiente para reconstruir o castelo — Hannah expôs a situação para seus colegas de casa.

— Vamos nos voluntariar — disse Susan.

— Contem com a DA — disse Neville, surgindo por trás de Hannah.

— Tudo bem, líder — disse Hannah, sorrindo.

— O líder é o Harry — disse Neville, encabulado.

— O Harry pode ser líder da revolução, mas você fez isso funcionar aqui dentro — disse Hannah.

Susan trocou um olhar com Ernie e Justin, e eles levantaram-se, saindo sem que Hannah ou Neville percebessem.

— Onde está Rony? — perguntou a Srª Weasley, olhando em volta, nervosa.

— Calma, mãe — disse Ginny, sentando-se ao lado dela — Rony saiu com Hermione, eles devem querer conversar sozinhos.

Com isso, a Srª Weasley acalmou-se. A batalha pode ter acabado, mas ela não estava pronta para ficar longe dos seus filhos. Ainda mais depois da morte de Fred.

— Imaginem se os dragões tivessem entrado na guerra — disse Charlie para Bill, que negou com a cabeça divertido.

— Mãe, pensa que a Sarah está com o Fred agora — disse Ginny, triste.

— Isso é o que me preocupa — disse a Srª Weasley, conseguindo brincar.

— Tenho pena de Merlin — disse o Sr Weasley, solenemente.

A família conseguiu rir mesmo que só por um momento.

Amber levantou-se e saiu do Salão Principal, olhando os destroços do castelo. Uma parte do teto tinha sido demolida pelos feitiços e dava para ver o céu em um corredor inteiro.

— Pensando em qual feitiço usará para torturar seu irmão? — perguntou Oliver, que evidentemente tinha a seguido.

— Ele vai se ver comigo depois — disse Amber, virando-se para ele — Não sabia que era amigo de Percy.

— Pois é. Difícil de acreditar — disse Oliver — Ainda mais que a pessoa que mais o odeia no mundo é a Audrey.

— E eu não sei? Tive que escutá-la xingando-o quando Sabelle foi embora e ela passou a dividir quarto comigo — disse Amber — Aliás, acho melhor você mandar um patrono para a sua mãe. Ela deve estar preocupada.

— Vai conversar com Harry — sussurrou Oliver, dando um beijo na testa dela.

— Depois. Agora eu vou dormir um pouco — disse Amber — Estou exausta.

— Qual a senha? — perguntou a Fat Lady.

— Harry Potter — disse Amber, sorrindo de lado.

Fat Lady sorriu de volta, antes de girar, dando passagem.

O Salão Comunal da Gryffindor estava bem, comparado ao resto do castelo. As janelas estavam quebradas e alguns cacos jogados no chão, alguns tijolos da lareira foram arrancados e os quadros caíram. Tiveram ainda poltronas que viraram na correria, mas isso podia ser ajeitado rapidamente.

Amber tirou a varinha do casaco e apontou a varinha para a frente, girando-a enquanto usava o mesmo feitiço que Dumbledore uma vez usou para consertar a sala de Slughorn. Todos os cacos de vidro voltaram para a janela, reconstruindo-a, as poltronas voltaram aos seus lugares normais, os tijolos e quadros idem.

Quando terminou, dirigiu-se ao dormitório feminino e viu que Harry estava sentado nas escadas do dormitório masculino.

— Harry! Pensei que estivesse com Rony e Hermione! — exclamou Amber.

— E ficar de vela? Já fiz o que tive de fazer: falei com o retrato de Dumbledore — disse Harry — Se quiser me perguntar qualquer coisa... Aconteceram muitas coisas desde ontem de manhã.

— Conversamos mais tarde, estou cansada — disse Amber, subindo as escadas — Mas você vai se ver comigo quando eu recuperar minhas horas de sono.

Assim que Amber bateu a porta, Harry sorriu. Agora que Voldemort tinha ido, ele poderia aproximar-se mais de sua irmã, sem medo de morrer no dia seguinte. Eles, querendo ou não, tinham algo a mais que os unia: a perda.

Levantou-se da escada e girou a maçaneta da porta que dava para os dormitórios, a primeira coisa que faria ao acordar seria falar com Ginny.

Sentia-se livre como não se sentia há muito tempo.


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Notas finais do capítulo

Eu não gosto de ter criado uma personagem para matá-la logo depois, mas Sarah perdeu os pais e o namorado. Como poderia seguir vivendo assim?
Eu cheguei a pensar em matar a Amber, mas seria difícil fazer isso... A última familiar viva de Harry e ele já teve muitas perdas.



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