PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 22
Capítulo 21 – Prelúdio de uma confissão


Notas iniciais do capítulo

Acho que vocês vão gostar desse capítulo, afinal...



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Pokémon Estilo de Vida
Saga 02 – Fantasmas do Passado
Etapa 05 – Competições Escolares

Existe uma maré nos casos dos homens.
Cuja, levando à inundação, nos encabeça à fortuna.
Mas omitidos, e a viagem das vidas deles está restrita em sombras e misérias.
Em um mar tão cheio estamos agora a flutuar.
E nós devemos pegar a correnteza quando nos for útil,
Ou perder as aventuras antes de nós ”

(Shakespeare)

Capítulo 21 – Prelúdio de uma confissão

Existem situações das quais se você tivesse oportunidade de fugir, não deveria. Uma vez que você começa a fugir, não para mais. Isso é verdade para a maioria das pessoas. Mas, algumas pessoas estão fadadas a serem perseguidas pelas oportunidades que não desejam.

Isso só pode ser algum tipo de piada de mal gosto. O dia só piorara e ainda falta muito para terminar. Pelos olhos de Leila eu tenho certeza que ela não tem dúvidas sobre minha identidade. Mas, se ela sabe quem eu sou por que me enfrentar? Kevin tentava encontrar uma saída daquilo.

O evento havia chegado ao fim, mas o prêmio prometido a vencedora não estava inteiramente disponível. Leila queria a prometida batalha contra a celebridade e bem como o tempo de bate papo. Parecia decidida a fazer Kevin entregar o prêmio e dizia que sabia que ele era o Maerd desaparecido.

– Bom... Não entendi muito bem o que você quer dizer com Kiran ser Maerd. mas, se deseja uma batalha basta pedir. - Murmurou o loiro sorrindo e de repente viu a menina esticar uma pokebola para ele.

Braço direito esticado, pokebola não mão e olhos fixados no seu alvo. A forma de desafio clássica não pode ser recusada por um treinador que a conhece e se você for Kevin Maerd Júnior e você aceitará. Eu vou lutar contra um campeão, minha irmã vai saber a verdade sobre ou todos vão saber de você! Leila estava determinada a realizar aquela batalha.

Toda a plateia viu Leila realizando o desafio, de maneira formal, ao assistente do professor de história, que para muitos era apenas alguém contratado para a organização do evento. Calaram-se com a visão daquilo e todos pareciam entender que fazia total sentido aquele desafio. Se o loiro havia se segurado durante um tempo contra a campeã, poderia apresentar algum desafio para a vencedora do torneio.

– Será um prazer aceitar seu convite. - Disse Kevin que caminhou na direção da poltrona da celebridade e pegou algo que estava em cima dela. - Acho que precisará disso. -

Kevin sorria e parecia solicito ao convite enquanto a plateia agitava-se com a possibilidade de ver mais uma luta. Aproximou-se de Leila, desligou-o seu próprio microfone e passou a colocar o headfone nela.

– Lute como um campeão ou conto para todos. - Disse Leila a meia voz.

– Você é divertida! Adoro gente que ameaçam me ferrar. Da gosto vê-los parar no Centro Pokémon. - O murmuro de Kevin foi sem muita emoção, quase como um aviso. Leila chegou a afastar o corpo e a dar um passo para trás, arrepiando-se. - Trinta minutos. Dois pokémon a sua escolha e sem trocas. - Ele sorriu ao ver que Leila havia entendido o recado inicial, mas que não compreendia as regras.

Kevin esticou seu celular para ela. Quando o pegou estava no modo pokeagenda. Podia ver o nome do treinador dono, Kevin Maerd Júnior, o que confirmava quem ele era. Havia ali a imagem de vários pokémon, alguns que ela nunca vira. Alguns com legenda dizendo ativo, outros coloridos e outros com escala de cinza.

Em cinza devem ser os Bersekers. Ele não vai trazê-los para uma exibição. Fiquei surpreso dele usar um contra Lúbia. Não parece ter nenhum pokémon fraco. Acho que vou escolher realmente os mais distintos. Ela olhou para Kevin por alguns instantes.

– Vejo nos seus olhos que já escolheu. - Ele terminou de equipá-la com os headfones e baterias. - E quer trazer um que não está selecionável. - Ele sorriu. - Você com certeza é inteligente o suficiente para entender que não posso trazer alguns aqui. -

– Butterfree e Raticate. - Leila sorriu maliciosa. - Nunca vi um deles ao vivo. Dizem que é altamente comum em algumas regiões, mas Arton não os têm. -

– Raticate é Berseker. - Disse Kevin calmamente e observou que a plateia os olhava. Começariam a questionar todas aquelas conversas. - Mas, posso mantê-lo em rédias curtas. Mas, é a sua pior escolha. -

Leila sorriu afastando-se para posicionar-se. Kevin caminhou um tanto contrariado com a situação. Não esperava fazer nada daquilo e muito menos que Leila ficasse atormentando-o com aquilo. Por isso aceitou trazer Raticate, iria colocá-la em seu lugar no melhor estilo possível. Pressionou alguns botões e a troca de pokebolas foi realizada.

– Essa luta de exibição será entre a vencedora do torneio, Leila Landsteiner, e um dos organizadores, Kevin Kirian, que tomará o lugar da celebridade. Combate de trinta minutos com dois pokémon sem trocas. - Ele fez o cronometro aparecer na tela. - Não haverá juiz. Ao soar da sirene, laçaremos. -

A falta de um juiz não parecia ser um problema. Ambos ergueram pokebolas enquanto encaravam-se confirmando que o outro estava pronto. Uma sirene foi tocada e ambos lançaram suas pokebolas.

Isso é uma Butterfree? Leila havia ficado maravilhada com a visão, demorando algum tempo para se recompor. A pokémon a sua frente não fazia jus as descrições que faziam dela em livros e mesmo nas fotos e vídeos ela parecia mais impressionante pessoalmente.

De uma simplicidade em suas formas que agradava e tornava-a mais atraente visivelmente. Possuía corpo roxeado com o tronco quase no mesmo formato da cabeça, mas cada qual em sua proporção. Braços e pernas pequenos de uma cor mais clara que o restante do corpo. As duas asas brancas com detalhes pretos eram o que ela sabia, variava de pokémon para pokémon. O desenho era o que fazia esse pokémon ser caçado por alguns colecionadores, mas não era algo que a Landsteiner queria se ater naquele momento.

Um pokémon inseto voador que possuí cinco fraquezas sendo rocha a mais eficiente. A maioria dos ataques são a média distância, sendo que a curta distância alguns ataques podem ser eficientes. Preciso lutar a longa distância. Leila traçava seus planos quando Kevin começara a falar.

– Ninetails? - Kevin ficou olhando curioso. Aquele pokémon não havia parecido ainda no time de Leila, pelo que ele se lembrava. - Seu pelo branco brilhoso indica que está sendo bem cuidado, os olhos vivos indica que está cheio de energia, as patas, no entanto estão, muito intactas, indica que não teve muitas batalhas ou acabou de evoluir. - Kevin sorriu. - Seu pokémon não tem muita experiência nessa forma. Por isso, tornado!-

Leila surpreendeu-se com a análise clara que Kevin fez de seu pokémon e em voz alta. Demorou algum tempo para reagir ao tornado que chegou a levantar seu pokémon e derrubá-lo de cabeça para baixo no chão. Ela nunca tinha visto aquele tipo de situação antes.

– Ventos de Prata! -

O comando de Kevin foi rápido e sequer deu tempo para que Ninetails levantasse. O ataque era uma ventania com um pó prateado com propriedades de inseto. Um golpe de duplo efeito, mas felizmente, para Leila, não era efetivo contra seu pokémon.

–Erga-se e dispare Ember! - Comandou Leila.

Seu pokémon se ergueu sacudindo-se e logo depois usando o ataque que lançou três fortes brasas contra seu adversário voador que naquele momento estava a três metros de altura. Os ataques passaram todos pelo inseto alado, que apenas diminuiu sua altura para desviar.

– Pegue-o em FireSpin agora que está mais baixo! -

– Aguarde! - Gritou Kevin enquanto via uma forte rajada de chamas seguir em direção ao seu pokémon. - Mantenha! - Ele sabia o efeito do ataque. Era o famoso circulo de fogo, perfeito apara aprisionar os pokémon, especialmente os alados. - Proteção! -

O fogo tentou envolver Butterfree por todos os lados, por cima e por baixo, mas uma esfera de energia esverdeada se fez em volta do pokémon Kevin e todo o foco chocou-se com a barreira e logo dissipou-se.

– Time duplo! - Comandou Kevin. - Cerquem. -

Butterfre de repente se transformou em quatro e cada qual assumiu uma posição, cercando Ninetails. A raposa de fogo olhava apreensiva para os lados enquanto sua treinadora olhava o chão. A sombra indicava quem ele deveria atacar.

– A esquerda FlameTower! - Comandou Leila.

A butterfree de Kevin foi atingida e todas as outras imagens desapareceram. Ela perdeu altitude e foi baixando lentamente.

– Agora FireSpin. - Comandou Leila.

– Butterfree, Clarão. -

Antes que Ninetails conseguisse emitir suas chanças circulares, Butterfree emitiu de suas asas uma forte luz que cegou ao seu adversário. Sem conseguir efetuar o ataque pois estava sem direção certa o pokémon parou atordoado.

– Vamos recuperar nossas energias Time Duplo e com Giga Dreno! - Disse Kevin.

Ele consegue defender-se e evitar que eu ataque e nem está usando muita velocidade nisso. Parece que ele já sabe que estou tentando manter a luta a longa distância. Leila viu seu pokémon gemer de dor enquanto sua energia de vida era sugada por uma bolha verde.

– Agora que ele está próximo, Quick Attack. -

Leila comandou, mas seu pokémon atacou uma das cópias que nem ela mesma havia percebido ter se formado. Foi uma distração básica.

– Ventos Cortantes. -

Pelas costas o pokémon de Leila um forte ataque de ventania que começou a cortá-lo. O pokémon fraquejou e foi sendo arrastado e retalhado Chegou a ficar próximo da arquibancada e então finalmente os ventos pararam após um sinal de Kevin.

Ninetail tremia para conseguir ficar de pé. Encarou o adversário por alguns instantes e tentou erguer-se. Sabia que naquela distancia, longa, poucos ataques funcionariam e sua treinadora estava tentando escolher o melhor.

– Bem - Kevin olhava atentamente Leila que não parecia ver que o adversário humano consultava com os olhos. - Chegue ao teto e Tornado na arena. -

Leila olhou para Kevin por alguns instantes pensativa até que arregalou olhos compreendendo o comando. Esticou a pokebola retornando Ninetails, apressadamente, quando Butterfree inciara um Tornado em toda arena, mais parecendo um furacão.

A plateia aplaudiu. A batalha havia sido de um lado só praticamente, mas a exibição de vários ataques distintos de um pokémon que eles mal conheciam parecia animá-los.

– Butterfree, fez um ótimo trabalho. - Kevin retornava o pokémon agradecendo. - Agora, para o palco Raticate! -

Leila ficou olhando com incredulidade a ação realizada pelo rapaz. Por que ele trocara de pokémon antes de ver seu adversário? Estava esnobando ou aquele ataque que Butterfree levara fora tão forte assim?

– Pretende continuar a batalha? - Questiono Kevin fazendo as pessoas rirem.

Raticate já havia até bocejado e deitado na arena. Seu tamanho de pouco mais de meio metro, com pelos marrons ouriçados e o grande dente era persuasivo, mas parecia tão entediado que chegava a parecer inofensivo. Definitivamente o pokémon roedor não esperava nada daquela batalha.

– Vileplume. -

Leila enviou um pokémon, respirando fundo. Zoações não era algo que a tiravam do sério, a escola era mestre em tentar humilhar as pessoas, Kevin não teria exito em desestabilizá-la.

Raticate é um pokémon do tipo normal com ataques, majoritariamente, a curta distancia. É um roedor de contato físico e extremamente ágil. Acho que ele não possui ataques naturais a media ou longa distancia. Mas, pode ter sido ensinado, afinal ele é um pokémon do time mais forte. Nesse caso, vou manter a longa distancia novamente. Leila tinha sua estratégia e sabia que diferente de Ninetails, Vileplume poderia parar o adversário mais velozmente.

O pokémon planta venenoso media mais de um metro de altura. Um tronco roxeado com olhos bocas e braços e pernas uniformes com grandes pétalas de cogumelo avermelhado em sua cabeça. Talvez para alguns ele lembrasse uma flor, mas suas pétalas eram tão grosas que a pessoa teria de não conhecer flores para dizer tal coisa.

– Agilidade, Time Duplo e Ataque Rápido. -

Kevin não tinha interesse em prolongar a luta e por isso iniciou uma combinação de três movimentos. Leila entendeu, alto nível mesmo com movimentos básicos. Era como se a arena tivesse sido invadida por ratos que atacavam a planta por todos os lados. Foram cerca de seis golpes certeiros, sem defesa alguma, ate Leila conseguiu reagir.

– Petal Blizzard! - Comandou Leila.

O golpe era simples e consistia em várias pétalas de flores rodando em torno de seu usuário e expandido-se contra seu adversário com bastante velocidade junto a uma forte ventania. Raticate e suas cópias foram acertados no mesmo instante.

– Não perca-o de vista, Energy Ball! - Leila comandou rápido e enquanto pokémon rato ainda era levado para trás, e média distante, a esfera de energia de grama foi disparada e acertou o rato que foi lançado para trás. - Isso! - Vibrou Leila ao ver que ele chegou a uma distancia longa. - Energy Ball novamente. -

– Desvie. - Disse Kevin calmamente.

Todos puderam ver que na verdade Raticate não conseguia sequer desviar. A esfera foi lançada e chegou a ele em instantes. No último segundo o rato conseguiu rolar, desajeitadamente, para o lado.

– Vileplume! - Leila via o fraquejas das patas, os olhos quase fechando-se e o pelo surrado. - Stun Spore. -

O pokémon planta recebeu o comando de colocar no ar o pó atordoante. Uma vez acertado por tal ataque o pokémon estaria paralisado e assim ela poderia vencer. Ele já não podia mover-se livremente, então era presa fácil.

– Afaste-se o máximo. - Kevin parecia calmo e sorria, quase que segurando um risinho.

Raticate arrastava-se enquanto o pó aproximava-se dele. Era quase de dar pena ver um pokémon rastejando com o que parecia ser o resto de suas forças. Por menos de um metro o pó não chegou nele. Mas, o pokémon pareceu parar de se mover, arfando pesadamente.

– Petal Blizzard. - Leila comandou com a intenção se fazer o pó paralisante que ainda caia se juntar à Tempestade de Pétalas e assim dar fim ao adversário que não poderia se mover mais rápido que as rajadas de vento e pétalas.

O ataque seguiu rápido enquanto o pokémon permanecia imóvel apenas respirando e vendo o ataque se aproximar velozmente.

– Cavar e Presas de Fogo! - Disse Kevin.

Leila segurou a respiração ao ver o pokémon começar a cavar velozmente e sair do ataque segundos antes de ser acertado. O pior foi ver que seu pokémon, menos de cinco segundos depois foi lançado para cima na segunda parte do ataque carvar e logo depois foi abocanhado com presas em chamas.

Eles vieram ao solo com Vileplume tendo Raticate agarrado em suas costas, com presas flamejantes cravada em suas costas. A planta começou a pegar fogo e debatia-se desesperada para se livrar do pokémon que não o soltava.

– Rabo de Ferro! -

Um comando de reação instantânea. O pokémon roedor abriu a boca, liberado seu adversário que caiu para frente. Enquanto isso o rato saltou, girando no ar e acertando o rabo, que brilhava intensamente, no corpo de seu alvo. Vileplume caiu inconsciente ao pés de sua treinadora que piscava aturdida.

Raticate correu animado até a plateia que aplaudia. Ele rugia enquanto a plateia aumentava os aplausos.

– Ele adora uma exibição. - Sorriu Kevin enquanto encarava sua derrotada adversária. -

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– Bem... -

Demorou cerca de dez minutos para que Leila se refizesse da batalha. A derrota tinha um gosto amargo mesmo quando sabia que as chances eram pequenas. Ela esperava mais de si mesma, ou talvez esperasse menos de seu adversário. Mas, não esperava que a batalha levasse menos de quinze minutos.

– Está me deixando um tanto constrangido calada e aérea. - Kevin sorriu abertamente tentando forçar um assunto no qual Leila se veria obrigada a dizer algo. - Sei que não sou Lúbia Mar, menina prodígio, mas acho que dou pro gasto, né? -

No final, Lívia não chegou para ver a luta e isso a deixou ainda mais abalada. Acabou nem compreendendo bem que havia um prêmio a mais ao vencedor do torneio. Sabia que passaria algum tempo na companhia da celebridade, mas não imaginava que seria em um dos restaurantes mais caros da cidade.

Um prêmio que ela não estava curtindo muito. Levaram dez minutos até o local, após Kevin rapidamente arrumar um blazer e chamarem um táxi, fugindo de todos do colégio.

– Desculpe-me. - Leila suspirou tentando se recompor. - Desde que cheguei a Arton, não havia perdido uma única batalha. Não que meus adversários fossem formidáveis como você, mas... Achei que eu seria mais efetiva. -

– Você é uma boa treinadora. Com pokémon interessantes. Tem um estilo bem legal para se explorar. - Kevin comentou. - Mas, ainda precisa desenvolvê-lo mais. Se eu entendi bem, você aplica matemática e física durante a luta medindo a distancia ideal para minimizar o ataque adversário, sem que o seu seja afetado. - Kevin sorriu ao ver o garçom servir um suco e um bolo. - Você soma isso ao conhecimento prévio que adquire do seu adversário, tanto quanto aos pokémon quanto ao estilo. -

Leila sorriu ao ver Kevin analisando seu estilo. Era basicamente aquilo que ele dizia, evitava que seu adversário lutasse na distancia que ele mais gostava, isso retardava os movimentos e a força dos ataques. Sendo que ela tinha habilidade de atacar a qualquer distancia. Não importava o nível do adversário, ela precisava apenas ser paciente e manter a luta na distancia escolhida.

– O problema são cinco pontos que ainda precisa aprimorar. - Comentou Kevin. - O primeiro é a resistência dos pokémon. Como você mesma falou, está acostumada a ganhar e seus pokémon não são acostumados a apanhar porque você está sempre evitando que ele tome um forte impacto. Mas, o que acontece quando sua estratégia falha? Justamente o que aconteceu com Vileplume e Ninetails. Eles se desesperam com a dor e demoram para ordenar as ideias. -

Leila ficou olhando por alguns instantes sem dizer nada. Parecia processar o que ele havia acabado de falar, ou talvez tentado entender o que ele havia começado a fazer.

– Nunca pensei por esse lado. - Comentou Leila. - Sempre imaginei que quanto menor fosse o dano tomado, melhor. Mas, sua visão é interessante. Quanto menos dano tomar é melhor, mas tem que está preparado para levar um forte dano sem que isso o abale. -

– Isso ai! - Disse Kevin sorrindo e mordendo um pedaço de bolo. - Não se trata do quanto você consegue bater, mas o quanto você consegue apanhar e permanecer na luta. - Ele parou por um momento pensando. - Claro, sem que coloque a integridade de seu pokémon em risco. -

Leila deu uma risada. Kevin não entendeu o motivo, mas imaginou que a frase era engraçada realmente.

– O segundo ponto é seu tempo de reação. - Kevin procurou as palavras por alguns instantes. - Você sabe o que é? -

– É o tempo entre eu comandar e o pokémon executar o movimento. - Comentou Leila. - Tenho tentado melhorar isso, mas parece que cheguei a um ponto em que não consigo ir além. -

– O conceito é esse, mas com o tempo alguns treinadores adotam um novo conceito para tempo de reação. - Ele sorriu. - Além do tempo de seu comando para a ação do pokémon, é o tempo do comando adversário para uma contrapartida sua. -

Ele pegou um guardanapo e fingiu que jogou nela. Leila assustou-se por alguns instantes e só depois percebeu que ele não jogara.

– O tempo em que você escuta o comando até o tempo em que seu pokémon executa o comando escolhido por você para reagir ao ataque adversário é o verdadeiro tempo de reação para combates de alto nível. - Ele meneou com a cabeça procurando um exemplo. - Existem treinadores que são psíquicos e tem um contato com seu pokémon que é telepático. Ele pensa o pokémon faz. Ele pensa o pokémon age. Não tem como ter um tempo de reação mais rápido que a velocidade do pensamento. - Kevin sorriu. - Então o que pode demorar é o tempo para decidir o que fazer diante de um ataque adversário. -

– Confesso que li uma vez a respeito disso. Que um mestre de Jotho, especialista em tempo de reação zero, estava buscando esse novo conceito. - Ele tentou lembrar-se do nome, mas Trevor Gutmore jamais surgiria na cabeça dela com facilidade. - Você usa os ataques em português, assim eu não sei de imediato do que está falando, só depois que traduzo. Ainda por cima, fiquei um pouco assustada com sua habilidade de analise, sendo jogada na minha cara. - Leila revirou os olhos, mas de repente começou a rir. - Era para me deixar assustada, né? Diminuir meu tempo de reação nem que por uma ou duas rodas, certo? -

Kevin começou a rir confirmando com a cabeça o questionamento dela. A batalha pokémon ia muito além dos pokémon na arena, o treinador tinha que estar treinado para a batalha.

– O terceiro ponto é a estratégia adversária. - Comentou Kevin. - Imagino que já tenha percebido que se seu adversário for veloz você não conseguirá mantê-lo na distancia que deseje por muito tempo. Ele pode ter um estilo que você conheça bem, mas pode adotar uma estratégia dentro da luta que não tenha nada haver com o estilo dele. Foi o que aconteceu com Raticate. Você queria mantê-lo distante, mas ele era veloz demais e tinha outras formas de se aproximar que você não podia controlar. -

– Aquele pokémon é um fingido. - Leila pareceu zangada. - O que foi aquilo? Ele ficou fingindo estar machucado por quase toda a luta. -

– Ele adora uma teatralidade. Aguenta muita pancada, mas não gosta de levá-las. - Kevin revirou os olhos. - Quem gosta, né? - Rindo o loiro retomou a fala. - Então ele começa a fazer corpo mole quando começa apanhar para sair logo da arena. Ele é de uma personalidade divertida. - Comentou Kevin. - Você sabe sobre personalidade dos pokémon, né? -

Leila sacudiu a cabeça afirmando que sim, enquanto bebia um pouco de chocolate quente. Mas, nada falou a respeito do assunto.

– Quarto ponto e talvez, mais engraçado é justamente a personalidade e características próprias dos pokémon. - Kevin a encarou. - Seu estilo afeta diretamente o pokémon quanto a forma de batalhar. Como você fica no controle da distancia, seus pokémon tendem a se movimentar pouco pela arena. Alguns pokémon adaptam-se bem, outros perdem suas principais características com isso o que pode desmotivá-los. Ainda complica-se o quadro quando um pokémon agitado, precisa ficar contido. -

– Mas, quando decido pela curta distancia eu movimento-me muito. - Comentou Leila rebatendo. - Acho que sua crítica é meio falha nisso. -

– Não. - Kevin começou a rir. - Não é crítica, é dica. Estamos analisando a batalha. Você chamou meu pokémon de fingido só porque ele não gosta de apanhar. Eu poderia chamar seu Vileplume de chorão só porque ele ficou lá todo choroso porque não conseguia se livrar do Raticate. - Ele riu. - É isso que os treinadores fazem, conversam sobre suas batalhas e performances. -

– Sério? - Leila pareceu não acreditar.

– E isso me leva ao quinto ponto. - Kevin bebeu um pouco do suco e levou a mão a um pão de queijo que fora servido. - Você é uma boa treinadora, tem ótimas ideias de estilo e estratégias de batalha. Mas, está no limite que pode chegar, treinando sozinha. -

– Bem... - Leila suspirou. - Isso eu já sei. Na verdade, todos os outros itens, pelo que percebo, são derivados de estar presa a Khubar. - Ela levou a xícara de chocolate a boca e demorou-se solvendo o liquido, como quem pensava no que falar. - Tenho uma diversidade grande de treinadores aqui, sempre tem alguém chegando pelo porto. Mas, a falta da experiencia adquirida em jornada afeta a evolução. -

– Especialmente quanto ao relacionar-se com outros treinadores. Numa jornada você faz amigos para vida toda e mesmo o pior de seus rivais acaba tornando-se seu amigo porque existe todo um respeito pelo trabalho que ele faz. - Kevin pausou a fala alguns instantes. - Claro que a pessoa pode evoluir muito, parada em um lugar só. Mas, será uma evolução mais lenta. -

– No entanto, quem fica em casa e não vive tantas experiencias também amadurece, mas muitas vezes bem depois do que aqueles em jornadas. -

– Iss.. - Kevin sorria ao escutá-la dizendo aquilo, mas de repente parou estranhando algo. - Onde escutou iss... - Ele piscou algumas vezes e de repente arregalou os olhos. - Landsteiner? Leila Landsteiner? Você é irmã da Lívia? - Ele apontou para ela com espanto. - Sabia que o sorriso era familiar! - Ele pareceu pensativo. - O evento deve ter consumido mais das minhas energias do que eu queria. -

Kevin parou ao ver Leila rindo. Ele chegava a levar a mão no estômago.

– Minhã irmã tem razão. Você é uma pessoa muito diferente e divertida. - Rindo Leila bebericou o refrigerante que acaba de ser servido. - Fiz bem em desafiá-lo. As revistas e entrevistas mostram um Kevin herói, barraqueiro e simpático que sempre surpreende, sempre chamando a atenção para si onde quer que passe. - Ela o encarou. - Não um rapaz carismático, sábio e prestativo que usa seus talentos de forma discreta. -

– Acredite... - Ele suspirou. - A confusão vem até mim como seu eu fosse um imã. - Por alguns instantes ele pareceu pensar em como um simples evento havia se tornado complicado para ele. - Mas, como soube que era eu? Ninguém me reconheceu mesmo eu estando na mídia no inicio do ano. -

– Você mudou o estilo do cabelo e a expressão facial sorridente lhe deu uns traços distintos. - Ela comentou. - A mudança não é radical, quem o conhece pessoalmente deve reconhecê-lo facilmente. Mas, quem só viu fotos e imagens pela televisão, uma vez ou outra, não consegue identificar facilmente. - Ela parecia querer tranquilizar Kevin quanto ao fato dela saber quem ele era. - Minha irmã costuma falar bastante de você. Uns dias após o festival “Tchau, tchau Verão!” Maya falou bastante sobre você. Então fiquei curiosa se o Kevin de Maya era o Kevin de Lívia. - Ela riu ao ver que o rapaz a sua frente ficou meio sem graça com a menção das duas garotas falarem sobre ele. - Tentei achar fotos na internet dos Kevin que faziam Medicina Pokémon e acabou que só achei um, Kevin Kirian Júnior, que não possuía fotos na internet. Apenas o registro da prova de seleção para a faculdade. -

– Pesquisou por Kirian e caiu em Lúcia Kirian Maerd. - Kevin parecia já saber o caminho que ela seguiu.

– Entendi que o Maerd desaparecido era você, usando o nome de solteira de sua mãe. - Ela confirmou o que Kevin imaginava. - Mas, fiquei na minha porque não achei ser importante. Eu só estava curiosa e se você estava escondendo-se imaginei que era melhor ficar assim por hora. Até porque era uma suspeita. -

– Agradeço ter sido discreta. - Kevin havia voltado a mordiscar algumas coisas da mesa. - Talvez no ano que vem ou um pouco mais eu venha a revelar para algumas pessoas. Mas, por hora isso é complicado. Ninguém saber onde estou é importante para todos. -

– Sabe... -

Leila teve vontade perguntar o motivo dele desistir de tudo. Tinha certeza que havia muito mais naquela história. Desistir era algo, desistir e sumir era outra coisa. Mas, trocar de nome? Era como se ele estivesse escondendo-se.

– Deveria ficar de boca fechada e longe de batalhas se quiser se manter oculto. - Leila comentou. - Como eu disse eu tinha suspeitas e não tinha motivos para confirmar. Apenas queria saber como era a pessoa que estava mexendo com minha irmã e minha amiga. Mas, então você veio e enfrentou uma campeã de liga de igual para igual com um pokémon assassino. - Ela debruçou-se na mesa, apoiando os cotovelos. - Naquele momento eu fiquei decidida a fazer minha irmã te ver em ação. - Leila parou por alguns instantes, parecendo procurar as palavras ou talvez tentando decidir se deveria falar sobre aquilo. - A outra coisa que te entregou e me fez ter certeza de que você era você foi seu discurso final. Não é coisa que Lúbia fale, é coisa que Mard fala. O ameacei porque queria lutar contra um campeão e porque minha irmã iria assistir sua luta. -

–Realmente é difícil não me pegar falando coisas como aquelas. Simplesmente sai. - Ele coçou a cabeça sem graça. - Quando mais novo precisei de pessoas para me inspirar e incentivar a seguir em frente, mesmo quando tudo indicava que o mundo ia acabar para mim. - Ele sorriu.

– Por isso quero fazer minha irmã descobrir você. - Disse Leila. - Não acredito que falarei isso para você. - Ela suspirou. - Mas, ela realmente está mexida por você. Sempre fala de algo que você fez ou falou. Ela é uma pessoa que teve uma infância difícil e nunca se encontrou. O momento mais animado da vida dela, talvez, tenha sido quando eu vim morar com ela em Khubar. Mas, desde que as aulas começaram é Kevin o dia todo. -

Kevin ficou calado escutando aquilo. Era comum as pessoas se inspirarem com o que ele fazia, não porque ele fazia as coisas com esse intuito, mas ele as vezes se surpreendia com quem aparecia admirando algo que ele nem sequer percebia que estava fazendo.

– Só com o que ela conhece de você ela já se inspira. Imagina se ela souber do seu passado, um campeão de liga, que deveria já ser mestre, que ainda está procurando algo para fazer a vida toda. - Ela sorriu e Kevin sorriu. Ele havia dado uma entrevista com aquelas falas. - Mesmo que ela não saiba que Kevin Kirian é Kevin Maerd Júnior, só os seus feitos e a sua disposição de continuar procurando de forma animada vai fazer diferença. -

– Não acho que eu tenha esse tipo de efeito nas pessoas. - Kevin comentou sem ser muito convincente. - Mas, quer dizer que sua irmã não sabe o que fazer na vida ainda? Porque está fazendo um curso caro e puxado como esse então? - Ele parou alguns instantes. - Tudo bem que eu estou fazendo exatamente isso, mas é um caso a parte. -

– Bem... é complicado. - Leila baixou os olhos. - Eu sonho em ser treinadora, mas meus pais não querem isso. A família Landsteiner é um pouco tradicional e essa coisa de depender de pokémon não é bem vista. -

– Por isso está curtindo a vida de treinadora parada nessa cidade, longe de seus pais. - Kevin pareceu compreender. - Eu gostaria de dizer que entendo o que vocês vivem, mas eu não tive meus pais presentes para me decidirem sobre minha vida. -

Os dois loiros pareceram tristes naquele momento. Cada qual por seu motivo. No entanto, Kevin percebeu que o sorriso de Leila se fez rapidamente, junto a passos atrás dele. Quando olhou ficou surpreso ao ver uma jovem com uma mochila nas costas, um pouco suja e acompanhada por um garçom do local.

– Lívia? - Kevin levantou-se surpreso. - Está tudo bem, senhor. - Ele dirigiu-se ao garçom. - Eu acerto com vocês uma pessoa a mais. Consiga-nos uma cadeira... -

– Não vou sentar com você! -

A voz de Lívia saiu forte. Leila e Kevin olharam sem entender enquanto o garçom revirou os olhos e fez sinal para os seguranças. A Menina estava visivelmente cansada e o olhar indicava que estava revoltada com algo.

– Lívia! - Leila levantou-se chamando a atenção dela pela forma que estava falando. - Estamos em um restaurante. Eu não sei o que aconteceu, mas... -

Leila levou um puxão da irmã que a encaminhou para a saída. A Landsteiner caçula tentou segurar sua irmã e entender aquela situação, especialmente quando percebeu os seguranças, já em volta.

– O que aconteceu é que eu descobri que Kevin é tão assassino quanto o John! -

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Quantas vezes tive a oportunidade de fugir de tudo e fiquei para ajudar as pessoas? Quantas vezes embarquei na oportunidade mais louca que existia apenas pelo instinto de que era a coisa certa a se fazer?

Quando Leila estava no porto a procura de um Taxi o tal Lux das batalhas fez uma video chamada com ela e mostrou para ela que Kirian é Maerd e que ele havia matado algumas pessoas durante a guerra das organizações criminosas e pouco depois de ter se tornado campeão de Sinnoh. Ao menos foi isso que ela me disse enquanto saíamos daquele restaurante, para evitar que a cena ficasse ainda pior.

Lívia manteve-se entre mim e Leila e narrou rapidamente sobre a descoberta dela e a decisão dela de que não contaria nada a ninguém, desde que ele se mantivesse afastado. Os olhos dela refletiam medo e confesso, acho que ela deveria realmente me temer. Talvez não por eu poder matá-la, mas por causa dos Fantasmas.

Passei a noite toda pensando nisso. Depois de conversar com as irmãs Landsteiner eu simplesmente entrei no quarto e fiquei tentando dormir, mas mesmo precisando não conseguia. Sinto falta de Julia, Amanda, Juliana, os meus pokémon com personalidades distintas. Talvez a única coisa que me console nessa semana é que do jeito que as coisas estão, ninguém vai morrer por minha causa e não vou ter tempo para pensar nisso, já que é a semana das ultimas provas.

Uma batida na porta. Eram ainda cinco da manhã e alguém batia a porta. Aquilo era estranho. Kevin levantou-se acendendo a luz e parou junto a porta alguns instantes, pensando se deveria ou não abri-la. Mas, ao final percebeu que se fosse alguém para fazer mal, derrubaria a porta.

– Gary? - A surpresa foi grande quando abriu a porta. De todas as pessoas que conhecia em Khubar Gary Carvalho jamais seria convidado a seu quarto, muito menos pensaria que ele iria até ele. - Você sabe que... -

Você sabe que horas são? Essa era a pergunta que Kevin iniciou. Mas, percebeu que o homem estava todo vestido de preto e ainda levava consigo uma espécie de carta, além da expressão abatida. Kevin olhou o corredor por alguns instantes e deu dois passos para o lado deixando Gary entrar.

– O que aconteceu? - Questionou Kevin.

– Você foi denunciado. - Disse Gary esticando o envelope. - Tem até o meio dia de terça feira, amanhã, para deixar o alojamento. Foi expulso por manter pokémon fora da pokebola dentro do quarto e trazer pessoa externa para dormir nele. - Gary fez uma pausa, Kevin parece que já esperava por aquilo. - Acredite ou não, você ia estar sendo preso nesse momento por comandar um pokémon contra um humano, mesmo que ladrão. - Gary parecia triste. - Felizmente aqueles que viram o ocorrido não o delataram, afinal você pegou o ladrão do campus. E o ladrão atacado não sabe quem é você. -

– Imagino que a policia de Arton vai dar um jeito de descobrir quem é o dono do Gengar. - Comentou Kevin perguntando-se porque fez aquele comando.

– Sinto muito. - Disse Gary. - Achamos por bem te retirar daqui antes que o ladrão e o advogado cheguem a você. Se ninguém te achar, não há problemas. -

– A semana começou complicada mesmo. - Kevin suspirou. - O engraçado é que você está com uma cara de velório que quando o vi achei que estava tentando me dizer que alguém morreu. -

– Brock. - Disse Gary calmamente e viu o rosto de Kevin mostrar-se confuso. - Brock foi assassinado nesse final de semana. -

– Como é? - Kevin deu dois passos para trás e só não caiu sentado no chão porque a cama estava logo atrás. - Brock foi assassinado? -

– Decapitado. - Disse Gary não escondendo a tristeza. - A cabeça estava na sala da reitoria de Medicina Pokémon. -

Kevin parecia em transe com aquilo. Respirava profundamente tentando se acalmar. Aquilo não podia ser verdade. Quem iria querer matar Brock que era simpático e querido por toda a universidade?

– A cabeça estava acompanhada de um bilhete. - Gary suspirou e encarou Kevin que entendeu que o bilhete era o motivo de Gary estar ali naquele horário. Os dois se encararam durante alguns instantes. - Estava escrito: “Os Fantasmas estão chegando!” -


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Notas finais do capítulo

Ultrapassamos os 100 comentários. AEEEEEEEEEEE
Agradeço a todos que estão lendo e comentando.
No Próximo episódio vamos começar a unir os núcleos e com isso daqui a dois episódios... um novo personagem vai se revelar, graças aos 100 episódios.



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