Londres, Dezembro de 2013
~~Renesmee~~

Voltar para casa depois de uma temporada em Paris, estava sendo um sonho. Como uma garotinha de 10 anos, eu não via a hora de estar de volta nos braços de meus pais, jantar ao lado deles, ao fim da noite, assistirmos a um filme juntos e receber um beijo de boa noite de cada um antes de dormirmos.

Eu já tinha 19 anos, talvez estivesse na hora de parar de agir como uma criança de 10. Mas esse era o jeito que descrevia Renesmee Swan, segundo Isabella. Alguns diziam que eu era completamente mimada, mas era apenas o jeito que minha mãe me criou após ser abandonada pelo meu pai. Pai não. Eu preferia chamá-lo de genitor. Meu pai era Mike Newton, o homem que sempre esteve comigo nos feriados, que me dava broncas quando necessário, que me levava para cama quando eu acabava dormindo ao sofá e que me dava presentes todos os dias. Este é o homem que precisei auto nomear de pai.

Eu estava voltando para casa, após meu segundo ano cursando Fisioterapia em Paris. Ha dois anos venho cursando na melhor universidade francesa, foi uma alegria e tanta para minha família quando eu consegui a bolsa de estudo. Eu não era a garota rica, muito menos a garota pobre. Claro, eu já estive em condições piores a que estou, quando nasci e minha mãe mal tinha dinheiro para me comprar roupas. Mas depois de Isabella swan concluir sua faculdade de engenharia e tornar-se uma engenheira famosa na Inglaterra, nossas vidas melhoraram. E não podia ser ingrata em não mencionar que isso tudo era devido a ajuda de Mike, que sempre esteve a apoiar minha mãe e ajudá-la nos desesperos.

Agora, eu estava voltando para Londres, com minha melhor amiga Jane. Ela também cursava fisioterapia comigo em Paris e passaria as festas de finais de ano com minha família. Jane não lidava bem com sua família, apenas com seu irmão gêmeo Alec. A família de Jane moravam em Nova York, o lugar onde tenho uma vontade imensa de conhecer e lugar onde eu nasci.

– Você podia ir para lá comigo, quando eu for passar um mês lá. - falou Jane, enquanto descíamos pela escada rolante.

Já tínhamos pego nossas malas e agora só restava pegarmos um taxi e irmos para minha casa.

– Preciso ver com meus pais, Jan. - digo, indecisa - Já passei seis meses sem vê-los, eu queria muito ficar bastante tempo na minha casa. Você sabe, sou a filhinha do papai e da mamãe.

Jane rolou seus olhos, já acostumada a me escutar dizendo aquilo.

Percebo algumas pessoas no saguão do aeroporto com cartões de reconhecimentos, a espera dos passageiros que aterriçaram. Mas o que mais me chamou a atenção, foi encontrar um grupo de pessoas com balões em mãos, e cada balão tinha uma letra, que lado a lado eles formavam o nome Renesmee. Um garoto pequeno carregava um urso quase maior que ele. Tal urso tinha um cartão de Bem Vinda de Volta, Nessie! tão chamativo quanto o próprio.

Meus olhos ficaram umidecidos e vi Jane soltar um riso de surpresa. Ela não estaria tão surpresa quanto eu. Eu saltei os ultimos degraus da escada rolante, sem me importar com algo. Meus pés correram na direção daquele grupo sorridente a minha espera. A primeira pessoa que saltei nos braços foi Isabella Swan, minha mãe.

***

Havia tanta gente na minha casa que mal havia um espaço solitário, devido a casa não ser tão grande. Tirando os balões e faixas espalhados pela casa, tudo estava no seu devido lugar como estavam há quase seis meses. Eu ainda não tinha ido de encontro ao meu quarto, precisei conversar com cada pessoa que estava na festa.

Minha mãe estava radiante, bela e feliz. Já faziam seis meses que não nos encontrávams pessoalmente, apenas por telefone e video chamada. Mike Newton tinha um sorriso enorme de felicidade e orgulho. Toda sua família viera para me ver e tive que apresentar Jane a todos eles.

Meus pais ainda não conheciam Jane, mas pelo visto eles tinham a adorado assim botaram os olhos na minha melhor amiga. Era gratificante ver todos aqueles que eu mais sentia falta.

Alice Brandon era a minha madrinha louca e viciada por moda. Ela tinha reservado esse dia de folga na loja em que trabalha apenas para ver sua afilhada. Ela estava linda como sempre e seu pequeno Artur não desgrudou de minhas pernas um segundo sequer.

O pequeno Artur, qual tinha trago um urso enorme no aeroporto, tinha apenas sete anos e era um garoto docil e amável. Alice batalhou e muito na criação de seu filho, sem a ajuda do pai. O pai de Artur era um bêbado que fazia da vida de minha madrinha um inferno. Ele nunca estava presente na vida de Artur quando era preciso, só era presente quando queria ver o garoto sofrer.

– Querida, estou tão feliz com sua chegada. - declarou minha mãe, em êxtase.

– Eu também, mamãe. Eu senti tanta falta de casa. - falei, chateada por ter passado longos seis meses sem ver minha família.

– Mike estava louco para sua chegada. - falou ela e nós duas olhamos para o homem que conversava alegremente com seus irmãos e amigos - Ele queria que você chegasse a tempo da inauguração do novo restaurante que ele começou a construir em parceria com Emmett.

– O quê? Você está falando serio, mamãe? - pergunto, vislumbrada. Ela concorda sorrindo e me vejo feliz por meu pai. Ele é cozinheiro chefe de seu próprio restaurante, de início, há dezesseis anos, ele trabalhava no restaurante de um hotel cinco estrela. Então, ele juntou seu dinheiro e investiu em seu próprio restaurante.

– Sim, seu tio Emmett adorou a ideia dessa parceria e logo investiu na ideia.

Emmett McCarty era meu padrinho e irmão mais velho de minha mãe por parte de pai apenas. A mãe dele era uma mulher muito rica que deixou ao único filho muita grana para ele crescer na vida e tornar-se um empresario de negócios. Ele vivia investindo e lucrando.

– É, eu tenho a certeza de que sim. - concordei sorrindo, lembrando-me de meu tio.

Meu padrinho estava rindo e conversando com os amigos e familiares. Dentre eles estavam Rosalie Hale, a irmã mais velha de meu pai e esposa de Emmett. A história de meus tios era engraçada. Os dois se conheceram no hotel onde Rose trabalhava como recepcionista. Emmett se apaixonou a primeira vista e não se envergonhou de pedir um encontro à recepcionista loira e um pouco estressada.

Antes do primeiro encontro dos dois acontecer, meu tio esbarrou em Rosalie, fazendo com que esta caísse na piscina e quase se afogasse. Emmett a salvou e no mesmo dia a levou para jantar. Foi então que eles descobriram que tinham algo em comum. A irmã mais nova dele era a namorada do irmão mais novo dela. E agora, depois de dez anos juntos, eles finalmente estão casados e felizes em Nova Iorque.

– Rose também tem novidades. - falou minha mãe e no segundo seguinte, ela gritou pela minha tia Rosalie.

A loira, ao escutar seu nome vindo da boca de minha mãe, pediu licença na conversa e veio sorrindo até nós. Rose adorava me mimar desde quando me conheceu e vivia implorando para que um dia tivesse uma filha como eu. Eu a considerava como minha segunda mãe. Ela era linda e radiante, hoje trabalhava como gerente do hotel que Emmett investiu há três anos.

– Rose, conte a Nessie a novidade. - pediu minha mãe, ansiosa.

– Oi, querida. - falou minha tia, abraçando-me carinhosamente como sempre fazia - Nem conseguimos conversar muito hoje. Você está tão linda.

– E você é a mulher mais linda da face da terra. - declarei e ela riu acanhada.

– Assim eu fico enciumada. - brincou minha mãe e fez uma careta.

– Vocês duas são! Pronto! - concertei e elas riram - E então, tia?

Ela sorriu derretida, como sempre sorria quando eu lhe chamava de tia.

– Querida, acontece que finalmente, seu tio e eu teremos um filho! - ela falou de uma vez, com seus olhos iluminados de alegria.

Minha tia Rose há alguns anos que tenta ter um filho, porém parecia impossível e cada vez mais ela se magoava com aquilo. Agora seus olhos pareciam duas estrelas verdes brilhantes.

Eu a abracei no segundo seguinte. Ela me abraçou de volta e eu estava plenamente feliz por ela realizar seu tão amado sonho.

– Parabéns, tia! Estou tão feliz! Mas estou triste. Vocês moram muito longe, como poderei ver meu priminho?

– Priminho nada. - falou ela e minha alegria se desmanchou. Ela me largou e tinha um enorme sorriso - Emmett e eu pensamos e chegamos a conclusão de que não há ninguém melhor pra ser a madrinha dele, do que você, Nessie!

– Oh, meu Deus! - saltitei no lugar e elas riram - Eu serei madrinha desse pequeno prícipe? - imediatamente alcancei a barriga lisa de minha tia, coberta pelo tecido fino de seu vestido vermelho sangue.

– Ainda não sabemos o sexo, mas sim você será a madrinha, Nessie. - declarou minha tia, alegre.

– Eu tenho a certeza de que é um menino. Coração de madrinha não se engana. - dei-lhes uma piscadela e nós três rimos - Mas... Ahn... Eu sei que não é hora, mas vocês voltam para Nova Iorque quando? - pergunto desanimada com a ideia.

– Ah, meu anjo, somente depois das festas. Emmett e eu não aguentaríamos passar o Natal longe de todos. - Rose sorriu ao dizer sobre sua tão amada família.

– Nessie, Rose e eu estávamos conversando agora ha pouco... - começou a dizer minha mãe - Quando a sua amiga Jane se intrometeu.

– Oh, meu Deus. - bati minha mão na minha testa. Jane sempre que abria a boca, só saia merda.

– Se acalma. - brincou Rose pondo uma mão no meu ombro - Você vai gostar.

– Você tem alguma coisa para me pedir, certo? - falou minha mãe, com um olhar desconfiado.

– Oh, mamãe, podemos deixar isso para depois. - dei de ombros.

– Nessie, quanto mais rápido chegarmos a um acordo, mais tempo você terá para passar com todos aqui, antes de fazer suas malas e ir para Nova Iorque. - falou minha tia, sorrindo.

Meus olhos se arregalaram e controlei minha vontade de saltitar como minha madrinha.

– Espera... Mãe? - olhei para Isabella, que tinha um sorriso brincalhão - Eu posso ir para Nova Iorque?

Ela fez um olhar de suspense e Rosalie riu.

– É claro que pode! - gritou minha tia - E aí de Bella se não deixasse, já até preparei um quarto para você, Nessie!

Não consegui me segurar e saltitei no lugar, no segundo seguinte, puxei minha tia e minha mãe e as abracei com alegria.

Ir para Nova Iorque, o lugar onde eu nasci, era meu sonho e eu tive uma pequena sensação de que essa seria a viagem da minha vida.